Fanfic: Freedom Planet: Faith & Shock | Tema: Freedom Planet
Os preparativos já começaram. E não da firma que todos esperavam. O fortalecimento do espírito é o maior aliado de um lutador.
E essa prova será dada nesse capítulo, onde iremos conhecer melhor a história de vida de Noah.
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Era uma situação bem inesperada. Nunca que Lilac e seus amigos desconfiaria de um simples bibliotecário. Não havia muito tempo para procurarem por um quinto integrante e talvez o desconhecido Noah Hibiki fosse a única opção. Mas a condição era inusitada, já que o jovem híbrido havia desafiado a bela dragão para que aceitasse participar do torneio. E não havia muito do que pensar: Lilac aceitou. Talvez o desafiante devesse mesmo ser testado.
Com o jovem Noah aguardando Lilac no descampado, ele somente observava os outros próximos a Lilac, que diz a Carol:
— Carol, eu não estou gostando disso...
— Ah qual foi, Lilac? Tu vai lá, dá um sacode no trevoso e tá tudo sussa.
— Não é isso... E mais respeito ao Noah.
— Ah tá... Mas o que foi então?
— Eu não vou me sentir bem batendo em alguém anônimo assim.
— Tá de saca, né? Foi o cara que te desafiou, tu aceitou até. Então, filha... Vai lá e sapeca o felpudin.
— Carol, olha o respeito...
— Tá, mommy... Agora é hora de você brilhar esmurrando um fã.
— CAROL! Pare com isso!
— Tá, tá...
Mas antes de Lilac seguir para o meio do descampado, Viktor só observava Noah. Ela, preocupada, diz:
— Viktor, o que houve?
— Esse terreno... Estava revirado. Esse cara... Ele treina aqui. Não é um qualquer... Ele sabe lutar.
— Bem, mas pra alguém me desafiar é porque se vê em condições de lutar contra mim.
— Eu sei, mas...
— O que, Viktor?
— Essa luta vale muito pra nosso grupo. O que me deixa em dúvidas é sobre os interesses dele nisso.
Lilac entendeu bem o que o jovem humano quis dizer. Ela, voltando a olhar para Noah, diz:
— Terei cuidado, Viktor. Eu sei o que fazer...
— Tudo bem. Boa luta.
— Obrigada, Viktor.
Lilac então foi até próximo de Noah, que logo se colocou em base de luta. A dragão, se preparando, diz:
— Você tem certeza que me conhece mesmo, Noah? Eu não costumo pegar leve...
— Então temos isso em comum.
— Gostei disso. Confiança é tudo.
— Tudo e mais um pouco.
— Hehehe... Estou gostando de ver. Para um quinto membro você já está se saindo muito bem só no espírito.
— Verá todo o resto agora.
— Muito bem... Prepare-se, Noah! – Disse Lilac, colocando-se em base de luta também.
Lilac não perdeu um tempo sequer, utilizando de seu Dragon Boost logo de início. Em milionésimos de segundos estava a frente de Noah, que mal percebeu a aproximação da dragão. Sua falta de velocidade de reação lhe custou caro: Lilac executou um chute em seu rosto, fazendo-o ser arremessado para o lado. O golpe foi forte, mas não lhe causou maiores danos.
Sabendo que o pegou desprevenido, Lilac se preocupou com o rapaz, dizendo:
— NOAH!? Você está bem?
— Não... Eu não estou... – Disse, com a mão sobre o local onde foi atingido.
— Nossa, mil perdões... Eu não queria te surpreender assim... Eu...
— Você pegou leve. Por isso não estou bem... – Disse Noah, se levantando.
— O que?
— Você disse que não costumava pegar leve... A Lilac que eu conheço não mentiria.
— Noah, vou ser bem sincera: eu não gosto de lutar duelos. Se estou fazendo isso é para que consigamos um quinto membro. Só que eu não quero te machucar.
— Existem muitas maneiras de se machucar alguém... Uma delas é ferir sua honra.
Lilac até iria contra argumentar, mas não haviam argumentos contra isso. O jovem híbrido estava certo e a dragão concordou.
— Sim... Você está certo. Tudo bem, Noah. Desta vez irei lutar pra valer. Espero que consiga se defender.
— Eu irei... – Disse, voltando a ficar em base de luta.
Com os dois frente a frente novamente, o olhar analítico de Viktor percebia algo anormal:
— *Lilac é fora do comum. Ela é extremamente rápida, quase como um raio... Porém esse golpe que ela aplicou... Esse cara não levou o chute por acaso. Não foi um chute fraco e ele se levantou em seguida... Tem algo nesse cara que não é normal...*
Voltando a luta, Noah só aguardava a iniciativa de Lilac, olhando-a nos olhos. Com um brilho ainda maior em seu corpo, ela de fato usou seu Dragon Boost com um poder maior que antes. Estando ainda mais rápida, com uma velocidade maior que um piscar de olhos, Lilac acertou Noah em cheio em sua barriga com um soco, fazendo o jovem ir para trás, arrastando seus pés no gramado pra aproximadamente oito metros de distância de Lilac. A dragão a princípio até se preocupou, mas bastou olhar para o jovem híbrido que as coisas mudaram: Noah estava novamente em base de luta e, embora tivesse mesmo sentido o golpe, não esboçava fraqueza. A própria dragão passou a se impressionar com o fato:
— *Ele tomou meu golpe em cheio. Coloquei uma carga de força maior que antes, o suficiente para quebrar uma rocha. Mas ele voltou a luta em seguida... Viktor estava certo. Ele é mesmo um lutador... Mas porque quis lutar? Tem algo nisso...*
Lilac voltou a usar seu Dragon Boost para se aproximar de Noah, que nada pode fazer para evitar mais um golpe, dessa vez em suas costas. A bela dragão apareceu por trás do jovem com um chute, fazendo com que fosse jogado para frente. Mas antes que caísse, Noah mostrou uma agilidade absurda, fazendo uma cambalhota usando seus braços como apoio ao chão, caindo de pé, voltando a ficar em base de luta. O fato impressionou a todos e, assistindo ao combate, Carol diz a Viktor:
— Piá, esse trevoso aí é bom.
— Sim. Percebeu também, Carol?
— A muito tempo. Tu tava certo. O cara sabe lutar.
— Ele... Essa base dele... Me é familiar...
— Hã? Tá falando de que?
— Certa vez meu mestre disse que existem lutadores que deixam sua guarda baixa de propósito para aproveitar um único momento...
— Pera, é o caso dele?
— Parece que sim. Ele não está atacando, só recebeu golpes... mas sempre volta para a mesma base.
— Lilac, toma cuidado...
