Fanfic: La Descarada – Vondy | Tema: Vondy

– Finalmente! – Dulce exclamou, se ajeitando sob os travesseiros para receber a enorme bandeja de café da manhã que uma de suas empregadas trouxera. – Agora vá preparar o meu banho, vou querer usar a banheira.

– Sim, senhora. – a mulher assentiu, caminhando para o banheiro do outro lado da suíte.

– Que inveja! Queria eu levar essa vida de rainha morando nesse palácio! Que aliás, preciso conhecer. – Maite resmungou do outro lado da linha.

– Você sabe que pode vir aqui quando quiser, cachorra. Podemos ficar o dia inteiro na piscina e depois ir ao shopping gastar o dinheiro do Cristiano. – riu, mordendo um pedaço de torrada.

– Você não vale nada! – gargalhou.

– Ai, ter dinheiro é muito melhor do que eu imaginava! – suspirou deslumbrada. – Finalmente eu estou aonde mereço estar.

– Só a sua tia não enxerga isso.

– E falando nela, tem notícias? Acredita que Cristiano mandou que a buscassem antes de sairmos para a lua de mel e ela se recusou a vir morar com a gente?!

– E o que você esperava? Que ela fosse correndo? Você sabe como a Cassandra é orgulhosa, ela nunca vai esquecer a história do Christopher e nem que você se casou por interesse. Não sei nem como foi ao casamento.

– Esse moralismo todo me irrita. – grunhiu. – Mas mesmo assim, ela é a minha tia, me criou, não posso deixá-la na sarjeta. Merda, ela sequer trabalha! Como vai sobreviver?

– Eu falei com ela na semana passada, me disse que anda fazendo uns bicos de doméstica com a vizinha e que prefere morrer ao viver na vida boa que você conseguiu de forma suja. Palavras dela, Dulcete.

Dulce revirou os olhos, afastando a sua bandeja.

– Vou falar com Cristiano, ver se consigo ajudá-la sem que ela saiba. Velha teimosa.

– A teimosia deve ser de família. – bufou. – E o seu maridinho? Onde está?

– Foi cedo para o hotel e tomara que fique o dia inteiro por lá! – bufou puxando as alças de sua camisola até qu caísse no chão. Prendeu os cabelos e caminhou nua até o banheiro onde o seu banho já estava pronto. – Ele saiu todo nervosinho e pelo o que eu entendi, até a naja vai para lá. A coisa deve ser séria.

– Alexandra?

– A própria. – respondeu afundando na água morna ao mesmo tempo em que enxotava a empregada com um gesto de mão.

– Falando nela, já descobriu o tal segredo?

– Nada. Procurei nas coisas de Cristiano que nem uma louca e não achei nem uma pista do que possa ser.

– Você tem que descobrir! Já pensou se a Alexandra se toca que você não sabe de nada?

– Sei que tem a ver com Anahí.

– Isso não é bastante. Acha que ela aceitará ficar na sua mão assim tão fácil? Deve estar é planejando um jeito de virar o jogo e acabar com você. – alertou.

– Eu sei e também pensei que se a família toda vai se reunir no hotel hoje só pode ser por conta desse segredo.

– Você tem que ir lá!

– Eu ainda não estou pronta, Maite. Você sabe que eu não quero encontrá-lo. – murmurou.

– Christopher? Por favor, Dulce! Eu não entendo você. Diz não que não o ama, mas fica fugindo como...

– Não estou fugindo! – interrompeu. – Realmente você não entende, Maite. Existe alguma coisa extremamente forte entre Christopher e eu...algo que eu não consigo resistir. Que eu não quero sentir.

– Escuta, Dul...

– Não, Mai. Eu ainda não quero falar sobre isso com ninguém. Mas você tem razão, eu preciso encarar. Não posso evita-lo para sempre.

– Para te deixar arriada desse jeito a transa tem que ser no mínimo boa!

– Boa? Eu descreveria como intensa, louca, sensacional! – suspirou, sentindo saudade de Christopher.

– Eu não esperaria menos de um homem daquele. Jesus! Ui, subiu até um calor!

