Fanfic: La Descarada – Vondy | Tema: Vondy

Após mais de dez horas de vôo e de deixar Maite em casa, Dulce subiu exausta à escadaria de sua mansão, deixando as malas para que os empregados levassem para cima. Precisava de um banho relaxante e horas de sono sem ser incomodada.

Ao chegar em seu quarto, surpreendeu-se ao encontrar Cristiano ali.
Sentado na poltrona, ele encarava um ponto fixo na parede, parecia não ter dormindo aquela noite. Tinha olheiras fundas e o rosto abatido, combinando com o seu cabelo e roupas desalinhados.

– Não devia estar no hotel? – indagou, esticando um braço para descer o zíper de seu vestido.

– Eu pensei sobre o que você disse. – murmurou sem olha-lá.

Dulce franziu o cenho, esperando que ele continuasse.

– Você tem razão. Eu sou uma marionete da minha mãe. Não quero mais isso para mim, por isso tomei uma decisão. – levantou, aproximando-se da esposa que recuou alguns passos para trás.

– Que decisão? – balbuciou.

– Irei abrir mão da minha parte da herança de meu pai. As minhas ações nos hotéis, o dinheiro, as propriedades, tudo. Vou colocar esta mansão à venda e oferecer as minhas ações para Christopher comprar. Com o dinheiro comprarei uma casa, um pouco mais simples, para nós dois e me tornarei piloto. Nós podemos...

– O que?! – interrompeu, perplexa. – Isso é alguma piada, Cristiano? Abrir mão de tudo? O que isso tem a ver com a sua mãe?

– Tudo, Dul. Se eu não tiver mais nada a ver com essa maldita fortuna, ela não terá mais nenhum direito sobre mim. Nós vamos poder viver em paz!

– Não! Eu não permito! – rosnou, balançando a cabeça. – Eu tenho direito à parte de tudo o que é seu, sou sua esposa e não concordo com essa loucura! Pode ir se aventurar, se tornar piloto, eu não me importo! Faça o que quiser, menos abrir mão dos nossos direitos!

– Achei que ficaria feliz por me ver tomando uma atitude, seguindo o meu sonho.

– Feliz? Como acha que eu vou ficar feliz com você querendo nos levar para o buraco?!

– Isso tudo é por conta do dinheiro?

– É, é sim! Eu não vou voltar para a minha vida de antes!

– Meu amor, nós vamos viver bem. Claro que não com todo esse luxo, mas teremos uma vida financeira razoável. – argumentou, segurando-a gentilmente pelos ombros.

– Uma mulher como eu não nasceu para ter uma vida razoável, Cristiano! – o empurrou. – Olha para mim, olha a minha beleza, eu mereço uma vida de rainha!

– Você está alterada e eu não discutir. Já tomei minha decisão. – deixou claro, caminhando para a porta.

– Aonde você vai?

– Falar com a minha mãe. Tirar o meu nome de toda essa merda. – respondeu, saindo do quarto.

Dulce o seguiu pelo corredor, gritando para que ele desistisse. Mas Cristiano estava irredutível e desceu as escadas sem olhar para trás.

– Eu peço o divórcio, Cristiano! Eu juro que peço! – berrou, apoiando-se no corrimão.

Ao ouvir a porta principal bater, Dulce praguejou, batendo o pé, inconformada.

– Merda! O que eu faço? Argh! O que eu faço?

Depois de minutos intermináveis andando de um lado para o outro, uma saída lhe ocorreu.
Correndo de volta para o quarto, ela ligou rapidamente o notebook pesquisando sobre o cassino onde Marcus era proprietário em Nova Iorque.
Não foi difícil acha-lo e, felizmente, o número do estabelecimento estava exposto para quem quisesse ver.

Agarrando o seu celular, ela discou o número do local.

– M.A. Lux Casino, em que posso ajudar? – uma voz polida, feminina atendeu.

– Eu gostaria de uma informação.

– Sim, senhora?

– Trabalha há muito tempo aí?

– Já fazem alguns anos, senhora. – respondeu, desconfiada.

– Ótimo. Preciso do nome de uma prostituta.

– Senhora, esse é o tipo de informação que eu não sou autorizada a dar.

– Mas vai. Eu sou uma mulher muito generosa e, se me ajudar, vai ser recompensada. – garantiu.

Balançada com a proposta, a mulher pigarreou do outro lado da linha.

– Que tipo de recompensa? – sussurrou após um tempo de silêncio.

– Dinheiro, claro. Quando me disser o que eu quero, pode me passar a sua conta e eu depositarei um valor bem gordo.

– Certo. – cedeu. – Me diga as características da mulher que quer saber o nome.

– A mulher de quem estou falando trabalhou aí há mais de vinte anos, ela saiu por ter engravidado de um cliente muito rico. É só o que eu sei.

– Oh, sim. Todos nós aqui conhecemos essa história. O nome dela é Marcela Stewart. – revelou com melancolia.

– E sabe onde ela está hoje em dia?

– Não, ninguém sabe. A última notícia que tivemos dela foi há dois anos quando ela mesma veio fazer uma visita aqui no cassino. Mas a Marcela nunca contou onde morava, dizia que não podia, que o acordo que ela tinha feito era de viver como se tivesse morrido.

– Entendi. Só isso?

– Sim, senhora, é só o que eu sei. Ainda vai me recompensar?

– Diz qual é a sua conta.

Após encerrar a chamada com a recepcionista, Dulce telefonou para um dos melhores detetives particulares do país e pediu que começasse as buscas por Marcela Stewart imediatamente.
Tinha que encontrar aquela mulher, Dulce só contava com que ela não estivesse realmente morta.

Volto quando tiver comentários, beijosss