A luta seguia da mesma forma. Por mais três ataques, Lilac tinha pleno controle, golpeando Noah sem que o jovem tivesse chance de se defender. Porém, como antes, toda vez que Noah recebia os golpes fortes de Lilac, ele voltava a sua mesma base, exatamente como começou o duelo, com guarda baixa. A dragão, ficando a sua frente, diz:
— Noah, como é? Só vai ficar recebendo golpes? Pensei que você iria mostrar a que veio.
— Eu irei... Na verdade, eu já estou. Você me acertou várias vezes... Deve ter cansado.
— Hehehe... Se você me conhece sabe que isso não é verdade.
— Eu sei... Só estou dizendo isso pra te provocar. Eu falhei, não foi?
— Hahaha! Sim, falhou. Carol faz isso melhor que você.
— Tenho que treinar isso. A essa hora já teria vantagem sobre você...
— Não, nem em sonhos. Bem, se você não vem, eu vou até você!
E como ela mesmo disse, novamente utilizou de seu Dragon Boost, partindo a toda velocidade. Em frações se segundos ela já estava a frente do jovem, executando um chute forte em seu dorso. Porém dessa vez algo inusitado ocorre: Lilac puxou sua perna, escrevendo um pequeno salto para trás, enquanto Noah assimilava o golpe, com uma das mãos sobre o local atingido. Imediatamente depois se colocou novamente em base de luta. E Carol logo jogou a real:
— Ele a atingiu.
— O que? – Disse Viktor, surpreso
— O Noah... Ele atingiu a Lilac na perna.
— O que, mas... – Disse Viktor, olhando para Noah – Carol... Aquela base... Ele mudou... E eu conheço mesmo...
— Hã? O que tem Viktorius? – Perguntou Milla, confusa.
Viktor logo ficou em silêncio, sabendo que de fato havia algo bem preocupante para a luta.
— Isso é Kyusho-jitsu.
Significa em japonês "a arte dos pontos vitais". O termo se refere ao conhecimento compartilhado por vários estilos de luta japonesa a respeito de como atacar os pontos de pressão nas áreas sensíveis do corpo do adversário. É em base, acertar um ponto vital fixo do corpo e este pode perder os movimentos de alguma parte referente ao corpo, em alguns pontos principais, a vítima pode chegar a desmaiar fácilmente.
Lilac sabia que havia sido atingida, mesmo que de forma tímida, mas o suficiente para uma incômoda constatação:
— Minha perna... Está dormente. O que você fez?
— Acertei um de seus pontos de pressão, para que não use mais sua velocidade.
— Mas como conseguiu me acertar tão rápido?
— Cara Lilac... Eu não cuido só dos livros. Eu também os leio... Eu sou especialista em CAE nível H18.
Conhecimento de Análises Estatísticas é uma área da matemática que abrange o conhecimento do espaço onde o indivíduo se encontra em caráter generalizado, ou seja, é o estudo de como o indivíduo processa toda a área em sua volta, assim como a de outras pessoas. Um lutador que tem essa habilidade consegue aprender com quase plena certeza onde seu adversário irá atacar. Muitos soldados de Israel utilizam dessa técnica para aprimorarem o Krav Maga. Existem sete áreas dessa habilidade, onde a H18 corresponde a quarta. Um lutador nesse nível consegue analisar todos os movimentos do oponente, prevendo seus ataques com uma velocidade muito acima do normal.
— O que? Mas...
— Eu analisei todos os seus golpes. Você sempre quis me deixar confuso, atacando aleatoriamente, mas com o tempo você tornou a me atacar em um padrão. Eu só precisei ter a certeza que você estava me atacando sempre do mesmo jeito. Por isso eu peguei sua perna. No momento agora estamos na mesma velocidade.
— É, eu subestimei você. Era tudo uma estratégia sua.
— Desde sempre. Eu esperei muito por esse momento, Lilac. Lutar contra alguém poderoso... E justamente contra a pessoa mais forte em Avalice!
— Lisonjeada com seus elogios. Mas é melhor se preparar... Eu não sou só velocidade.
Lilac então correu em direção a Noah. Mesmo que a dragão estivesse de fato com velocidade limitada por sua perna estar dormente, de longe ela estava lenta. Pelo contrário: o jovem híbrido precisou se esforçar para se esquivar dos fortes socos e chutes que ela começou a desferir. Noah sabia disso.
— *Ela está mesmo lutando com tudo. Ela é muito rápida e seus socos são bem potentes. Preciso acabar com isso...*
Noah estava em desvantagem, pois Lilac não cessava seus ataques. A velocidade anterior estava voltando inclusive, e com isso os golpes poderosos da dragão começaram a atingir Noah novamente. Porém...
— *É agora! Eu esperei muito por isso. A situação é propícia para eu conseguir... Eu vou conseguir...*
E o jovem então tomou uma postura um pouco mais ofensiva, abaixando um pouco seu dorso e colocando sua mão direita a frente de seu corpo com a palma da mão aberta. Ele repetiu isso com sua outra mão, mas para trás de seu corpo. Viktor logo entendeu.
— Essa base... Ele vai contra atacar Lilac! Ele está buscando o equilíbrio, o ponto zero.
— Que parada é essa de ponto zero, piá? – Disse Carol, confusa.
— É quando o lutador se coloca em uma postura de ataque e defesa. Se defender será efetivo e se atacar também. Mas pra executar isso é necessário muita confiança e preparo... – Disse Viktor, olhando para a área onde supostamente Noah estava treinando – *Então ele... Esses rastros no chão... Só pode ser uma coisa... Eu também usava um descampado para lutar para desenvolver minha técnica... Eu conseguia sentir melhor o solo sem ter riscos de machucar meu pé... E ele... Só pode ser...*
E continuando o que Viktorius estava pensando, Noah conseguiu aparar o último golpe de Lilac, abrindo uma brecha. Tudo parecia estar em câmera lenta para o jovem, que continuou:
— *Essa técnica só pode ser desenvolvida contra um adversário forte... E eu só tenho uma chance pois precisa ser feito com poder total meu e do adversário... E hoje eu vou conseguir!*
Noah então grita frente a Lilac, que estava com sua guarda totalmente aberta:
— KAI NO SAN SANKAKKEI NO HINTO! (Os três pontos do triângulo de Kai)
Vários golpes começam a serem desferidos diretamente ao corpo de Lilac, que não conseguia evitá-los. O jovem híbrido utilizava a ponta de seus dedos em pontos específicos dela, que perdida lentamente os movimentos. Noah insistia no ataque, não diminuindo a intensidade. Ele estava mostrando satisfação em seu olhar.
— *Eu finalmente... Eu consegui... E ainda irei vencer a maior lutadora de toda Avalice!*
Mas, de forma adrupta, Lilac fitou Noah nos olhos, dizendo:
— Não tão rápido, Noah!
