Fanfics Brasil - Lutar pelo justo: fortalecendo laços Freedom Planet: Faith & Shock

Fanfic: Freedom Planet: Faith & Shock | Tema: Freedom Planet


Capítulo: Lutar pelo justo: fortalecendo laços

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Olá, leitores. Como estão?


Espero que todos estejam bem nesse fim de ano. Estou certo de que entraremos em 2022 com muito mais conquistas e saúde do que 2021, então feliz ano novo para todos.


E sim, os personagens novos terão importância ao longo da fic, mesmo que fiquem um tempo longe.


Sendo assim, espero que gostem.


Boa leitura e divirtam-se!


_________________________________________________________


(Trecho do capítulo “Radiante e inegável”)


Dragon Forest | Noite


Proximidade da casa da árvore de Lilac


— Chega. Não tente nos ajudar.


— Mas Lilac...


— Viktor, eu precisei convencer a Neera Li para que ela não o prendesse.


— Eu disse que não queria ouvir esse nome...


— Pare! Você não vê como está agindo? Supre isso, Viktor! A gente conversou ontem... e até agora você fica com esse comportamento... Já passou, para!


— Eu tento... De verdade! Mas toda vez que eu faço algo, ela sempre tem envolvimento! Está difícil, Lilac... Mesmo nesse primeiro dia, ela já cruzou meu caminho outra vez... e isso me irritou profundamente!


— Difícil?! Ah para! Viktor, será que você não entende? Você não tem que fazer nada além de viver sua vida! Eu não quero você tentando nos ajudar com essas coisas mais perigosas. Olha... Eu acredito no que você disse e irei agora mesmo passar essa informação ao reino de Shang Tu, mas que essa seja a última vez que você faz dessas coisas inconsequentes! Nossa... Eu até pareço sua mãe...


Viktor sentiu uma pontada no coração ao ouvir Lilac se expressar dessa forma. A palavra “mãe” era um peso muito grande e, por um segundo, ele recebeu um pensamento de que faltava em sua vida a muito tempo. Com um olhar distante, ele demonstrou essa reação, com Lilac dizendo:


— Hã?! Viktor, mas o que houve?


— Nada, Lilac... Foi só uma coisa que eu lembrei... Mas você está certa. Eu já sou um adulto e tenho que superar isso...


— Viktor, está tudo bem mesmo?


— Está melhorando...


— Tudo bem... Mas me prometa que você não vai mais tentar ajudar a gente. Agora você tem um emprego e conheceu novos amigos! Então só viva sua vida... e pode contar com a gente pra qualquer coisa!


— Muito obrigado, Lilac...


 


“Mas me prometa que você não vai mais tentar ajudar a gente. Agora você tem um emprego e conheceu novos amigos!”


 


 


“Mas me prometa que você não vai mais tentar ajudar a gente.”


 


 


 


“Mas me prometa...”


 


 


 


 


“... me prometa...”


 


 


 


 


 


E retornando ao presente...


Cidade de Shang Tu


Xihan Zone | Ainda mais a noite


— O QUE EU ESTAVA PENSANDO?! AHHH! A LILAC VAI ME MATAR!


Esse era o sentimento de Viktor depois de pensar bem no que estava fazendo... ou o que fez... ou o que terá de fazer... Bem, ele sabia que tinha feito besteira. A promessa que fez a Lilac meio que se perdeu em ter agido no calor do momento e isso pode lhe custar caro. E ele entrou nesse dilema justamente após percorrer por vários metros seguindo Yan Shu, que entrou em um enorme galpão supostamente abandonado. O lugar era diferente, onde o nível do imóvel era abaixo do da rua, como se fosse um porão, só que em uma escala muito maior.


Observando pelo basculante que se encontrava ao jovem da rua, ele conseguia ver perfeitamente o que estava acontecendo em uma das salas onde o felino líder de gangue estava. Limpando bem o vidro, ele então se surpreendeu ao ver Yan Shu abrir as caixas: estavam cheias de legumes e verduras, além de proteína e ervas. Além disso, haviam vários pacotes de pão ao lado, o que lhe fez ficar ainda mais curioso.


— Embora eu esteja mesmo numa encrenca, isso que ele está fazendo é suspeito. Porque trouxe comida pra esse lugar e... Espera. Espera aí... Aqueles ingredientes... O Yan Shu sabe cozinhar?!


Não só isso foi constatado. Passado alguns minutos, o felino realmente mostrou a que veio, confirmando o que Viktor suspeitava: ele estava mesmo cozinhando.


— Mas... Porque? E porque aqui?!


O jovem humano olhou para um dos lados, pois havia percebido uma movimentação ao redor. Se escondendo dentro de um caixote velho, pôde ver pessoas caminhando para dentro do galpão, como se estivessem fazendo uma fila.


Tudo estava ainda mais suspeito. Viktor criou mais curiosidade em saber do que se tratava toda aquela comoção e logo seguiu para o outro extremo do galpão, onde as coisas pareciam estar acontecendo.


Chegando lá, seus olhos arregalados deixaram claro do que se tratava tudo: era um tipo de refeitório, onde aquelas mesmas pessoas que transitavam mais cedo estavam sentadas, se alimentando. O jovem então olhou para mais fundo, vendo a suposta fila seguir até um balcão: Yan Shu estava lhes servindo sopa.


— Ele... Ele está dando de comer pra essa gente?! E sozinho?! Mas... Mas ele me agrediu, tentou até fazer coisa pior naquele dia... Como um cara desse pode se preocupar em dar comida para necessitados? Não faz sentido algum!


Só que algo inesperado ocorreu... mas não a Viktor, que continuou a observar todo o acontecimento. E sim a Yan Shu: vários membros da gangue entraram no galpão, fazendo com que todas as pessoas fugissem com medo, restando somente o felino marginalizado. Ele foi rendido por seus próprios aliados e conduzido até o cento do lugar. Lá, sentado em uma cadeira de rodas, estava um outro felino de pelugem azul, vestindo um terno. Com Yan Shu sendo colocado de joelhos a força, este mesmo indivíduo se levantou e ficou a frente dele, dizendo:


— “Tenho planos a arquitetar e negócios a fazer. Então em breve irei falar com você, chefe”... Foi isso que você me disse pelo telefone, Yan Shu...


— Mestre, eu...


— CALE-SE! Eu não lhe dei permissão de falar! Eu estou muito desapontado com você, idiota...


— Mas...


Ele desferiu um soco em Yan Shu, que caiu para trás, dizendo:


— TRAIDOR! Por quanto tempo você faz caridade pra essa ralé de indigentes? Diga agora!


— A muito tempo...


— A QUANTO TEMPO? QUERO EXATIDÃO! Isso será convertido em sua punição!


— Tempo suficiente para que parte das minhas economias fosse usada...


— O QUE?! VOCÊ USOU VERBA DO SEU PROPRIO CLÃ?! Yan Shu, você está falando comigo, o mestre do clã Uhma, Zharandu Uhma. As preciosas gemas de nosso clã são destinadas a obtermos vantagens...


— Eram minhas próprias gemas, mestre...


As palavras de Yan Shu foram o suficiente para desencadear uma ira absurda em seu mestre, que começou a golpeá-lo com socos e chutes, o ferindo várias vezes em seu rosto. Com sua face castigada, seu mestre gritou próximo a seu rosto:


— GEMAS DO CLÃ UHMA! Yan Shu... Você é uma vergonha. Quando eu recebi notícias de que um membro do nosso clã estava fazendo isso eu não acreditei. Porém eu dei liberdade para que me mostrassem a verdade... e me causou muito mais raiva e pesar em saber que você, a pessoa que eu mais tinha confiança... ESTÁ DANDO DE COMER PARA UM BANDO DE INDIGENTES QUE NÃO TEM NADA A OFERECER!


— Mestre, eu vim dessas ruas de Xihan Zone, treinei por aqui, vivi minha infância toda nessa zona! Eu nunca o traí, sempre segui suas ordens e treinei nossos membros com bastante zelo! Porém eu não posso esquecer de onde eu vim, isso é algo que condiz só a mim! Entenda, por favor!


