Fanfic: La Descarada – Vondy | Tema: Vondy

Sentindo uma fisgada na cabeça, Christopher despertou resmungando, coçando os olhos para se acostumar com a claridade que invadia o quarto.

– Puta que pariu. – murmurou ao notar o cabelo sedoso de Dulce espalhado pelo travesseiro no outro lado da cama.

Não havia sido um sonho. A noite ardente regada à sexo que ele tivera com ela foi real.
Esfregando o rosto, Christopher se levantou, pegando e vestindo a sua cueca jogada no chão.
Olhou para Dulce deitada de bruços na cama e gemeu, sentindo a sua ereção se formar com a visão. O lençol branco de seda cobria apenas a sua bunda, deixando que as suas costas e pernas bronzeadas ficassem à mostra. Ela era o pecado em forma de mulher.

Aproximando-se, ele franziu a testa para as variadas manchas espalhadas pelo corpo dela. Manchas estas que haviam passado despercebidas por ele na noite anterior. Algumas estavam claras, quase sumindo, enquanto outras ainda continuavam bem evidentes.

O que diabos havia acontecido com ela?

Vendo que Dulce começava a se remexer, Christopher ajeitou a postura, sem desviar os olhos dela.
A primeira coisa que ela pôde visualizar ao abrir os olhos, foi um Christopher seminu completamente sério à sua frente. Sorriu, satisfeita, lembrando-se da noite anterior.

– Bom dia. – murmurou, rouca, sentando-se para se espriguiçar.

Christopher desviou o olhar de seus seios, obrigando-se a encontrar sua calça pelo quarto.

– O que são essas coisas no seu corpo? – questionou.

Dulce suspirou, dando uma olhada em si mesma. A maquiagem havia saído. De qualquer modo, ela não deixaria a oportunidade passar, usaria aquela situação ao seu favor.

– Eu cai. – simulou, abaixando o olhar.

– Não sou nenhum idiota para acreditar nisso, Dulce. Em que confusão você está metida? Cristiano já viu isso?

– Como não teria visto se foi ele mesmo quem me causou isso? Foi o Cristiano, Ucker. Essa é a verdade.

– O que? – rosnou, sem acreditar. Cristiano nunca tocaria em uma mulher.

– Me dá muita vergonha dizer, mas foi ele. O ciúme dele está insuportável, sem freios! – desabafou. – Está diferente, violento e paranóico. Me deixou assim só porque eu sai sem avisar. Como se eu precisasse avisar de cada passo que dou!

Praguejando, Christopher balançou a cabeça. Aquilo não era possível. Ele conhecia Cristiano, o seu irmão não era aquele tipo de homem.

– Essa é uma acusação muito grave. Tem certeza disso? – indagou, travando o maxilar.

– Acha que eu mentiria sobre uma coisa tão horrorosa, Ucker? Eu não tenho porque inventar! – afirmou, ofendida.

– Tenho minhas dúvidas, Dulce. A verdade é que eu não sei mais quem você é. Se é verdade que não inventa coisas então porque disse à Alfonso aquelas mentiras sobre Anahí?

Atônita, Dulce engoliu em seco, trazendo o lençol para cobrir o seu corpo sentado. Era claro que o linguarudo do Alfonso daria com a língua nos dentes.
A expressão de Christopher não suavizou nenhum pouco enquanto aguardava uma resposta, sua postura rígida lhe deixava temível.

– Aquilo foi uma brincadeira, Christopher. – balançou a cabeça, rindo. – O Alfonso quem levou à sério. Que culpa tenho eu?

– Uma brincadeira? Não seja dissimulada, porra. Essa sua brincadeira custou à felicidade da Annie, aquela que você diz ser sua melhor amiga!

Rolando os olhos, Dulce se levantou, caminhando para pegar o seu robe.

– Ok, vamos jogar limpo então. A verdade é que eu não queria que a Anahí soubesse que o Alfonso sentia o mesmo que ela e vice versa. E do jeito que as coisas estavam caminhando, logo os dois iriam se dar conta. – explicou, dando de ombros.

– E por que não deixou o destino agir? Por que não queria que os dois soubessem? Gosta do Alfonso, por acaso?

Dulce gargalhou, terminando de dar um nó em seu robe.

– Por favor, Ucker, não seja ridículo! Você é o único homem que eu quero, eu te amo.

– Não pense que vai conseguir me seduzir. Eu quero saber o porque disso! Não quer que a Annie seja feliz? Que tipo de amizade é essa?

Levantando as sobrancelhas, Dulce apertou os dentes na direção dele.

– E por que ela pode ser feliz e eu não? A Anahí sempre teve tudo! Dinheiro, uma família que beija o chão que ela pisa, felicidade. E eu? Se não fosse por esse casamento com o Cristiano ainda estaria naquela vida miserável. Simplesmente, na hora, não achei justo que ela também tivesse o homem que ama, por isso menti!