A sequência de golpes do jovem albino foi interrompido com um fortíssimo soco em sua barriga, fazendo-o ser jogado para longe. Com muita dificuldade Noah consegue fazer fazer uma manobra, caindo de joelhos. Puxando ar, ele diz:
— Mas... Eu havia... Eu havia conseguido...
— Uma coisa que talvez você não saiba sobre mim, Noah... – Disse Lilac, caminhando normalmente em direção ao jovem.
— Hã? Mas como pode estar andando como se nada tivesse acontecido? Eu tenho certeza que eu havia atingido seus pontos de pressão...
— Não fique confuso. Você os acertou...
— Mas então?
— Quando eu disse que eu não era somente velocidade, não me referia somente as minhas habilidades de luta.
— O que quer dizer?
— Tenho três coisas a te dizer: uma que eu sei lutar sem precisar de minha velocidade. Duas que eu também tenho habilidades analíticas, pois minha velocidade me condicionou a isso. E três, que todo meu corpo tem um metabolismo muito desenvolvido, ou seja, eu consegui anular todos os seus golpes nos meus pontos de pressão no mesmo instante que fui tocada por você.
— O QUE?
— Igual a você eu também me vi na obrigação de estudar. Conheci mais sobre minha fisiologia sob os ensinamentos e orientações de Royal Magister. Eu aprendi muitas coisas para canalizar melhor meus poderes e assim poder usar melhor minhas habilidades.
— Ham... Não poderia esperar menos da maior heroína de Avalice...
— Mas devo reconhecer que o subestimei, Noah. E espero que esteja pronto... PARA ISTO!
A bela dragão estava mesmo falando sério. Noah mal pode ver Lilac se aproximando. E já prestes a atingí-lo, uma voz é ouvida, fazendo com que Lilac interrompesse o golpe.
— Parados aí, todos vocês!
Todos então olham para a pessoa, que se tratava de um policial de Shang Mu, que diz:
— Eu ouvi relatos de uma estranha movimentação por aqui. Vocês sabem que é extremamente proibido duelar em local público nessas cidade?
Carol não perdeu tempo e logo foi até proximo do oficial, dizendo:
— Ô puliça... Calma. Só estamos treinando.
— Treinando? Esses dois estavam prestes a se esbofetarem aqui que eu sei.
— Sim, mas faz parte do treinamento. Fica sussa, seu guarda. Não somos de nenhuma torcida organizava nem nada. Só estamos treinando para o torneio.
— Muito bem... Então façam o favor de darem o fora daqui. E se eu pegá-los fazendo isso nessa cidade, pode ter certeza que os levarei presos por desordem.
Viktor então vai até o centro do descampado e, junto com Milla, diz:
— Lilac, melhor irmos. Senhor, desculpe por tudo. Não fizemos por mal. Vamos seguir com o que o senhor mandou.
— Isso. Vamos fazer tudo certo. Tudo bem? – Disse Milla, da forma meiga como sempre.
— Ah tudo bem... Que coisa... Agora que tava ficando bom o comb... Digo, o treino! – Disse Carol, disfarçando.
— Mil perdões, senhor. Nós iremos nos retirar agora.
E foi exatamente isso que todos fizeram. Porém Noah não estava entendendo nada, pois simplesmente foi ignorado.
— Ei... Onde vocês vão? E o trato que fizemos?
— Noah... Me desculpe. Mas o trato foi se eu o derrotasse. Eu não consegui, então...
— Mas nós devemos continuar com a lu...
O policial ainda estava por alí só ouvindo:
— Como é que é?
— ... Co-com o lual. É isso... - Completou Carol.
— Ah bom... Esses jovens... Fiquem na linha, tudo bem? Se me dão licença...
E o guarda então seguiu para fora do descampado, voltando a sua rádio patrulha. Lilac, se aproximando de Noah, diz:
— Noah, foi legal te conhecer. Mas precisamos ir. Infelizmente não poderei continuar com a luta. Eu aceito seus termos. Eu não fui capaz de te derrotar. Você é o vencedor merecidamente.
— O que? Não... Isso não está...
— Eu sei que queria continuar. Mas como eu disse, eu te subestimei. Se eu soubesse que você era um belo lutador eu já teria traçado uma estratégia pra te derrotar. Eu não fui capaz disso.
— Lilac?! Mas...
— Tu ouviu a lindinha, trevoso. Tipo, a heroína aí respeita a honra dos lutadores. Então nada pessoal. Tamo junto, falou? Vambora gente... – Disse Carol, puxando Milla e Viktor pelo braço, acompanhando Lilac.
E então os jovens seguiram de volta até o centro da cidade, com Noah em pé, pasmo com o que tinha acabado de acontecer.
Caminhando pelas ruas movimentadas da cidade, o grupo de amigos conversavam, com Lilac dizendo:
— Nossa... Ele lutou muito bem...
— Tu deveria ter continuado. Tu ia dar um piau boladão naquele trevoso que na certa ele ia virar um carola de igreja no fim.
— Carol, tenha mais respeito!
— Tá, tá...
— Mas e agora, Lilac? Temos pouquíssimo tempo pra ir atrás de um quinto membro... – Disse Viktor, um pouco confuso.
— Eu sei, Viktor. Na verdade meu interesse seria tentar convencer a Mayor Zao de mudar o prêmio do torneio. Porém eu sei que ele não faria isso...
— Então o que a gente vai fazer, Lilac? – Disse Milla, também confusa.
— Não sei... Nós podemos procurar uma academia ou Dojoh pra saber se alguém gostaria de...
E por estarem andando por um beco escuro, Milla interrompeu sua amiga, dizendo: a
— Ei... Tem alguém nos seguindo...
— Hã? Como você sabe, Milla? – Disse Viktor, surpreso.
— Estou sentindo o cheiro faz muito tempo e eu ouvi seus passos agora. Ele está atrás daquela parede.
Carol então correu até onde Milla apontou, dizendo:
— Aí... Mete a fuça pra fora aí, ô vacilão!
Sabendo que não poderia manter sua presença sem ser nisso, eis que a pessoa a qual Milla sentiu parece: era o próprio Noah. Sua presença causou um pouco de surpresa por parte de todos, principalmente de Lilac, que diz:
— Noah, mas o que está havendo seguindo a gente?
— Eu... Bem, eu gostaria de conversar com vocês.
— Hã?
O comportamento do jovem albino realmente foi inusitado. Lilac havia deixado bem claro que tinha perdido a luta (como se isso fosse um fato consumado, que todos sabemos que não) e com isso a situação teria terminado naquele lugar. Mas a dragão, gentil como sempre foi, convidou o jovem para acompanhá-los até o Gigante de Shang Mu Hotel, onde estavam hospedados. Decerto, aquela noite seria mesmo longa.