Zharandu estalou seus dedos, onde imediatamente membros do seu clã prenderam o felino segurando seus braços, o mantendo de joelhos. Logo um deles veio com uma espada estilo chinesa, a entregando ao mestre. Sem perder tempo, ele tirou a espada da bainha, dizendo:


— Seu crime para com o clã é imperdoável! Caridade é uma desonra ao clã e uma demonstração aberta e inquestionável de fraqueza! A punição será sua morte!


Zharandu era um mestre do estilo bastante direto e de muita ação, onde ele abertamente deixou claro que iria dar fim a vida de Yan Shu. Encarando a situação com frieza, o felino parecia aceitar seu destino, quando um grito foi ouvido:


— NÃO FAÇA ISSO, SEU DOENTE!


Já dentro do galpão, lá estava Viktor, o autor do grito. Logo todos olharam, inclusive Zharandu.


— Uh?! Um stranger... aqui?! Quem é você?


— Sou Viktorius Daiyamondo Ashem e estou mandando que não faça isso!


— Daiyamondo?! Você é um dos irmãos dessa família de Shang Mu?! – Disse, gargalhando em seguida – HAHAHAHAHA! Como você poderia? Impossível, não tem como... HAHAHAHAHA!


— Você não precisa acreditar. Aliás, eu não preciso de sua aceitação e sim de que me obedeça e solte Yan Shu!


— Hahahaha! Então você, um stranger sem noção, sozinho, visivelmente sem Nirvana e Chi, desarmado e louco pensa que tem autoridade sobre mim? HAHAHAHAHA! Rapazes, podem até roer o osso dele depois de o ANIQUILAR!


Vocês podem até pensar que Viktor tinha força suficiente para lutar, até porque já provou isso no passado. Mas lutar contra três dezenas de membros do clã Uhma e com todos contendo Nirvana e manifestando seu Chi era uma tarefa impossível. Lembram do que Viktor “se lembrou” mais cedo? Pois bem:


— *Droga... Me meti numa encrenca maior agora... Mas eu não posso recuar! Eu tenho que seguir em frente e fazer valer minha palavra! Eu vou lutar... EU VOU LUTAR ATÉ O FIM!*


E quando pensava que as coisas estariam bem ruins para seu lado, eis que alguém aterrissou a sua frente, emanando Chi... com chamas ao seu redor. Viktor logo reconheceu quem se tratava:


— Vo-você?! Eu conheço você!


— Então não preciso me apresentar... – Disse, olhando para Zharandu.


— É Rin o seu nome, não é?


E era ela de fato. A raposa representante do Xiaomi Temple estava lá, manifestando seu poder. E ela parecia disposta a ajudar Viktor.


— Mestre Daiyamondo... Eu já estou sabendo de tudo. E só alguém como você agiria assim. Me sinto honrada em oferecer ajuda.


— Olha... Po-pode me chamar de Viktor.


— Muito bem, Viktor. Pelo visto você tem um senso de justiça como o meu. Minha mestra, Xiaohuang, me disse muito de suas habilidades. Eu realmente sinto muito por não ter aparecido a exibição no Sallo Temple e...


Mas Zharandu não parecia estar gostando da conversa:


— CHEGA DE PAPO! Então a Flor de Lótus do Xiaomi Temple está aqui... Isso é ainda melhor do que imaginava! Nem você teria como conter meus servos, sua garota enxerida!


— Ah é mesmo? Se eu não tivesse tanto a perder, iria fazer você ver que eu seria capaz disso. Mas eu não estou sozinha...


O mestre felino logo olhou para Viktor, mostrando desdenho:


— Hahahaha! Você deve estar estimando demais esse stranger sem valor... Hahahaha! Últimas palavras, idiota?


Só que mais três faces aterrissaram a frente de Rin, surpreendendo a todos. Suas silhuetas eram idênticas as que estavam escondidas mas sombras no final do último capítulo. Mas dessa vez eles se revelaram, com a luz mostrando seus rostos perfeitamente.


A primeira das novas figuras era uma felina com pelugem amarelada, com pequenas listras pretas pelo seu corpo. Tinha olhos verde esmeralda e cabelos curtos da mesma cor de sua pelugem, inclusive com listras pretas, estas um pouco menores. Vestia um traje de combate chinês, usando shorts de compressão e vestido vermelho por sobre seu dorso, deixando seus braços de fora. Haviam também faixas brancas em seus braços, para lhe dar proteção. Seu semblante despojado e que demonstrava jovialidade trazia um sentimento bastante alto astral, aspecto que a diferenciava dos demais lutadores de Shang Tu. Era perceptível também que seus movimentos eram precisos, tento em vista que seu físico esbelto dizia que não era forte (o que não era mesmo verdade!). Ela não demorou para se apresentar:


— O Jingshen Temple sempre estará em harmonia com todos que desejam o bem. A alma de um lutador envolve toda a comunidade! Adepta do estilo Jingshen Hexie e treinada pela shifu Moonlight... SOU EVIE CHAN! – Disse, fazendo uma demonstração de suas habilidades.


Inúmeros socos e chutes quase não eram vistos, tamanha a velocidade da felina cheia de astral.


A segunda figura era uma coelha com pelugem tão branca e sedosa que brilhava. Seu rosto angelical e sua calma expressada em seu olhar rubro, por ter olhos vermelhos jade, encantava a quem a visse. Seus longos cabelos brancos estavam presos, num penteado estiloso e belo. Havia uma franja em sua testa com um tom mais cáqui, gerando um contraste bastante ousado. E sua vestimenta era um lindo quimono vermelho por sobre um saiote japonês de budo. E como adorno, segurava um pequeno leque transparente. Caminhando e esbanjando classe, seus olhos brilhavam ao terem as luzes refletindo as suas íris. Suas vestimentas orientais em nada lembravam um lutador (o que era uma estratégia de campo). E em seguida podíamos ouvir sua voz suave dizer:


— Sob a esplendorosa mística cidade de Shang Tu, reza a lenda de que combatentes dos oprimidos viverão por mais mil anos como garantia de paz. Lutar é uma opção, não uma obrigação. Adepta do estilo Calea Rouei Roșii e treinada pela excelentíssima lady Tullipa... Sou Bunny Ruby.


Ela gentilmente reverenciou a todos, mostrando toda sua elegância e suavidade.


E, por último, a face restante. Sua pelugem albina bem rasa só era perdida ao vermos sua extensa cabeleira branca, com pontas protuberantes. Não só isso, suas orelhas pontiagudas de raposa branca tinham tons em vermelho em seu interior. Mas demostrando ser um indivíduo bastante exótico, ele se prestou a colocar maquiagens, com detalhes vermelhos saltando de suas sobrancelhas e listas azuis não uniformes em trio em cada lado de seu esguio rosto. E como adorno, e mantenho sua identidade exótica, uma auréola por detrás da cabeça mantinha madeixas vermelhas presas, tão longas quanto seu cabelo. Mas o que se destacava mais em seu rosto eram suas presas afiadíssimas, com caninos grandes e pontiagudos. Ele usava como roupas uma calça preta e blusa de manga comprida bem ao estilo coreano de artes marciais, onde suas garras eram bastante ameaçadoras. Ele então se colocou a frente e se posicionou como um artista de kabuki (teatro japonês), girando sua cabeça e dizendo:


— Atuar é uma arte... e ver o quanto reluzente és o drama desde valoroso mestre stranger fez-me lembrar da comédia e da sátira! Divino seja o teatro, mais que uns que para outros... Eu me sinto privilegiado de tê-los como minha humilde platéia... Huahaha! Adepto do estilo Hapkido da forte e inesgotável mestra Alie Sha, sou Tokoyame... Estou ouvindo kakegoes gritando o meu nome? Huahahahaha!


(“kakegoe” é um nome dado a fãs de um determinado ator do teatro kabuki)


Os quatro então se colocaram a frente, defendendo Viktor. E Rin, com chamas ao redor de seu corpo, disse:


— Zharandu, melhor desistir dessa sua ideia.


— Então a Flor de Lótus do Xiaomi Temple quer mesmo lutar? Idiota... Um lacaio fracassado não vale de nada pra vocês e muito menos pra mim! Porque estão lutando por algo tão inútil?


— Ele não teve chances de se defender... PORQUE VOCÊ NÃO PERMITIU ISSO! Um lutador merece uma luta justa, então estamos aqui para igualar suas chances. Em outras palavras, estamos fazendo justiça!


