Fanfic: La Descarada – Vondy | Tema: Vondy

Como um animal enjaulado, Dulce andava de um lado para o outro no tapete acarpetado da sala, sua cabeça quase soltando faíscas de tanto pensar em uma saída.

Primeiro, tentou por mais de uma vez violar a fechadura com o seu birilo de cabelo, desistindo quando o mesmo se partiu ao meio. Arrombar a porta estava fora de questão, pois não possuía a força física necessária para aquilo.
Horas de tentativas falhas se passaram e, já no ápice de seu desespero, ela considerou pular as janelas. O que também estava fora de questão, já que o apartamento de Christopher ficava no nono andar, o que seriam alguns vinte e cinco metros até o chão, então ela morreria com a queda.
Fora que as suas roupas simplesmente não estavam em lugar nenhum.
Maldito, Christopher!

Quando os seus ouvidos reconheceram o clique da porta sendo aberta, Dulce se levantou rapidamente do sofá, pronta para atacar Christopher e sair dali a qualquer custo.

Mas não era ele, quem entrou pela porta foi uma mulher de meia idade, de rosto simpático, gorducha e baixinha.

Dulce franziu o cenho, confusa.

– Boa tarde, mocinha. O senhor Christopher me pediu para trazer o seu almoço. – sorriu, mostrando a sacola de um restaurante que carregava nas mãos. – Me chamo Adriana, sou a vizinha aqui do lado.

– Almoço? Sabe me dizer que horas são? – indagou, segurando o lençol mais forte contra o peito.

– Quase duas da tarde. Desculpe a demora, você deve estar morrendo de fome, né? Mas o meu netinho só dormiu agora, sabe como são as crianças.

Duas da tarde?!

Faltavam quatro horas para o casamento.

– Adriana, muito obrigada pelo almoço. Mas eu estou precisando muito de ajuda, preciso de roupas para ir embora. Tenho um compromisso muito importante e acabei presa aqui.

Suspirando, a mulher negou com a cabeça.

– Olha, desculpa mesmo, mas o seu Christopher me pediu pessoalmente para não deixar você sair daqui por nada nesse mundo.

– Adriana, esse homem é um louco! Está me mantendo aqui contra a minha vontade! Eu conheço a lei, isso é cárcere e privado!

– Ele também me avisou que você poderia estar um pouquinho nervosa e que tem a língua solta. – ri, fazendo Dulce revirar os olhos. – Olha, ele já me explicou tudinho, toda a história, eu não entendi muito bem, mas confio no Christopher. Ele morou muito tempo aqui, claro que agora com a vida de casado vem aqui só as vezes, mas eu sei que ele nunca que ia fazer mal para uma moça.

Dulce mordeu os lábios, furiosa. Christopher já havia feito a cabeça daquela mulher.

– Entendo. – forçou um sorriso. – Pode deixar o almoço ali, por favor.

Assentindo, Adriana lhe da as costas para deixar a sacola de comida sobre o balcão da cozinha americana do apartamento.
Sem perder tempo, Dulce agarrou o vaso de plantas mais próximo e quebrou na cabeça da mulher, que caiu desacordada no chão.

Agachando-se, ela procurou algum sinal de sangue em sua cabeça e respirou aliviada quando não encontrou, Adriana só havia desmaiado.
Com dificuldade, Dulce tirou as roupas da mulher mais velha e se vestiu, correndo para fora dali.

[...]

– Dulce! Graças a Deus! – Anahí grita, jogando os braços no ar, assim que avista a figura da amiga entrar na sala principal de sua casa.

– Onde você se meteu, cher? Estávamos todas aqui a beira de um ataque de nervos! – Jaqueline pergunta, nervosa, se abanando com um leque.

– Eu...me desculpem, eu saí para esfriar a cabeça e perdi a noção do tempo. – inventou, sendo engolida pelos olhares incrédulos das mulheres.

– Esqueceu do próprio casamento? – uma das maquiadoras questionou.

– E daí, garota? – Maite retrucou. – Eu conheço a Dul, não devia estar mais aguentando tanta pressão de vocês e saiu para respirar.

– Ai, quanta educação, Maite! A Cíntia só fez uma pergunta e ela tem razão. Você saiu do clube ontem com o Christopher e desapareceu, Dul. As meninas me disseram que ele te levou arrastada! O que é isso? – Anahí voltou a perguntar.

– Annie, você sabe que as meninas adoram aumentar as coisas, não foi nada disso! Christopher só queria conversar comigo, me dar uns conselhos. Nós conversamos um pouco e depois eu...fui para casa da Maite, dormi lá e sai antes que ela acordasse. Foi isso.

– Dormiu na Maite? – Cassandra se irrita. – E porque você não nos disse nada, Maite?

– O que iria mudar? Eu não sabia aonde ela estava! – se defendeu, trocando olhares de cúmplice com a amiga.

– Ok, mas você poderia ter atendido o celular, Dul. Eu te liguei várias vezes. Estávamos doidas achando que você tinha desistido do casamento. Foi um sacrifício esconder isso do Cristiano. – Anahí reclamou.

– Eu já me desculpei, Annie. Cristiano está aqui?

– Não, foi ter o dia do noivo. – respondeu, ainda desconfiada.

– Chega de papo, garotas! O que importa é que ela chegou, temos menos de três horas para fazer com que a Dulce fique impecável e ainda nos arrumarmos! Então ao trabalho, equipe! Oui! – Jaqueline comandou.