Gigante de Shang Mu Hotel, 22:00 pm.
Convidado a subir até os aposentos dos jovens, Noah fez parte de um verdadeiro banquete que havia sido servido pelo hotel. Com tudo sendo pago pelo reino de Shang Tu, era natural que o jovem albino ficasse realmente impressionado com a fartura de comida a mesa, dizendo:
— Lilac, sua fama pelo visto lhe deu muita fortuna.
— Hã? Mas... Noah, olha... Não é o que você está pensando... – Disse Lilac, tentando explicar.
— Haha! Sim, ela tá podre de rica agora. Ela é rica, muito rica! Hahaha! – Disse Carol, comendo sushi.
— Carol, fica quieta! Não, Noah... Como estamos em uma missão, Royal Magister boa deu todo o suporte que podia. Um deles foi custear nossa estaria aqui.
— Ah sim... Bem, mesmo assim é uma ajuda que só heroínas como você poderia receber – Disse Noah, saboreando um Yakisoba.
— Ih Lilac... O jeito que ele te olha... Será que vai dar mach? – Carol estava mesmo disposta.
— Carol, sua boba! Para de falar besteiras! Lá vem você com seus shipps...
— Fica assim não. O Viktor vai ficar com ciúmes. Não é, piá? Eh... Piá?!
Carol logo ficou muda pois Viktor estava tão Impressionado com os pratos servidos que estava ignorando totalmente a conversa. Milla, que estava sentada comendo sushi, logo se assustou, dizendo:
— Viktorius, o que está acontecendo? Porque está...
— Você não vê, Milla? Olha só como eles serviram esse Yakisoba! Nossa, os sashimis estão tão frescos e com um aroma estupendo! E esse sushi então? Você já está até repetindo... Eu também, hehehe!
Assim como Carol e Lilac, que olhavam on jovem humano analisar a comida servida, Noah logo diz:
— Esse... Bem, eu nunca vi alguém da espécie dele por aqui. A pelugem dele é só no cabelo e ele não tem cauda, né? E porque esse gosto todo por comida?
— Ih repara não. Ele é meio esquisito, mas é legal. Tá surtando assim porque sabe cozinhar. Tipo, o piá aí é chef de cozinha. Ele é um amorzinho, trevoso – Disse Carol, comendo uma carreira de dez sushis de uma vez.
— Falando nisso, você queria conversar com a gente... Do que se trata, Noah? – Disse Lilac, depois de tomar um copo de suco.
— Bem, eu tinha interesse mesmo de participar do torneio com vocês independente do resultado de nossa luta.
— Nossa, mas então porque quis lutar? Eu não me senti bem em ter te golpeado.
— Peço desculpas por isso. Eu bem sei o que dizer. Fui um pouco egoísta...
— Tu foi é doido. Achou mesmo que podia vencer a Lilac? – Disse Carol, ainda comendo sushi.
— Carol, não diga isso. Noah lutou muito bem e de forma digna e honrosa. Eu que me sinto mal em ter o machucado.
— Tudo bem, Lilac. Você lutou com tudo. Era o que eu queria... Era... – Disse on jovem albino, mostrando tristeza em sua voz.
E de fato Noah não estava lá muito feliz, embora tenha conhecido novos amigos. O jovem estava um pouco perdido frente a todos durante a reunião amistosa que estavam tendo. Ajudo o incomodava e a única ideia que percebeu isso em seu semblante era Lilac, que parecia ter sentido esse mal estar do híbrido.
Horas depois...
Ainda dentro do quarto do hotel luxuoso no meio da cidade de Shang Mu, a reunião já estava no seu fim. Era a hora de definirem bem o que seria feito. Carol então diz:
— Bem, então é isso. O trevoso aí será o quinto membro e...
— Não tão rápido, Carol – Disse Lilac, caminhando até Noah.
— Hã? Que foi, Lilac?
— Antes dessa nomeação, eu quero conversar com ele.
— Como é? Lilac, não tô te entendendo... O cara aí tava só de show. Ele já queria ser o quinto...
— Tem algo que eu quero tirar a limpo...
— Lilac, do que está falando? – Disse Viktor, preocupado.
— Quero tirar uma coisa a limpo. Uma coisa entre Noah e eu.
— Ah sim... Eu entendi... Vá em frente, Lilac.
Enquanto Lilac conduzia Noah até o elevador do andar que estavam, todos ficaram surpresos e preocupados com o ocorrido, porém Viktor parecia tranquilo. Carol, curiosa como sempre, foi até o jovem.
— Piá, que tá rolando? Tu parece saber dessas paradas aí da Lilac com o trevoso...
— Carol, entenda: o que ela quer falar com ele...
Minutos depois...
Praça central da cidade de Shang Mu, 12:00 AM.
“... é algo bastante íntimo que só Lilac e Noah podem tratar. Eu vi isso nos olhos dela e nos olhos dele também.”
A madrugada fria daquela noite não era um convite a um passeio, porém o momento não era de lazer. Realmente a bela dragão púrpura junto a seu novo amigo albino estavam mesmo começando uma conversa bem seria, com ele dizendo:
— Lilac, eu não esperava que fosse se preocupar tanto assim comigo a ponto de fazer uma conversa em particular.
— Me preocupo sim, Noah.
— Mas o que quer conversar?
— Eu não posso te envolver no que estamos prestes a começar sem antes te conhecer bem.
— Hã? Me conhecer?
— Eu reparei que durante seu último golpe você estava explodindo de motivação. Seu rosto estampava felicidade, mas... Por um bebê momento meu golpe pareceu apagar essa sua alegria e eu me sinto muito não por isso...
— Lilac, eu...
— E durante nossa janta você ao dizer que você queira muito lutar comigo... Nossa, eu notei uma tristeza em seu olhar que me senti ainda pior...
— Lilac, onde quer chegar?
— Noah, qual seu interesse em ser juntar a gente? Eu sei que não é só para participar. E, além disso, e sua família?
No mesmo instante o jovem pareceu ter sentido um grande incômodo, quase como se fosse acertado com um duro golpe. Lilac percebeu isso mais uma vez e não demorou em dizer:
— Noah, você fez o mesmo rosto de antes...
— Lilac, isso é muito delicado em dizer, mas...
— O que, Noah?
— Estão todos mortos.
Lilac no mesmo instante olhou de uma forma têmere, entendendo que havia tocado em um ponto que talvez não esperasse. Porém não havia mais volta e sabia que deveria dizer algo frente a Noah. Ela, convidando o jovem parte se segurar em um banco da praça, diz:
— Eu sinto muito, Noah. Eu não tinha ideia que...
— Você não tem culpa, Lilac. Não se desculpe.