— Justiça?! HAHAHAHA! – Gargalhou, apontando para seus capangas – Rapazes, ataquem com tudo!


A luta era inevitável.


Music: “Suck a Sage”, from Guilty Gear X™


Composer: Daisuke Ishiwatari


The four postulant disciples


The Fight is Begin!


Não havia tempo para conversas e descrições mais aprofundadas. Os capangas partiram com tudo para cima dos quatro. Começando por Evie Chan, ela sequer aguardou que se aproximassem: a felina fez isso antes, desferindo sequências de golpes em casa um dos sete que teve como alvo.


[Evie Chan tinha como característica de combate combos destruidores, onde atacava os pontos críticos, diminuindo suas chances de contra ataque. Além disso, ela sempre começava com hits com no mínimo três acertos poderosos só para garantir]


— Hora de começar a contagem! Qi Jizhong Dao Shi Ci Fang - 气集中到十次方! (Chi Concentrado a Décima Potência, em chinês)


A felina agia com uma habilidade impressionante; não eram golpes rápidos e sim com precisão e destreza incríveis, pois a sua sequência não se resumia a somente um adversário: ela atacava aos sete ao mesmo tempo, em combos devastadores, os derrubando em seguida com socos e chutes.


— Onde está ela?! Mas o qu... – Recebeu uma sequência de oito golpes sem perceber.


— Mas o que... – Desta vez outros, seis golpes.


— Eu vou acab... – Dez golpes.


— Ela não pode ser tão... – Três golpes.


A destreza de Evie era espetacular, deixando todos feridos sem gravidade, mas impossibilitados de fazerem algo. Tanto que alguns já estavam ao chão. Ainda em base de luta, vitoriosa ela exclamou:


— Sessenta hits, sessenta e um hits... Ah perdi a conta, hehe...


E no outro canto, sendo cercada por mais dez capangas, a coelha se manteve imóvel e de olhos fechados que nada parecia que estava meditando. E quando eles foram em sua direção, ela os abriu, com um olhar completamente diferente de outrora; era como se os estivesse ameaçando, mas sem se mexer.


— Eu sou uma pessoa misericordiosa e bastante responsável pelos meus atos. Não lutarei contra nenhum de vocês a menos que seja devidamente necessário. Lhes peço que abandonem essa ideia de tentarem me atacar e sigam as leis de Shang Tu. Busquem redenção... porque essa é a forma de se viver dignamente.


[A forma de lutar de Bunny Ruby do estilo Calea Rouei Roșii era tentar o máximo possível evitar a luta. Isso se dava porque a busca pela paz interior era o principal objetivo da bela coelha. Mas caso fosse preciso entrar em combate, eles se resumiam em poucos golpes, neutralizando o adversário em ações concretas: elas os atingia diretamente na fonte de seu Chiacabando com suas forças instantaneamente]


— Quem é você para nos dar ordem? Você deveria estar em um monastério e não tentar lutar contra nós! Vamos acabar com ela!


Mas eles não respeitaram o pedido de Bunny. E com isso lhe forçou a intervir: ela se colocou em base de luta, levando seu leque para trás e, com um movimento suave para frente, condensou o ar, criando sopros de pressão, que atingiram cada um dos dez, os levando ao chão sentindo dores em seu peito. 


—  CHITIARINGU - チーティアリング! (Dilaceração de Chi, em japonês)


Alguns até ficaram desacordados pela falta de ar que sentiram. Ela, voltando a ficar de olhos fechados, disse:


— Eu espero que vocês se recuperem logo. Não se sintam mal por não terem conseguido cumprir com sua missão. Interpretem isso como um novo começo... para se redimirem de seus atos e que vençam na vida.


Partindo para o centro, onde estavam mais dos capangas, o raposa branca estava de pé, onde começou a dizer:


— Ah a luta... A forma formidável de medirmos nossas forças... Ao perdedor e ao vencedor, o mesmo objetivo, o mesmo âmbito, o mesmo aspecto determinante de lutar, lutar, lutar... Ah! Isso é mesmo motivador e belo... Huahahahaha! Qual método eu devo utilizar contra todos vocês? Hum... – Disse, colocando o indicador em seu queixo.


[A forma de lutar de Tokoyame destoava completamente. O porquê disso? Bem, o raposa branca, embora usasse do Hapkido, tinha como base sua própria arte marcial: actor. E mesmo que possa parecer inventada, actor era de fato uma arte marcial real, que consistia atuar como outros lutadores, usando de suas bases de luta e golpes para iludir seus oponentes]


Como uma dança seguida pelo ritual do teatro kabuki, o raposa branca colocou seus braços a frente abertos, emanando um poder absurdo em suas duas mãos. Levando-as próximas a seu peito, ele então disse:


— Como o honorável e lendário seonsaengnim Hyudo Chou, o seu poder flui por todo meu corpo, subitamente esplêndido e forte... Seu golpe mais poderoso trará consequências a todos, mas a mim a vitória...


Eram quinze membros que deram um passo para trás após ele dizer isso. E todos eles se olharam, meio que dando a entender que eles sabiam quem era essa pessoa citada por Tokoyame.


— Novamente, sob este solo sagrado de Shang Tu, veremos sua dádiva me ajudar a trazer a vitória suprema! Eu temo pela vida de todos vocês... Tolos! Inocentes! Insensatos! – Ele formou uma imensa bola de energia nas mãos – RECEBAM AGORA O VERDADEIRO E ÚNICO JU PAEGWOIN-UI CHOEDAE GWONLYEOG - 주 패권의 최대 권력! (Poder Máximo da Supremacia Chou, em coreano)


E quem disse que eles ficaram pra tirar a prova? A gama imensa de energia concentrada e toda as falas fortes do raposa branca o fizeram temer pelo pior e todos fugiram, levando consigo até o mestre Zharandu que, involuntariamente em fuga, disse:


— O que vocês pensam que estão fazendo?! VOLTEM PARA LÁ E LUTEM... E ME SOLTEM, SEUS IDIOTAS!


— Não, mestre! O senhor não entende... Ele vai acabar com a gente e com o senhor se não sairmos já daqui!


— O que?! Mas...


— O lendário seonsaengnim Hyudo Chou! Ele não tinha misericórdia de seus oponentes! E esse cara aí está prestes a fazer o golpe dele! Vamos sair daqui!


— O QUE?! SEUS IDIOTAS! ME SOLTEM!


Até os capangas que foram abatidos por Evie Chan e Bunny Ruby foram levados, tamanho era o temor pelo pior. Em um minuto eles deixaram o galpão, restando ali somente os seis. Rin, caminhando até Tokoyame, foi seguida também pela felina e a coelha, ambas um pouco irritadas. E a raposa logo se pronunciou:


— Tokoyame... Então você iria usar o Ju Paegwon-ui Choedae Gwonlyeog de verdade?


E ele, dissipando seus poderes, gargalhou alto:


— HUAHAHAHAHA! Digam... Digam... Digam, vocês: eu sou ou não sou um ator fenomenal? Huahahahaha! Eles acreditaram mesmo! Eu sou demais!


— Aff... – O alívio de Rin foi honesto – Por um minuto eu pensei que estava mesmo disposto a fazer isso...


— Oh! Me desculpe... Mas o que posso fazer? Contracenar é minha maior habilidade. Huahaha!


Evie Chan então o abraçou, dizendo:


— Toto... Seu danadinho! Você quase me fez ficar com medo!


— Huahaha! E você, Evie... Quantos hits conseguiu dessa vez?


— Ah... Deve ter sido uns oitenta... Sei lá... Hehe, eu queria lutar mais, mas você estragou tudo!


— Huahaha! E você, Bunny Ruby? Está tão calada!


— Você não deveria ser tão tagarela! Eu também acreditei que iria executar esse golpe desnecessário! Muitos foram afetados por sua conduta irresponsável!


— Oh! Acalme-se, linda donzela dos olhos rubros que adornam seu lindo rosto forjado pelas mais belas criaturas divinas do mundo! – Sim, ele jogou uma de galanteador.


E em um momento muito incomum, o rosto de Bunny ficou levemente corado. A coelha, envergonhada, disse:


— Pa-pare de jogar esse seu charme!


— Huahaha! Você caiu de novo!


— Seu... Seu... Só você mesmo pra me tirar de minha meditação!


