Fanfic: O Destruidor de Corações - Herroni - Adaptada | Tema: HERRONI - M y P - RBD
O Destruidor de Corações
Cap. 01
MAITE
Eu queria acreditar que o meu passado não me segue como uma sombra em um dia ensolarado e da qual eu não consigo fugir. Eu tenho uma vida boa. Eu sou inteligente, tenho um bom trabalho, pernas longas, seios bonitos, e já me disseram, mais de uma vez, que o cara com quem eu saio é um ótimo partido. Então por que é que, quando eu olho ao redor, procurando por William no restaurante lotado, parte de mim espera que ele tenha se levantado e ido embora? Quem, aos vinte e sete anos de idade, deseja levar um bolo? Aquela que vai continuar caminhando pela vida no piloto automático, a não ser que circunstâncias em minha vida perfeita forcem uma mudança. A perfeição é altamente superestimada. Eu sou uma personagem na minha história, passando pelos capítulos da minha vida como se fossem escritos por uma pessoa imaginária, quando eu deveria ser a autora.
Eu sou assim há muito tempo. Faço escolhas responsáveis. Minha vida é honesta e organizada e minha frequência cardíaca permanece constante. Gosto das coisas assim na maior parte do tempo. Eu deveria ter orgulho da forma como conduzo a minha vida. Mas a verdade é que, muitas vezes, sinto como se eu estivesse sufocando na minha vidinha superficial. William chama a minha atenção, levantando a mão, e indica uma mesa no canto do restaurante. A mesma mesa que sentamos quase sempre. À mesma hora, no mesmo lugar, toda semana, semana após semana. Eu vejo duas garotas sentadas no bar, perto de mim, olhando para William e rindo. Seus queixos caem quando elas percebem que ele está acenando para mim e nem sequer as notou. Abro o meu melhor sorriso falso quando William, sempre um cavalheiro, levanta-se quando eu chego à mesa.
Ele me beija no rosto e envolve o braço ao redor da minha cintura com um toque familiar.
— Desculpe, estou um pouco atrasada — faço meu discurso ensaiado, enquanto sento em meu lugar.
— Não tem problema, eu também acabei de chegar — William responde, e eu sei que é mentira. William Levy nunca se atrasa. Tenho certeza de que ele chegou aqui quinze minutos mais cedo e, como eu estou vinte minutos atrasada, ele está esperando há, provavelmente, mais de meia hora, mas ele jamais reclamaria.
— Você aceita uma bebida? — a atenciosa garçonete sorri para William, apesar de seu discurso ser dirigido a mim. Se eu fosse do tipo possessiva, seu flerte explícito provavelmente me irritaria. Mas eu não sou. Possessividade e ciúmes seriam reações emocionais, algo que eu passei anos trabalhando para conter.
— Eu quero uma vodca cranberry. Diet, por favor. — Olho para William e noto que seu copo já está vazio. Eu sorrio por dentro, pensando em como eu conheço esse homem bem. Ele havia tomado a única dose de bebida que ele se permitia beber, uma vodca com tônica. Aquela dose habitual durava meia hora e então ele mudava para água.
— Só água para mim, obrigado — William sorri para a garçonete e ela brilha com sua atenção. William Levy é um homem bonito. Você teria que ser cego para não enxergar a sua beleza. Alto, olhos azuis, cabelo loiro perfeitamente arrumado, e sempre vestido como se tivesse acabado de sair de um ensaio da revista GQ. Seus dentes são brancos, perfeitamente retos e deslumbrantes em seu sorriso perfeito. Ele vem de uma família respeitável e, com apenas vinte e sete anos, já é sócio da firma de advocacia de seu pai. Então por que, nesse momento, enquanto ele fala, eu vejo seus lábios se moverem, mas eu não consigo ouvir uma palavra do que ele está dizendo?
— Maite, você está bem? — William percebe a minha distância e sei que a preocupação em sua voz é genuína. Ele realmente é um ótimo cara, um bom partido, como dizem.
— Oh, eu sinto muito — finjo ter saído do transe. — Minha cabeça ainda deve estar no caso que eu estava trabalhando — minto.
A resposta parece satisfazê-lo. — Que tipo de caso?
Não demorou muito para que nós começássemos a conversar sobre trabalho; era sempre assim. Eu deveria ficar feliz porque tínhamos o trabalho em comum e ele entendia o que eu faço, mas nós praticamente só falamos sobre isso.
— É uma rescisão ilegal de contrato de trabalho — eu cito o primeiro caso que vem à minha mente. Felizmente, a garçonete volta, entrega nossas bebidas e pergunta o nosso pedido, dando-me mais tempo para pensar em algo interessante sobre o caso maçante que eu disse a William que estava pensando.
A garçonete se afasta e um casal mais velho se aproxima de nossa mesa. Você é Levy Jr., certo? O filho de Levy? — O cavalheiro estende a mão com um sorriso amigável.
— É William, mas, sim, eu sou William Levy Jr. — Eu o ouvi corrigir dezenas de pessoas no decorrer dos últimos anos. Eu sempre me perguntei por que ele se incomodava tanto ao ser chamado de Levy, ao ponto de sentir a necessidade de corrigir as pessoas.
Afinal, quando alguém usa um apelido está querendo ser amigável, não é? William tem um jeito educado de corrigir as pessoas sem ser grosseiro. O engraçado é que eu me pergunto por que isso o incomoda, mas nunca perguntei.
Os dois homens conversam por um tempo e, em menos de dez minutos, William dá um cartão ao homem, sugerindo que ele faça contato e o homem promete ligar para o escritório no dia seguinte. A maneira como ele faz isso não é desprezível como se fosse um trem de carga. William é suave e profissional. Isso, provavelmente, é natural para ele, já que seu pai, avô e irmão também são advogados.
Nós terminamos nosso jantar sem mais interrupções e nossa conversa é fácil e natural.
Autor(a): unicornioherroni
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
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