— Preciso sim, Noah. Um fato como esse não é algo que eu deva me meter. Eu fui uma boba...
— Não, você não foi.
— Porque diz isso?
— Porque tudo envolve eu querer participar desse torneio.
— O que? Noah, me desculpe mas... Como que isso pode ter relação com você querer participar?
— Porque só isso me restou. Escute, eu irei lhe contar toda a história. Ao fim dela tudo dará sentido. Aí sim você poderá saber se eu sou mesmo digno de fazer parte de seu time.
Embora fosse uma situação estranha, a dragão concordou com a ideia de Noah. O que sinto em seu passado para que tenha motivações?
Bem, vejamos sua história.
Avalice, sete anos atrás.
Noah era um jovem mestiço de dez anos de idade. Seu pai, Yvo Hibiki, era um panda do reino de Shuigang que era capitão de um navio de hortifrutigranjeiros. Embora de natureza humilde, tinha o conhecimento em um sábio, pois em seus períodos de lazer sempre tratava de ler algum livro. O mundo era um lugar grande e sua profissão exigia conhecimentos gerais plenos. Sua mãe, Rebeka Zas, era uma panda vermelha original de Shang Mu, raça essa bem comum na cidade (como Mayor Zao). Ela era médica cientista do Instituto de Biomedicina da cidade.
Os pais de Noah se conheceram ao acaso: por precisarem de um navio para pesquisar sobre a vida marinha do planeta, o instituto contratou justamente Yvo para que fossem até mar aberto, para bem longe da costa. Rebeka ficou encarregada dessa missão. Durante a expedição, ambos se conheceram melhor e, pelas características e interesses, a relação tomou força e o amor aflorou seus corações. Meses depois eles se casaram e Rebeka deixou sua vida de pesquisadora e Yvo de exportador para se lançarem no mundo dos mares de Avalice. E o amor do jovem casal de aventureiros resultou em Noah Hibiki, um lindo híbrido, onde herdou as orelhas vermelhas com detalhes pretos em sua pelugem e os olhos verdes esmeralda de sua mãe; de seu pai herdou sua pelugem branca em tudo seu corpo. Seus traços eram tão suaves que muitos o confundiram com um felino.
O nascimento de Noah trouxe ainda mais felicidade para o casal, que tratou de viajar pelo mundo todo para adquirir ainda mais conhecimento. Conforme o tempo passava Noah se desenvolvia com saúde e era amado por seus pais e amigos. Tudo corria bem com a família Hibiki Zas e a felicidade transpirava em suas vidas.
Até uma noite sombria chegar...
Big Sea, mar aberto de Avalice. 23:00 pm. (A exatos sete anos atrás)
Durante uma viagem amistosa, uma tempestade tomou o ambiente, deixando o mar revolto. Yvo Hibiki usou tia sua experiência de anos de navegação, travando uma batalha terrível contra a própria natureza. Mas mesmo a perícia formidável de seu pai não foi capaz de evitar o pior. Temendo por isso, com todos ao convés, sua mãe abraçava forte Noah, que tinha seus dez anos de idade. Ela, o segurando forte, diz:
— Noah, meu filho... Eu sei que você está com medo. Eu sei que não está entendendo nada, mas... Essa é a natureza. Nunca guarde rancor dela.
— Mãe, eu...
— Seu pai está fazendo o que pode... Eu vou sempre estar ao seu lado, Noah... E seu pai também...
Uma enorme onda enunciava o que talvez todos já tenham percebido: uma tragédia acabava de se ilustrar frente ao barco. Yvo tinha noção exata que não sairiam Dalí vivos e se aproximou de sua esposa, beijando-a. Em seguida foi até seu filho, dizendo:
— Noah... Eu o amo, meu filho... Eu só tenho esse momento e... eu... te... dou... todo meu... conhecimento...
Um brilho emanou das mãos calejadas de capitão de seu pai, onde Noah se viu coberto por uma energia. Naquele momento, o jovem híbrido recebeu uma infindável gama de conhecimento, onde até pôde saber da gravidade da situação: tudo acabaria alí. A herança que seu pai lhe deu foi tão intensa que Noah pode ver todos os lugares onde seu pai passou, pessoas que conheceu, até mesmo seus avós e bisavós... (seu pai era um Psino, cujos poderes eram de compartilhar conhecimento só em tocar em pessoas).
Enfim, seu pai lhe deu toda sua vivência, como um ato de amor. Ele sabia que seu filho não sairia dalí vivo e, assim, durante alguns segundos, Noah conheceu o mundo. Ele viveu toda a vida de seu pai em sua mente.
Segundos depois o choque ao barco pela onda ocorreu, fazendo com que a pequena embarcação sumisse meio aquele mar revolto. Esse foi o fim da família Hibiki Zas.
Mas Noah, por milagre, sobreviveu. Deitado e desacordado sobre uma faixa costeira de areia em uma ilha, um grande felino trajando uma roupa que arremetia a um monge tibetano o resgatou da morte iminente, já que estava muito fraco. Esse senhor que o ajudou tratava-se de Marduk, um monge que pregava o retorno de uma entidade muito antiga chamada Kai. A pequena aldeia costeira escondia um enorme templo dentro de uma montanha, que na verdade se tratava de um vulcão ativo.
Uma coisa que ia causar certa estranheza para quem está lendo é que neste lugar eles também praticavam artes marciais, onde Marduk era o mestre supremo, onde era denominado Zurkan. Prontamente, Noah foi aos poucos melhorando e se recuperando do fato traumático de sua vida e, por ter tido o conhecimento de seu pai, conseguiu suportar a sua perda com resiliência, o que surpreendeu a todos.
Uma particularidade entre os dois sempre chamou a atenção de todos da pequena ilha: a aparência entre Noah e Marduk eram muito próximas, o que trouxe muitos a pensarem que de fato o monge era o pai de Noah. Embora o jovem negasse seu grau de parentesco com o monge, era visível que a identidade paterna de Marduk era respeitada pelo jovem albino.
Conforme o tempo foi passando, Marduk impôs Noah a sua doutrinação, ensinando a arte marcial Kaipasu (caminho de Kai), onde o principal era acertar pontos de pressão do oponente. Claro, isso foi feito lentamente, pois Marduk vida muito potencial em Noah. Por ter recebido todo o conhecimento de seu pai, o jovem adquiriu a habilidade de memória aidética, onde a pessoa consegue aprender só em ver uma vez. Com isso Noah foi um aluno absurdamente prodígio, atendendo os fundamentos da doutrina e quase todos os seus golpes em menos de um ano.