— Huahaha! Me desculpe, Bunny Ruby. Meu poder irresistível de sedução as vezes me foge do controle...


E a raposa se colocou como a responsável:


— Muito bem... Chega disso, Tokoyame!


— Ih fica tranquila, Flor de Lótus. Você me conhece, Huahaha!


— Conheço sim. Você é o que mais fala. Então vamos nos concentrar no momento, está bem?


Pode não parecer, mas Rin era a mais nova entre os Quatro Postulantes: ela tem 16 anos. Eles eram os lutadores mais capacitados e um grau abaixo dos mestres de seus templos. Seu papel de liderança era inquestionável e não envolvia a grandeza de um templo para outro. Eles impuseram-la esse direito.


Enquanto conversavam, Viktor correu até Yan Shu, o acudindo:


— Aqui, vou te ajudar...


— Grr... Porque está fazendo isso, idiota?! – Disse o felino, irritado e muito ferido – Eu não te pedi ajuda!


— Não poderia deixar que ele te matasse...


— Você deveria cuidar de sua própria vida, stranger! Não tem noção do perigo... Me solte!


— Você não está em condições de fazer nada! Eu vou te ajudar...


— Eu não quero sua misericórdia! Em nada muda o que eu penso de você, idiota!


— EU ESTOU POUCO LIGANDO PARA O QUE VOCÊ PENSA DE MIM!


Esse grito chamou a atenção de todos e até fez cessar a conversa. Yan Shu sentiu o tom de que Viktor colocou suas palavras:


— EU NUNCA PODERIA VIVER COM MINHA CONSCIÊNCIA TRANQUILA AO VER ALGUÉM SER SURRADO ATÉ A MORTE! Eu faria o que fiz várias vezes se fosse preciso... ENTÃO PARA DE SER ASSIM E ACEITE SER AJUDADO!


— Stranger... Eu...


— Me chame de Viktor! E eu vou te ajudar...


Durante esse diálogo, uma sirene de ambulância foi ouvida, selando assim o incidente no galpão.


Enquanto isso...


Shenlin Park | Mais a noite (ainda)


Mr Taotao`s deposit


Arrumando a última caixa do dia em seu depósito, Sr Taotao aguardava o retorno de Mu, que o ajudaria a fechar o lugar. Não demorou muito e o feneco enfim chegou. Descendo de sua caminhonete, foi prontamente em direção ao pequeno panda vermelho, que disse:


— Ora, que eficiência... Já de volta.


— Sim...


— Que bom. Vamos terminar logo com isso. Me ajude a fechar, está bem?


— Tudo bem.


E durante o ato, Sr Taotao comentou o que todo mundo queria ouvir:


— Correu tudo bem no fim das contas. Viktor chegou bem?


— Não. Desceu da minha caminhonete do nada no meio da Xihan Zone e sumiu do mapa.


— Ufa... Que bom que tudo se resolveu e... – Ele demorava sempre em interpretar a informação – O QUE É QUE FOI?! COMO?!


— Isso mesmo. Ele saiu da caminhonete.


— NA XIHAN ZONE?!


— Sim... – Disse, ignorando o desespero do panda vermelho – O senhor quer que eu coloque um cadeado ou dois no portão, Sr Taotao?


A indiferença do feneco causou indignação no panda vermelho. Ele poderia ser pequeno, mas sabia muito bem se impor e mostrar força. Tanto que jogou Mu para dentro de sua caminhonete, entrando em seguida. A reação do raposa feneco? Bem:


— O QUE O SENHOR ESTÁ FAZENDO?!


— O QUE QUALQUER PESSOA COM PELO MENOS METADE DA NOÇÃO DO RIDÍCULO FARIA! VAI, LEVA A GENTE PARA A XIHAN ZONE AGORA!


— O que?! Eu não vou voltar pra aquele lugar!


— VOCÊ VAI SIM! MU, O VIKTOR ESTÁ LÁ SOZINHO NESSE EXATO MOMENTO E VOCÊ O DEIXOU A PRÓPRIA SORTE!


— ELE QUEM FEZ TUDO! Eu não tenho nada a ver com isso! Não é problema meu!


— É SIM, NO MOMENTO DE QUE EU TE DEI UMA MISSÃO DE LEVAR O STRANGER EM SEGURANÇA PRA CASA!


— ELE QUE QUIS ISSO! Para de gritar comigo!


— NÃO VOU! Mu, escute bem: eu respeito sua opinião de não gostar dele, mas isso que você fez fere qualquer ética! Você não tem ideia do que ele pode estar passando por lá. Viktor não tem Nirvana nem Chi e aquele lugar está infestado de delinquentes e membros do clã Uhma!


— Aí eu tenho que dar uma de babá de stranger fracassado e cuidar dele? Nem ferrando! Eu avisei pra ele antes de sair correndo feito um idiota no meio das ruas daquele lugar!


— BASTA! VAI, LEVA A GENTE PARA XIHAN ZONE AGORA E EU NÃO QUERO OUVIR MAIS RECLAMAÇÃO SUA, ENTENDEU?


Mu saiu a toda velocidade pelas ruas, seguindo as ordens de seu chefe. Mesmo contra sua vontade, o feneco colocou tudo de si na direção, mas não sem pensar o que sentia:


— *Novamente o stranger fracassado me traz problemas... Se aquele idiota estiver inteiro ainda, o que eu duvido, na certa irão mais uma vez passar pano pra suas presepadas. Até quando isso? Eu te odeio, Viktor. Você tem tudo na mão, mas dessa vez você vai se dar muito mal. Essa gente da Xihan Zone é muito barra pesada e não vão te deixar andar por lá ileso. O que é seu está guardado... só esperar!*


Mu só alimentava mais e mais seu ódio por Viktor. Mas seria assim até quando?


Horas depois...


Hospital Geral de Shang Tu | Quase de madrugada


Após o conturbado episódio no galpão, todos estavam reunidos no saguão do hospital. Os Quatro Postulantes conversavam acerca do que Viktor havia feito.


— O que ele fez foi muito imprudente, Rin – Disse Bunny.


— Ele podia ter se machucado de verdade ou até pior... – Disse Evie.


— Não foi uma performance de acordo com o momento. Os argumentos dele pra convencer Zharandu foram fracos... – Tokoyame também se expressou.


Mas Rin logo jogou a real:


— Ele é um Natural que merece respeito. Outros teriam deixado o Yan Shu pra trás, mas ele não. Além disso, ele é o mestre do Sallo Temple!


— Hum... – Explanou Tokoyame – Um ato louvável. Ele tem potencial...


— Você está certa, Flor de Lótus... – Disse Bunny.


— Claro que o respeitamos, Rin! Só que... – Desta vez foi Evie.


— O que foi? – Perguntou a raposa.


— O que ele estava fazendo sozinho na Xihan Zone? Nós ficamos patrulhando a área de noite para que o Bairro Milenar fique protegido... Como ele foi parar lá?


— Eu não sei... Mas isso no momento não importa. A boa notícia que ele está bem e salvamos uma vida.


Sim, Yan Shu estava vivo graças a intervenção de Viktor. Mas o que viria pela frente?


Enquanto isso...


Leito de recuperação | Ala C


Deitado e devidamente medicado em uma cama bastante confortável, Yan Shu acordava aos poucos. Logo ele percebe que não estava sozinho. Era Viktor sentado em uma cadeira ao lado de sua cama. O felino arruaceiro, surpreso, disse:


— O que você está fazendo aqui?


— Queria saber se você estava mesmo bem.


— Vá embora. Você já conseguiu o que queria. Aliás, todos vocês! Eu perdi... e aceitarei isso.


— Hã? Do que está falando?


— Em breve aquela panda policial vai aparecer e me levar preso...


— Mas eu não chamei a polícia.


— Conte outra, idiota! Não há motivos de você simplesmente ter me salvado se não seja pra me prender... Reconheça!


Viktor até iria divagar, mas havia uma certa verdade no que Yan Shu disse. E ele foi por esse caminho:


— Tudo bem... Você está certo. Não é uma das melhores pessoas que eu conheci...


— Então caia fora!


— Não... Ainda não. Quero conversar com você.


— Ah eu já entendi. Vai querer ir a forra comigo, não? “Agora você vai preso e vai pagar pelo o que fez comigo”... É sempre a mesma coisa. Me poupe dessa humilhação e vai embora!


