Fanfics Brasil - A reunião com o monarca Freedom Planet: Faith & Shock

Fanfic: Freedom Planet: Faith & Shock | Tema: Freedom Planet


Capítulo: A reunião com o monarca

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Os momentos tensos continuam. Não há tempo para explicações...


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De forma inesperada e oportuna, Spade conseguiu salvar sua comandada, Violet Scarlett, de ser morta pelo guardião. E sobre ele mesmo que o assunto agora se apega: o vendedor de doces gentil e afetuoso Ying Li é de fato o guardião do monarca de Shuigang, Dail. Essa notícia caiu como uma bomba para todos, principalmente para Lilac, que diz:


 


— Ying, o que está acontecendo aqui? Como é que você chegou até aqui vestido assim? Não é possível que você seja o guardião.


Mas Spade, segurando Violet, diz:


— Ah dragão... Esperava que você fosse mais inteligente... Pelo menos fico feliz: Dail escolheu bem a quem confiar...


— Do que você está falando, Spade? – Disse Lilac, olhando para o lupino.


— Logo se nota que você é muito inocente. Você acha mesmo que Dail seguiria um padrão genérico e clichê de guardião? Não me faça rir... Meu irmão está muito a frente de vocês e a de qualquer monarca de Avalice. Ele é um gênio.


— Mas do que...


— Vou dizer outra vez e bem alto: YING É O GUARDIÃO DE SHUIGANG! É ISSO! Quer que eu ponha no jornal também?


Mesmo diante da conturbada situação, Violet, que até então estava tonta por tantos danos que havia recebido, recobra aos poucos a sua consciência, dizendo:


— Spade... Eu... Eu preciso seguir... Seguir com a missão...


— Missão? Só se for a missão de cometer suicídio. Você não tem condições de fazer nada aqui...


— Te decepcionei... Fui humilhada...


— Sim, me decepcionou e foi humilhada totalmente. Ao menos você reconhece e isso é bom. Isso mostra que você é despreparada para liderar meu clã. Pôs em perigo meus capangas e até o nome do The Red Scarves.


— Me perdoe... Eu...


— Perdoar você? Eu não estou em condições de perdoar ninguém. Você é a tipificação dos meus erros, os quais não vou comentar.


O ninja líder do grupo então posiciona melhor Violet em seus braços, sendo interpelado por Ying, que diz:


— Não permitirei que saia desse lugar, invasor.


— Ora, essa foi uma atitude inesperada. Então o guardião mataria o irmão do monarca de Shuigang? Sério mesmo?


— No momento sua situação é de invasor e não de parentesco. Seja o que for, isso em nada muda sua natureza. Ameaças ao monarca são crimes imperdoáveis.


— Hum... Belo critério. Bem, se me dá licença, tenho assuntos pendentes a resolver e um orgulho a zelar. Passar bem.


— Isso nunca acontecerá. Eu...


E antes que Ying pudesse fazer qualquer coisa, uma bomba minúscula de fumaça explode, inibindo a visão da parte de cima do salão, tornando impossível qualquer rastreamento de posição de Spade que, aproveitando a oportunidade, diz:


— Parabéns, guardião. Está fazendo um bom trabalho. Não preciso me preocupar com a segurança do Castelo. Bem, até a próxima... E continue viva, Lilac. Em breve irei desafiá-la mais uma vez...


As últimas palavras do lupino panda serviram como uma provocação a Lilac que, olhando para o alto, diz:


— Maldito Spade! O que ele queria em invadir o Castelo? Não havia necessidade alguma...


— Ah Lilac, Lilac, Lilac... Tu conhece o “le ninja”, né? Misterioso, calculista, chatolino marrento... Como disse um famoso filósofo: malandro é malandro, mané é mané – Disse Carol, abraçando sua amiga pelo pescoço.


— Carol, isso não faz o mínimo sentido!


— É, eu sei. Mas esse clima tenso tava me incomodando...


Carol, já mais a vontade, passou então a caminhar até o jovem panda, mas...


— E aí, Ying? Que bom que...


— Quem lhe deu permissões de se mexer? – Disse Ying, voltando a pegar seus chakrans.


— Hã? Ying, mas o que tá pegando?


— Volte para seu lugar. É uma ordem.


— Mas...


Lilac, sem entender, se coloca a frente de sua amiga e diz:


— Ying, porque está dizendo isso? Somos nós! Não vamos fazer...


— Vocês invadiram o reino de Shuigang. Todos são invasores.


— Ying, mas nós viemos aqui justamente pra evitar que os ninjas atacassem o castelo!


Ao fundo, Viktor acudia Milla, que ainda estava amedrontada com tudo que havia visto. O rapaz não estava entendendo absolutamente nada, e logo tornou de pensar: 


— *Porque ele está agindo assim? Nem parece o Ying educado e bondoso que conhecemos. Parece um soldado autoritário e centralizador. Não... Esse não é o Ying... Não é ele...*


Lilac, percebendo que o panda guardião estava mesmo falando sério, logo tratou de colocar ainda mais carga de seriedade ao momento.


— Se estamos aqui foi para ajudarmos a parar esse clã de ninjas que atacaram a cidade. Não estamos aqui para arrumar confusão. Nós conseguimos impedí-los e...


— Nenhum de vocês tem direito a palavra... a não ser Viktor.


— Hã? Viktor?


— Mas porque isso, cara? Porque só o piá tem essa moral?


— Não quero ouví-las. Aliás, espero que fiquem caladas e quietas até segunda ordem.


— Hã? Mas... Mas...


