Fanfic: Mais que amigos | Tema: Levyrroni
MAITE
No segundo ano do ensino médio, fiquei amiga de uma menina chamada Dulce Maria.
Ela até que era legal.
Exagerava um pouco no delineador roxo, não parava de falar e dizia “tipo” toda hora, mas fazíamos as mesmas aulas do primeiro semestre, então a amizade meio que veio por inércia.
Enfim, Dulce sempre dizia que seu melhor amigo no mundo todo era Christopher Uckermman, um garoto que conhecera quatro semanas antes de promovê-lo a esse status.
Era, tipo, ai meu Deus, a melhor coisa do mundo ter um cara com quem conversar sem as complicações que vêm com o envolvimento romântico.
Sei .
É verdade que melhores amigos de verdade não conseguem passar mais de duas horas sem mencionar o nome um do outro, mas Dulce arrumava um jeito de mencionar Christopher a cada duas frases.
Não era “só amizade” nada.
Acho que a relação deles foi mesmo platônica por um tempo. Christopher tinha uma namorada chamada Belinda Peregrín ou qualquer coisa do tipo, e Dulce vivia indo e voltando com o namorado do tempo do fundamental.
Mas qualquer um que já tenha visto um filme ou um programa de TV, ou que possua um conhecimento básico das formas de interação humana, sabia exatamente para onde Dulce e Christopher estavam se encaminhando: para a terra da pegação.
Apesar de Dulce jurar que não gostava dele “daquele jeito”, os dois já estavam solteiríssimos no feriado de Ação de Graças daquele ano.
No recesso de fim de ano, Dulce não estava mais tão ocupada falando “tipo” o tempo todo. Por quê? Porque a língua de Christopher estava dentro da boca dela antes da aula, depois da aula e nos fins de semana.
Mas todo mundo sabe como isso acaba, certo? Alguns meses depois, Dulce e Christopher não só não eram mais um casal como nem chegavam perto de ser “melhores amigos”.
O rápido romance e o rompimento que se seguiu quase não provocaram fofocas na escola, mas gosto de pensar que todos aprendemos uma boa lição:
Garotos e garotas não conseguem ser só amigos. Ou pelo menos não melhores amigos.
As coisas acabam se complicando.
Agora vamos avançar alguns anos na história…
Aos vinte e quatro anos, tenho um anúncio de utilidade pública a fazer: eu estava errada.
Garotos e garotas podem, sim , ser melhores amigos.
Dá para ter um relacionamento platônico com um cara sem qualquer desejo romântico, fantasia sexual e tentativas fúteis de esconder a dor do amor não correspondido com declarações ingênuas como “eu não gosto dele desse jeito”.
Como é que eu sei disso? Como sei que homens e mulheres podem ser melhores amigos sem qualquer envolvimento romântico?
Porque sou o lado feminino dessa equação há seis anos
Autor(a): ThammyPerroni
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