— Cara, qual é o seu problema? Você sempre age assim, no que você acha o certo? E se você estiver errado?


— Dane-se. Eu não te devo satisfação!


— Eu não quero que você vá preso! Escuta: a senhorita Neera não sabe de nada. Você está aqui como um paciente e nada mais. Não tem polícia, só eu e você nesse leito.


— Então o que você quer comigo? Me xingar, me agredir, me torturar?


— Eu já te disse: eu só quero conversar!


— O que quer conversar então?


— Eu te vi mais cedo, te segui... Eu pensei que teria algo a ver com a The Red Scarves...


— Ah sim... O clã ninja. Ledo engano, idiota. Eu não tenho nada a ver com essa gente!


— Por isso mesmo... Por você não ter nada a ver, que eu estou querendo conversar com você.


— O que é então?


— Eu nunca iria imaginar que você tivesse um lado bom...


Yan Shu já havia entendido do que se tratava, mas desconversou:


— Não sei do que está falando, stranger idiota...


— Não? Você estava fazendo comida para aquela gente necessitada.


— Está enganado!


— Não, eu sei o que eu vi. Você sabe cozinhar muito bem e em uma quantidade generosa de comida... E você fez tudo sozinho.


— Chega! – Disse, se virando – Vá embora! Eu não quero conversar mais!


— O que você vai fazer daqui pra frente? Aquele cara que se chama Zharandu pode aparecer outra vez...


— Isso é problema meu! Saia daqui agora!


— Mas Yan Shu...


— SAIA! EU JÁ DISSE PRA VOCÊ SAIR!


Sem insistir mais, Viktor caminhou em direção a porta, mas antes que deixasse o lugar, deu um recado muito sincero:


— Eu respeito sua decisão, Yan Shu. Mas tem algo que eu respeito mais ainda é você saber de onde veio e fazer o que puder pra ajudar quem precisa. Sei que você tem seu orgulho, eu tenho o meu, mesmo que ferido até hoje... mas eu vou levando, eu vou levando... Tenho muito mais responsabilidades agora e há pessoas que dependem de mim...


Yan Shu se virou, perguntando:


— Porque está com seu orgulho ferido?


— Perdas... e viver dependente de outras pessoas. Avalice é um lugar perigoso... onde eu sou um alvo fácil. Mas eu achei o meu lugar.


— E porque se arriscou ao estar na Xihan Zone? Responda!


O jovem então se virou e olhou para Yan Shu, dizendo:


— Você salvou aquelas pessoas... e eu te salvei.


— O que?! Mas... Stranger...


— Olha, eu sei que isso é muito difícil pra você, mas... – Disse, saindo da sala – depende de você... Shopping Central de Shang Tu. Taotao Sushi Resto. Me procure lá... se quiser ajuda.


O jovem deixou o lugar, ao mesmo tempo que também trouxe dilemas a mente de Yan Shu:


— *Porque ele me ajudou? Eu quase o matei naquele dia... Esses idiotas que não guardam rancor são os piores, cheios de clichê pensando que podem mudar as pessoas. Deixam a gente cheio de dúvidas... Stranger idiota... Quem ele pensa que é?*


Yan Shu expressou bem o sentimento da situação inesperada que foi imposto. Ele permaneceu alí, descansando e com suas dúvidas.


Minutos depois...


Com Viktor retornando ao saguão, mas ainda no corredor foi interpelado por alguém.


— Stranger... Stranger...


— Hã?! Mas...


Era Tokoyame, o olhando nos olhos. Ameaçador, se assim dizer. Com um semblante fechado, o raposa branca disse:


— O que o levou a cometer tal ato irresponsável, stranger?


— Olha, eu...


— Basta! A palavra, a que toca o coração e significa o ser já justifica seu gesto lindo, mas desprovido de cuidados!


— Hã?! Só que...


— Silêncio! Seu estandarte... “Fighting Strong, Fighting Harder, Fighting Stronger and Harder...” A força sobre a força... Você acredita nela... Forte! Firme! Poderoso! Viril! Um verdadeiro guerreiro! É nisso que você acredita!


— O que você quer com isso?!


— Vamos lutar... Até a morte! – Disse, lhe mostrando as garras – Até que acabemos esgotados, a mercê da sorte... GET READY!


— O que?! O-olha... Eu... Eu não...


Tokoyame foi correndo contra Viktor, prestes a retalha-lo com suas garras afiadas. Mas era só um:


— ... Blefe! Huahahahaha! – Disse, abraçando Viktor – Huahaha! Você acreditou, não foi?


— Ah... Hã?! Você... Você realmente me deixou preocupado... Ah...


— Huahahahaha! Me permita apresentar minha pessoa: sou Tokoyame, a seu dispor.


Ao fundo, logo as três garotas apareceram, com Rin dizendo:


— Não leve a sério, Viktor sensei. Ele é um ator. Muito bom por sinal. Ele não é de fazer mal a ninguém.


— Huahaha! E então, gostou de mim, Viktor?! Hein hein?! O que achou da minha pintura de rosto? Estão lindas, não acha?!


— Ah... Bem... Você está bem elegante sim...


— Huahaha! Gostei de você!


Logo foi a vez da felina do Jingshen Temple, que também abraçou Viktor:


— Oi, pessoa! Me chamo Evie Chan. E fico muito feliz em te conhecer, mestre do Sallo Temple!


— Oi, senhorita! Eu também gostei de te conhecer. E agradeço por ter me ajudado!


— Hehe... Nossa, você é forte! Agora eu vi porque a honorável mestra Xiaohuang teve muito trabalho em ter lutado In Natura com você. Seu físico é invejável!


— Você sabe da luta?! Sério?!


— Todo mundo ficou sabendo! Um dia quero lutar assim contra você! Imagina só, eu lutando contra um mestre... e o vencendo! Tenho que te mostrar meus combos!


— Eu vi como você lutou... Não deu chances a eles... Foi incrível!


— Mesmo?! Você achou?! Nossa, isso vindo de você é muito especial!


E por último, a coelha do Vin Temple. Ela caminhou a a frente de Viktor, dizendo:


— É uma grande honra conhecê-lo, mestre Viktor. A família Sallo deve se orgulhar por ter um mestre como você. Eu me chamo Bunny Ruby... e minha mestra Tullipa sempre destaca seus feitos. Aliás, ela está curiosa por saber mais de sua origem.


— Também me sinto honrado em te conhecer, senhorita Ruby. Mas o que sua mestra tem de curiosidade?


— “Como um Natural pode ser tão determinado em lugar contra oponentes com Nirvana e Chi?” Ela sempre se pergunta isso em nossos momentos de seminário. Nós do Vin Temple pesquisamos mais sobre Nirvana. Sua essência, sua prática... Eu sei que você não tem ideia do que estou dizendo, mas tenho certeza de que sabe que isso é importante.


— Sim. Eu sei. Na verdade, na minha próxima aula eu iria pesquisar mais disso...


Embora a conversa estivesse boa, Rin pediu a palavra:


— Pessoal, poderiam me deixar a sós com o Viktor? Eu tenho que conversar com ele...


Minutos depois...


No pátio do hospital, num lugar florido e com uma fonte, Rin e Viktor estavam sentados, com a raposa sendo direta:


— Você poderia ter morrido.


— Eu sei...


— Lilac estava sabendo que você andava pela Xihan Zone?


— Não... Pelo contrário. Eu já deveria estar em casa.


— Hm... O que você fez foi mesmo muito imprudente. Minha mestra me disse coisas a seu respeito, mas não imaginava que você fosse assim.


— Hã?! Como assim?


— Você lutou contra a Neera Li, duas vezes.


— Não. Só uma vez, no Torneio de Artes Marciais de Shang Tu a alguns meses atrás.


— E na Dragon Forest, próximo a casa de Sash Lilac.


Sim, Rin sabia de tudo. Viktor não poderia negar. E a raposa foi além:


— Você se arriscou novamente ao tentar enfrentar os capangas do Clã Uhma naquele dia, foi surrado pelo Yan Shu... e hoje voltou a correr perigo por tentar proteger ele.


— Rin, o que você quer com isso? Eu entendi, você sabe muito de mim..


— Porque o salvou?


— Porque eu não deveria salva-lo?