Era inútil. Ying estava mesmo agindo de acordo com o que se esperava de alguém na posição dele. Porém isso era algo absurdo na visão das garotas. Viktor, sentindo que teria mesmo que ter a iniciativa de diálogo, era fortemente abraçado por Milla. A canina ainda estava assustada pelo que havia visto anteriormente. Entendo da urgência da situação, precisava pensar rápido:


 *Mas o que significa isso? Porque só eu posso ter direito a palavra? Isso está estranho... Ying, o que aconteceu com você? Eu tenho que pensar eu algo pra fazer logo, pois as coisas parecem estar ficando ainda mais tensas que antes...*


Porém Milla tinha percebido isso também. Tanto que não perdeu tempo em se preocupar com seu amigo.


— Viktorius, tome cuidado no que vai dizer... O Ying parece nervoso...


— Eu... Eu terei, Milla. Eu estou curioso com tudo isso... É um absurdo...


Ele então caminhou até o centro, olhando para Ying. O jovem humano, surpreso, diz:


— Caro Ying, porque deu direito a palavra só a mim?


— Você tem um posto a zelar. E é a única coisa que o fez ainda estar respirando agora.


— Espera. Deixa eu ver se entendi bem: você iria mesmo me eliminar como os ninjas? 


— Pelo bem de meu reino.


— Ying, somos nós! Como você pode pensar que iríamos fazer algum mal a esse reino?


— Vocês tem uma visão completamente conturbada do que é seguir ao seu propósito. Eu sou o guardião do reino de Shuigang. Meu dever é protegê-lo de qualquer ameaça. Sob qualquer circunstância. Sob qualquer ideologia.


— E que posto é esse que eu tenho? Eu nem sou do seu mundo!


— Como você mesmo havia me dito, você é um mestre. Se existe algo que nós respeitamos são os anos de ensinamentos fundamentados em artes marciais. Faça uso de sua sabedoria, isso é o que espero. Tem essa oportunidade de se defender. Não a despedisse.


— Me perdoe no que eu vou dizer, mas isso é um absurdo. Lilac, Carol e Milla ajudaram a salvar todo o mundo. Não faria sentido algum que...


Mas Ying não estava disposto a mudar seu modo de agir, interrompendo Viktor em seguida, dizendo:


— Me responda, Viktor: porque monstros como Brevon existem?


— Hã? Mas o que tem isso a ver?


— Responda a pergunta.


— Ah eu não sei... Talvez por querer conseguir poder, ego inflado... Essa gente não tem escrúpulos.


— Muito bem. E porque você acha que monstros como ele ainda continuam existindo?


— Ying, isso não tem...


— Sinto muito, mas há todo sentido. Monstros assim só existem porque sempre há pessoas que se levam pela aparência ou temperamento. Eu não sou assim. Meus critérios são: não ameasse o espaço dos outros, sob quaisquer circunstância, independente da pessoa que seja. As leis e crimes são iguais para qualquer pessoa que andam sobre essa terra.


— Ying...


— Diretriz um, do artigo da suprema ordem dos guardiões do Reino de Shuigang: é extremamente proibido qualquer pessoa, independente dos interesses, sejam eles bons ou ruins, de entrar pelos portões deste castelo sem uma ordem ou autorização do monarca e/ou de seu guardião. Sob essa diretriz, todos vocês são culpados e passíveis de julgamento por mim. Qual seu argumento, Viktor?


Viktor estava completamente mudo. Não haviam muitos argumentos para tentar justificar o que fizeram. As leis de uma nação são soberanas, ele sabia disso. Mas o jovem não poderia ficar calado e aceitar seu suposto fardo assim. Lilac, Carol e Milla só observavam, tensas, a conversa. Só Viktor poderia falar.


— Ying, um pouco mais cedo, em sua casa, tivemos uma conversa. Você se lembra? 


— Perfeitamente.


— Muito bem. Você disse que minha promessa não poderia se sobrepor aos meus votos como mestre, correto?


— Precisamente.


— E agora você diz que só eu tenho direito a palavra porque sou um mestre. Se então eu tenho esse direito a me manifestar e não ter argumentos pra justificar nossa presença aqui dentro das suas leis, então só posso propor uma coisa...


— O que seria?


— Um duelo entre mim e você. Estarei lutando por todo mundo aqui e pela justiça.


— Justiça? Do que se refere?


— Estamos aqui para ajudar. Nossa presença aqui pode ser uma afronta sob seu ponto de vista, mas não sobre o nosso. Viemos para Shuigang para falar com o monarca.


— Viktor, seus argumentos são falhos. Por isso recorreu ao duelo?


— Eu não poderei falar mais do que isso porque nós estamos dizendo a mais pura verdade. Então, com o duelo, no fim haverá justiça. Iremos falar com Dail e resolver todo esse problema.


Lilac quase surta ao ouvir o que viktor disse, não acreditando na situação absurda que estava prestes a presenciar.


— VIKTOR, O QUE ESTÁ FAZENDO?!


Mas Ying continuou pragmático com suas declarações:


— Lilac, esse é o último aviso. Não tem autorização a palavra... – Disse Ying, olhando para a dragão.


Mas Viktor estava mesmo dispositivo a deitar o guardião, dizendo:


— Eu lhe dou permissão de falar o que quiser, Lilac. Carol e Milla também!


O lindo rosto de Ying logo muda de semblante ao ouvir o jovem humano proferir tais coisas. Ele, surpreso, diz:


— Como ousa fazer isso?


— Como você disse, só eu posso me manifestar como mestre. Se isso é algo respeitado pelo seu reino, então as pessoas que estão comigo podem conversar comigo. Concorda?


E Viktor estava certo. A autoridade que o jovem tinha deveria ser respeitada. No momento Viktor representava Lilac, Carol e Milla, então tinha autonomia de se responsabilizar. Lilac não perdeu tempo e diz:


— Você está louco? Não tem como vencê-lo!


— Porque não? Eu sei lutar, Lilac.


— Não é isso. Você não...


Mas Carol logo impediu sua amiga de prosseguir no que iria fazer, dizendo baixo:


— Lilac, não fala isso pro piá.


