Fanfic: La Descarada – Vondy | Tema: Vondy

– Pode abrir os olhos, cher.

Obedecendo, Dulce abre os olhos e é surpreendida por sua visão no espelho. Ela estava linda. A maquiagem impecável junto com o penteado no cabelo lhe deram um ar de deslumbre.
Faltava apenas vestir o vestido e estaria pronta.

– Você está magnifique, Dulce! Nunca vi noiva mais linda!

– E nunca verá! Igual a mim não tem! – gargalhou, admirando-se.

Sem bater, uma das costureiras entrou no quarto as pressas, pálida.

– Que cara é essa, Daphine?

– Jaqueline, o vestido sumiu! – balbuciou, tremendo.

– Como sumiu? – indagou, boquiaberta.

– Eu não sei. Assim que chegamos eu o deixei no quarto de hóspedes, como você me pediu, mas agora ele não está mais lá!

– Putain!* O vestido não pode simplesmente ter saído andando! Vamos procurar em cada canto desta casa!

– Já fizemos isso, Jaque. – disse Anahí, aflita, entrando no cômodo com Maite e Cassandra logo atrás. Todas já estavam devidamente prontas. – Ele sumiu.

– Isso quer dizer que não terá mais casamento? – Cassandra indagou, tentando esconder o seu alívio.

– Não! – Dulce negou prontamente. – Eu me caso! Nem que eu tenha que entrar na igreja vestida com um saco de batatas, mas eu caso!

– Aconteceu algo, meninas? Eu ouvi a gritaria lá de baixo. – Alexandra apareceu, vestida em um longo vestido preto. O seu arranjo de cabelo e maquiagem também eram de cores escuras, pois a ocasião para ela só poderia ser associada a cor do luto.

– O vestido da Dul desapareceu, mamãe.

– Oh, é mesmo? – lamentou, olhando com ironia para Dulce. – Uma pena, pois sem vestido não há casamento.

– Você não tem mais nenhum vestido disponível, Jaqueline? – Maite se pronunciou.

– Não, Mai. Não será necessário. Eu vou me casar usando o vestido que eu escolhi. – Dulce deixou claro, sem deixar de encarar Alexandra. – Agora me deixem a sós com a minha sogra um minuto, por favor.

– O que foi? Resolveu aceitar a minha proposta no último minuto? – Alexandra perguntou quando ambas ficaram sozinhas.

– E você? Resolveu ir ao casamento? Até ontem estava se negando a ir.

– A alta sociedade inteira estará neste casamento. O que irão dizer se não me virem no casamento do meu próprio filho? Estou indo em nome da honra da família. Não quero que sejamos assunto para mais fofocas, já bastam os comentários sobre Cristiano estar se juntando com alguém que não é da nossa classe social. – bufou, sentou-se na beirada da cama, cruzando as pernas. – Mas agora sem vestido, eu acho que não tenho mais com o que me preocupar.

– Eu sei que foi você, Alexandra. E só vou pedir uma vez: devolva agora.

– Eu? – riu. – Querida, assim você me ofende. Jamais faria nada para atrapalhar uma união a qual faço tanto gosto.

– Que eu me lembre foi você quem passou este mês inteiro tentando arruinar o meu casamento. Até acordo pré-nupcial você tentou convencer Cristiano a fazer, mas adivinhe só? Não deu certo. Nós iremos nos casar com comunhão total de bens, tudo o que ele tem também será meu! – provocou, sorrindo.

Enraivecida, Alexandra se levanta, apontando o dedo enquanto caminha até a inimiga.

– Não cante vitória antes do tempo, Dulce. Quero ver como vai à igreja sem vestido! Será que não vai se tocar nunca? O seu lugar não é aqui! Por mais que queira aparentar você nunca será como nós! Será para sempre uma ninguém, uma interesseira atrás do dinheiro alheio!

– Chega, Alexandra.– Dulce murmurou de dentes cerrados.

– O que foi? Não aguenta a verdade? Escuta bem, Dulce: mesmo que esse casamento aconteça, um dia Cristiano irá se cansar do seu corpo, pois é só o que você tem para oferecer, e então você voltará para aquele pulgueiro, da onde você nunca devia ter saído! Sua ordiná...– de supetão, ela é silenciada por um tapa certeiro no rosto, fazendo a sua cabeça pender para trás.

– Eu mandei calar a boca! – Dulce vociferou, empinando ainda mais o nariz. – Mesmo sendo uma ninguém, como você diz, sou eu quem estou por cima. Eu sou uma ameaça para você e não o contrário.

– Por cima do que? – debochou, segurando a bochecha dolorida. – Você vai se arrepender por esse tapa, infeliz. Eu posso te destruir se eu quiser e sabe por que ainda não fiz? Pelo o meu filho. Antes do meu ódio por você, vem o meu amor de mãe e eu sinto que Cristiano...sinto que ele gosta de você. Eu não quero o desprezo do meu filho e é por isso, só por isso, que eu não acabo com a sua vida. Acha que eu tenho medo de você? Eu sinto nojo. Você não é nada, não sabe nada sobre mim, não tem nada contra mim.

Voltando para trás, a mente de Dulce viajou até uma conversa de Christopher e Cristiano que ela escutara pelos corredores do hotel.

"– Já que vc não quer contar a ninguém o que está acontecendo, pode pelo menos voltar a ser o mesmo com a Annie? Porra, Ucker, a garota está sofrendo por você. Voce é como um herói para ela desde pequena e agora a rejeita como se não fosse nada. Já não basta toda a merda que escondemos dela? Você quer esconder ainda mais coisas? – Cristiano disparou.

– Eu amo a Annie, ela é como um tesouro para mim. Eu a vi crescer, é a minha irmãzinha, como acha que eu posso despreza-la? O que se passa comigo é problema absolutamente meu. Eu já disse para não se preocuparem. – houve uma pausa, seguida de um suspiro irritado. – E não venha me jogar a responsabilidade por esse segredo sujo que você e a mamãe escondem dela! Por mim ela saberia desde o início!

– Contar tudo acabaria com ela e você sabe!"

– É aí que você se engana, naja. Eu sei sobre Annie. – diz em um impulso, deliciando-se com a expressão mortificada de Alexandra.

– Você não sabe de nada! – balbuciou, seu peito descendo e subindo freneticamente por conta da respiração irregular.

– Ah, sei. E se eu fosse você não pagaria para ver. Eu não tenho problema nenhum em sair gritando esse segredo pela casa agora mesmo.

– Eu corto a sua língua, Dulce. Eu juro por Deus. – prometeu, seu coração quase saindo pela boca.

Aquilo intrigou Dulce ainda mais. O que seria tão importante para fazer Alexandra Uckermann ficar tão vulnerável? Toda aquela sua pose de antes sumira em segundos.

– Eu não queria ter que chegar a esse extremo, Alexandra, mas você me obrigou. – fez bico. – Mas olha só, para você ver que eu sou muito boazinha, eu vou fazer um acordo: devolva o meu vestido e minha boca será um túmulo. – disse simulando o gesto de fechar um zíper nos lábios.

– Ele está no meu quarto, escondido na porta falsa do closet. – revelou, engolindo o seu orgulho.

– Muito bem, boa menina! – piscou, saindo do cômodo.

*Putain = Maldição.

Volto quando tiver comentários, bjss