Fanfic: La Descarada – Vondy | Tema: Vondy

O olhar frenético de Dulce checava às horas a cada minuto, ela sentia as palmas das mãos escorregadias, o corpo trêmulo por conta do nervosismo.
Com a cabeça erguida, buscava por algum sinal de Christopher dentre as poucoas pessoas andando para lá e para cá no aeroporto, mas nada. Nenhuma mensagem, nenhuma ligação.

Quando a voz no auto falante anunciou que os passageiros do vôo 667 com destino a França poderiam se dirigir ao portão de embarque, o seu desespero aumentou. Christopher não viera.
Inconformada, varreu o lugar com os olhos mais uma vez, sendo dominada por uma onda de alívio quando o avistou.

Dulce não esperou, correu ao seu encontro e se agarrou a ele, braços em volta de seu pescoço, pernas em volta de seus quadris. As mãos grandes de Christopher se espalmaram em suas costas e seus lábios encostaram em seu ombro, cheirando, beijando.

– Eu sabia que você viria! – ela murmura emocionada, descendo de seus braços para beijá-lo na boca. – Vamos! O avião já vai sair, não podemos perder! Onde está a sua mala?

– Dulce, eu não vou. Eu não posso. Me entenda. – implorou, suas mãos se apertando na cintura dela.

– Está fazendo o que aqui então?! – rosnou, empurrando-se para longe dele.

– Nós temos que conversar, eu não iria deixar você aqui sozinha. Você precisa entender a minha situação e então nós daremos um jeito, Dulce. O mais importante para mim é ficarmos juntos.

Dulce suspirou, trincando os dentes.

– Christopher, se você não for comigo, acabou.

– Para! – comandou, segurando-a pelo braço. – Eu preciso de mais tempo, pelo menos até o meu filho nascer. Peça demissão a Annie, eu vou colocar você e a sua tia em um bom apartamento e arcar com tudo que precisarem. Nós...

– Me larga! – gritou, revoltada, chamando a atenção de algumas pessoas próximas. – Você está sugerindo que eu seja a sua amante como se eu fosse uma prostituta que pode ser comprada! Eu não quero isso, Christopher! Eu não quero ser a outra! Eu valho muito mais do que isso!

– Será por pouco tempo! Nós vamos nos assumir sim, Dulce, mas na hora certa! Acha que é uma situação fácil para mim? A minha relação com o meu irmão está em jogo e agora tem um bebê a caminho!

– Você! Você! Sempre você! Você só pensa em si mesmo! – acusou. – E eu, Christopher? E esse amor que você diz sentir por mim? Onde está?

– Aqui! Está aqui, porra! – socou o próprio peito, desesperado para convencê-la. – Ardente como o inferno! Eu te amo, eu te desejo como um louco, Dulce! Me entenda e fique comigo! – suplicou, puxando-a e seus corpos se esmagaram juntos.

– Não, não, Ucker...– fechou os olhos, sentindo-o beijar todo o seu rosto. Não podia ceder, tinha ido muito longe para morrer na praia, não ficaria com o segundo lugar enquanto ele vivia o teatro de família feliz com Catarina.

Com seu coração em frangalhos, ela reuniu forças e o empurrou.

– Não, Christopher! Você escolheu ela, então vá ficar com ela. Volte para a sua mulher e o seu filhotinho. – riu sarcasticamente. – Comigo é tudo ou nada! – finalizou, caminhando em passos largos para pegar sua mala. Christopher a seguiu.

– Eu não deixar você fazer isso! – tentou segura-lá outra vez mas Dulce se desviou de seu toque.

– Me esquece, Christopher, você e a Catarina podem se ferrar no inferno! – cuspiu.

De queixo erguido, ela caminhou até a saída do aeroporto arrastando sua mala, consumida pelo ódio. Acenou para um táxi que passava e entrou rapidamente, dando o seu endereço. Havia um bolo em sua garganta, seu peito doía e seus olhos ardiam pelas lágrimas acumuladas.

Recostou-se no banco e a consciência de que tinha perdido Christopher se espalhou por seu sistema, fazendo com que o pânico a engolfasse. Naquele momento, ela se deu conta de que o amava e caiu em um choro compulsivo. O motorista se preocupou, mas ela mal conseguiu responder, abriu sua bolsa pegando o celular com seus dedos trêmulos. Enxugou o rosto inchado, tentando controlar a respiração enquanto discava para Cristiano. Para o seu horror caiu na caixa postal, mas não desistiu deixando um recado:

– Alô? Amor? Sou eu. Não consegui dormir a noite pensando na nossa conversa, em como fui burra, por favor, me perdoe, eu não sei aonde estava com a cabeça. Estou chorando há horas com medo de ter feito uma besteira sem volta. Mas se ainda estiver de pé a sua proposta, a minha resposta é sim, Cristiano, eu me caso com você.

Oi gente, eu considero falta de comentários desagrado de vocês. Se não estão gostando, eu paro. 

Bj