Durante sua escalada ante ao Kaipasu, Noah também desenvolveu um lado muito importante em sua vida: a amizade. Em seu treinamento na academia Vulcano Leaf, que ficava dentro do vulcão, o jovem conheceu Ingrid, uma linda canina com olhos azuis e sua pelugem era castanha, com cabelos loiros curtos; e Iris, de longe a mais bela habitante de Big Sea Island. Seus olhos heterocrômicos era algo exótico e belo: um era de cor cinza e o outro amarelo. A canina tinha uma pelugem também, com cabelo curto de cor loira como de Ingrid, com tiaras prendendo suas mechas. Rapidamente, por verem uma força estrondosa em Noah, as duas logo se aproximaram do jovem híbrido e desenvolveram uma forte amizade. Todos os dias estavam juntos, estudando sobre a doutrina e treinando ainda mais artes marciais.
Esse envolvimento era ainda maior graças a um objetivo de Ingrid e Íris, e que depois passou a ser um desejo também de Noah: desenvolver o golpe supremo e sagrado (de acordo com as escrituras do Kaipasu) chamado “Os três pontos do triângulo de Kai”, onde seu executor conseguia atingir a plenitude da doutrina, tendo poderes de paralisar pelo tempo que quiser qualquer ser da terra. Os jovens viviam tentando adquirir ainda mais habilidades para enfim serem dignos do título de Zurkan. Muitos diziam que Marduk sabia fazer o golpe, mas sempre que o perguntavam o monge não dizia absolutamente nada, se esquivando das insistências.
Porém as habilidades dos jovens não eram somente um método para que desenvolvessem auto conhecimento: Marduk, com o tempo, formou um grupo de lutadores a fim de cumprirem missões. Como o monge era um demagogo nato, não foi difícil convencer a todos para que seguissem “os desejos de Kai”. Porém Noah era o único que mantinha um pé atrás, mas seria bom os planos do monge em prol de Ingrid e Íris, suas maiores amigas. Com os jovens já com seus quatorze anos de extrema obediência, com exceção de Noah, as missões se tornavam cada vez mais tensas. Invasões a outras ilhas a fim de conseguirem escrituras secretas, roubos a bases de nações de Big Sea adjacentes a ilha e...
Bem, foi nesse momento que as coisas mudaram de vez para Noah: assassinatos. Marduk tinha tanto controle sobre os jovens que as suas justificativas foram tão contundentes que nenhum aluno ousou a retrucar, embora Noah tivesse se surpreendido. E essa angústia do jovem só aumentou durante sua última missão antes do acontecimento extremo a que chegou: durante essa incursão de execução, Noah, Ingrid e Íris se viram cercados por vários inimigos. A luta seguiu terrível, com os jovens em desvantagem. Iris e Ingrid estavam quase sendo mortas por um grupo de monges de uma nação rival quando Noah teve uma atitude inesperada: ele perdeu o controle de suas emoções pela primeira vez. Por estar prestes a ver suas amigas serem mortas, sua ira tomou sua mente e, para surpresa das jovens, Noah matou a todos, com golpes precisos em seus pontos vitais. Era extremamente proibido discípulos de Kaipasu usarem golpes dessa natureza, mas Noah ignorou essa restrição, salvando Íris e Ingrid da morte certa e ainda cumpriu com a missão de assassinato.
Ainda tomado pela irá, suas amigas o confortaram, trazendo-lhe de volta a si. Perdido e confuso, Noah vou suas mãos sujas de sangue, com uma sensação estranha em seus pensamentos. Ele havia tirado vidas... inocentes ou não, eram vidas que foram ripadas. E, o que fez com que a ira de Noah aumentasse, ele descobriu um fato bastante traumático, coisa essa que escondeu de Ingrid e Íris: ao abrir um dos documentos encontrados com os seus agressores, descobriu que Marduk tinha outros planos. E estes não eram condizente com seu estilo de vida. Tratava-se de um interesse totalmente doentio e sinistro.
Dia depois, do grupo que havia ido a missão só restaram Noah, Ingrid e Íris. Marduk, embora seu semblante mostrasse uma certa estranheza, se encheu de orgulho, mas foi ignorado totalmente por Noah, que o chamou para uma conversa em particular. E no interior do grande vulcão de Big Sea Island, a última conversa de Noah com seu suposto mestre teve início.
— Noah, você voltou ainda mais maravilhoso. Porque você...
— CALE SUA BOCA, MARDUK!
— Como se atreve a levantar sua voz a mim?
— Tudo isso que aconteceu foi desnecessário! Eu descobri tudo... TUDO!
— Hã? Só que está...
— Nunca existiu a entidade Kai. Isso foi um engodo, uma enganação sua. Todo o povo de Big Sea Island vai saber de toda a verdade!
— Do que é que você está falando, seu energúmeno?
Noah sempre teve conhecimento para saber o que fazer em momentos extremos. Essa era a especialidade de seu pai e o jovem fez isso disso. Noah descobriu todo o plano de Marduk.
— Você durante todos esses anos nos ensinou essa doutrina com o intuito de criar um grupo de assassinos! E agora só restou a nós aqui! Foi uma missão suicida! Você não tinha interesse em nossas vidas. Tudo foi um esquema para que reunisse mais discórdia entre as nações de Big Sea!
— Você é um tolo!
— Não, eu não sou! Você estava reunindo energia para algo maior. Nós trouxemos para você as principais fontes de energia de toda Big Sea! Você tem o interesse de acordar “aquela que o nome não pode ser mensurado”... Não existe entidade Kai! É tudo uma mentira para seus interesses torpes!
Tudo não passava de um plano de Marduk. Todo o envolvimento, desde o início, foi para reunirem uma grande quantidade de energia para acordar esse ser que Noah não sabia o nome. E isso envolvia toda a ilha, independente da pessoa. O interesse de Marduk com a última missão era que ninguém retornasse com vida. O monge, surpreso com a descoberta de Noah, se resumiu a bater palmas, como se estivesse reconhecendo todo seu plano.
— Meus parabéns, Noah. Você é muito mais astuto que eu imaginava. Sua inteligência está muito a frente... Hahaha! Patético! Eu só estou aqui para vê-la trazer o caos a esse mundo novamente! Esse mundo sujo e asqueroso, com pessoas imundas e com pensamentos ruins! Não existe porquê viver em um planeta como esse...
— VOCÊ É UM PATIFE! UM DESGRAÇADO!
Noah partiu para cima de Marduk a toda, mas antes que pudesse atingí-lo, Ingrid o golpeou, tremendo que o jovem fizesse algo pior a Marduk, que diz:
— INGRID... DESTRUÁ-LO AGORA! ELE É UM TRAIDOR!
