Fanfic: La Descarada – Vondy | Tema: Vondy

Horas depois, Dulce descia até o saguão irritada. Sua ida até ali havia sido completamente inútil já que ficara presa nas conversas de Anahí e Bethany, tendo que contar todos os detalhes de sua maravilhosa lua de mel. Quando Bethany foi chamada para algo urgente, Anahí voltou a desabafar sobre Alfonso e seu coração partido, tomando mais uma hora do tempo de Dulce, que teve que fingir interesse em suas lamúrias.

No momento em que ela pôde, finalmente, ir até o escritório onde todos estavam, afim de desvendar de vez o segredo de Anahí, o encontrou vazio. Bufou, estressada, não vendo outra alternativa se não ir embora. Pelo menos não tivera que encarar Christopher.

Ela retocava o batom quando o elevador parou no décimo andar, abrindo passagem para um homem e uma mulher que anotava em uma espécie de caderninho ao seu lado.
Dulce encontrou os olhos devoradores do homem sobre ela através do espelho. Guardando o batom, ela o encarou de volta. Ele era alto, magro e apesar de mais velho, era bonito. Seus cabelos grisalhos lhe davam um charme especial, combinando de um jeito sombrio com seus vívidos olhos azuis.

– Será que eu sou digno de saber o quarto em que uma deusa como você está hospedada? – Dulce revirou os olhos, disposta a ignorar aquela cantada ridícula. – Vamos, eu mereço pelo menos um nome. – insistiu, achando graça. – Sou Marcus Altamirano, senhorita muda.

Surpresa, Dulce se virou pela primeira vez para ele, suas sobrancelhas levantadas.

– Então é você, o famoso canalha, que rouba a família do meu marido há anos? – riu, fitando-o de cima à baixo com ironia.

O sorriso safado de Marcus desapareceu, dando lugar a curiosidade.

– Então você é...

– Sim, Dulce Uckermann. – interrompeu, se apresentando, seu queixo erguido. – Bem que Cristiano me disse que você estaria aqui.

– Eu...– Marcus foi interrompido outra vez, agora pelo elevador que fez um barulho, anunciando sua chegada ao saguão.

– Bom, eu vou indo e não vou mentir dizendo que foi um prazer, Marcus. Se cuida. – piscou, dando um tchauzinho antes de sair do elevador.

Marcus observou, estático, enquanto ela caminhava pelo saguão. Seus quadris se moviam deliciosamente à cada passo naqueles saltos que repicavam sob o chão, e quando ela desapareceu completamente de suas vistas, ele se pegou sorrindo.

Atrevida.

Ele havia adorado o modo como ela não dera a mínima para ele, como se não se importasse nem um pouco com quem ele era. Geralmente as mulheres se jogavam aos seus pés, competindo para fazer companhia à ele e desfrutar das vantagens de ser amante de um homem rico.

Mas Dulce, não. Além de linda, tinha conseguido enfeitiça-lo com a sua personalidade e aquele olhar zombeteiro que tornava difícil a tarefa de distinguir se ela estava falando sério ou brincando.
Como ela fora se transformar na esposa de Cristiano? Ele não fazia ideia. Aquele moleque não devia saber nem o que fazer com uma mulher daquela. Um desperdício, ele constatou.

Percebendo que estava parado como um idiota, Marcus limpou a garganta, laçando um olhar cruel para a sua assistente que o encarava como se o mesmo estivesse louco.

– Descubra tudo o que puder sobre esta mulher, entendeu?

– Mas, senhor, ela é casada com...

– Eu não te perguntei, senhorita Monteiro. – cortou. – Faça o que eu mando se não quiser virar uma desempregada.

– Sim, senhor. – revirou os olhos disfarçadamente.