Fanfic: La Descarada – Vondy | Tema: Vondy

– Dul! – Anahí saudou, contente, atendendo a chamada da amiga no terceiro toque.

– Oi, Annie. Está no hotel?

– Sim, você sabe, o trabalho não para. Mas se você quiser passar aqui eu vou amar. Tenho tanta coisa para te contar!

– Não, na verdade, eu estou em um restaurante um pouco longe daí. – deu de ombros, fazendo círculos na taça vazia com o indicador.
Marcus havia partido há pouco tempo.

– Almoçou com o Cristiano? Agora entendi o porquê dele ter saído tão cedo.

– Cristiano foi embora cedo? – empalideceu, rosnando baixinho, torcendo para que o marido não tivesse ido para casa.

– Ué, sim, vocês...

– Tudo bem, escuta, Annie, eu liguei para saber de Christopher. Ele está aí ou também saiu? – interrompeu, fazendo um sinal para pedir a conta.

– Christopher? – indagou, confusa.

– Sim, é...– pigarreou. – Eu estive pensando esses dias e me lembrei da dívida que tenho com ele. Você sabe, ele me salvou de ficar sem o meu diploma, quitou as minhas dívidas da faculdade. Quero pagar.

– Por favor, Dul, que bobagem! – riu. – Christopher fez isso de coração, ele nunca irá aceitar que você devolva nada. Esqueça isso.

– Não, Annie, eu faço questão. Ele não tinha nenhuma obrigação comigo, imagina.

– Bom, eu estou te avisando que será inútil mas já que faz tanta questão terá que esperar que ele volte de viagem.

– Viagem?

– Sim, ele saiu quase agora. – suspirou. – Passou aqui na minha sala para se despedir. O meu irmão anda tão estranho, Dul. Antes Christopher jamais largaria os deveres aqui no hotel para passar uns dias em Paris. Eu só queria poder ajudá-lo, sei que está com problemas. Eu sinto.

– Paris, é? – sorriu de canto. – Ah, deixe de se preocupar à toa, Annie. O cara vai ser pai em breve, pode estar com medo.

– Ai, Dul, não acho que seja isso. Esse comportamento vem muito antes do bebê, até a relação dele com Cristiano mudou. Os dois mal se falam. – lamentou. – Cristiano desistiu de tentar entendê-lo e largou de mão.

– Eu falo com o Cristiano, amiga. Sei o quanto isso é importante para você. – rolou os olhos, saindo do restaurante após efetuar o pagamento. Seu motorista lhe aguardava na entrada.

– Você é a melhor!

[...]

– Ângela! – Dulce berrou, retirando e jogando longe os saltos altos que usava.

A mulher um pouco mais velha, devidamente uniformizada, apareceu correndo no hall do casarão para atender o chamado da patroa.

– Chamou, senhora?

– Sim, vá preparar o meu banho, daquele jeito que eu gosto. Os meus pés estão me matando. – queixou-se, andando até a escadaria que dava acesso ao segundo andar. – E peça a alguém para me servir um chá. Estarei esperando no meu quarto.

– Desculpe, senhora, mas o senhor Uckermann chegou cedo e ordenou que assim que a senhora chegasse fosse até a sala de visitas.

Dulce cerrou os dentes, descendo novamente os poucos degraus que havia subido.

– Tá, tudo bem, pode voltar para cozinha. Se precisar eu te chamo.

Em passos lentos, Dulce entrou na sala de visitas. Cristiano estava sentado no imenso sofá de couro, seus cotovelos apoiados nas coxas e as mãos sobre a cabeça. No chão, ao seu lado, um buquê de lírios fortemente amassado descansava.

– Onde você estava? – levantou a cabeça, seus olhos expelindo faíscas.

– Fui visitar minha tia. – respondeu devagar, parada no mesmo lugar.

– Mentira! – esbravejou, levantando-se. – Eu liguei para o motorista, ele me disse que levou você a um restaurante! Com quem você estava?! E por que não me avisou que iria sair?!

– Eu não sou sua prisioneira, Cristiano.

Fechando os olhos, Cristiano esfregou as têmporas, em busca de calma. Dulce lhe arrancava toda a racionalidade.

– Está vendo aquilo ali?! – apontou para as flores no chão. – Eu comprei para você. Sai mais cedo do hotel para te levar para almoçar e quando chego você não está, sumiu. E quando volta, mente para mim. Só vou perguntar mais uma vez, Dulce: com quem você estava?

– Eu já disse, estava com a minha tia. Se não acredita, o problema é seu. – rosnou, andando para trás na medida em que ele se aproximava.

Encostada na parede, Dulce foi encurralada facilmente por ele. Raivosa, ela virou o rosto, evitando encará-lo.
As mãos de Cristiano agarraram firmemente os dois lados de sua cabeça e sua boca ficou a milímetros de distância da dela.

– Não mostre as garras para mim. Não agora. – disse ainda sério, porém com o tom de voz mais contido. – Você é tão linda...porra, eu poderia te olhar o dia todo.

– Cristiano...– murmurou, querendo escapar de seu aperto possessivo, de seu olhar doentio.

– Diga que me ama. Diga! – exigiu.

– Eu te amo. Agora me solta.

– Eu vou acreditar em você dessa vez, Dul. Você seria incapaz de me trair, não é? – afrouxou o seu aperto, descendo uma mão para acariciar a bochecha da mulher, contornando o desenho de seus lábios com os dedos.

– Precisa confiar em mim. Eu não faria isso.

– Eu confio em você, só não confio nos outros. Não vou deixar que me deixe nunca. Você é minha. – grunhiu, atacando-a com um beijo violento.

Arfando, Dulce fechou os olhos quando foi jogada sobre o sofá e, sem poder evitar, imaginou o rosto de Christopher quando o corpo cheio de desejo de Cristiano se uniu ao seu.