Fanfic: La Descarada – Vondy | Tema: Vondy

Naquela mesma noite, quando voltou do hospital, Dulce encontrou um Cristiano abatido e irritado à sua espera.

– Por que saiu sem me avisar?! – exigiu saber, indo de encontro a ela.

Revirando os olhos, Dulce o ignorou, jogando-se em uma poltrona, exausta.

– Estou falando com você, Dulce Maria!

– Será que você não se cansa, Cristiano? Eu não sou sua propriedade! Sou livre para ir e vir!

– É minha esposa e me deve satisfação! – afirmou, apontando o dedo. – Quero saber o que aconteceu. Já estou sabendo que foi ao hospital.

– Apenas um acidente. Eu acabei tropeçando, esbarrei em um vaso e ele quebrou em cima do meu braço. O corte foi superficial, nada grave. O médico disse que em em dois dias eu já posso tirar o curativo.

– E onde estão os outros vasos? Esbarrou em todos? – questionou, duvidando da história.

– Eu mandei que Ângela os tirasse! – explicou, impaciente. – Não viu o perigo que eles eram aqui? Eu poderia ter me machucado feio.

Assentindo, ele analisou o esposa por um tempo antes de tornar a perguntar:

– E o que foi fazer no hotel?

Bufando, Dulce fez uma nota mental de que precisava arrumar um jeito de trazer o motorista para o seu lado. Não era conveniente que Cristiano soubesse de todos os seus passos.

– Fui atrás de você. Queria que me acompanhasse até o hospital, mas, claro, você não estava. Desconfia tanto de mim, mas quem vive sumindo sem explicações é você.

Lembrando-se das revelações que sua mãe fizera aquela tarde, Cristiano engoliu em seco, sentindo um gosto amargo na boca.
Não queria acreditar que Dulce seria capaz de se aproveitar do segredo de Anahí para fazer chantagem, ela não era aquele tipo de pessoa, não podia ser. A paixão avassaladora que Cristiano sentia por ela o confundia, o fazia refém, bloqueava sua razão.

– Precisei sair para esfriar a cabeça. Tive uma conversa com a minha mãe e ela me disse coisas que eu não estou sabendo lidar.

Dulce enrijeceu.

– E que coisas são essas? – perguntou devagar.

Rapidamente, Cristiano caminhou até ela e se inclinou, posicionando as mãos em cada um dos encostos da poltrona a qual ela estava sentada.

– Me diga, Dul...– murmurou, rouco, suas pupilas dilatadas. – Diga se é verdade que ameaçou a minha mãe com o segredo de Annie.

Apertando os dentes, Dulce amaldiçoou a sogra antes de responder:

– Eu não sei sobre segredo nenhum, eu...– um grito de surpresa escapou de sua garganta quando uma das mãos de Cristiano agarrou bruscamente o seu maxilar.

– Diga a verdade! – exigiu, seu belo rosto retorcido pela raiva. – Por que você queria que a minha mãe me convencesse a colocar toda a minha fortuna no seu nome? O que você pretendia, Dulce? E como ficou sabendo da história de Anahí? Diga agora!

Vendo que ela gemia pela dor de seu aperto, Cristiano a soltou, recuando alguns passos para trás. Dulce levou as mãos até o local dolorido, levantou-se e andou rapidamente para longe do marido.

– Eu te disse que não ia deixar você cometer a loucura de nos deixar na miséria!

– E para isso ameaçou a minha mãe com uma coisa tão importante?! Foi com a vida da minha irmã que você brincou! – rosnou, passando as mãos pelos cabelos, voltando a ficar frente a frente com a mulher. – Eu já te expliquei que nós teremos uma vida financeira estável. Nada irá te faltar! Você não precisava ir tão baixo, Dulce!

– Acha o que? Que eu vou ficar do seu lado em uma vida estável? – zombou. – Olha bem para mim, Cristiano. Eu posso ter o homem que eu quiser. Se você deseja ter ao seu lado uma mulher jovem com a minha inteligência e beleza, vai ter que pagar! Me dar a vida que eu mereço!

– Dulce...

– Se não fosse pela idiota da sua mãe, você teria posto tudo em meu nome e eu, finalmente, me livraria da sua indesejável companhia! Será que não percebe que eu não te suporto? Para mim você não passa de um imbecil com dinheiro!

O tapa certeiro que veio a seguir, fez com que Dulce caísse no piso de porcelana. Cego pela raiva, Cristiano a levantou do chão pelos cabelos.

– Eu sei que não é assim que você pensa, meu amor. Só disse estas coisas porque está com raiva. Diga que está arrependida e que me ama.

Dulce ficou em silêncio, tonta, ainda sentindo a cabeça zunir pelo tapa, seguido do impacto no chão.

– Diga! – berrou, sacudindo-a.

– Eu te amo. – grunhiu, raivosa.

– Muito bem, Dul. Eu sei que você não é má, meu amor. Você é o meu anjo e é minha para sempre. – murmurou, beijando-a levemente nos lábios. – Diga que aprendeu a lição e que não voltará a mencionar o segredo de Anahí e nem me ofender como fez agora.

– Eu aprendi.

– Boa menina. – a envolveu em um abraço.

– Você...me bateu. – acusou, tentando se desvencilhar dele, sentindo o lado do rosto atingido arder.

– Você mereceu. Agora esqueça. – sorriu sadicamente, forçando-a a abraça-lo de volta.

Naquele momento, Dulce percebeu que Cristiano não estava lúcido em suas faculdades mentais. Aquele não era ele, era outro. Não havia sobrado nada do homem alegre e extrovertido que ela conhecera.

Volto quando tiver comentários, bjss