Ingrid tinha um senso de dever absurdo e seguiu as ordens de seu mestre. Ver Noah, mesmo que seu amigo, fazendo aquilo com seu mentor, era o suficiente para que seguisse as ordens. A jovem praticamente espancou Noah, que insistia em dizer parte que parasse. Mas ela ignorava esse detalhe pois o que tinha visto era o suficiente. Porém Noah foi salvo por Íris, que bloqueou os ataques de sua amiga. Diante a situação, enquanto as duas travavam uma batalha, Noah, que estava batente ferido (ele sequer conseguia ficar de pé e mal pode mexer seus braços) apertou um botão de um mecanismo que estava em seu bolso e, com isso, ligou um telão da academia. Não somente vídeo mas como áudio pôde ser visto por toda a ilha da confissão de Marduk. Noah havia pensado em tudo, era o permanente do monge, depois que percebeu o plano de Noah. Ele já previa tudo aquilo.
— Mas o que significa isso? - Disse Ingrid, surpresa.
— Noah... Ele esse tempo todo... Ele descobriu e veio sozinho desmascarar Marduk...
— Hahaha... Suas tolas. Ignorem esse detalhe e unam-se a mim. Não vêem que toda essa escória de planeta está condenado as trevas? Vamos purificá-lo com...
— NÓS NUNCA IREMOS TRAIR O SACRIFÍCIO DE NOAH! - Disse Ingrid, partindo com tudo para cima de Marduk.
— SEU MISERÁVEL INFELIZ! - Disse Íris, correndo junto a Ingrid.
Ingrid e Íris, depois de perceberem de toda a enganação, então se uniram e partiram com tudo para cima de seu mentor, que era um oponente terrivel. A luta seguiu, com Ingrid sofrendo diversos danos ao seu corpo. Uma combinação de potentes golpes do monge em seus pontos de pressão, a bela jovem canina quase foi morta. Porém Marduk tinha sofrido um ataque fulminante de Íris, o que salvou a vida de sua amiga. Sabendo que sua derrota era inevitável, e fatalmente iria sofrer com toda a fúria de Big Sea Island, Marduk tomou uma medida drástica: apertou um botão que estava em sua túnica, começando uma contagem regressiva. Ele, com dificuldades de se manter em pé, diz:
— Seus... Seus miseráveis... Eu... Eu irei conseguir o que eu quero... Eu irei acordá-la... Seja nessa vida ou em outra, eu irei oferecer a vida da ilha inteira para...
Marduk iria destruir toda a ilha. Não era uma bomba: o vulcão começou a entrar em erupção. Não haveria tempo útil para que evacuassem toda a ilha. O desespero tomou conta de todos. Ingrid junto a Iris tentaram fugir, com a belíssima canina tentando levantar Noah, mas Marduk estava disposto a manter sua insanidade até o fim: se muniu de uma arma laser, coisa completamente diferente de seu feitio, e atingiu Ingrid em seu peito. Embora não tivesse sido fatal, era uma ferida greve. Munida então de uma adaga, Ingrid pediu para que Íris pegasse Noah e corresse até a Arka. Mas antes disso, Ingrid foi até Noah e disse:
— Noah... Eu peço perdão a você pelo que eu te fiz... Eu estava cega, ignorei nossa amizade por um ato inescrupuloso meu e... Eu quero que você viva sua vida intensamente... Não guarde rancor da natureza... E lute contra qualquer injustiça...
— Essas... Essas palavras... Minha mãe também me disse... naquele dia...
— Noah, seja forte... E.. eu te amo.
Essa foram as últimas palavras que Noah ouviu de Ingrid, antes de Íris o colocar nas costas e correr daquele lugar. A jovem canina ficou para lutar contra Marduk, para proteger a fuga de seus amigos. Noah praticamente desabou em prantos, gritando o nome de sua amiga a todo instante. A cada passo que Íris executava, uma dor incalculável era sentia em sua alma, pois sabia que as coisas não teriam um final feliz.
Logo, depois de tanto correr, Íris chegou até o extremo da ilha, carregando Noah até um tipo de doca. Lá dentro, tênis um tipo de cápsula de transporte. De fato era a única forma de fugir da ilha. Logo Íris colocou o jovem albino dentro da Arka, a fim de deixá-lo confortável. Mas isso era impossível.
— Íris... Temos que voltar...
— Noah...
— A Ingrid... Ela precisa da gente...
— Ela está lutando para que nós consigamos fugir...
— NÃO! NÓS NÃO PODEMOS...
— Noah...
— Eu... Eu amo vocês... Eu nunca deixaria nenhuma de vocês pra trás... Vocês são a minha vida aqui... São minha família... Vocês são tudo que me restou...
— Noah... – Disse Íris, o abraçando carinhosamente – Eu quero que você ouça isso, belo Noah: você fez tudo certo. Tudo o que aconteceu aqui não foi sua culpa e... Eu o amo também, Noah... Nós vamos...
Mas antes que continuasse, eis que Marduk apareceu. E estava completamente desfigurado. Seu olho esquerdo foi arrancado e seu braço direito quebrado em várias partes. Tudo seu corpo tinha escoriações profundas e era questão de tempo que sua vida chegasse ao fim. Mês sua força sua era para manter a questão de honra de assassinar Noah, por ter estragado todos os seus planos. E o pior: faltavam menos de cinco minutos para a explosão. Era o tempo necessário para que pudessem escapar com vida.
Sabendo que não estaria outra alternativa, já que o tempo era um inimigo, Íris tomou uma decisão: se armou com sua espada e apertou o botão da escotilha da Arka, fechando Noah lá dentro. O início da ignição já havia começado. Era um adeus.
— Íris?! O que você...
— Noah... Sinto muito...
— ÍRIS?! NÃO! NÃO! NÃO FAÇA ISSO!
— Eu sinto muito... Mas eu te entrego minha vida...
— NÃO ÍRIS! NÃO... NÃO FAÇA ISSO... EU TE SUPLICO!
— É necessário, Noah...
— PORQUE? PORQUE? NÃO!
— Porque... Eu te amo.
Enquanto a Arka alcançava lentamente o mar de Big Sea, Íris se colocou em base de luta pela última vez, saudando seu amigo.
— Noah, você tem que cumprir a nossa missão...
— O QUE? IRIS, NÃO!
— Você deve desenvolver o “Os três pontos do triângulo de Kai”. É uma missão... Me prometa.
— NÃO, IRIS! NÃO!
— ME PROMETA, NOAH!
As palavras firmes de sua amiga tocaram o fundo de sua alma. A carga emocional foi tanta que Noah se lembrou de todos os bons momentos que tiveram nesses últimos anos juntos. Seus estudos para conseguir dominar o golpe supremo sempre foi uma ambição do grupo... e essa foi a herança de Ingrid e Íris a Noah.
Já um pouco longe da costa, o jovem, aos prantos, diz:
— Eu... Eu... Eu prometo... EU PROMETO! AHHH! INGRID! IRIS! NÃO! POR FAVOR... por favor... Não morram...
