Fanfic: La Descarada – Vondy | Tema: Vondy

Dulce entrou na suíte batendo a porta, seu corpo em chamas pela raiva. Tirou sua saída de praia, livrou-se do biquini e enrolou uma toalha ao redor do corpo.

Estava em seus últimos dias de lua de mel com Cristiano, os dois haviam passado o último mês viajando pela Europa. Passaram por lugares incríveis e agora se despediam da viagem em um hotel resort na Itália.

Cristiano entrou cego pela raiva, fazendo Dulce pular de susto. Os nós de seus dedos estavam machucados e um feixe de sangue escorria de seu supercílio cortado. 

– Satisfeito, Cristiano? Agora todos no resort sabem o quão lunático você é! – ela esbravejou.

– Aquele cara estava tocando em você, porra! Acha que eu não vi o jeito como se olhavam? O que foi? Não gostou da surra que eu dei no seu amante!?

– Amante? – debochou. – Realmente não me conhece. Eu sou muito mais esperta do que isso, se eu quisesse te colocar chifres você jamais descobriria! – tentou seguir para o banheiro, mas Cristiano a agarrou pelo braço, encurralando-a na parede.

– Eu sou seu marido e exijo que me respeite! Você é minha! Acabo com você se me trair, entendeu? – gritou em seu rosto.

Dulce ofegou, surpresa por sua atitude violenta.
Tinha aprendido a lidar com os ciúmes bobos de Cristiano, mas com o casamento aquilo só piorou. Ele não conseguia lidar com o fato da esposa chamar atenção por sua juventude e beleza, tinha medo de perdê-la e se tornava irracional diante de qualquer um que considerasse uma ameaça.
O homem extrovertido e relaxado que Dulce conhecera estava dando lugar à um paranóico e possessivo.

– Você está machucando o meu braço, Cristiano. – ela murmurou entredentes.

Voltando a si, ele liberou a esposa de seu aperto excessivo.

– Porra, Dul, você sabe que eu perco a cabeça quanto se trata de você! Caralho, eu não quero mais te ver perto daquele cara! Nunca mais!

– Confie em mim, eu nunca o trairia. Sou louca por você.

Cristiano suspirou, puxando-a para o seu peito.

– Me desculpe por gritar. Em dois dias nós iremos para a nossa casa e toda essa merda ficará para trás.

Dulce assentiu, revirando os olhos enquanto ele distribuía beijos no topo de sua cabeça.

[...]

– Ucker, ele chegou. – Alfonso anunciou, entrando no escritório do amigo com uma carranca.

Marcus Altamirano vinha logo atrás dele, acompanhado de sua assistente particular.

Um pouco mais velho que Christopher, Marcus era um empresário bem sucedido em Nova Iorque. Dono de um cassino de luxo, ele se tornou amigo íntimo de Vitor Uckermann em seus últimos anos de vida. Frio e calculista como era, Marcus não hesitou em armar para o amigo e chantagea-lo para ser incluído em seu testamento.

– Uckermann. – cumprimentou, sentando-se à frente do mesmo.

– Marcus. – Christopher frisou seu nome com desprezo. – Cansou se fugir como um rato assustado?

– Fugir? – sorriu como um tubarão. – Do que? Que eu saiba não existem provas contra mim.

– Você é mesmo um filho da puta cara de pau! – Alfonso cuspiu.

– Está vendo, querida? Pode anotar as atrocidades que esse indivíduo está dizendo para mim. – disse à sua assistente, rindo. – Não vamos transformar esta sala em um ringue, cavalheiros. Acalmem os ânimos, por favor. Eu vim até aqui para fazermos um acordo.

– Não tem acordo nenhum, porra. Eu quero os 10% das ações dos hotéis ou então te mando para a cadeia! – Christopher rosnou, batendo o punho sobre a mesa.

– É mesmo, Uckermann? E com que provas? – arqueou a sobrancelha. – Você se esquece de que eu sou tão poderoso quanto você. Sou empresário, tenho dinheiro, todos pensam que eu herdei essas ações por mera casualidade, porque o seu pai tinha muito apresso por mim. Aos olhos de qualquer um as suas acusações serão infindáveis.

– Empresário poderoso? – debochou. – Se refere ao cassino que você tem? Aquele antro de prostituição e drogas? Faça-me rir, caralho. Você sabe tanto quanto eu que só tem dinheiro porque desvia os lucros do hotel de Nova Iorque, o seu cassino se transformou em um lugar de quinta categoria!

– Pode até ser, mas ainda tenho influência. Isso você não pode negar. – deu de ombros, despreocupado. – Eu já disse que não vim até aqui para lavar roupa suja. Quero negociar. Onde está o seu irmão? Estou surpreso que aquele moleque também não esteja aqui para me insultar.

– Cristiano está em lua de mel. – respondeu em um rosnado, furioso por lembrar-se de Dulce. Mais um de seus problemas. – Foda-se, isso não vem ao caso, eu já...

– Seu irmão é um fraco, Uckermann. – interrompeu, negando com a cabeça ao tirar uma cartela de cigarros do paletó. – E você sabe disso, só não admite. Ele não nasceu para os negócios. Foi um erro do Vitor deixar parte dos hotéis para ele, você merecia ficar com tudo. Apesar de detestá-lo, e saber que o sentimento é mútuo, tenho que reconhecer que você é imbatível comandando isto aqui.

– Não me interesso por sua opinião sobre Cristiano. – grunhiu, seu olhar duro. – A única coisa que eu quero são as ações. Diga de uma vez o que você quer por elas!

– Nada. – decretou, empurrando o cigarro na direção de sua assistente que rapidamente o acendeu com um isqueiro. – Essas ações são a minha garantia, eu sou o dono delas e não vou entregá-las. Pode ameaçar de me colocar na cadeia o quanto quiser, eu sei que isso será impossível sem provas, ainda mais se tratando de alguém da minha posição.

– Desgraçado! Se não entregar por bem, vai ser por mal! Um tiro no meio da sua cara vai resolver tudo! – Alfonso se exaltou mais uma vez, tentando avançar contra Marcus e sendo impedido por Christopher.

Marcus riu, jogando a fumaça para cima.

– Se me matar, será pior. Eu já fiz o meu testamento e com a minha morte, essas ações irão direto para o mercado negro. Pensa como isso vai prejudicar os negócios da família, Christopher. Você trabalhou tão duro para terminar na miséria?

– O que você quer? – indagou, possesso, as narinas dilatadas. Odiava não estar no controle da situação.

– Quero trabalhar com você. Vou me mudar para o México e juntos nós podemos fazer essa rede de hotéis muito maior! Pensei bem e desviando os lucros eu estou prejudicando o hotel de Nova Iorque e aqui com você e seus irmãos, não precisarei mais disso. Quero os mesmos privilégios financeiros de vocês.

– Ficou louco, porra? Isso nunca! – levantou-se.

– É isso ou o mercado negro. Se eu afundar, levo todos comigo.

– Você não vai me chantagear como fez com o meu pai! – vociferou, erguendo-o da cadeira pelo colarinho. A funcionária de Marcus soltou um grito, assustada pela cena.

– Me solte! – o empurrou, alisando o terno amassado. – Não precisa responder agora, vou deixar você pensar. Na segunda-feira eu volto. – piscou, caminhando para a porta como se já fosse o vencedor enquanto sua assistente o seguia como um cão assustado.

O que vocês acharam? Onde será que esses ciúmes do Cristiano vai dar? E o Marcus? Gostaram? Kkk esse vai dar trabalho.

Volto quando tiver comentários, beijos