A cada palavra, a certeza de Christopher de que havia sido manipulado por uma face de Dulce que não existia aumentava. Naquele momento, ela estava mostrando quem realmente era.

– Agora sim está tudo muito claro. Você tem inveja da Annie, sempre teve. – acusou, seu olhar era frio sobre ela.

– Isso era antes. Agora eu também tenho tudo. Tudo, exceto você, Christopher. Será que não entende que fomos feitos um para o outro? Somos bons juntos.

– Bons? – riu, incrédulo. – Olha toda a podridão que nós dois juntos causamos! Somos resultado de uma traição! Como pode dizer que fazemos bem um para o outro se desde que eu te conheci não tive um minuto de paz?!

– E o que tudo isso importa? Nós temos amor! Amor, Christopher! Pare de pensar nos outros! Não pode negar o que sentimos quando estamos juntos e o que somos capazes de fazer na cama! Você sabe, você sente. – sussurrou a última parte, jogando os braços em volta do pescoço dele. Christopher grunhiu, afastando-a.

– Não, não vou negar. Eu te amo, sou louco por você. Mas do que adianta tanto amor se eu não sei mais quem você é? Ou melhor, agora sei. Acabei de descobrir o quão egoísta você é. Como acha que eu posso ficar com alguém assim? Alguém mesquinho, que não se sente feliz pelo outro, que é doente de inveja. – afirmou, enojado. – Agora eu sei, está muito claro que o que minha mãe e Alfonso dizem é verdade: você se casou com Cristiano por interesse. Queria dinheiro rápido e casar comigo demoraria um pouco mais por causa da gravidez de Catarina, então você encolheu o caminho mais fácil.

Levantando o queixo, Dulce mordeu os lábios antes de fita-lo cheia de fúria.

– Pois se é assim que você pensa, então vai para o inferno! Olha o que eu fiz por você, Christopher, o quanto me arrisquei! Se Cristiano sonhar o que realmente vim fazer aqui, eu estou morta. Ninguém te ama tanto quanto eu, mas isso não significa que eu não tenha amor próprio. Aliás, é o que eu mais tenho. Não vou rastejar atrás de você, se é o que acha. A verdade é que você nunca vai me entender, nunca vai entender tudo o que eu fiz, sabe porquê? Porque você não sabe o que é a pobreza. Não tenho vergonha de dizer que me casei por conveniência, olha só aonde eu cheguei! E é só o começo!

– Não use a pobreza como desculpa para a sua falta de caráter! Porra, como pode se orgulhar de algo que conseguiu passando por cima dos outros?

– Você não é melhor do que eu! Traiu o seu irmão comigo ou já se esqueceu?

– Não, não me esqueci. Essa é cruz que eu carrego. Mas fique sabendo, Dulce, que esse é o fim da linha para nós. Talvez você já esteja acostumada a manipular e controlar à todos ao seu redor, mas comigo vai ser diferente. Eu não quero te ver nunca mais. Vai embora! – apontou para a saída, decepcionado.

Boquiaberta, Dulce não demostrou o quanto o seu coração estava partido naquele momento. Orgulhosa, ela abriu um sorriso amargo antes de caminhar até a porta da suíte.
Ao passar ao lado de Christopher, seu braço é agarrado por ele. Respirando fundo, ela leva os seus olhos cheios de esperança até os dele.

– Só vou te dar um aviso, Dulce: não tente brincar com a minha irmã ou com qualquer um da minha família outra vez. Se eu souber que me desobedeceu, vou fazer com que você saia das nossas vidas para sempre. E não vai receber um centavo no divórcio com Cristiano, eu garanto. – ameaçou, segurando-a mais forte quando tentou escapar. – Ainda não terminei. Outra coisa: não me procure mais, eu vou me concentrar no meu filho e refazer a minha vida longe de você.

– Refazer com a Bethany? – rosnou, seus olhos cheios d`água.

– Pode ser. Por que não? Ela tem mais bondade no dedo pé do que em você toda.

Forçando uma gargalhada, Dulce se soltou de seu aperto.

– Vá em frente então. Mas uma coisa eu te digo: você vai me amar para sempre. – garantiu, como se lançasse um feitiço, antes de sair dali.

Ao ouvir a porta bater, Christopher grita, passando as mãos nos cabelos com desespero. A dor que ele estava sentindo poderia ser comparada à de um corpo vivo em chamas, insuportável.

Arfando, ele começa a socar repetidas vezes a parede de gesso do quarto, até um corte ser aberto em sua mão. Sem ligar para o sangue escorrendo, começou a usar a outra mão para aplacar a sua fúria.

Raiva.

Amor.

Decepção.

Tudo se misturava, mas ele sabia que a verdade real havia sido dita por ela: Christopher a amaria para sempre.

E aí, o que vocês têm a me dizer? Kkkk
Volto quando tiver comentários, beijoss