— Mas Carol, ele não tem poderes e nem habilidades...


— Tô sabendo, mas...


— Mas o que? Temos que fazer algo, como você disse!


— Lilac... – Disse Viktor, não desviando o olhar de Ying – Eu sei o que estou fazendo. Por favor, me deixa fazer algo de útil.


Ying e colocou então em base de luta. Frente a Viktor, ele diz:


— Muito bem, Viktor. Eu aceito seu desafio. E o que irá exigir se vencer?


— O direito de conversar com o monarca.


— E você já sabe o que vai acontecer de eu vencer...


— Isso tudo é desnecessário, Ying... mas você me deu essa oportunidade. Não se esqueça disso. E sim, eu sei o que vai acontecer...


As coisas não estavam boas. Ying e Viktor iriam mesmo duelar. Carol, se aproximando de Lilac, logo cochichou:


— Lilac, o Ying vai esfolar o pobre do Viktor. E por nossa causa...


— Eu sei, Carol... Mas...


— Mas o que? Temos que fazer alguma coisa!


— Mas o que podemos fazer? Se fizermos qualquer coisa só vai piorar nossa situação.


As coisas estavam ficando ainda mais complicadas. Já no centro do salão Viktor e Ying encaravan-se frente um ao outro. Era impressionante pensar que a poucas horas atrás estavam tendo uma incrível manhã entre amigos e agora estavam prestes a lutarem.


— Então é isso, Ying? Será que não pode reconsiderar o que está prestes a fazer? Eu não vou deixar que machuque ninguém aqui.


— Nenhum de vocês sairá desse castelo a não ser que me derrote, Viktor.


Mas até mesmo Viktor tinha plena noção perigo. Sua rápida análise dos fatos mostrava que estava mesmo pensando em tudo:


 *Ele deve ser tão rápido quanto Lilac e isso quer dizer que eu não tenho muitas chances... Pior, acho que tive mais chances contra a senhorita Neera Li. Ele está armado e não parece que irá pegar leve... Eu estou em maus lençóis... Só tenho uma chance... Aquele golpe...*


E novamente Viktor se coloca na mesma posição que estava contra Neera Li no torneio de Shang Tu: com uma das mãos a frente de seu dorso e a outra a frente de seu rosto, levemente dobrada. Era uma base defensiva. Mas o jovem panda sequer deu tempo para mais coisas. Lilac estava angustiada, sabendo que não podia fazer nada.


— VIKTOR! NÃO! Nós não podemos aceitar isso... – Disse a dragão, quase correndo até o jovem.


— Lilac, quando você for eu vou junto!


— Carol... Nós iremos cometer um crime...


— Crime é deixar o piá sozinho lutando contra esse Jiraya aí!


Partiu para cima de Viktor a tia velocidade e já com seus chakrans em punho. E enquanto estava no ar, prestes a golpear o rapaz, diz:


— Mãos de um guerreiro desarmado são mãos cegas. Encare isso como um aprendizado... altamente mortal!


Mas tudo que aconteceria em Shuigang naquele instante era inesperado. Estamos falando de uma situação extrema: Viktor seria de fato morto. Porém, passando por cima de todas a regras impostas pelo guardião, Milla já estava a frente de Viktor no momento que Ying iria atingí-lo em seu pescoço. A canina usou de seus poderes de feixes alquímicos e formou um escudo, protegendo o jovem e a só mesma do ataque poderoso do guardião. Mas Milla estava com um semblante diferente do habitual. Seu rosto mostrava irritação. Ela não parecia nem um pouco satisfeita com o que estava acontecendo.


— Viktorius, você está bem?


— Es-estou... Mas Milla...


— Isso é uma afronta! Trate de se recolher, Milla! – Disse Ying, mantendo seus chakrans encostados ao escudo de Milla.


— Não.


— Não? Tem noção que posso matar com...


— Você não vai fazer isso.


— Você duvida de minha palavra?


— Eu nunca duvidaria da palavra do Ying, mas você não é ele!


— Milla, saia já...


— EU NÃO VOU!


— Saia!


— Não! Você não é o Ying! O Ying que a gente conheceu sabia respeitar as pessoas, era legal, leal e bondoso. Mas você... Desde que chegamos nesse castelo eu só vi coisa ruim e maldosa. E boa parte disso foi por sua causa!


— Eu não vou admitir que...


— EU NÃO QUERO SABER! EU QUERO NOSSO YING DE VOLTA! Será que você não vê que estamos dando tudo de si pra cumprir uma missão? Você machucou pessoas, de forma cruel! Você seria capaz mesmo de matar nosso Viktorius?


— Você está cometendo um crime contra todo o reino de Shuigang. Eu tenho autonomia em aniquilá-los!


— Nós vamos lutar!


E rapidamente Lilac e Carol se juntaram a a dupla. Era uma atitude inesperada de Milla, coisa essa que a bela dragão tinha reconhecido.


— Estou vendo que a Neera colocou muitas coisas na sua cabeça, Milla.


— Lilac, eu...


— Eu adorei o que fez, Milla. É isso mesmo. Vamos lutar todos juntos!


— Relaxa, coisinha fofinha. Tamo junto nessa bagaça. Vamo mostrar quem somos nós! – Disse Carol, já mostrando suas garras.


Viktor se surpreendeu com a atitude da garotas, que se uniram a sua causa. O jovem então diz:


— Lilac, com isso estamos nos tornando criminosos...


— Não é um crime lutar por justiça, Viktor. Nós entendemos sua mensagem e vamos apoiar seu ato – Disse Lilac, olhando para Ying.


