Fanfic: La Descarada – Vondy | Tema: Vondy

– Onde está o Cristiano? – Christopher indagou ao encontrar o escritório do irmão vazio.

Dulce estava de braços cruzados ao lado das janelas panorâmicas, seu olhar raivoso concentrado na vista da cidade.
Christopher a analisou, sem poder evitar que aquela familiar onda de excitação o atingisse. Incrível como só Dulce era capaz de lhe causar aquilo.
Ela estava diferente, não se parecia em nada com a universitária simples que ele havia conhecido há alguns meses. O vestido preto, provavelmente de grife, e as jóias que ela usava lhe davam um ar de poder, realçando ainda mais a sua beleza.

– Tá transando com aquela vadia? – perguntou, seu tom ácido.

– Como é que é? – grunhiu, seu rosto endurecido.

– Perguntei se está transando com a Bethany! Ficou surdo?

Christopher coçou a barba, soltando uma risada curta, irônica.

– E se eu estiver?

– Não me provoque, Christopher. Você é mesmo um cara de pau, filho da puta! Enchia a boca para dizer que me amava, mas foi só eu ficar um tempo fora que você se enfiou embaixo da saia de outra! – gritou.

Praguejando, Christopher vai até a porta, verificando se há alguém no corredor, antes de fechá-la com força.

– Fale baixo, caralho! – grunhiu, caminhando furioso até ela. – Eu quero estrangular você! Está querendo o que com essa ceninha de ciúmes ridícula depois de me chutar para se casar com o meu irmão?!

– Eu não te chutei! Foi você quem escolheu ficar com a sua familiazinha! – esbravejou, fechando a mão em um punho e acertando o peito dele com toda a sua força.

– Pare! – segurou seu pulso, impedindo um novo golpe. – Foda-se de quem é a culpa! O que existia entre nós acabou! Aliás, nunca devia ter começado!

– Ah, é? Então mente, vai. Diz para mim que você não está morrendo para me tocar agora. – se aproximou, sussurrando em seu ouvido.

Christopher fechou os olhos, não querendo deixar a sua luxúria vencer a batalha.
Tudo o que ele mais desejava era joga-la naquela mesa e matar toda a saudade que o corroía, mas, porra, ele havia prometido para si mesmo que jamais voltaria a trair Cristiano, que depois do casamento não deixaria o desejo domina-lo outra vez.
Mas era só chegar perto dela, sentir o seu cheiro gostoso, o toque de suas mãos, aquele corpo cheio de curvas contra o seu, que todo o seu bom senso ia para o espaço. Dulce acabava com todo o seu juízo.

– Eu sinto sua falta. – ela continuou falando ao pé de seu ouvido, manhosa.

Rosnando, Christopher agarrou os cabelos de sua nuca, forçando-a a encara-lo.

– Porra, eu te odeio, Dulce. Te odeio e te amo ao mesmo tempo. Não sabe a vontade que eu estou de dar uma surra nessa sua bunda, por você ser tão teimosa, e depois fazer amor bem aqui nessa mesa.

Dulce sorriu, passando a língua lentamente pelo lábio inferior.

– Pois vai ficar só na vontade! Não vou te perdoar por ter ficado com aquela puta!

– Eu não tenho nada com a Bethany. – disse entredentes.

– Acha que eu sou burra? Eu vi os toques, as risadas...

Perdendo a paciência, ele a empurrou contra a janela, esmagando os seus corpos juntos antes de calar a sua boca petulante com um beijo.
Dulce gemeu, intensificando o contato, querendo tudo dele. As mãos de Christopher corriam sem controle por todo o seu corpo, acariciando, apertando firmemente a sua bunda.
Quebrando o beijo, ele a puxou pelos cabelos, forçando sua cabeça para trás, chupando o seu pescoço.

– Ai, Christopher...– arfou, seus dedos atrapalhados tentando retirar o cinto da calça dele.

– Você é uma tentação do caralho. – sussurrou, rouco, mordendo a pele nua de seu ombro.

– Preciso de você.

Dulce quase chorou de necessidade quando Christopher a largou de repente, assustado com o barulho da porta se abrindo.
Ela fez um som de protesto, pronta para dizer a ele que não era ninguém. Mas quando abriu os olhos, viu que ali na porta, os encarando de maneira perplexa, estava Alfonso.

– É sério, porra? Logo aqui, Christopher?! – rosnou, indignado. – Já pensou que se ao invés de mim fosse algum funcionário entrando? Ou pior, o Cristiano! Essa é a sala dele!

– Alfonso...– Christopher respirou fundo, passando as mãos no rosto.

– Eu não quero ouvir, cara. Você me prometeu que isso iria acabar se eles se casassem! Porra, Christopher, o seu irmão vale menos que essa...

– Hm, vai começar. Essa o que? Anda, fala! Piranha, vagabunda, interesseira, qual você iria dizer? – riu, arrumando o vestido. – Sabe o que o universo faz com o seu ódio por mim, Alfonso? Transforma em mais dinheiro na minha conta! Agora, dá licença, não tenho tempo para ficar ouvindo sermão. – recolheu sua bolsa em cima da mesa, se aproximando de Christopher e mordendo de leve o seu lábio. – Depois terminamos a nossa conversinha, amor, e sem esquecer de trancar a porta. – sorriu, piscando para Alfonso antes de sair.

– Ucker...

– Alfonso, eu tenho consciência de tudo o que você vai me dizer. Eu sei que eu sou um maldito, que não consigo segurar o meu pau dentro das calças, eu sei. Mas não é só por causa do sexo, eu já te falei. – negou com a cabeça, odiando a si mesmo.

– Eu não aguento ver você destruindo a sua vida por causa dela. Como pode haver amor entre vocês? Viu o que ela disse? Para ela só importa o dinheiro, Christopher.

– A Dulce ainda é muito nova, Alfonso, não pode culpa-la por estar deslumbrada com o dinheiro do Cristiano, agora que são casados.

– Não adianta! Você não quer enxergar! Está cego por aquele rostinho bonito. Mas eu vou te dizer uma coisa, Ucker: se você quer ignorar o bom senso e continuar pegando a Dulce, faz essa merda fora daqui! Eu não quero que isso termine em morte!

– Não vai mais acontecer. – murmurou, tentando convencer a si mesmo, sem conseguir encarar o amigo.

– Cacete, parece até um viciado jurando que não vai mais cheirar! Faz o seguinte, Christopher, vai para casa. Põe a cabeça no lugar e pensa se realmente vale a pena acabar com tudo por causa dela! Porra, pensa no seu filho que vai chegar!

– De jeito nenhum, eu tenho muito trabalho para fazer e...

– Olha o seu estado cara, vai para casa. Você não irá conseguir fazer nada hoje.

– Tem razão. – se deu por vencido.

– Enquanto isso eu vou verificar se alguém da segurança viu vocês pelas câmeras.

Christopher arregalou os olhos, não havia pensando naquela possibilidade.

– Merda! Seja quem for que tenha visto demita e pague bem para que mantenha a boca fechada. – rugiu, furioso por perder a cabeça.

Alfonso não disse mais nada, apenas lançou um último olhar cortante para o amigo antes de sair.