Fanfic: La Descarada – Vondy | Tema: Vondy

– Está na hora de acordar, Dulcete! – Maite grita, afastando as cortinas e abrindo as janelas. A luz do sol invade o quarto, fazendo Dulce resmungar e cobrir o rosto com o travesseiro.

– Me deixe dormir!

Às últimas semanas haviam sido excessivamente exaustivas. Dulce não fazia ideia de que organizar um casamento seria tão cansativo, ainda mais com Anahí em seu encalço.
Como um robô, ela seguiu todos os passos que a loira julgava serem essenciais para o casamento perfeito. Estava quase tudo pronto, e era como se uma corda apertasse o pescoço de Dulce perante a proximidade do grande dia.

Sentia-se terrivelmente de mau humor e por mais que tentasse disfarçar, uma vez ou outra, acabava descarregando a sua frustração em quem estivesse por perto. Mas não ligava, estava com saudade de Christopher e louca por se sentir assim.

Ele ainda tentou conversar mais duas vezes depois do encontro no banheiro, mas Dulce não lhe deu a chance de se aproximar. Sabia que não podia resistir a ele, então passou a evita-lo como uma praga.
A última notícia da qual soube foi a de que Christopher precisou viajar a negócios para Nova Iorque, o que os separou de vez.

– Nada disso, vaca! Hoje é a última prova do seu vestido de noiva, esqueceu? Está marcado para às onze horas. Daqui a pouco a loirinha chega para nos buscar. Eu estou doida para experimentar o meu vestido de madrinha! – sorriu, animada. – Espero que não precise de mais nenhuma ajuste.

– Outro dia nós vamos, Mai. Não quero sair dessa cama hoje.

– Está brincando? O casamento é sábado, Dulce! Ainda tem muitas coisas para serem resolvidas, sem falar no bolo que...

– Não! – cortou, amarrando a cara. – Eu me recuso a provar os sabores de bolo! Ontem Anahí me fez experimentar mais de duzentos pratos do maldito buffet! Estou empanturrada até agora! Capaz de eu nem entrar mais na merda do vestido!

– Que noiva adorável. – revirou os olhos, indo até o guarda-roupa e atirando peças de roupa na direção da amiga. – Você vai se casar com Cristiano Uckermann, um dos donos da maior rede hoteleira do país, queria o que? Um casamento de beira de estrada? Não estou te reconhecendo, Dulce.

Sentando-se na cama, Dulce franziu as sobrancelhas.

– Você tem razão, finalmente eu vou ter a vida que eu mereço, vou sair daqui, eu deveria estar radiante. – negou com a cabeça. – É tudo culpa dele, Maite! Maldita hora em que o conheci!

Suspirando, Maite se sentou na beirada da cama, entrelaçando suas mãos às de Dulce.

– Você precisa esquecer o Christopher se quer que esse casamento dê certo, Dulce. Poxa, ele deixou bem claro que quer ficar com a mulher e o filho. Só amor às vezes não é o bastante.

– Quantas vezes eu vou precisar repetir? Eu não amo ninguém! O que está acontecendo é que o meu ego está ferido, só isso. Quando eu casar, passa!

– Ótimo então! – bufou. – Se arrume e não se esqueça de que hoje, depois de irmos ao atelier, o Cristiano vai te levar para escolher a casa de vocês.

[...]

– Acho que está precisando deixar a cintura mais marcada, apertar um pouco mais. – Anahí opinou, analisando a amiga em cima de uma banqueta de madeira com os braços abertos como uma manequim enquanto duas costureiras ajustavam o seu vestido no corpo.

– Está doida? Se me apertarem mais eu vou morrer sufocada antes de chegar ao altar. – Dulce protestou, sendo advertida por uma das mulheres para não se mexer.

– Oh, você está magnifique*, Dulce! – a estilista francesa Jaqueline Carpentier, elogia emocionada. – O seu corpo é um verdeiro templo para as minhas criações, nunca vi noiva mais linda passar no meu atelier. Marcher*, garotas! Deixem que ela se veja, oui*.

As mulheres obedecem, girando o corpo de Dulce que é surpreendida pela sua visão no espelho. Ela já tinha visto o desenho de seu vestido e o experimentado nas outras provas, mas nunca pudera se ver realmente dentro dele. Segundo Jaqueline, aquela era uma tradição de seu atelier: a noiva só poderia ser ver no vestido na última prova, quando ele estivesse totalmente pronto. Caso contrário, teria azar.

E ele era simplesmente lindo. O modelo tomara que caia fazia estilo a um corpete, cravejado com pequenos diamantes, que se ajustava até a região de sua cintura e depois se abria com um grande volume, uma saia multi-camada brilhante.

– É perfeito, Jaqueline. – balbuciou, sem entender o nó que se formava em sua garganta. Esperou desesperadamente que a sensação de felicidade a atingisse, mas ela não veio.

– Você está divina, Dul! Jaque, você é a melhor! – disse Anahí, sorrindo de orelha a orelha.

– Gente, você está parecendo aquelas princesas dos filmes! – Maite apreciou entrando vestida em seu traje de madrinha.

– Olhe só quem fala, esse vestido é maravilhoso, Mai!

– Quem escolheu mesmo? – Anahí se gabou.

– Calma lá, que eu também tive a minha participação. – Maite revirou os olhos. – E ainda tive que ceder a esse decote todo fechado, mas ok. Era isso ou aquela cor horrível que a Anahí queria.

– Se chama violeta e é uma cor que está super em alta, se quer saber. Mas como nós duas somos as madrinhas e tivemos que entrar em um consenso, eu não me importei que mudassemos a cor. Então pare de reclamar do decote!

– Arrive*, garotas! Parem de discutir! – Jaqueline interviu com seu sotaque francês carregado. – Esse será o vestido de vocês e foi decidido há semanas! – apontou para o longo cor salmão de mangas longas com decote fechado e uma fenda que ia até as coxas no corpo de Maite. – Dulce, cher*, não quer experimentar o seu vestido com o véu? Eu acrescentei uma coroa linda nele, espero que não se importe.

– Agora não, Jaqueline. Meu noivo já deve estar chegando para me buscar, mas confio no seu bom gosto.

– Ótimo, cher, então nós nos vemos no sábado. Estarei em sua casa bem cedo para começarmos o dia da noiva!

– Não, minha casa não. – apressou-se em dizer. – Pode ser na sua, Annie?

– Ah, claro que sim, Dul, mas Cristiano estará lá. Ele não pode te ver vestida de noiva antes do casamento.

– Não se preocupe, eu vou falar com ele.

– Oui, então até sábado, garotas, au revoir*. – sorriu, saindo da sala de prova com suas duas costureiras.

*Magnifique = linda.

*Marcher = Andem. 

*Oui = Sim. 

*Arrive = Chega.

*Cher = Querida. (O famoso "cherrí" kkk)

*Au revoir = Adeus. ( Orrevua kkkkk)