Fanfic: La Descarada – Vondy | Tema: Vondy

– Vai comer aqui, Christopher? Não vai ao hotel? – Catarina indagou ao vê-lo sentar na mesa de café da manhã vestido casualmente.

– Não posso mais comer na minha própria casa? – riu, mordendo um pedaço de queijo.

– Não é isso, é que você nunca toma café comigo. – lembrou com melancolia.

– Mas hoje nós vamos passar o dia juntos.

– Nós dois? – sorriu, surpresa.

– Sim, nós precisamos conversar.

A alegria de Catarina desapareceu, dando lugar a preocupação.

– Conversar? Sobre o que, Christopher? – balbuciou.

Suspirando, ele largou sua xícara de café sobre a mesa, girando o corpo para olhar dentro dos olhos da mulher.
Sabia que aquela não seria uma conversa fácil, mas tentaria ser o mais gentil possível. Catarina era uma boa pessoa, não queria magoá-la mais do que o necessário.

– Nós dois sabemos que este casamento aconteceu através de um acordo que beneficiou a nós dois, e nos demos bem durante esses três anos. Mas você já deve ter percebido que a coisa já não é mais a mesma...

A partir daí, Catarina parou de escuta-lo e em sua mente as frases de Alexandra pipocaram: "homem casado e apaixonado por outra só pensa em uma coisa: divórcio! Se você não for esperta e agir o quanto antes, é isso que vai acontecer!"
"Bebês são infalíveis. A amante não pode competir com um filho, vá por mim e aja rápido!"

Ela podia sentir a sua própria respiração irregular, olhava para Christopher mas não entendia uma palavra sequer que saia de sua boca. Ela sabia onde ele queria chegar, queria se livrar dela para ficar com a outra. Saber daquilo doeu, ela o amava, sempre o amou, mesmo sabendo que não era correspondida nutria a esperança de que um dia aquilo mudasse. Não aceitaria ser descartada agora, não aceitaria o divórcio.

–...e é por isso que eu acho que o melhor para nós dois é...

– Christopher, eu...– interrompeu, nervosa. – Antes de você continuar, tem uma coisa mais importante que nós precisamos discutir.

– Pode falar.

– Eu ando meio mal ultimamente, enjoada, com dores...– umideceu os lábios, apertando as próprias mãos sobre o colo.

– O que foi? Está doente?

– Não, bem...eu conversei muito com a sua mãe, ela tem experiência e, bom...ela acha que eu posso estar grávida.

– Grávida? – repetiu devagar, se levantando. – De quem?

– Christopher, por favor, não me ofenda! Claro que é seu!

– Meu? – alterou a voz, apoiando as mãos nos quadris. – Nós não temos nada um com o outro há muito tempo, Catarina!

– Aquela noite que você chegou mais cedo, nós fizemos amor! Ou já se esqueceu?

– Porra! – esbravejou, andando pelo cômodo. – Faz pouco mais de uma semana que isso aconteceu, é impossível uma gravidez tão rápido!

– É só uma suspeita, Ucker. Você pelo menos deveria tentar disfarçar o seu desgosto. – grunhiu. – De qualquer maneira, eu e a Alê vamos ao médico essa semana para tirar a dúvida.

– Eu vou junto! – afirmou.

– O que? Não, Christopher, isso é coisa de mulher...

– Catarina, eu vou junto! E se é tão importante para você, ligue para a minha mãe, mande ela vir o mais rápido possível. Nós vamos a um consultório hoje mesmo.

– Hoje? Ucker, você está se precipitan...

– Por favor, não discuta. Ligue para a minha mãe e se arrume, eu vou tomar um banho. – suspirou, saindo desorientado.