Mas tudo levava a crer que não terminais muito bem. E essa constatação se confirmou assim que Ying levantou uma de suas mãos: centenas de guardas do reino de Shuigang apareceram aos balaústres do salão, portando armas larsers. Isso tudo causou mesmo uma intimidação aos jovens mas, surpreendendo Ying, ninguém recuou em sequer se renderam. Com esse cenário, o jovem guardião diz:


— Vocês estão diante a toda a guarda do castelo. Vocês não irão se render?


— Nunca! Nós temos boa nisso e vamos cumprí-la! Boa iremos usar tudo que temos pra te derrotar! – Disse Lilac bastante decidida.


— Vocês não vêem que...


— FAÇA O QUE TEM QUE FAZER! Nós não vamos recuar!


Está evidente o brio nos olhos de cada um dos jovens. Até mesmo Viktor demostrava uma atitude que o jovem Ying logo tratou de dizer:


— Coragem... Muitos podem dizer que é uma atitude egoísta ou suicida... Mas eu vejo coragem nos olhares de cada um de vocês. É um gesto nobre e honesto, que dignifica qualquer pessoa. É na convicção da vitória, da vontade e da verdadeira noção de estar fazendo o certo. Muito bem... Vocês poderão falar com nosso monarca.


Os guardas recusaram suas armas, enquanto Lilac e os outros não entendiam o que estava acontecendo. A dragão, confusa, diz:


— Mas o que é que está acontecendo agora? Porque isso?


— Vocês são dignos da minha plena confiança porque vocês confiam no que acreditam.


— Aí, bunito... Tipo, a gente tava com a corda no pescoço não faz nem cinco minutos e do nada tu muda as regras? Que parada louca é essa? – Disse Carol, ainda com os outros de sua cauda ouriçados.


— Eu precisava mesmo tirar a prova... A prova que vocês tinham convicções plenas. E sim, eu estava certo.


— Ying, o que significa essa sua atitude agora? Desde o início nós estávamos dizendo que... – Tentou indagar Viktor, também confuso.


— Não é preciso se explicar, Viktor. Eu os estava testando. Vocês passaram. É a única coisa que precisa saber.


Milla, que estava até então quieta, só olhando todo o ocorrido, se aproximou de Ying e diz:


— Eu... Eu sabia que você era o nosso Ying... Mas...


— Mas o que, Milla?


— Eu fiquei mesmo furiosa com você. Nós quase lutamos contra você... e eu não ia gostar de fazer isso.


O guardião, sentindo que a canina estava mesmo nervosa com a situação, foi até ela, a abraçando. Beijando o alto de sua cabeça, ele diz:


— Diretriz dois do código dos guardiões do reino de Shuigang, parágrafo um: um guardião tem total autonomia de julgar a qualquer invasor, seja benfeitor ou malfeitor; e a qualquer momento me é permitido comprovar a veracidade dos interesses de cada um dos envolvidos.


— Hã? Mas... o que isso quer dizer?


— Minha bela, vou deixar bem claro: vocês me venceram no meu julgamento. Você, minha amiga fofinha, faz parte de um grupo cheio de virtudes.


O sorriso franco de Milla estampou bem a alegria que a canina voltou a demonstrar, coisa que só ela sabia fazer. O alívio de todos por terem sido reconhecidos pelo guardião foi imediato. Com Lilac se aproximando de Ying, ela diz:


— Agradeço de coração pela confiança, Ying.


— Eu que agradeço... E se me permitem dizer, sejam bem vindos ao Castelo do Reino de Shuigang.


O panorama havia mudado. Em meio a um clima tenso e instável, tudo se resolveu de uma forma limpa e sem maiores danos. Claro, não nos esqueçamos dos ninjas da The Red Scarves que foram feridos, mas todos estavam vivos. A guarda do reino reuniu um multidão para tratar de seus ferimentos e os levou até a ala médica do castelo. Seriam bem tratados para, depois, seguirem como prisioneiros.


Ao fim de todo o ocorrido, Ying guiou os jovens até o interior do castelo, seguindo até o salão principal do monarca.


Um alívio tomou conta do castelo. Lilac e os outros estavam mesmo precisando de um descanso.


Minutos depois...


Salão principal do monarca, Castelo do Reino de Shuigang.


Caminhando pelos largos corredores do castelo, enfim os jovens chegam até o salão principal. Era uma construção imponente, com pilastras ornamentais ao longo de todo o lugar, era incrível a sua grandiosidade. Ao fundo, lá estava Dail, um jovem panda que vestia um traje real da cor verde com detalhes em vermelho. Assim que todos se aproximam, por educação e etiqueta, reverenciaram ao monarca se abaixando e reclinando suas cabeças, em sinal de respeito. Mas Dail parecia mais sociável.


— Olá aos meus visitantes. Mas pra favor se levantem. Não é preciso essa cordialidade exageradas.


— Nós devemos. Estamos a frente de um monarca... – Disse Lilac, educada como sempre.


— Levantem-se, vamos. Eu que devo muito a vocês.


— Tipo, tá falando sério? Porque tô precisando de uma gemas, sabe? – Disse Carol, sorrindo.


— Carol, não comece!


— Tá, mommy! Foi zuerinha leve...


— O senhor está muito bem, Dail. E está bem bonito com ele seu cabelo preso – Disse Milla, meiga como sempre.


— É, bem... O-obrigado, Milla. Eu não esperava que viessem me visitar. E vejo que conheceram Ying


— Precisamente, senhor. Os conheci na cidade e os acolhi até minha casa.


— Ah eu entendo. Bem, mas quem é esse rapaz aí? Nunca vi sua espécie antes... – Disse Dail, apontando para Viktor.


— Ah é, galera. O Dail não conhece o piá... – Disse Carol, puxando Viktor até próximo ao panda – Vai... Fala com o panda aí, piá!


— Ei, tenha paciência... Não me puxe assim, Carol! – Disse Viktor, sem jeito.


E o jovem humano então se apresenta ao monarca de Shuigang.