Essa pergunta desconcertou Rin, a pegando de surpresa.


— Muito bem, Viktor... Você agiu certo, mas com os meios errados. Zharandu iria mesmo mata-lo... e a você também.


— O que você queria que eu fizesse? Yan shu estava em perigo...


— Todos eles tem Nirvana.


— Senhorita Rin...


— E manifestam Chi.


— Eu já lutei contra oponentes com tudo isso e estou aqui. O que você quer mais?


— Estou tentando te mostrar que o que você teve hoje foi muita sorte. Nós patrulhamos o Xihan Zone para que o Bairro Milenar não sofra com a ação de arruaceiros. Temos até a ajuda da honorável mestra Neera Li. Tudo que fazemos tem o conhecimento dela... Você entendeu bem o que eu quero dizer agora?


Sim, ele entendeu. Tudo que se passa na Xihan Zone:


— ... chega até ela.


— Sim. Não somos justiceiros. Agimos dentro da lei. Só lutando e usamos nossas habilidades especiais em último caso. Todo o resto cabe a polícia de Shang Tu, ou seja, a Neera Li e ao general Gong.


— Porque será que eu não consigo mesmo ficar livre da influência dela? Essa panda... – Disse, serrando o punho.


— Viktor, acalme-se.


— Como? Eu estou muito encrencado.


— Não... Ninguém irá dizer a Neera Li o que aconteceu. Até porque os danos foram poucos. Você não tem que se preocupar com isso.


— Mas vocês me viram. E eu fiz algo muito errado...


— Não. Você entendeu errado. Não o estou julgando pelo o que você fez e sim te criticando pela falta de noção do perigo que você correu. Nós iremos guardar esse segredo. Ninguém saberá... pode ficar tranquilo.


— Mas porque? Isso também é errado!


— Você salvou uma vida hoje. Não há nada errado...


— Senhorita Rin...


— Você não pode ter notado muito bem, mas todos dos Quatro Postulantes temos uma certa admiração por você.


— Como é? Porque?


— Você lutou contra minha mestra... e a venceu.


— Não! Aquilo não era uma luta! Era só uma exibição!


— Não foi o que minha mestra disse. Viktor, ela lutou com tudo que tinha ao seu nível, sabia?


— O que? A senhorita Xiaohuang estava lutando dessa forma?


— Sim... Você a venceu, queria ou não. Todos nós o olhamos com imenso respeito. Você tem limitações, nós entendemos... e quero acreditar que você também tem noção disso, mas não se engane quanto aquela “exibição”. Minha mestra sempre fala dessa luta e as lições que tomou. Isso vale para as outras mestres.


— Isso que você me disse representa muito pra mim. Eu pensei que sequer tinha passado da linha que separa eu da senhorita Xiaohuang e das demais. Eu sou um mestre mas eu... – Disse, com lágrimas saindo de um de seus olhos.


— Eu já sei o que vai dizer. Se sente inferiorizado por não ter Nirvana e Chi. Mas você se lembra do que eu disse das lições que minha mestra tomou de sua luta contra ela? Há mais por detrás de ter Nirvana e Chi ou não ter, Viktor.


— O que seria?


— Ter fé... e honra. Você tem os dois... talvez mais do que qualquer um dos templos. Você assumiu um templo sozinho, lutou por ele e está ensinando a órfãos tudo o que você sabe. Isso é muito digno... e lindo.


— Rin...


— Você luta pelo justo, Viktor sensei. Isso fortalece laços... Eu, Evie Chan, Bunny Ruby... e até o falador do Tokoyame. Todos nós temos muito respeito pelos seus feitos ao Bairro Milenar. Tenho orgulho de ter você como rival... e aliado.


Rin segurou forte um uma das mãos de Viktor, o olhando de forma carinhosa. Ele retribuiu, a abraçando em seguida. Bem dizer, ambos quebraram vários protocolos de conduta para com membros rivais, mas a amizade prevaleceu no momento... e respeito.


Mas ainda restou algumas perguntas que Rin gostaria de fazer:


— A propósito... Como está aquele raposa feneco? Seu nome é Mu, não é?


Embora a bela raposa dissese isso...


Laços fortalecidos e justiça sendo feita.


Minutos depois...


Xihan Zone | Início da madrugada


Já era tarde da noite quando Sr Taotao e Mu faziam ronda pelo lugar perigoso que estavam. Procuraram por Viktor em todo o quarteirão mas nada de o encontrarem. Tomado pelo cansaço e estressado com o feneco, ele respondeu ligar para Lilac.


— Alô


— Lilac?


— Sr Taotao?! Ah... Está tarde


— Sim, mas precisava mesmo te dizer uma coisa


— Agora? Sr Taotao, são duas da manhã


— Eu sei, eu sei. Mas o que eu tenho que falar é muito importante


— Pra mim?


— Sim, pra senhorita! É sobre o Viktor


— Ah... Ele já está dormindo


— Sim. É que ele... – Novamente ele demorou pra perceber – Como é?! Quem está dormindo?


— O Viktor. Porque?


— O Viktor está aí, dormindo?!


— Sim, Sr Taotao... Já são duas da manhã


— Mas... Que horas ele chegou aí?


— Ah... Não sei... Meia noite, eu acho


— Meia noite?! Mas eu... o Mu... Nós...


— Ah... Sr Taotao, fala com o Viktor amanhã. Ele está dormindo. Não vou acordá-lo. Está tarde


— Não não. Tudo bem. Até amanhã e desculpa incomodar


Desligado o telefone, ele estava na caminhonete junto com Mu, que meio que haja entendido o que foi tratado na conversa.


— Tá... Ele está bem. Agora me diz como.


— VOCÊ DISSE QUE O HAVIA DEIXADO SOZINHO NA XIHAN ZONE!


— Opa, espera aí! Primeiro que foi ele quem saiu da caminhonete feito um louco. Segundo que eu não tenho nada a ver com o que houve essa noite!


— Mu, ele está são e salvo em casa a mais de duas horas! Como você me explica isso? Passamos quase a metade da madrugada procurando por ele POR VOCÊ TER DITO QUE ELE ESTAVA AQUI! Você vê o que acontece quando se faz as coisas na má vontade?


— “Má vontade”... Um stranger fracassado surtado foge do meu carro, vai atrás de sei lá quem no meio de um bairro barra pesada e eu que sou o culpado?


— SIM, VOCÊ É! E ERA SUA RESPONSABILIDADE LEVÁ-LO EM SEGURANÇA ATÉ A CASA DA SENHORITA LILAC!


— Minha responsabilidade?! O cara já é adulto!


— Ele é um Natural no meio do povo da Xihan Zone! Você devia tê-lo seguido e o impedido! Ou você acha que não pode com ele?


— Vai mudar de assunto agora, é?


— Mu, você que está se esquivando. Por muito tempo eu tenho percebido que você odeia ele. Me diga o porquê. Agora!


— Sr Taotao, com todo respeito, eu não lhe devo explicações da minha vida. A única coisa que o senhor deve saber é que eu não gosto dele, só isso.


— Porque?


— Eu não tenho a obrigação de dizer os motivos. Só não gosto dele... Aceite isso.


— Muito bem então... Se você quer encerrar a conversa assim, então eu também tenho direitos aqui.


— O que quer dizer?


— Vou te multar por inconsequência de serviço!


— O que?! O senhor não pode fazer isso comigo! Eu não fiz nada errado!


— Deixar um funcionário a mercê da sorte em um lugar perigoso na calada da noite não justifica? Mu, de cem gemas, vou te pagar só sessenta delas hoje! E esteja satisfeito...


— O SENHOR NÃO PODE FAZER ISSO!


— Já o fiz! Isso se você não quiser que eu faça pior...


— O que?! Mas... O senhor pensou mesmo em...


— Te demitir? Levemente. Mas sim, eu pensei. O que me ajudou a pensar bem foi saber que Viktor está bem e seguro. Então a nossa noite termina agora – Disse, saindo do veículo.


Sr Taotao morava em um apartamento confortável ao longo de Shenlin Park Streets. Ele entrou em seu prédio, com o feneco imóvel dentro do seu carro tentando raciocinar o que havia acontecido.


— Isso foi a gota d’água. Uma coisa é eu aceitar dividir o batente com aquele stranger fracassado, outra é ser prejudicado por ele! Não... Isso não pode estar acontecendo... NÃO PODE MESMO ESTAR ACONTECENDO! – A sua irritação o fez bater no volante.


