Fanfic: La Descarada – Vondy | Tema: Vondy

Alfonso andava apressado pelo salão, seus olhos em todos os lugares a procura de Anahí.
Engoliu em seco assim que a viu. Ela conversava com um grupo de pessoas, gesticulando e rindo daquele seu jeito único e adorável.

Alfonso esbarrou em algumas pessoas em seu caminho até ela, mas não se importou. Segurou-a pelo braço e a obrigou a se afastar do grupo que a rodeava.

Anahí franziu o cenho, a alegria em seus olhos sendo substituída pela raiva ao encará-lo.

– Annie...

– Alfonso, o que foi? Aconteceu alguma coisa? – indagou, tentando não demostrar a surpresa que sentiu ao ser chamada pelo apelido.

Ele não a chamava assim há tanto tempo.

– Precisamos conversar. – murmurou, olhando de um jeito profundo para os seus dedos entrelaçados.

– Eu estou ocupada. – rejeitou, ríspida, desfazendo o contato de suas mãos. – Conversar comigo? Que brincadeira é essa? Olha, se isso for alguma das suas maneiras doentias de me tratar mal, pode voltar de onde veio. Eu não vou deixar você estragar a minha noite!

– Não é nada disso! Por favor, só me escuta, Annie. Cinco minutos. – implorou, fitando-a de maneira dolorosa. – Por favor.

Anahí suspirou, desamarrando a cara. Que poder era esse que Alfonso Herrera tinha sobre ela?

– Dois minutos. – silibou, caminhando para fora do salão.

Alfonso respirou aliviado, seguindo logo atrás.

Anahí se encostou na parede lateral do saguão, cruzando os braços de maneira defensiva. Não sabia aonde estava com a cabeça para aceitar aquela conversa depois de tudo o que ele havia feito. Devia estar louca.
No primeiro momento, nenhuma palavra foi dita. Ambos ficaram apenas se encarando. Anahí foi a primeira a desviar o olhar, não querendo ser influenciada por seus sentimentos por ele.

– É verdade que você gosta de mim? – perguntou, afinal.

Sentia-se um adolescente tentando conquistar a primeira namorada.

Anahí enrijeceu, sentindo o chão sumir sob seus pés.

– O que? De onde tirou isso? – gaguejou. – Eu já disse que não tenho tempo para as suas brincadeiras, dá licença.

Alfonso agarrou um de seus braços, não deixando-a escapar.

– Será que você pode parar de agir como uma menina mimada por um minuto e me escutar? – grunhiu. – Annie, me perdoa. Aquelas coisas que eu disse...não são o que eu sinto de verdade, eu fiz para te machucar. Mas eu fui enganado!

– Enganado? Coitadinho! – o empurrou. – Não vou cair nesse papo, Poncho. Qual é a sua? Eu te conheço desde criança, você me viu crescer. Eu achei que nós éramos amigos. Mas do dia para noite você passou a me tratar como...como se eu fosse qualquer uma. Como se eu não fosse nada!

– Eu sei, mas...

– Cala a boca! – interrompeu, dura. – Agora é a minha vez de falar. Você quis me machucar? Conseguiu. Não venha se fazer de vítima!

– Mas eu sou uma vítima! Foi aquela demônia, a Dulce enganou nós dois!

– Dulce? O que a Dul tem a ver com isso?

– Você não conhece aquela mulher, Annie. Não de verdade. Ela é uma víbora disfarçada de boa moça! – rugiu, sentindo a raiva esquentar o seu sangue. – Ela me disse que você havia dito umas coisas do caralho sobre mim e eu acreditei! Fui burro, eu sei. Mas eu guardo esse sentimento por você há tanto tempo e quando ela me disse aquelas coisas eu me senti um idiota. Quis fazer você sofrer também. Mas hoje ela...

Sem pensar, Anahí o acertou com uma joelhada no meio das pernas usando toda a sua força. Alfonso caiu de joelhos com as mãos nas calças, gemendo de dor.

– Nunca mais fale da Dul assim, seu canalha. – cuspiu, decepcionada. – Eu não sei o que você pretende inventando essas coisas, mas não funcionou. Me deixa em paz ou eu juro que vou falar com o Christopher.

– Anahí! – gritou entre a dor, vendo-a voltar para o salão.