— Olá, pra-prazer. Me chamo Viktorius Ashem. Mas pode me chamar de Viktor – Disse, estendendo-lhe a mão.


— É... Prazer... Mas... Você não é daqui, não? – Disse Dail, apertando a mão de Viktor.


O guardião ficou sem jeito ao ver seu monarca mostrar tanta liberdade frente a uma pessoa nova na cidade e não pôde ficar calado.


— Senhor, não vê problema em informalidades? – Disse Ying, se surpreendendo com o atrevimento do humano.


— Não, tudo bem... Eu sou bem empático quanto a isso. Não se preocupe.


— Mil perdões, monarca. Eu não queria... – Disse Viktor, um pouco sem jeito.


— Viktor, não há do que se preocupar.


— Você tem certeza? Eu só fui espontâneo...


— Por isso mesmo. Bem, a que lhe devo a visita, Sash Lilac?


A bela dragão então toma a palavra.


— Bem, estamos aqui em uma missão. Tentamos estar tudo mais confidencial possível e...


— Missão? E quem é o intermediador?


— Royal Magister.


O semblante de Dail mudou no mesmo instante, demonstrando uma certa seriedade. E completou:


— E o símbolo?


— Hã?


— Ah Lilac... Ele tá falando da espada – Disse Carol, pegando a “Brave Sword of the Shang Tu Spirits” – Aqui, ô da monarquia.


Ao observar a espada, o monarca quase sofre um ataque e, tentando se controlar, diz:


— A T'zamure?! Mas como... como conseguiram esta lâmina?


— T'zamure? Que isso? Remédio pra garganta? – Disse Carol, segurando a espada. 


— Essa lâmina... Ela é no símbolo maior entre as nações de Shang Tu e Shuigang.


— Aí, Dail... Essa espada se chama “Brave Sword of the Shang Tu Spirits”, tá?


— Mas que nome ridículo é esse? Não, Carol... Royal Magister foi... Ah... Acho melhor conversarmos melhor a mesa...


Essa palavra caiu como uma sineta na mente das garotas, e até mesmo de Viktor, que diz:


— Espera. Deixa eu ver se entendi bem: você está nos convidando pra comer? Nós iremos comer junto com um monarca?!


— Exatamente. Você chegaram na hora que meu banquete seria servido. Os estou convidando para fazerem parte.


As garotas logo explodiram de alegria e satisfação, com o jovem humano pasmo frente a tamanha honra que iria ter de poder comer como um monarca.


— MINHA NOSSA! EU NÃO SEI... ISSO... ISSO É DEMAIS!


— Viktor, se não for pedir demais, não grite nos domínios de nosso monarca.


— Opa... Desculpa. Foi mal... É que... – Disse Viktor, envergonhado.


— Dail, liga não... O piá aí tá emocionado porque vai comer feito um rei... Embora isso também me interesse, nyah! – Disse Carol, com um sorriso no rosto.


— Lá vem vocês com esse papo outra... – Disse Lilac, enquanto tudo mundo pôde ouvir o ronco de fome de sua barriga – ih... É, bem...


— Tu tá cheia de rango aí, minha heroína. Tava falando o que mesmo, hein? Nyah!


— É, o Viktorius deixou a Lilac mal acostumada. A gente sempre almoça nessa mesma hora todo dia... – Disse Milla, também com fome.


— Ah vocês são terríveis! Que vergonha... – A dragão estava mesmo envergonhada.


— Hahaha! Por isso é bom receber visitas de vez em quando... – Disse Dail, passando dos a ficar pensativo – *Royal Magister deve mesmo estar precisando de ajuda. Elas nem devem desconfiar do que está acontecendo em Avalice. Pois bem, terei de omitir algumas coisas...*


Depois da conversa, todos então foram convidados para irem ao salão de banquetes. Uma enorme mesa tomava o lugar, mostrando novamente a grandiosidade dos aposentos do monarca de Shuigang. Com todos sentados a mesa, foram servidos com o que tinha de melhor: de saladas a frutas, com uma grande variedade de pratos asiáticos e, como Carol vai ter a incumbência de dizer:


— SUSHI! Ah eu amo muito tudo isso e sem querer fazer propaganda barata! – Disse Carol, devorando uma carreira de dez sushis.


— Nossa! Nunca vi tantos! – Disse Lilac, se servindo.


— Estou faminta também! – Disse Milla, comendo Yakisoba.


Mas se existe uma praia que estava totalmente diferente a mesa era Viktor, que olhava para todos os pratos servidos com os olhos brilhando.


— Nossa! Olha só como serviram aquele hossomakis! Mas o que? Esses hobatas estão com uma textura estupenda! Tempura, vocês também fizeram? Olha só como estão bem empanados! Minha nossa... tudo está perfeito!


Viktor estava completamente envolvido em observar cara prato que chegava a mesa, ficando de pé o tempo todo, acompanhando sem parar. Arte mesmo Ying, que estava junto ao monarca, não entendia esse comportamento. Na verdade todo mundo estava assustado com isso, até Dail, que diz:


— Eh... Bem... O que está acontecendo com ele?


— Oh Doil... Ole ó um cuzinhuiru. Tó viojondo no bototinho... – Disse Carol, com a boca cheia de sushi.


— Carol, não fale com a boca cheia! E Dail... Não ligue para o Viktor. Ele as vezes tem esses surtos... É porque ele é um cozinheiro e está emocionado por ver tanta comida sendo servida. Não é, Viktor? – Disse Lilac, olhando para o jovem.


— Ah é... É isso mesmo! Eu sou chef de cozinha e... MINHA NOSSA! Olha como eles serviram aqueles temakis!


— Aí, piá... SOSSEGA, RAPÁ! Tu tá muito exautado! – Exclamou Carol, irritada.


— Opa... Mil perdões! É que eu...