Bastante nervoso, Mu engatou a primeira marcha e saiu cantando pneu. A paciência do feneco havia mesmo chegado ao fim.


Por menor, a noite finalmente seguiu tranquila.


No dia seguinte...


Dragon Forest


Casa da árvore de Lilac | De manhã


A bela manhã na região arborizada e montanhosa da região de Shang Tu estava animada. Com todos a mesa, Viktor, como de praxe, servia o café da manhã para as garotas. E dessa vez foi:


— KASUTERA?! – Gritou Lilac, surpresa – Esse bolo é uma delícia, Viktor!


— Oh nossa... Viktorius... – Exclamou Milla, também surpresa – Eu adoro esse bolo!


— Mano do céu que abençoa os vitin da vida... ISSO FOI AWESOME! – Desta vez foi Carol – Piá, isso tá divino, cê é loco!


— Hehe... Que bom que gostaram, garotas!


Ele também fez parte da mesa, se sentando em seguida. E a conversa continuou:


— Piá... Porque tu demorou tanto pra voltar pra casa ontem?


— Be-bem... – Viktor ficou um pouco sem jeito, pensando em seguida – *O que irei dizer?! Pensa, Viktor... Pensa!* É que... Bem, eu vi que estava um pouco tarde e...


Milla só observou as caras e bocas que Viktor fazia, formando para si uma pré analise. Lilac deu uma ajuda:


— Ele foi ver o treino da Rin, é isso.


— Hã?! Lilac, como você... – Tentou dizer Viktor.


— Ela me disse. Você estava passando pela rua no carro do Mu e a viu treinando. Vocês ficaram lá s-o-z-i-n-h-o-s por um tempo f-a-l-a-n-d-o sobre artes marciais... Pelo menos foi isso que ela me disse.


— Mas... Mas...


Carol não pôde evitar de comentar:


— “Sozinhos”... Haha! Vitin levado, já tá fazendo convocação de outra pro seu harém?


Lilac ouviu isso e, tomando um copo de suco, não parecia estar gostando dessa história, tenho em vista sua tímida irritação estampada em seu rosto. Mas Viktor se defendeu:


— Que harém?! Para com isso, Carol! Só estávamos conversando como amigos mesmo, nada demais!


— Uhum... Sei... O que você tem a dizer sobre isso, Lilac?


A dragão, terminando sua refeição matinal, limpou sua boca com um guardanapo e não parecia estar mesmo gostando do assunto. Mas surpreendendo a felina tagarela, esboçou um lindo sorriso, dizendo:


— Viktor tem uma facilidade incrível de fazer novos amigos.


— Quê?! É só isso que você tem pra dizer? – Surtou Carol.


— Sim, ora! Até porque você adora o Viktor também, não é? – Provocou a dragão.


Nem é preciso dizer que que a gata selvagem não era tão selvagem assim, não é? Seu rosto corado dizia por si só:


— Qual foi, Lilac?! O que tu tá insinuando?


— Vocês deveriam sair algum dia, sabia? Hohohoho! – Ela riu, colocando sua mão sobre sua boca.


— CORTA ESSA! Isso não vai rolar nem a pau, Juvenal! Tá locona, cabeça de lula?


— DO QUE VOCÊ ME CHAMOU, BOLA DE PELOS?


— O que você ouviu, namoradinha de Avalice!


— Grr... Repete isso!


— Eu não sou vídeo cassete pra ter botão de rebobinar, dragon boomer!


— CAROL!


— LILAC!


As duas se levantaram e, do nada, de forma gratuita, começaram a lutar dentro de casa. Milla só acompanhava quieta, com Viktor dizendo um fato até então desconhecido:


— Ah essas duas... Já fazem semanas que estão agindo assim de manhã... e eu sinto que é por minha causa...


Como ele disse, Lilac e Carol, nas últimas semanas, ficaram mais competitivas. Sua rivalidade tinha crescido, mas no fim as duas se davam muito bem. Tanto que:


— Vocês duas aí... Parem de brigar! Isso não vai terminar bem...


— Como é? – Perguntou Carol.


— O que você disse, Viktor? – Desta vez foi Lilac.


— Você duas... Parem com isso!


E as duas amigas se olharam e:


— Partiu encher o Vik de cócegas, diva púrpura?


— Estou com você, brawler katt!


— Co-como é?! – Viktor se assustou.


E sim, foi o que eles fizeram. Viktor foi bombardeado com uma chuva de cócegas que o fizeram rir por um bom tempo, sem misericórdia por parte das duas.


Foi uma manhã bem divertida.


Decerto, as duas ficaram ainda mais íntimas de Viktor, até porque ambas o admiravam pelo o que estava fazendo as crianças do orfanato. Mas havia uma que estava em um grau de empatia maior, mesmo que não tão presente em sua vida.


Era a Milla.


E após Viktor se preparar para ir trabalhar, ele desceu a escada da casa da árvore de Lilac, mas com a pequena canina o seguindo.


— Ei, Viktorius... Espera!


— Hã? Milla? O que foi?


— Eu vou te acompanhar até a cidade. Tenho que comprar coisas para o meu laboratório...


— Ah tudo bem. Vai ser legal!


— Hehe...


E aproveitando a trilha campestre naquela manhã agradável, o sol brilhava no céu azul quando Milla disse:


— Viktorius...


— O que, Milla?


— Essa história da Rin...


— O que tem? Olha, ela e eu só somos amigos...


— Eu sei disso... Mas eu acho que você não disse a verdade pra gente por algum motivo.


— O que? Milla... Olha...


— Pode falar pra mim. Não vou dizer nada. Viktorius, o que aconteceu de verdade?


— Ah Milla... Eu... Não posso esconder nada de você, sabe... Bem, eu ontem fui sozinho na Xihan Zone.


— Xihan Zone?! Viktorius, naquele lugar só tem gente malvada!


— Eu sei, Milla... Mas foi porque eu vi o Yan Shu carregando uma caixa e pensei que era da The Red Scarves. Eu me enganei, mas eu acabei ajudando a salvarem a vida dele.


— Mesmo?! Nossa... Me conta tudo! Eu quero saber!


Ele realmente não poderia esconder nada de Milla. Desde que chegou em Avalice, Viktor sempre teve Milla como sua amiga confiável em todos os momentos. Ela o ouvia e estava disposta a ajudá-lo mesmo em coisas que Lilac tomaria uma opinião contrária. Na verdade Milla o admirava mais que as garotas, por querer fazer o diferente. Ela se identificava porque via no jovem algo familiar, como um irmão mais velho que lhe dava conselhos e que lhe dizia palavras confortantes.


Nos piores e melhores momentos, Milla estava lá para ouvir Viktor, incondicionalmente e sem julga-lo.


O mesmo fazia a ela.


Horas depois...


Royal Palace


Shang Tu Police Department | Neera Li Office


E mais um dia começava no escritório da panda oficial da polícia de Shang Tu. Sentada na sala de vídeo conferência, ela começou uma conversa confidencial com os outros guardiões dos reinos de Shang Mu e Shuigang. Neera comentou:


— A The Red Scarves está mesmo atuando em nossa cidade.


— Isso é algo de se preocupar, cara sacerdotisa – Disse Ying.


— Nós de Shang Mu estamos dispostos a compartilhar nosso contingente de inteligência, honorável sacerdotisa – Disse Lenzin.


— Eu agradeço a oferta, nobre guardiã... – Neera concluiu – Mas não será necessário. Já temos um plano de rastreamento. Nossas forças estão atuando para isolar as zonas cegas do Reino de Shang Tu. Não queremos levantar mais suspeitas, ainda mais por termos prendido muitos destes arruaceiros.


— Eu entendo... Mas e quanto ao plano conjunto com Shuigang? – Perguntou Lenzin.


— Já está tudo definido. Em breve iremos por em prática a primeira fase... Guardião de Shuigang, poderia por favor nos informar a situação de campo?


— Precisamente, cara sacerdotisa... – Ying lhe passou gráficos.


E em realidade aumentada, ilustrações que mostravam a região de Battle Glacier era mostrava, com indicadores de supostas bases avançadas que protegiam um núcleo. E esse era um ponto inédito que até mesmo Neera desconhecia:


— Esse ponto em rubro na extremidade do mapa... O que signifca, caro guardião?


