Fanfic: La Descarada – Vondy | Tema: Vondy

Levando o copo de whisky até a boca, Dulce lia com atenção o documento em suas mãos. Ali, em linhas detalhadas, estava o relatório completo sobre a vida de Marcela Stewart.

Americana e órfã, ela havia se tornado prostituta pouco tempo depois de ter saído, aos dezoito anos, do orfanato onde morava desde o seu nascimento.
A vida foi cruel com Marcela, ela não teve oportunidades e muito menos ajuda. Pelo contrário, todos em seu caminho acabaram lhe marcando negativamente de alguma forma.

Até que Marcus a encontrou, tirou-a das ruas e lhe transformou em uma das prostitutas de luxo de seu cassino.
Depois dos Uckermann, Marcela adotou uma nova identidade e passou a morar em uma cidadezinha no Texas, onde vive bem e trabalha em um salão de beleza que ergueu com o dinheiro que Alexandra lhe dá mensalmente.

Abaixo de todas essas informações, estavam o novo nome de Marcela, telefone e endereço.
Dulce sorriu, satisfeita. O detetive havia demorado mais do que ela gostaria naquele trabalho, mas a sua espera havia valido a pena.

Ela ainda estava distraída em pensamentos quando o toque de seu celular lhe chamou a atenção. Ao olhar no visor, revirou os olhos.

– Oi, Annie.

– Dul, está em casa? Espero que sim. Olha, eu estou saindo agorinha do hotel e pensei em irmos ao shopping, que tal? Faz tempo que não saímos juntas.

– Não irá trabalhar hoje, Annie? – indagou, tentando se esquivar do convite.

– Me dei folga. – riu. – Bethany cuidará de tudo para mim. Eu ando trabalhando demais, estou precisando urgentemente de uma massagem, uma limpeza de pele e muitas, muitas roupas novas! Vamos, amiga? Por favor!

– Tudo bem, você sabe que eu não resisto à um convite seu.

– Ótimo! Então, eu passo para te buscar.

– Não, Annie. Eu mesma vou para a sua casa agora e te espero, assim você se arruma tranquila quando chegar. – decidiu.

– Eu tenho a melhor amiga do mundo. Combinado. Beijinhos!

[...]

– Não acredito que veio se meter nesta casa. – a voz cortante de Alexandra soou quando a mesma adentrou à sala de visitas.

Dulce bebia um copo d'água, bem a vontade, sentada em um dos confortáveis sofás do cômodo.

– Finalmente apareceu. Não sabe que é falta de educação deixar a visita esperando? – questionou com aquele seu jeitinho zombeteiro de sempre.

O seu tom só serviu para irritar ainda mais Alexandra, que parecia soltar fogo pelas ventas.

– Eu não vou cair no seu jogo. Se veio até aqui para me provocar pode dar meia volta! Ou eu mesma peço para os seguranças te enxotarem! – ameaçou, trincando os dentes.

A simples presença daquela mulher era o suficiente para tirá-la do sério.

– Vai me expulsar sem me deixar contar a novidade? É do seu interesse, naja. Se eu fosse você, ouviria. – instigou, astuta.

Alexandra estreitou os olhos, desconfiada, com um mal pressentimento. O seu último encontro com ela fora desastroso. Ainda não entrava em sua cabeça como Dulce conseguira descobrir o segredo de Anahí. Para Alexandra, era o fim ficar nas mãos da inimiga.

– Eu duvido muito que seja do meu interesse. Nada que vem de você me interessa.

Sem desmanchar o sorriso, Dulce negou com a cabeça, abrindo sua bolsa e tirando de lá às folhas do relatório que lia mais cedo.

– Vejamos: o nome Marcela Stewart te lembra algo? Ou melhor, alguém? – indagou, deliciando-se com a expressão mortificada da mulher à sua frente.

– O quê?

– É isso aí, eu descobri quem é a mãe da Annie. A Marcela, ou melhor, Lorena, como você a batizou, vive confortavelmente no Texas fingindo que nunca deu à luz a Anahí em troca de dinheiro. – riu. – Imagina só se a Anahí encontra, não sei, por acaso, com essa mulher. Ela iria pirar, não é?

– O que você quer? – rosnou, cheia de ódio, seus punhos cerrados.

Triunfante, Dulce se levantou, alisando despreocupadamente o vestido amarelo que usava.

– A essa altura, claro, você já deve saber da decisão maluca de Cristiano. Ele veio falar com você há algumas semanas. E você certamente o apoiou, soube até que se ofereceu para ficar com a parte dele no lugar de Christopher.

– Sim, apoiei. Eu nunca quis que Cristiano se tornasse piloto e largasse as obrigações dele, aliás, ainda não quero. Mas isso irá proteger o que é nosso de você, então eu o apoiei dando pulos de alegria.

– Escolha errada, naja. Pois agora você terá que mudar de opinião. Isso, claro, se não quiser que eu traga Marcela de volta para a sua vida! E não adianta tentar esconde-la em outro lugar, Alexandra. Não banque a espertinha. Eu vou atrás dessa mulher até no inferno se for preciso e acabo com você! Então faça exatamente o que eu disser para fazer. Entendeu?

– Eu vou te matar! Eu não vou ficar nas mãos de um inseto como você! – berrou, descontrolada. – Os mortos não falam, Dulce! Quero ver como vai me chantagear à sete palmos do chão! Sua vagabunda! Ordinária!

Dulce gargalhou.

– Me matar? Você é capaz de muitas coisas, eu não duvido, Alexandra. Mas matar? Não. Se fosse, teria matado Marcela há vinte anos. – debochou.

– O que você quer? Fala! – gritou. – Dinheiro? Leva o quanto quiser mas me deixa em paz! Esta história já estava enterrada há muito tempo! O que mais você quer? Já não casou com o meu filho? Já não tem direito à nossa fortuna? O que mais você quer, Dulce? O que?!

Achando graça de seu desespero, Dulce fez suspense. Caminhou lentamente até o seu copo de água esquecido em cima de um móvel e bebeu um gole antes de responder:

– Ações. Eu quero ações, Alexandra.

– Ações?

– Sim. Você vai convencer o Cristiano a colocar todas as ações que ele tem nos hotéis Uckermann em meu nome. E não só as ações, também o dinheiro, as prioridades...tudo. Eu quero tudo o que ele tem.

– Não...– murmurou.

– Sim. E olha, eu cheguei na intensão de te dar um bom prazo para isso. Mas como você me ofendeu, tem só até amanhã. Ou então, já sabe né? – sorriu, pegando sua bolsa. – Vou esperar a Annie lá em cima. Até breve, naja.

Saiu, deixando uma Alexandra perplexa e cheia de ódio para trás.

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