— Tá, tamo sabendo. Tu nunca viu tanta bóia junta e bem servida. Tá de boa. Agora fica sussa e senta pra comer!


— Você tem razão. Desculpe, Vossa Excelência.


— Tudo bem, Viktor. Fico feliz que tenha gostado – Disse Dail, sendo espirituoso.


Depois da confusão inicial protagonizada por Viktor, todos então estavam sentados a mesa se alimentando. Lilac, já satisfeita, começou a reunião.


— Dail, viemos até aqui para avisarmos sobre o que Spade tem se comportado.


— Ah já até imagino o que seria...


— Bem, houve um torneio de artes marciais em Shang Tu e...


— Vocês ficaram um torneio? Como eu não fiquei sabendo disso? – Disse, olhando para Ying.


— Senhor monarca, bem... – Continuouo jovem guardião – Nós estávamos concentrados em descobrir aqui em Shuigang sobre as atividades da The Red Scarves de seu irmão, que havia sumido. Não o noticiamos quanto a esse torneio para preservar sua segurança.


— Compreendo. Bem... continue, Sash Lilac – Disse Dail.


— O serviço de inteligência do reino de Shang Tu armou o torneio para chamar a atenção de membros do clã e conseguiram.


— E o que conseguiram?


— Neera Li encontrou membros se inscrevendo com outras identidades. Logo descobriram que estavam mesmo atrás da “Brave Sword of Shang Tu Spirits” e...


— Mas que nome ridículo é esse?


— Esse foi o nome que deram a T’zamure, senhor – Explicou Ying.


— Hahahaha! Isso parece nome de brinquedo de figuras de ação. Mas... Continue, Lilac... – Indagou Dail, ainda rindo.


— É um nome horrível mesmo... Bem, Neera aplicou uma tática: inscreveu General Gong e ela mesma no torneio. Ela em si ficou escondida, sem anunciar sua presença, mas bastou Gong lutar para que quase todos os finalistas se retirassem do torneio. Isso fez com que a inteligente pudesse rastrear para onde foram e custam justamente para cá.


— Então, isso faz total sentido com o que estávamos investigando...


— Hã? Como assim?


— Ying, poderia ligar o monitor?


— Sim, senhor. Agora mesmo... – Disse Ying, caminhando até o monitor do vento do salão.


Logo é mostrado um mais de toda a cidade, com destaques da cor vermelha em atrase todas as regiões. Lilac, sem entender, diz:


— O que significa?


— Bem, a atividade do clã de meu irmão trouxe preocupação ao reino. Spade, após ajudar a todos aqui na nossa nação, escolheu voltar a fazer as mesmas coisas de antes... De certo, seu comportamento havia mudado, pois não havia mais furtos nem roubos registrados.


— Hã? Spade deixou de roubar?


— Nem ferrando que ele ia parar do nada... – Disse Carol, ainda comendo.


— Meu irmão passou a fazer missões envolvendo reconhecimento e pesquisa, Lilac. Ele estava usando de seus serviços para a prosperidade da nossa nação – Disse Dail, olhando para Lilac.


— Mas então, onde isso se correlaciona?


Logo o que é mostrado no monitor muda, mostrando toda Avalice. Lilac, confusa, diz:


— Hã? Mas...


— Isso mesmo. Na manda semana desse torneio que vocês disseram, a The Red Scarves estava fazendo incursões no planeta inteiro. Embora a energia da pedra do reino tenha se espalhado pelo planeta inteiro, não existe tecnologia desenvolvida para acharem isso...


E no monitor novamente é mostrado um pedaço enorme de um dia resquícios da pedra do reino, o que faz a todo mundo se surpreender.


— Caraca, maluco... Olha o tamanho desse resquício, Lilac! – Disse Carol, surpresa.


— Ela é bem grande mesmo. Não cabrita na moto da Carol – Disse Milla, impressionada.


— Mas Dail... Como um resquício...


— Eu sei o que vai dizer. E não, Lilac... Ele não está aqui.


— Não?


— Não... Ele está sobre vigilância e poder de Mayor Zao [➕REFERÊNCIA].


— Zao?! [➕REFERÊNCIA] Mas como é que... Ei.. porque tá aparecendo “➕REFERÊNCIA” do nada aqui? – Disse Carol, confusa.


— Do que você está falando, Carol? A única coisa que falamos foi sobre o resquício estar com Mayor Zao [➕REFERÊNCIA] em Shang Mu.


— Ah lá! Outra vez! Porque isso? Bugaram a fic, só pode...


— Carol, pare de suas loucuras! Estamos tratando algo sério... Bem, Dail... Qual é a relação disso tudo?


— Bem, Lilac... Nosso centro de ciências criou uma máquina que emulasse a radiação dos resquícios. Então fizemos isso para fazer com que Spade aparecesse e que pudéssemos capturá-lo. Bem, o plano estava se saindo melhor que imaginávamos, pois conseguimos saber o porquê deles estarem com tanto interesse de recolher os resquícios.


— E o que seria?


— A The Red Scarves quer criar uma nova pedra do reino.


Os olhos arregalados de todos no recinto ilustrava bem a surpresa da notícia. Lilac logo disse:


— Dail, se isso for mesmo verdade...


— É verdade.


— Mas como? E porque?


— Nós conseguimos emular a radiação da pedra do reino, mas essa radiação só emana uma fração a nível de polegadas do que um resquício teria. Agora imaginem uma máquina feita para condensar essa radiação diretamente dos resquícios... Pois bem, é bem possível que eles estejam desenvolvendo uma.


— Pô, o Spade tem tino de empreendedor, mas isso aí tá bem anima da catiguria dele... – Completou Carol, surpresa.


— Mas o que vocês estão fazendo pra impedir isso? Nota-se que esse clã é muito perigoso e... – Tentou dizer Viktor.


