Fanfic: Dejarte de Amar - Vondy | Tema: Vondy

Dulce 

Durante o velório e o enterro me mantive afastada de Christopher, apesar de querer correr até ele e não solta-lo mais. Algo em mim estava quebrado, perder Dylan me fez por um momento  não me importar com meu bebê que estava a caminho e por isso fiquei afastada de Christopher, sentia vergonha de mim mesma por um segundo ter pensado qualquer coisa sobre nosso bebezinho. Além claro, de tudo nele me lembrar Dylan, seu sorriso, seus olhos, os dois sempre foram incrivelmente iguais, e durante o enterro e o velório eu não poderia estar perto dele, me doeria mais, me machucaria muito mais. 

Apesar de tudo isso, ao fim do enterro, eu não aguentei, eu precisava dele, precisava do amor da minha vida, só tendo ele do meu lado eu me sentiria um pouco melhor. O abracei com toda a força que me sobrou, e por um pequeno momento pude me sentir um pouquinho mais confortada. 

" Eu te amo " sussurro ainda no abraço " me desculpe por não ter dito antes, nem por não ter te abraçado, você tinha razão, eu estava te evitando, estava com vergonha de mim " 

" Vergonha ? " Ele sai do abraço e toca meu rosto " vergonha de que meu amor ? " 

" Por um segundo eu ... Eu pensei besteira Christopher "

" Que besteira Dulce ? " Ele pergunta sério 

Engulo a seco " besteira sobre nosso bebê ... " Toco minha barriga  

Ele desce o olhar e então uma expressão de pavor aparece em seu rosto " o que você fez ?" 

" Nada, nada, te juro que não fiz nada, só que por um segundo eu disse uma coisa horrível, disse que não me importava com esse bebê, mas, só disse por que estava ferida, eu não me sinto assim, te juro que não " 

Ele ameniza a expressão e assente " eu sei, eu sei meu amor " 

" Me desculpa, por favor " peço novamente 

" Não tem o que desculpar, estamos todos abalados, é compreensível você estar um pouco desorientada " ele seca minha lágrimas com carinho " eu te amo, te amo tanto " beija minha testa

" Eu também te amo " sussurro " hoje foi o pior dia da minha vida Christopher, acho que o vazio que estou sentindo nunca, nunca vai ser preenchido " digo com o olhar sobre a lápide de Dylan

" Dylan não gostaria de ouvir isso Dul " ele diz segurando minha mão " nosso menino está olhando por nós, eu sinto " 

" Eu ... Eu já sinto tanta falta dele " falo chorosa 

" Eu sei meu amor, eu também sinto " nos abraçamos de novo

" não me deixe, por favor, não me deixe, você é o que me está me mantendo em pé, sem você eu não sei se consigo Christopher, eu não sei " 

" Eu nunca vou te deixar, nunca, você é o que me dar forças pra passar por isso, você Dulce, só você " ele sai do abraço e me dá um selinho " temos que ir "

" Não, por favor, vamos ficar mais um pouco " peço 

Ele suspira " isso não vai te fazer bem " 

" Só mais um pouco amor, por favor, eu quero minha família unida só por mais uns minutinhos " digo com a voz embargada 

Ele assente " está certo "

Eu deito a cabeça no ombro dele, e ele passar o braço pela minha cintura. Ficamos ali, observando a lápide do nosso pequeno Dylan, não sei por quanto tempo permanecemos lá, só sei que precisava sentir minha família unida uma última vez, mesmo que fosse nessas condições.

Christopherbeija minha testa novamente, e alisa carinhosamente minha barriga por cima da blusa, coloco a mão no bolso e pego uma foto, a foto que Dylan tinha em sua cômoda, de mim e de Christopher com ele em seu aniversário, a que ele mais gostava, beijo a foto e coloco sobre a lápide, abaixo de um jarro de flores, choro e então abraço Christopher novamente. 

" Podemos ir agora " digo 

" Certeza ? " Ele pergunta 

Olho mais uma vez pra lápide, e engulo a seco " certeza " afirmo 

Ele assente, e ergue a mão pra mim " vamos ?" 

" Vamos " agarro sua mão. 

Caminhamos até a saída do cemitério, algumas vezes olho pra trás chorando baixo, era difícil ir e deixar meu menino ali. Christopher me aperta em seu abraço, e eu volto a olhar pra frente, colocando a mão sobre a barriga, podia sentir que Dylan estava comigo, e queria acreditar que isso é possível, que ele sempre estará comigo.  

" Tem certeza que vai ficar bem ? " Ele pergunta pela décima vez 

" Tenho, não se preocupe, meus pais vão ficar por um tempo aqui comigo e eles vão me dar suporte se algo acontecer " digo parando em frente a minha porta 

Ele assente " por favor, me promete que se precisar de mim, vai me ligar " 

" Eu prometo " passo os braços em volta de seu pescoço " mas, e você ? Não gosto da ideia de que vai estar sozinho esta noite " 

" Não vou estar, minha mãe vai ficar lá em casa, ela quer estar do meu lado " ele responde 

" Que bom, que bom que ela vai estar com você " o abraço " ainda quero que tudo isso seja um pesadelo " sussurro inerte 

" Eu também meu amor, eu também quero que tudo isso seja um pesadelo, e que acordemos logo mas, não é, infelizmente não é " ele diz melancólico 

" Infelizmente " respiro fundo " quero que saiba que estou aqui com você ouviu ? Estou aqui pra você, e sempre vou estar meu amor " 

" Eu sei disso, e te amo, te amo muito " 

" Eu também te amo " aproximo meu rosto do dele e lhe dou um beijo terno. Ele agarra minha cintura me puxando pra mais perto, eu estava precisando disso. Ao sair do beijo, lhe dou um selinho demorado " me avise quando chegar " 

" Está bem, aviso sim " ele me dá outro selinho " te amo " diz se afastando 

" Eu também te amo " digo acenando, me viro e coloco a chave na porta a abrindo, encontro minha mãe na sala " mamãe, o que faz acordada ? " 

" Fiquei preocupada com você filha, você simplesmente sumiu quando estávamos indo pro carro, onde estava?" Ela se levanta vindo até mim 

" Eu estava com Christopher, tínhamos que ter um tempo a sós com tudo o que houve " explico 

" Você quase me matou de preocupação, custava ter avisado ? " 

" Desculpa mãe, eu nem pensei nisso " falo passando a mão no rosto 

Ela suspira " me desculpa você filha, depois de tudo o que houve é compreensível que você não pense em mais nada " ela toca meu rosto " vamos dormi ? Eu tomei a liberdade de arrumar sua cama " 

" Não vou dormir no meu quarto hoje, vou dormi no do Dylan " digo 

Ela abaixa o olhar " filha, isso não vai te fazer bem " 

Fungo " eu quero mãe, amanhã daí ser desmontado, as roupas dele vão ser doadas, os brinquedos também e eu quero estar lá uma última vez, é um jeito de sentir meu filho perto de mim " 

Ela assente " tudo bem querida, se é o que você quer, então, durma lá " 

" Obrigado mãe " a abraço " boa noite " desejo seguindo até o quarto. 

Quando entro sinto o cheiro do perfume de Dylan, sorriu entre lágrimas, abro o armário e pego uma muda de roupa dele, sinto seu cheirinho, me deito na cama abraçada a roupa, e fecho os olhos sentindo a presença dele em cada cantinho do quarto, e é assim que eu pego no sono.