– Cala a boca. – riu. – Vou desligar, tenho que me arrumar para ir até o hotel. Depois te conto tudo.

[...]

– Dul! – o grito de Anahí ecoou no corredor. A loira correu para abraçar a amiga assim que as portas do elevador se abriram. – Que surpresa! Não espera ver você aqui de novo tão cedo! Quase morri quando recebi a sua mensagem avisando que estava subindo.

– Vim ver você, Annie. – respondeu, sorrindo ao se separar do abraço. – Você sabe, eu fiquei um mês fora, quero saber das novidades.

– Ah, tudo continua igual. Exceto por hoje.

– Por que?

– Marcus está aqui. – rosnou com raiva. – Eu já te contei sobre o que ele anda fazendo com a gente.

– Sim, eu me lembro. Alguma coisa sobre Nova Iorque.

– Isso mesmo. Acontece que faz mais de uma hora que todos estão enfurnados no escritório de Christopher e não quiseram de jeito nenhum me deixar participar da conversa. Que raiva! Eu também sou a herdeira disso aqui, tenho o direito de saber o que está acontecendo! Até o cretino do Poncho pôde ficar!

Dulce franziu o cenho, ainda mais intrigada. Mordendo os lábios, ela concluiu que o tal Marcus com certeza estava envolvido no segredo. Mas como? E por que?

– Dul! Escutou o que eu disse? – a voz de Anahí lhe tirou do transe.

– Sim, Annie. Por favor, não se preocupe, os seus irmãos vão saber lidar com o Marcus. Acho que eles só não querem que você se preocupe.

– É, pode ser.– deu de ombros, fazendo bico.

– E o Alfonso? Aconteceu alguma coisa? Você o chamou de cretino. – mudou de assunto.

– Ai, Dul, essa cara é um idiota! – praguejou entre dentes. – Além de ele ter mudado comigo do nada, me tratou como se eu fosse uma merda na festa do seu casamento. Eu tentei me aproximar, chamei ele para dançar comigo e ele foi um grosso! Me disse para procurar algum otário da minha laia e que ele não iria mais ser o meu brinquedinho. Dá para acreditar? Eu não entendi nada! Mandei ele para o inferno e desde então não estamos nos falando. – cruzou os braços sem conseguir esconder a sua mágoa.

Dulce reprimiu o riso, achando graça pois Alfonso havia realmente acreditado no que ela dissera sobre Anahí.

– Mas você ainda gosta dele?

Anahí olhou para os lados, receosa de que alguém pudesse escutar.

– Depois nós conversamos sobre isso, Dul. Eu não quero correr o risco de alguém ouvir e ir correndo contar para ele. Além do mais, eu quero te apresentar uma pessoa! – sorriu, puxando-a até a sua sala.

Antes que elas pudessem entrar, a porta se abriu, revelando uma mulher lindíssima. Os seus cabelos cacheados eram ainda mais loiros que os de Anahí e iam até a altura dos ombros em um corte estiloso. Bem vestida, ela era alta e tinha os olhos verdes puxados como os de um gato.

– Dul, essa é a Bethany, ela foi contratada para ficar no seu lugar. Você sabe como eu sou um desastre cuidando das coisas sozinha. – riu, puxando a outra mulher pelos ombros. – Beth, essa é a minha cunhada e melhor amiga, Dulce.

– Então você é a esposa de Christopher? Digo, o senhor Uckermann. – Bethany indagou, tentando soar casual, mas não passou despercebido para Dulce o desapontamento em sua voz. E ela não gostou nada daquilo.

– Não, a esposa de Christopher se chama Catarina e está grávida, lembra? Eu te contei. A Dul se casou com o Cristiano faz pouco tempo.

– Oh, sim, é verdade. Me desculpe Dulce, é que eu ainda não pude conhecer a Catarina pessoalmente. É um prazer. – ela sorriu, agora sem o olhar frustado de antes, estendendo a mão.

Dulce ergueu uma sobrancelha, desconfiada, se aproximando para cumprimentá-la.

– Imagina. O prazer é meu. – forçou um sorriso de boca fechada, agradecendo por ter escolhido usar saltos ou então se sentiria um gnomo perto de Anahí e Bethany juntas.