Fanfic: La Descarada – Vondy | Tema: Vondy

– Pode ir. – Alexandra falou, dispensando a empregada que servia o almoço com um gesto de mão.

– Desculpe vir assim sem avisar, Alê. Mas todas as minhas amigas tinham compromisso hoje e eu não aguentava mais ficar sozinha naquela casa, é deprimente. – Catarina se queixou, colocando o guardanapo sobre o colo.

– Christopher ainda tem chegado tarde?

– Não, mas é como se não estivesse lá. Só fala comigo para perguntar sobre o bebê.

– Você tem que engravidar logo, Catarina. O tempo está passando, daqui a pouco todos vão se dar conta de que a sua barriga não cresce.

– Como vou engravidar se Christopher mal chega perto de mim? Ele me evita como se eu fosse uma leprosa, Alexandra. – lamentou, largando os talheres. – O que eu vou fazer? Se ele descobrir que não existe criança, vai me largar para ficar com a outra!

– Por favor, Catarina, meu Deus, você é mulher! Como não consegue seduzir o próprio marido? – rolou os olhos, negando com a cabeça. – Se bem que, de qualquer jeito, já é tarde.

– Como tarde? O que quer dizer?

– No exame constou que o seu tempo de gravidez era de aproximadamente uma semana e meia, já se passaram quase duas semanas disso. Se engravidar agora, como vai explicar para Christopher o fato de que o bebê nasceu depois do tempo?

– Eu...eu não havia pensado nisso. Meu Deus! – murmurou assustada. – E agora? Estou perdida!

– Não, não está. Graças a mim que tenho um plano. É arriscado, mas também é a sua única saída.

– Por favor, Alê, não faça suspense!

– Eu contratei uma barriga de aluguel. – revelou calmamente, tomando um gole de suco. – É uma agência clandestina, mas de confiança. A mulher que eu escolhi está grávida do tempo de seu exame, assim que a criança nascer ela me entregará. Até lá, você usará barrigas falsas e terá que tomar muito cuidado, isso me saiu muito caro.

Catarina encarou a sogra atônita, seus olhos arregalados.

– Mas Christopher com certeza vai querer estar junto na hora do parto. – argumentou.

– Não se preocupe, eu vou dar um jeito para que o meu filho esteja bem longe neste dia.

– Isso não dará certo, Alê. E se o bebê for muito diferente de nós?

– Eu já me certifiquei de tudo, Catarina, sei até quem são os bisavós desse bebê. A única coisa com a qual você precisa se preocupar agora é em descobrir quem é a amante de Christopher, precisamos saber quem ela é. Viu o que ela fez? Convenceu o meu filho a pedir o divórcio. Essa mulher é perigosa, quero me livrar dela.

– O que eu mais quero é descobrir quem é ela, Alê. – suspirou. – Mas já percebi que não vou conseguir descobrir nada sozinha, por isso contratei um detetive particular, Sérgio Morales. Pode demorar um pouco, já que Christopher é muito discreto, mas com certeza ele descobrirá algo. Essa piranha não escapa!

– Perfeito! – piscou, satisfeita.

– Atrapalho, senhoras? – a voz brincalhona de Cristiano surgiu.

– Filho, que surpresa!

– Está aí a muito tempo, Cristiano? – Catarina balbuciou, temendo que o mesmo pudesse ter escutado algo.

– Não se preocupe, acabei de chegar, cunhadinha. Não me interessa escutar as suas lamentações atrás da porta. – debochou, inclinando-se para beijar a bochecha da mãe.

Catarina cerrou os dentes, ela detestava Cristiano com todas as suas forças e sabia que era recíproco. Ele não fazia nenhuma questão de disfarçar a sua antipatia, sempre a tratando com ironia, fazendo piadinhas fora de hora, querendo humilha-la sempre que tinha a chance. Mas Catarina não se abalava, ela o considerava a maçã podre da família, um vagabundo, sempre encostado na sombra do irmão.

– Eu não sabia que você viria almoçar em casa, filho. Vou mandar servir um prato para você.

– Não, mamãe, não precisa, eu comi no hotel. Vim mais cedo para contar uma novidade. – sorriu, sentando-se.

– Oh, não me deixe ansiosa! Conte!

– Eu e Dulce vamos nos casar.

O silêncio reinou na mesa. Alexandra encarava o filho perplexa, sem palavras para tamanha loucura.

– Casar? – Catarina sorriu sarcasticamente. – Isso é maravilhoso! Assim você pode se mudar para bem longe daqui. Se bem que, pelas origens da noiva, a sua nova casa será um barraquinho no conjunto habitacional.

– Prefero mil vezes morar em um barraco com a Dulce, que é a mulher da minha vida, do que em uma mansão com você, uma amargurada, que jamais saberá o que é ser amada de verdade. Quer dizer, não pelo seu marido.

– Chega! – Alexandra bateu na mesa, enraivecida. – Cristiano eu exijo que a respeite, ela será a mãe de seu sobrinho.

Cristiano esboçou uma reação de surpresa, gargalhando logo depois, o que deixou Catarina com vontade de jogar o suco em sua cara.

– Bem, e imagino que Christopher deva estar explodindo de felicidade, não é?

– Eu disse chega! – advertiu. – Que história é essa de casamento? É melhor ser uma brincadeira! Isso é o cúmulo!

– O que é o cúmulo, mamãe? – se levantou. – Eu me casar com a mulher que eu amo? É isso que a senhora acha o cúmulo? Mas o meu irmão viver uma vida de merda ao lado dessa mulher, é aceitável? Um inocente nascer no meio de pais que não se amam, é aceitável?

– Poupe-me dos seus discursos! Eu não vou permitir que aquela aproveitadora consiga o que ela quer! Não vou!

– Bom, eu só vim comunica-la, não pedir permissão. Sendo assim, eu vou para o meu quarto.

– Não, Cristiano! Você enlouqueceu e quer afundar a família toda na sua loucura! – gritou, apontando o dedo. – Eu não vou a esse casamento! Não conte comigo!

– Vai me magoar muito se fizer isso, mamãe. Mas, de qualquer jeito, a senhora indo ou não, Dulce se tornará a minha esposa. Com licença. – saiu.

– Não! Casamento não! – continuou a gritar, cobrindo o rosto com as mãos, revoltada.

– Se acalma, Alê. O Cristiano só quer chamar atenção.

– Eu já tinha avisado a Dulce para sair das nossas vidas e ela resolveu me desafiar, Catarina, mas aquela maldita não me conhece. Com o meu filho ela não se casa!