— Não, Viktor... É algo impossível. Esse clã é muito grande e não tem como saber ao certo onde é sua base. Eles tem bases no mundo todo. Mas porque, Dail? Porque Spade se daria o trabalho de reunir os resquícios? – Disse Lilac.


— Tenho certeza que ele quer criar defesas... Mas conhecendo meu irmão, eu sei que ele vai usar isso pra cobrar pelo “serviço” de proteger Avalice.


— Ah o velho joguinho... Eu sou perita nisso. Ele vai salvar o mundo ao jeito dele... Malandro é malandro... – Disse Carol.


— ... e mané é mané, né Carol? – Disse Milla, completando o que a felina iria dizer.


— Hahahaha! É isso mesmo, fofinha linda! Nyah! – Disse, enquanto apertava as orelhas de sua amiga.


— Ah para... Está me fazendo cócegas!


— Ahn que fofucha cute cute, dios mio! Nyah!


— Carol, pare com isso! Estamos falando bem sério! – Disse Lilac, irritada.


— Tá, mommy. Foi mal... Mas a Milla é muito fofinha!


— Ok, chega... Bem Dail, o que você sugere que digamos a Royal Magister?


— Bem, deixar Spade fazer isso não é uma boa ideia, já que isso ofereceriam riscos a qualquer nação. E tem mais uma coisa...


— O que?


— Porque construir uma coisa assim em momentos de paz? Entenderia se estivéssemos em guerra como foi com Brevon...


No mesmo instante que Dail disse esse nome, os punhos de Ying se serravam com uma força fora do comum. Viktor, que estava próximo do panda, conseguiu perceber isso perfeitamente. E Dail continuou:


— ... Meu irmão deve saber de vc que boa ainda não sabemos. Ao contrário de nós, ele não tem limites para chegar a informações confidenciais. Ele tem espiões em todo lugar.


— Então eu entendi. Nós precisamos investigar todas as movimentações da The Red Scarves. Temos que achar os resquícios que eles tem em mãos e evitar que façam besteira – Disse Lilac.


— Sim. Exatamente isso.


— Royal Magister estava mesmo certo em se preocupar. Temos mesmo que impedí-los. Se isso que vê disse se confirmar, temos muito trabalho.


— Eu concordo. Bem, gosteis que mandassem para Royal Magister um recado.


— E qual seria?


— Isso é de interesse de todas as nações. Diga a ele que Shang Um precisa saber dos riscos. Mayor Zao [➕REFERÊNCIA] precisa saber disso. Eu mesmo mandaria algum emissário, mas creio que ele ouviria melhor um de vocês.


— Eu concordo. Tudo bem... Vamos nessa então!


— Tu viu? Apareceu escrito outra vez! – Disse Carol, surpresa.


— Vi o que, sua boba?


— Escrito “➕REFERÊNCIA” brilhando que nem um vídeo game!


— Para com isso, Carol! Para de fazer a gente passar vergonha com suas maluquices! 


— Isso tá muito estranho... Muito estranho...


A reunião foi muito proveitosa. Agora sabemos que já de fato um interesse maior por parte da The Red Scarves com relação aos resquícios da pedra do reino que não foram obliteradas na atmosfera durante a batalha de Lilac contra Brevon. Sabendo disso, agora as garotas deveriam retornar até Shang Tu para informar a Royal Magister sobre tudo o ocorrido.


Durante sua estadia no castelo, Dail deu total assistência aos jovens para se recuperarem do dia conturbado que tiveram. E por estar quase anoitecendo, os preparativos para retornarem a Shang Tu já estavam terminando. Porém Viktor havia se afastado delas, indo até às salas adjacentes ao salão principal. Em uma delas, que dava para um lindo jardim, encontrou Ying lendo um livro. Ainda trajado com seu uniforme, Viktor se aproximou do jovem panda, que diz:


— Olá, Viktor... Espero que tenham uma boa volta pra casa...


— Ah obrigado, caro Ying... Mas na verdade, antes de eu ir, eu queria conversar com você.


— Viktor, se é sobre o que eu fiz hoje mais cedo, quero que fique bem claro que é o meu trabalho defender esse reino. Não tenho nada pessoal contra nenhum de vocês.


— Não vim falar disso.


— Então?


— Estou aqui pra falar sobre o que aconteceu nesse reino com você.


— Hã? Do que está dizendo?


— Brevon... Você o odeia muito.


O olhar do belo rosto de Ying logo mudou, com o jovem guardião miando seu semblante, como se estivesse mesmo sentindo ódio por alguém. E Viktor continuou.


— Porque isso? Eu sei da história toda, mas...


— Você nunca me entenderia...


— Como não? Basta dizer...


— Eu não quero falar sobre isso...


— Você precisa. Porque eu sinto que você não conversa sobre isso com ninguém.


— Como está tão certo disso?


— Desde que eu estava em sua cara você parece não gostar de voltar no tempo e ver o que aconteceu. Nossa, você é o guardião. Até então, depois que eu descobri que você era o benfeitor desse reino, eu entendi porque você agiu daquela forma, mas... Basta você ouvir o nome dele que muda do nada. E você me disse que não haviam guardiões no reino... Porque isso?


— Viktor, não continue... Vive não vai entender...


— Diga, Ying. Estou aqui pra te ouvir... e te ajudar.


— Ele matou a todos...


— Sim, você me disse...


— A todos... a todos os meus... patentes.


— Hã? Mas...


— Brevon matou todos os guardiões... a linhagem da minha família... Todos foram exterminados. Eu sou o último da minha linguagem. Eu sou o único guardião vivo!


Viktor ficou mudo por um tempo. Sabia que tinha tocado em um ponto que não havia volta. Era visível que Ying sentia muita dure por dentro e deixou isso ainda mais evidente.