Iris pôde sentir em seu coração as palavras de Noah. Ela tinha certeza que ele havia dito. E ela, correndo em direção a Marduk, diz:
— Seja forte, Noah. Você sempre teve as respostas pra tudo dentro de você... Adeus...
A erupção ocorre, com uma explosão de lava que cobriu toda a ilha em minutos. As labaredas foram tão intensas que puderam ser vistas na vista de Shang Mu. Passado alguns dias, certo a constatação: não houve sobreviventes. Naquele dia, Big Sea Island sumiu do mapa.
Noah foi encontrado a deriva por um navio de Shuigang, que fazia patrulha na costa do continente. O jovem foi acolhido e bem tratado. O monarca de Shuigang, pai de Dail, deu ordens para tratá-lo da melhor forma possível, lhe dando todas as assistências. O poder de resiliência de Noah era fora do comum, pois suportou bem sua perda em uma semana. Ele vai se tornou um insensível. Apenas se tornou alguém mais forte.
Meses depois Noah pediu para que o levassem até a cidade de sua mãe, Shang Mu, onde conseguiu moradia e um emprego como bibliotecário. Ele até tinha competência para várias outras áreas para trabalhar, mas preferiu seu atual emprego. Em seus pensamentos ele sempre dizia:
“Eu perdi duas famílias e eu fui jogado ao mar duas vezes. A mãe natureza sempre me acolheu. Como posso guardar rancor de uma mãe tão zelosa?”
Noah Hibiki.
Ao fim da história, Lilac estava muda. Ela não tinha ideia do que dizer. A única coisa que podia pensar era:
— *Ele passou por uma situação extrema e de perdas irreparáveis em sua vida e continuou seguindo em frente. Ele é forte... Eu, por todos esses anos, nunca vi uma prova tão grande de força de vontade. E ele está fazendo tudo isso por amor a seus amigos... Não tem que provar nada a ninguém.*
E a dragão, tentando segurar sua emoção, já que o cobro foi de fato bastante impactante, diz:
— Noah, você... deve ter derramado muitas lágrimas...
— Por uma noite inteira.
— E você continua sentindo tristeza?
— Não posso sentir tristeza em ter sido salvo por amigos. Pelo contrário, sinto orgulho. Eu só tenho uma meta em minha vida...
— E suas lágrimas continuam?
— Não. Eu já chorei tudo que podia. No lugar delas eu sinto fúria, coragem e determinação. Tenho uma última missão e irei cumprí-la.
Natural, por assim dizer, Noah esbanjava força em suas palavras. Não teria outra coisa para Lilac fazer. Ela, olhando nos olhos do jovem, diz:
— Bem vindo ao time, Noah. Será uma honra tê-lo como nosso quinto integrante.
— Você diz a verdade?
— Mais do que você imagina. Na verdade eu quem deveria pedir depois dessa sua história de vida. Anônimos como você inspiram pessoas.
— O-obrigado... Muito obrigado!
Lilac, para coroar seu novo amigo que entrou para o time, apertou sua mão, abraçando-o com força.
E eis que o quinto integrante é oficialmente anunciado.
No dia seguinte...
Eles só tinham trás dias para se prepararem. Com o intuito de se prepararem, todos procuraram um meio para treinarem.
Viktor usou de seus conhecimentos como mestre para aprimorar sua forma. Durante as sessões de kata e repetição de movimentos, uma coisa sempre ficou em sua mente:
— *Durante minha luta contra a senhorita Neera Li eu senti que poderia estar com seus ferimentos... Mas envia as dores fossem bem intensas, meu corpo resistiu a pressão de seus golpes. As pessoas desse planeta são muito fortes, mas... O que aconteceu? Porque eu continuei me levantando, mesmo depois de sofrer aqueles golpes terríveis?*
No outro lado da cidade, Carol encontrou um GYN, onde começou a treinar seus chutes. O problema foi que nenhum saco de areia resistia a sua poderosos golpes. O dono do lugar a fitou, dizendo:
— SUA BOLA DE PELOS! VOCÊ VAI PAGAR POR TUDO ISSO!
— Ô, tio... Foi mal aí. Mas se preocupa não... O reino de Shang Tu vai te reembolsar, Nyah!
Não muito longe dali, Lilac, junto com Milla, treinavam movimentos de Kung Fu. A busca em si era pelo equilíbrio da mente, então seu treinamento foi focado em se fortalecer em espírito.
— Milla, nesse torneio você precisa prestar bastante atenção. Os adversários não terão pena de você. Então fique sempre alerta, tudo bem?
— Pode deixar, Lilac. Eu irei.
— Neera te ensinou muitas coisas. E ensinou muito bem por sinal. Eu adorei sua postura frente ao guardião de Shuigang. Além de ser corajosa você se tornou muito sóbria. Parabéns!
— Obrigada! Au! Au!
— Hehehe! E continua fofinha, como Carol diz... – Disse acariciando a cabeça da canina.
— Ah lá vem vocês me deixarem sem jeito...
— Hehehe.
E Noah tornou a fazer o que sempre fazia atrás do prédio da biblioteca: treinava no descampado os golpes de Kaipasu.
— Esse torneio será ótimo. Eu estou pronto para qualquer desafio... Eu como quinto membro do time da Lilac não posso deixar de fazer valer a confiança da maior heroína de Avalice!
Todos estavam mesmo levando a sério a preparação (menos a Carol), treinando com afinco durante esses três dias. O orgulho de ajudar a todos para evitar um grande problema era louvável.
E enfim chegou o dia...
Shang Mu Gigant Arena, 11:00 AM.
Uma multidão já tomava as ruas da cidade de Shang Mu, caminhando até a arena. A previsão era de lotação máxima. Vários habitantes estavam assistindo ao evento pela TV, o que aumentou ainda mais o alcance.
O torneio T.O.R.M.E.N.T.A estava começando. Muitas batalhas estão por vir.
Continua.
— Locutor maluco... Que parada é essa que eu não tô levando a sério, hein? Tá ferrado na minha mão! – Disse Carol a mim (o locutor).
Continua.
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A história comovente e de superação de Noah deu certezas ao coração de Lilac, o colocando na equipe. E todos estão se fortalecendo para o torneio.
No próximo capítulo: O torneio T.O.R.M.E.N.T.A: primeira fase
Autor(a): the.hunterx
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+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
E é chegado o dia. Muitas lutas e reviravoltas aguardam o Team Lilac. ____________________________________________ O tempo parecia andar mais rápido. O dia finalmente chegou. Shang Mu havia mesmo se preparado para receber um grande fluxo de pessoas nas ruas. Não é pra menos: o alcance da propaganda que Mayor Zao fez foi tanta que toda Avalice e ...
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