Fanfic: La Descarada – Vondy | Tema: Vondy

Sentada em uma das poltronas da sala de visitas, Catarina tentava conter o nervosismo antes da chegada do marido. Depois do banho, ela vestiu roupas limpas, cobriu os arranhões de seu corpo com maquiagem e substituiu a barriga de silicone perdida por outra, queria aparentar normalidade. Tinha vontade de confrontar Christopher, colocá-lo na parede, tamanha era a humilhação e a raiva que sentia pela traição, mas o medo de Dulce usar a informação que poderia destruí-la era maior. Não poderia de jeito nenhum perder o marido, ele era a sua obsessão, o amor que nutria por ele era capaz de deixá-la descontrolada. Catarina queria o antigo Christopher de volta, o homem que ele era antes da maldita Dulce, desejava ficar com ele pelo resto da vida na posição de mulher rica e admirada, e mais do que isso, ela queria o seu amor.

Sons de passos duros se aproximando no ambiente tiraram Catarina de seus devaneios.
O seu corpo inteiro endureceu quando Christopher adentrou o cômodo, sentando-se ao seu lado sem deixar de olha-lá por nenhum segundo. Um frio horripilante atravessou sua espinha e ela engoliu em seco, sentindo-se estranhamente exposta.

– Como está o nosso menino? – ele indagou, sorrindo de um jeito que assustou a mulher.

– Bem. – balbuciou em um fio de voz, tentando manter a calma.

Perguntar sobre o bebê daquele jeito não era do feitio de Christopher.

– Ouvi dizer que no sexto mês de gestação já é possível sentir o bebê chutar. Eu gostaria de senti-lo. Levante a blusa. – comandou.

Seu olhar era feroz, mortal. Ali Catarina soube que ele já estava ciente de toda a verdade e que, pelo ódio em sua expressão, poderia até matá-la se quisesse.

Por instinto, ela levou as mãos até a falsa barriga, impedindo que o mesmo a tocasse.

– Ucker...– engasgou, em uma súplica silenciosa, sem conseguir engolir o choro.

Inclinando-se, Christopher a agarrou pelos braços com grosseria.

– Me perdoa, Ucker, me perdoa...– implorou.

– Pegue suas coisas e vá embora da minha casa agora. – proferiu de forma ameaçadora e então a soltou bruscamente, lançando um último olhar enojado para ela antes de se levantar.

– Não! – gritou, desesperada, levantando-se também. – Não vou sair! Eu tenho os meus direitos, essa casa também é minha!

Christopher voltou a se virar para ela, seus olhos soltando faíscas.

– Direitos? – rosnou. – Você perdeu todos quando me enganou fingindo uma gravidez, porra! Juiz nenhum vai ficar do seu lado depois disso, Catarina. Está enganada se pensa que ainda vai viver do meu dinheiro depois do divórcio. Caralho, só de te olhar eu tenho vontade de...– grunhiu, buscando controle, fechando as mãos em punhos. – Tem sorte de eu não te arrastar pelos cabelos para fora daqui só com a roupa do corpo!

– Meu pai nunca vai deixar você fazer isso comigo! – retrucou, com medo da ameaça. Ela não suportaria se divorciar, perder o respeito que tinha de suas amigas da alta sociedade, o peso do sobrenome que carregava.

– Não confie tanto na porra do seu pai. Se te amasse tanto como você pensa, não teria te empurrado tão descaradamente para mim a vida toda.

– Não pode me expulsar daqui, Ucker. Para onde eu vou?! Será que não entende que eu fiz isso por amor?! – esbravejou, aos prantos, inconformada. Com a raiva que estava, Christopher com certeza já tinha cancelado todos os seus cartões de crédito e conta no banco, deixando-a a própria sorte.

– Foda-se, eu não ligo. Pode ir até para debaixo da ponte, se quiser, contanto que saia daqui. Mas, saiba, não importa aonde esteja, o pedido de divórcio chegará até você.

– Eu nunca te darei o divórcio! Nunca!

– Será pior para você! Não me desafie, Catarina. – avisou entredentes.

– Quero só ver o que o juiz vai dizer quando souber que você me traiu com a própria cunhada! – berrou, doida de raiva. – Se insistir nesse divórcio eu conto tudo para o Cristiano!

Christopher se aproximou rapidamente dela, ficando nariz com nariz, fazendo com que a mesma se escolhesse, intimidada.

– Vai querer mesmo entrar nessa? Me ameaçar? – riu, debochando. – Eu vou me separar de você de qualquer jeito e está enganada se pensa que vou mudar de ideia por uma ameaça. Vai se arrepender de ter me enganado, vou fazer com que você apodreça na miséria, não vai conseguir sobreviver nem como prostituta de beira de estrada. E não se preocupe, minha mãe também vai ter o que merece.

– Vai fazer isso comigo e ainda se vingar da sua mãe por causa daquela maldita menina? Sim! Porque é isso que ela é! Uma menina, uma garotinha que acabou de sair das fraldas. E você não é mais um garotão universitário, Christopher! – rosnou, raivosa por ele não enxergar que ela sim era a mulher certa para ele. – Ela é o que? Dez? Doze anos mais nova? Será que não vê que ela só está te usando para conseguir viver no luxo?! Com certeza, quando conseguir arrancar muito dinheiro de você, irá desfrutar com algum carinha da idade dela! Você e Cristiano são dois otários! Duas marionetes nas mãos dela!

Sem que Catarina esperasse, Christopher perdeu de vez a paciência, segurou-a outra vez pelo braço e arrastou-a até a saída sem cerimônia, nas vistas dos funcionários.

Catarina gritou, esperneou, tentou se desvencilhar daquele aperto de ferro, mas Christopher tinha dez vezes a sua força.

– Não, por favor, Ucker, não faça isso comigo. Vamos conversar, as coisas tem solução. Eu te amo! – berrou, caindo de joelhos na grama quando ele a jogou para fora.

Catarina correu para entrar novamente, mas a porta foi fechada em sua cara. Ela ainda gritou e bateu repetidas vezes na porta antes de desistir e se dirigir, cheia de ódio, até a garagem.

Entrando em sua Mercedes, ela agradeceu internamente por Christopher ter esquecido do armário de chaves fixo da parede da garagem.
Ela não tinha ideia para onde iria ou o que fazia, mas sabia muito bem quem era a culpada de toda a sua desgraça. Dulce iria lhe pagar.

Se alguém adivinhar o que a Catarina vai fazer ganha um doce kkk

Volto quando tiver comentários, beijoss