Fanfics Brasil - Capítulo 1 Tudo Pode Mudar - Vondy

Fanfic: Tudo Pode Mudar - Vondy | Tema: Vondy, Romance, Comédia, Hot


Capítulo: Capítulo 1

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CHRISTOPHER POV.


 


— Cara, aconteceu uma tragédia! – Afonso alardeou ao entrar na minha sala ao final do expediente.


 


 — Que tragédia? Engravidou alguém? – brinquei, mantendo os olhos no relatório que estava lendo.


 


— Pode ser que sim – a entonação preocupada me fez abandonar a leitura. — Uma mulher ligou agora há pouco e disse que eu posso ser o pai do filho dela!


 


— E você acreditou? – não contive a risada.


 


— Sério, Uckermann – puxou uma cadeira e se sentou de frente para mim. — Ela citou alguns nomes, inclusive o seu.


 


— O meu?! – indaguei sem entender.


 


— O seu, o meu e o de outros caras que também participaram da suruba na casa de Ferrão.


 


— Qual delas?


 


— Aquela que uns primos dele também participaram. Até levaram umas gostosas. Tinha uma ruiva peituda com tatuagem na bunda, lembra?


 


— Uma que tinha um piercing na...


 


— Não – ele cortou. — A do piercing tinha o cabelo azul.


 


— Cara, como você lembra dessas coisas? – perguntei achando graça.


 


— É difícil esquecer os fios presos no meu pulso – ele usou um tom sacana.


 


— Será que ela é a mãe do seu filho, Poncho? – provoquei.


 


— Vira essa boca pra lá! Não sei qual delas ligou, mas não sou o único ferrado nessa história não! O pai da criança pode ser qualquer um dos que enfiaram o pau nessa mulher! Seu nome também está na lista. E se for você?


 


— Impossível. Não transo sem camisinha. Estava devidamente encapado naquela noite. Você também, não?


 


— É claro, porra! Mas a gente sabe que essa merda pode falhar, cara. E se tiver falhado? – o desespero estava nítido em suas feições.


 


— Comigo funciona há quinze anos, não vai ser agora que vai dar errado – respondi calmamente.


 


— Você não está nem um pouco preocupado? – indagou Afonso, incrédulo.


 


— Herrera, está na cara que isso é um golpe. O pai da criança deve ser um pé-rapado. A garota descobriu que os caras que participaram têm grana e está tentando dar o famoso golpe da barriga.


 


— Sei não, Ucker. Ela quer que eu faça o teste, perguntou se eu topo.


 


— E você vai fazer?


 


— Vou, né! Se for meu, vou ter que assumir. Fazer o quê? – soltou um suspiro. — Que merda, cara. Que merda – os dedos voaram para a testa, complementando o semblante agoniado.


 


— Fica tranquilo, você vai ficar uma graça de papai – gargalhei.


 


— Eu queria ter essa sua coragem de rir na cara do perigo. Quero ver o que vai fazer se meu exame der negativo e ela te ligar em seguida!


 


— Simples. Vou dizer que não sou o pai e, logo depois, vou mandá-la à merda!


 


— Aí ela ajuizaria uma investigação de paternidade, otário. Só por não aceitar você poderia tomar no cu mesmo sem ser o pai, então se ela te ligar, aceita e faz!


 


— De jeito nenhum! Não vou facilitar a vida de oportunista – declarei, resoluto. — Se ela quiser testar o meu DNA, que acione a justiça. Apenas nesse caso eu faço o exame.


 


— Você vai dar todo esse trabalho pra mãe do seu filho? – zombou da situação.


 


— Ela não é a mãe do meu filho. É só uma rapariga que acha que nascemos ontem. Mas eu sou vacinado, nesse golpe eu não caio – guardei o relatório e fiquei de pé. — E aí, quer sair pra tomar uma?


 


— Tô precisando mesmo beber – ele também se levantou, apalpando os bolsos do terno. — Porra, deixei a carteira na minha sala.


 


— Deixa que eu pago – comecei a sair.


 


— Você pagou semana passada. A gente passa lá e eu pego – Poncho me acompanhou.


 


— Tem certeza de que não quer que eu pague? Você precisa economizar para as fraldas do bebê – zombei.


 


— Você é desgraçado demais, cara – ele estava tão tenso que nem riu.


 


Já eu, dei risada até chegarmos no elevador.


Em poucos minutos, estávamos no Departamento Jurídico.


 


— Doutor, a mulher que ligou anteriormente acabou de retornar a ligação, com data e horário do compromisso – a secretária informou assim que nos aproximamos da sala de meu amigo. — Já inseri o evento e sincronizei a sua agenda.


 


— Obrigado, Brianna – ele forçou um sorriso educado e seguiu adiante.


 


Assim que virou as costas, o semblante carregado de profissionalismo dela foi substituído por um olhar cheio de malícia que o acompanhou até o momento em que ele entrou em sua sala.


 


Mordendo o lábio e enrolando uma mecha do farto cabelo loiro, ela girou a cabeça e se deparou comigo.


 


— Ai, que susto! – levou a mão ao discreto decote do uniforme. — Esqueci que você estava aqui, traste – mirando a tela do iMac, deu alguns cliques e começou a bater as longas unhas no teclado.


 


— Cuidado, Brianna... – abri um sorriso cretino. — Se continuar de olho no seu patrão, pode acabar no olho da rua.