— Cara sacerdotisa, este é o núcleo... Ou melhor dizendo: The Weapon.


— The Weapon? O que sugnifca isso?


— Dail me informou a alguns dias da existência de um resquício da Jóia do Reino que a The Red Scarves teriam obtido no polo norte de Avalice. De certa forma entre estava certo. Mas minhas fontes de inteligência me informaram de que não houve mais eventos de quedas de mais resquícios por toda Avalice, o que faz com que nosso monarca levantasse sua ideia de quando recebeu a visita do Team Avalice.


— O que seria?


— De que a The Red Scarves sintetizou a sua própria Jóia do Reino. (No capitulo "A reunião com o monarca")


Isso sim foi uma bomba, tanto que Lenzin logo se manifestou:


— Isso não pode ser possível... Como eles teriam tecnologia suficiente para fazer tamanha heresia?


— Guardião, vossa excelência tem certeza deste fato? – Perguntou Neera.


— Dail tem um centro de pesquisas secreto. Nem eu tenho contato com eles... e a probabilidade disso ser verdade é muito próxima a 100%.


— Pelos deuses... Se esse clã nefasto tem em seu covil um artefato dessa magnitude, então isso só reforça que devemos agir o quanto antes!


— Estou de acordo, cara sacerdotisa.


— O Reino de Shang Mu está a disposição no que for preciso, sacerdotisa Neera Li – Disse Lenzin – Colocarei nossas forças em prontidão. Caso queira suporte, você a terá.


— Agradeço profundamente, nobre guardiã. E pode ter certeza que requisitarei de sua ajuda se assim necessário – Disse Neera.


— Cara sacerdotisa... – Tomou a palavra Ying – Creio que devamos agilizar a abordagem. Já tem sua equipe a postos?


— Sim, nobre guardião. Sash Lilac e Carol Tea foram convocadas. Dentro de duas semanas já estaremos prontas para a Battle Glacier Innitiative. Até lá iremos manter contato e compartilharmos informações. Neera Li desligando...


Minutos depois...


Caminhando pelos corredores do palácio, Neera estava pensativa. Mesmo sabendo de que seu trabalho naquele dia havia somente começado, tinha algumas dúvidas:


— *Eles fizeram sua própria Jóia do Reino... mas porque? Spade parecia ter se redimido e ajudou o Reino de Shuigang a se constituir novamente enquanto Dail estava em leito... O que ele quer com isso afinal? Porque simplesmente não se redimiu? Grr... Não importa... Não importa se ele é irmão do Dail e fez tudo aquilo. Se está tramando algo ruim e for contra minhas ordens, eu irei agir com toda a força da lei pra cima dele... Me espere, miserável. Em breve eu irei lhe dar voz de prisão...*


O comprometimento da panda era legítimo, pensando única e exclusivamente em livrar os reinos de Avalice de qualquer ameaça.


Algumas horas depois...


Shopping Central de Shang Tu


Taotao Sushi Bar & Resto | Tarde, após o almoço


Com o movimento um pouco menor, o restaurante do intrépido panda vermelho empreendedor estava animado. Alguns pedidos entregues a mesa e uma ajuda agradável de Izumi no atendimento deixava tudo mais organizado e harmonioso. Na cozinha Viktor esbanjava criatividade e vontade, preparando pratos deliciosos e belos. Ele, mesmo concentrado no trabalho, estava pensando:


— *Hum... Eu não gostei de ter escondido a verdade para a Lilac e a Carol... Mas... Se eu dissesse, com certeza Lilac iria ficar brava comigo. E aquela conversa que tivemos um pouco depois que eu cheguei...*


Sim, os dois conversaram ontem de noite. Mas qual foi o conteúdo dessa conversa?


Voltemos então no tempo, no exato momento que os dois estavam a margem do lado próximo a:


Casa da árvore de Lilac | Dragon Riven


— Viktor, eu estou muito orgulhosa de você.


— Mesmo? Mas porque?


— Você não esqueceu de nada que eu te disse. Está fazendo quase tudo certo...


— Quase tudo? Onde que eu errei?


— Hehehehe... Bobo. Eu me referia a tudo que você fez desde o início. Mas o que eu mais gostei é que você está mesmo fazendo tudo certo agora. Você conversou com a Neera, não foi?


— Sim, mas o que tem?


— Ela te fez algo?


— Naquela conversa? Não... Lilac, eu me entendi com ela. Precisava...


— Isso é bom, não? Hehe... Você fez o certo. Novamente.


— Eu sei, mas...


— O que foi?


— Esse seu “quase tudo certo” ainda me incomoda.


— Hum... Me desculpa. Não queria pegar pesado.


— Me explica melhor isso. Por favor.


— Bem, Viktor... Você precisa mesmo ficar longe de problemas. Por exemplo: você chegar a essa hora é um pouco preocupante. Tudo bem que estava acompanhado por alguém confiável, mas não é seguro ficar até tarde sozinho.


— O que você quer dizer com isso?


— Vou repetir outra vez: Avalice é um planeta perigoso. Você, por não ter Nirvana nem Chi, ainda que seja um mestre, não teria como se defender de ameaças reais. Mas por favor, não se sinta mal por isso...


— Você está querendo me proteger, não é?


— Sim. O tempo todo. Desde que você apareceu em nossas vidas... Eu devo te proteger, Viktor. Carol também irá. Milla idem... Nós três iremos te proteger e fazer com que você siga sua vida vitoriosa aqui com a gente.


— Lilac...


— Você deu uma esperança a Bonnie e Brendan, “adotou” aquelas crianças, está trabalhando e fazendo novos amigos... Eu quero que continue assim, sempre. Essa é sua verdadeira força, Viktor: sua gentileza. É um poder que une pessoas e cria laços... e você tem isso muito além de qualquer habitante de Avalice. Você tem até afinidade com guardiões... O líder supremo das artes marciais de Shang Tu tem respeito por você... como você é! Veja o quanto de coisas que você fez sendo você mesmo!


— Lilac... Eu... – Disse, a abraçando.


A dragão estava feliz, retribuindo o abraço. E ela, para terminar, disse:


— Como não teu orgulho de você? Quero sua felicidade... Quero que seja feliz e que viva dessa forma com a gente... Então continue com essa sua forma de viver. Ela funciona... melhor que imagina! Faça valer dessa sua gentileza, mestre...


Não era mais necessário demostrar mais como as garotas estimavam Viktor.


A união era sincera.


 


“Gentileza gera gentileza”


Gentileza, poeta e filósofo.


 


E voltando ao presente...


Taotao Sushi & Resto


Tudo corria normalmente ao lugar, com clientes sentados as mesas consumindo suas refeições. Mas foi em uma abordagem extremamente simpática da shiba recepcionista que aconteceu um fato inesperado:


— Olá, seja bem vindo ao melhor restaurante do shopping. Me chamo Izumi e você está no Taotao Sushi & Resto! Posso anotar o seu pedido e levá-lo a sua mesa!


— Ah... Oi. Você é bem gentil...


— Obrigada. E então... Qual o seu nome?


— Yan.. Yan Shu.


Continua.


_________________________________________________________


Viktor é muito mais importante do que imaginava. Seus atos, mesmo que pequenos, foram reconhecidos por todo Bairro Milenar.


Mas e a The Red Scarves? O que querem com essa jóia fajuta? Battle Glacier Innitiative pelo visto já irá ser usada...


Mu parece não ter mais paciência com Viktor. E o pior ainda está por vir.


O próximo capítulo será: "Inveja"



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Autor(a): the.hunterx

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Olá, leitores. Como estão? Uma pequena saga vai se iniciar. Espero que gostem. Boa leitura e divirtam-se! ____________________________________________________ Taotao Sushi & Resto | Final da tarde Ainda continuando os acontecimentos do último capítulo, vimos Yan Shu as portas do restaurante do Sr Taotao. Ele foi gentilmente atendido por I ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 2



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  • Tesl4 Postado em 23/05/2020 - 15:47:25

    Incrível. :-)

    • the.hunterx Postado em 23/05/2020 - 21:35:30

      Olá. Muito obrigado. Espero que esteja se divertindo com minha fic. Até. E boa leitura.


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