— Cada dia... Cada momento... Nos instantes mais íntimos aos mais abertos... Todo santo dia eu só consigo me lembrar daquele dia, que precisei juntar forças para dar-lhes um descanso digno. Acha que eu não irei guardar ódio por Brevon? Eu queria estar no lugar de Lilac... Eu queria dar um fim a vida dele... para que pagasse por tudo que tirou de mim!


Não se enganem: não haviam lágrimas sendo derramadas no momento. O clima era de revolta por parte de Ying. Viktor, sabendo que deveria fazer algo, logo tratou de lembrar dos momentos iniciais em Avalice e, com Milla, da ajuda emocional que havia recebido da bela canina. Olhando para Ying, ele diz:


— Pode não parecer, mas eu entendo você...


— Como assim?


— Sabe... Eu vivi a mina vida com muitos problemas... Eu não vou detalhar muito porque isso me causa muita dor, mas desde que eu vim para esse mundo eu percebi que as pessoas daqui são muito unidas. Ruas se importam mesmo com o amor ao próximo...


— Mas...


— E vou te dizer de forma direta, Ying: eu também sou sozinho no mundo.


— O que?


— Eu não tenho nenhum parente vivo também. Então eu sei como você se sente. Mas vou te explicar uma coisa que só descobri nesse mundo: não importa a dor que você carrega consigo, do quanto você se vitimiza e tal ou do tamanho dos problemas que você tem. Você tem que viver olhando pra frente sempre, segundo com sua vida. Eu aprendi aqui em Avalice que você tem que dar valor ao que tem e não ao que perdeu, porque não tem volta. Mas sua vida influência a de todos, então... a vida é curta. Curta a vida!


— Viktor... isso que você disse...


— Eu sinto falta dos meus pais, da minha avó... Eu sei como é a dor... Mas eles me deixaram uma herança: conhecimento. Eles viveram pra me darem isso. Preciso fazer valer a vida deles vivendo.


Depois de um longo tempo de dor e lástimas, Ying pode ver em uma pessoa que bem sequer era de seu mundo o significa de continuar seguindo em frente. Sua mente foi liberta das trevas que tanto o atormentava. Ser um guardião era o que sua família lhe deu. Era o que agora tinha entendido. O sacrifício de seus parentes foi para proteger a todos e isso deveria ser respeitado. Ao entender isso, Ying correu até Viktor e o abraçou carinhosamente, dizendo:


— Eu... Eu não tenho palavras de demonstrar o tamanho da minha satisfação de ter te conhecido. Você me salvou... Você me fez abrir meus olhos e exorcizou meus fantasmas... Eu lhe devo muito, Viktor. Seja onde estiver e o que esteja passando, vive pode contar comigo.


— Tudo bem, Ying... E agradeço o que vê fez pela gente... *E muito obrigado, Milla... Você é a responsável por isso...* - Disse Viktor, retribuindo o abraço.


A amizade eterna de Ying tou selada naquele instante. Os dois agora eram de fato mais amigos que antes...


Minutos depois...


Rodoviária de Shuigang, noite.


Já dentro do ônibus com destino a Shang Tu, os jovens conversaram sobre tudo que aconteceu em sua estadis na cidade de Shuigang. As aventuras realizadas, as lutas... e a comida. Mas contrariando o clima de confraternização, Carol mostrava preocupação em seu olhar, percebido por Milla, que fiz:


— Carol, o que houve?


— Ah fofucha... Tem um lance que tá me incomodando...


— O que?


— Que parada estranha foi aquela de “ REFERÊNCIA” que tava aparecendo do nada? Cara, coisa de macumba aquilo, oxe!


— Ah Carol... Você é maluca! – Disse Lilac, irritada.


— Eu tô falando... Tem uma coisa bem trevosa nisso tudo...


— Esquece isso e aproveita a viagem...


Mas não. Carol estava mesmo incomodada com o fato inusitado. Ela então até em pensamentos.


— *Caraca... Que coisa estranha era aquela? Pera, era sempre que diziam o nome do... É ISSO!*


Carol então começou a encher os pulmões de ar, sendo observada por Viktor, que diz:


— Mas o que é que você está...


— ZAO ZAO ZAO ZAO ZAO ZAO ZAO ZAO ZAO!


Mas nada aconteceu, frustrado a felina. Logo Viktor diz:


— Hã? Carol, você está louca?


— Ih... Caraca... Nada aconteceu... Que estranho... Então não era isso...


— Não era isso o que?


— Ah nada, piá... Esquece... Que saco...


— Sua boba! Pare com essas duas maluquices! – Disse Lilac, irritada.


E enfim a aventura em Shuigang termina. Os jovens agora estão retornando a Shang Tu. Mas não gaveta muito tempo para descanso, pois pelo visto haverá mais missões a cumprir.


 


Continua...


 


 


 


 


 



 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 



 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


➕ULTRAAAA COMBOOOO!


— Ah lá! Eu sabia! Nyah! :3


____________________________________________


E chega o fim a saga de Shuigang. Agora os jovens retornam para Shang Tu para se encontrarem com Royal Magister.


No próximo capítulo: A maior nação de Avalice: Shang Mu



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Autor(a): the.hunterx

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E lá vamos nós para mais uma nova nação. Muitas surpresas aguardam Lilac e seus amigos. ____________________________________________ A missão em Shuigang havia chegado ao fim, mas isso não era o fim de tudo. A estadia na nação dos pandas trouxe muitas incógnitas: porque Spade sumiu, dando lugar a seu bra&ccedi ...


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Comentários do Capítulo:

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  • Tesl4 Postado em 23/05/2020 - 15:47:25

    Incrível. :-)

    • the.hunterx Postado em 23/05/2020 - 21:35:30

      Olá. Muito obrigado. Espero que esteja se divertindo com minha fic. Até. E boa leitura.


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