 


— Você bem que podia convencê-lo a dar uma chance pra sua prima favorita – ela me olhou e sorriu de forma pretensamente pura.


 


— Isso nunca vai acontecer, priminha – debochei.


 


— Por favor...


 


— Esquece. Afonso não transa com as próprias secretárias. Ele não fodeu nem a anterior. E olha que ela era muito mais bonita que você – provoquei.


 


— Idiota – Brianna fez uma careta. — Então o mínimo que você pode fazer é me apresentar o irmão dele.


 


— Como você sabe que ele tem irmãos se começou a trabalhar aqui essa semana? – investiguei.


 


— Tem mais de um? – ela se animou.


 


— Dois.


 


— Um deles ligou pra cá ontem. Tem uma voz tão... máscula. – suspirou. — Aposto que é gato. É, não é?


 


— Feio pra caralho.


 


Ela riu.


 


— Já vi que é lindo. Qual dos três é mais bonito?


 


— Que pergunta fodida é essa, Brianna? – resmunguei. — E eu lá acho macho bonito?


 


Íris castanhas se reviraram em resposta.


 


— Pelo menos me conta uma coisa... – ela chegou mais perto. — O irmão da voz deliciosa é rico? Ele trabalha na rede de hotéis da família? Ou é advogado? E o outro, faz o quê?


 


— Na verdade... – iniciei, mas fui interrompido pela súbita presença de Afonso, que se aproximou do balcão.


 


— Brianna, já estou indo – comunicou. — Bom fim de semana.


 


— Para o senhor também – disse, séria.


 


Afonso começou a se afastar e ela fisgou o lábio novamente, atenta aos movimentos dele. Balancei a cabeça em recriminação e recebi um delgado dedo médio como resposta. Devolvi o gesto e acompanhei meu amigo.


 


— Você já percebeu que a Brianna está louca pra passar um tempo na sua cama, né? – questionei, quando alcançamos o elevador.


 


— Ela se contentaria com a mesa da minha sala – ele esticou o braço e apertou um dos botões do painel.


 


Dei uma risada.


 


— Deixa de ser sacana, Herrera. Dá um trato na coitada.


 


— Você sabe que eu não misturo sexo com trabalho. Além disso, agora há pouco, quando descobri que dia farei o exame, fiz uma promessa. Se eu não for o pai da criança, vou ficar sem transar por um ano.


 


Tive uma crise de riso tão violenta que, quando a caixa metálica se abriu, eu ainda estava gargalhando.


 


Controlei o riso e ajeitei a postura às pressas ao ver a esposa do Diretor Executivo diante das portas abertas. A mulher era um espetáculo. Devia ter uns quarenta e poucos anos. Ostentava belos traços e um corpo escultural, moldado pelo vestido justo e elegante. O magnata que se casara com aquela beldade era um filho da puta sortudo. E também meu chefe.


 


— Boa tarde – Afonso e eu cumprimentamos ao nos juntar a ela.


 


— Boa tarde – a voz suave ressoou nas paredes frias enquanto o elevador se fechava.


 


Afonso ocupou um dos lados e eu me posicionei do outro. No ambiente silencioso, o perfume feminino logo açoitou minhas narinas. Ela exalava uma fragrância delicada, mas marcante. De repente, seu celular começou a vibrar dentro da bolsa.


 


— Com licença, rapazes – pediu ao checar o visor. — Preciso atender.


 


Quando assentimos, por mera formalidade, levou o aparelho à orelha e começou a falar em um inglês impecável. A conversa mal começou e chegamos ao térreo. Com um aceno educado, ela saiu andando pelo saguão, os saltos repicando no piso lustroso e o rabo empinado balançando em um movimento deliciosamente hipnótico.


 


— Quer ser demitido, porra? – levei um soco no braço. — É uma senhora bunda, mas uma manjada não vale o emprego que te paga um salário de seis dígitos.


 


Soltei uma risada e o encarei, me lembrando da promessa.


 


— Cara, como é que você promete o que não consegue cumprir?


 


— Deixa de ser filho da puta, Ucker – resmungou, visivelmente tenso.


 


— Relaxa, Herrera – bati em suas costas. — Logo você vai estar contando essa história em um boteco, rindo da época que achou que seria pai.


 


— Tomara, porque não estou pronto pra essa merda, cara. Se um troço desses acontece comigo, acho que perco a cabeça.


 


Não contive o riso. Porém, por mais que estivesse me divertindo às custas dele, eu o entendia perfeitamente. Era um sujeito com quase trinta anos nas costas, mas não queria ter filhos. Nunca quis, porque sabia que não seria um bom pai.


 


Deixamos o prédio e fomos direto para o bar que ficava na mesma avenida, onde a maioria dos funcionários da empresa se reunia em todos os sábados. O lugar estava lotado e, como de costume, muitas mulheres bonitas perambulavam pelo lounge, com seus drinques e coquetéis coloridos. Dentre elas, algumas participavam do happy hour de outras firmas. Várias trabalhavam nas lojas de alto padrão das redondezas. E havia as que estavam ali com amigas, apenas pela diversão noturna que logo se iniciaria.


Naquele sábado, fui pra casa com duas loiras. Nos seguintes, também voltei acompanhado. E foi em um deles que um garoto ensopado apareceu na minha porta.



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Autor(a): CrisSavinVondy

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  • Ellafry Postado em 10/05/2019 - 20:19:36

    primeira


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