Fanfic: La Descarada – Vondy | Tema: Vondy

Na segunda-feira, Dulce saiu do quarto devidamente vestida com um terninho preto para ir ao hotel. Aquela era uma das poucas peças apresentáveis que ela possuía, sentia vergonha por ter que repeti-lo tantas vezes, mas se tranquilizava, dizendo a si mesma que logo toda aquela miséria acabaria.

Ainda na terça, pediu a Anahí o resto daquela semana afastada, alegando estar doente. Ela sabia que Christopher ainda insistiria e não estava pronta para resistir a ele, precisava de um tempo sozinha primeiro, focar-se inteiramente em seus planos.
Ignorou todas as suas ligações e mensagens, mas o homem era persistente e não desistiu, obrigando Dulce a se livrar de seu chip.
Ela não chorou e não se lamentou mais nenhuma vez, estava decidida a seguir em frente. Christopher tinha feito a sua escolha.

– Finalmente saiu daquele quarto, mais um dia trancada e eu chamaria os bombeiros. – Maite falou, levando um pedaço de bolo até a boca.

– Agora eu estou bem, não se preocupe, Mai. Eu só precisava de um tempo. Estou indo para o hotel, você também não devia estar no trabalho?

Maite estreitou os olhos, o rosto de Dulce parecia uma máscara de gelo, o ódio brilhava em suas pupilas.

– Pedi para entrar mais tarde esses dias que você se isolou, estava preocupada.

– Não deveria arriscar o seu emprego, Maite. Você sabe que o Christian só quer um motivo para te demitir, a última coisa que você precisa é ficar desempregada. Ainda mais por minha causa. – negou com a cabeça, passando o batom.

– Christian nunca vai me demitir e você sabe. – rolou os olhos. – Escuta, você está bem mesmo? Até outro dia estava arrasada, não queria falar com ninguém, e agora age como se nada tivesse acontecido.

Dulce largou o espelhinho que segurava para olhar para a amiga.

– Queria o quê? Que eu ficasse pelos cantos como uma coitada abandonada? Isso não faz o meu estilo. Não fui a primeira e nem serei a última a ser iludida por um homem.

– Claro que não, eu quero te ver bem. Mas essa pose toda não me engana, Dul, você está com rancor, voltar para o meio dos Uckermann só vai te deixar pior.

Dulce arqueia uma sobrancelha com ironia.

– O mundo realmente precisa aprender a importância de se ter sangue frio. – ri, colocando os brincos. – Eu não vou sair por baixo, Maite, não adianta.

– Ok então, senhora bloco de gelo. – bufa, desistindo da discussão. – Já que não está nem aí, então também não vai se importar com o presentinho que mandaram te entregar. – aponta para um móvel atrás de Dulce, onde um ramalhete de rosas vermelhas descansa em um vaso. – Chegou no sábado, mas eu não quis te incomodar. Tem um cartão.

Dulce se aproxima lentamente do buquê, como se uma fosse uma bomba relógio perigosa. Ao chega perto o suficiente, se inclina para cheira-las, fechando os olhos. Eram lindas.

Saindo do transe, ela abre o cartão rapidamente.

"Reconsidere, por favor.
Te amo.
C. U."

Maldito, Christopher!

Amassando o pequeno bilhete com os dedos, Dulce se volta para as flores, pegando-as pelo caule e atirando-as dentro da lata de lixo.

– Tem razão, eu não me importo. – forçou um sorriso, passando a bolsa pelos ombros e saindo dali.

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