Fanfic: Apenas Fique Comigo | Tema: Vondy

Encarei os papéis a minha frente, e levantei a cabeça olhando para Velasco, meu marido, que esperava alguma reação minha.

Passei a mão nos cabelos em um coque mal feito e bagunçado, e senti meus cabelos caírem como cascatas por meu ombro.

Olhei para meu marido, e peguei a caneta que estava me cima dos papéis, e pensei por um momento nos prós e contras, de ficar casada com o Velasco.

Estávamos a ponto de assinar o divórcio, e eu já não sabia mais se era isso que eu queria. Mesmo que fosse isso que eu queria a muito tempo.

A um tempo atrás eu tinha pedido o divórcio, e quando Velasco me pergunto o motivo de querer a separação, eu simplesmente disse que já não dava mais.

Eu era muito grata ao Velasco por ter me dado o Manuel, sem o meu filho, eu não seria nada, e não estaria feliz com por ter o meu filho comigo.

Já fazia um tempo que eu queria pedir o divórcio, e só tinha tomado coragem depois de decidir retomar a minha carreira.

Tudo o que eu mais queria agora, era voltar aos palcos, como nos velhos tempos e curtir um pouco meu filho e meus colegas de banda.

Dulce e Christopher tinha acabado de se casar e eles não poderia estar mais felizes, o que me dava uma certa inveja deles.

Não que me casamento fosse ruim e estivesse passando por problemas, mas pra mim já não dava mais.

Digo, eu queria ser livre um pouco, queria curtir a minha vida de solteira. Queria beijar na boca, ir em festas e dançar até cansar e beber até cair.

Agora eu tinha tudo isso a um passo de mim, a única coisa que faltava era assinar o divórcio e me ver livre de uma vez.

Claro que a minha separação tinha outros motivos, eu não queria ficar apenas livre, queria dar uma chance ao amor.

Velasco: Any, está tudo bem? Só falta você para assinar o divórcio.

Quando pedi o divórcio, Velasco não fez um escândalo por causa disso e quando os papéis do divórcio saíram, ele foi o primeiro a assinar.

E foi isso que me fez repensar em assinar os papéis do divórcio. Será que era isso mesmo que eu queria?

Então pensei em tudo o que eu vivi antes de conhecer o Velasco, eu era solteira, ia para festas com os amigos, e o mais importante, eu tinha o Poncho.

Não é segredo para ninguém que o Poncho foi e ainda é o grande amor da minha vida, todo mundo sabe disso e está estampado na minha testa, para todo mundo ver.

Mas nossa situação era diferente, ele estava casado e tinha um filho. E era isso que me fazia voltar atrás na minha decisão do divórcio.

E então me veio na cabeça o conselho que a Dulce tinha me dado hoje de manhã, antes de ir curtir a sua lua de mel com o Christopher.

Christopher também tinha me dado um conselho, ele tinha me dito para eu correr atrás da minha felicidade, o que achei bem fofo da parte dele.

Christopher era um grande amigo para mim, depois que terminamos nosso namoro, nos tornamos belos amigos, sem mágoas e sem ressentimentos.

E era isso que eu ia fazer, correr atrás da minha felicidade, independente do que ia acontecer, eu precisar correr atrás da minha felicidade.

Olhei para Velasco uma última vez que me observava atentamente, e peguei a caneta, pronta para assinar o divórcio.

Assinei os papéis do divórcio, e senti como se um peso estivesse saindo dos meus ombros, eu estava me sentindo mais leve e feliz.

Entreguei os papéis para o advogado que estava cuidando de tudo, e me preparei para levantar e sair dali.

Velasco: Será que podemos conversar um pouco Any?

Any: Tudo bem.

Nos despedimos do advogado e ele saiu do escritório do Velasco em nossa casa, e ficamos apenas nós dois na sala.

Me ajeitei na cadeira em que estava sentado e senti falta do meu nenê gordo comigo, me apertando com aquelas mãos gordinhas que ele tinha.

Ele estava na casa dos meus pais, já que ele adorava ficar com a minha mãe, que preparava biscoitos com gotas de chocolate para ele.

Any: Sobre o que quer conversar?

Velasco: Sobre a divisão dos bens e da casa.

Any: Não precisa se preocupar, a casa pode ficar com você. Eu vou ficar na casa dos meus pais com o Manu.

Velasco: Então eu vou deixar uma parte da herança para o Manu, e quando ele crescer, ele pode decidir o que fazer com ela. Só peço que me deixei visitar sempre meu filho.

Any: Claro, você pode pegar o Manu para passar os finais de semana com você.

Velasco: Acordo fechado.

A conversa terminou ali mesmo, e eu já estava pronta para ir embora, sentia falta do meu bebê comigo.

Eu já estava morando na casa dos meus pais, desde o dia do casamento da Dulce e do Christopher, ninguém mais sabia disso.

Por enquanto eu preferia manter as coisas em segredo, antes de anunciar para todos que eu era uma mulher solteira.

Eu já até imaginava a reação dos meus fãs quando soubessem que eu tinha me separado do Velasco, eles iam ficar tão felizes com isso.

Estava me preparando para sair do escritório, quando escutei Velasco me chamar. Me virei e vi ele me observando.

Velasco: Seja feliz Any, corra atrás da sua felicidade.

Any: Que você seja feliz também.

Me despedi de Velasco e sai do escritório, encontrando o motorista da minha mãe me esperando na sala.

Antes de ir para casa, eu precisava passar em um lugar. Só esperava que eu não fosse me arrepender depois.

Dei o endereço do meu destino ao motorista, ele não me questionou onde eu ia, apenas aceitou me levar.

Quando cheguei em meu destino, ainda dentro do carro, eu encarava o prédio a minha frente, dividida entre entrar ou não.

No fim, acabei tomando coragem e sai do carro, tomando cuidado para ninguém me reconhecer e acabar chamando a atenção de um fotógrafo.

Entrei no prédio e antes que eu pudesse falar meu nome para o porteiro, ele liberou a minha entrada e disse que Poncho já estava me esperando.

Estranhei um pouco aquilo e peguei o elevador que me levaria até o apartamento do Poncho, ainda estranhando tudo.

Ajeitei meus cabelos no espelho do elevador, e quando eu estava pensando em desistir, as portas do elevador se abriram.

Sai do elevador e me vi diante de um longo corredor. Procurei o apartamento de Poncho, e quando encontrei, ele abriu a porta antes que eu pudesse tocar a campainha, me fazendo assustar e dar um passo para trás.

Arregalei os olhos e encarei Poncho que estava com uma expressão tranquila e encostado no batente da porta.

Poncho: Olá Any, estava te esperando.

Como assim o Poncho já estava me esperando? Será que alguém tinha contando para ele que eu pretendia falar com ele?

Aposto que tinha sido a fofoqueira da Dulce que tinha falado com ele, quando ela voltasse de viagem, eu ia matar ela.

Entrei no apartamento do Poncho quando ele abriu mais a porta e me deu passagem para entrar. Entrei confiante, mas por dentro eu estava uma pilha de nervos.

Olhei em volta do apartamento do Poncho, e vi que ali era um lugar muito organizado. Tinha várias fotos espalhados pela sala, e algumas eram do RBD.

Andei mais um pouco ela sala e vi um lindo menino de olhos verdes e cabelos pretos, que brincava com alguns brinquedos a sua volta.

Corri para pegar ele e quando ele me viu, começou a rir, e ele tinha uma risada tão gostosa, que me dava vontade de colocar ele em um potinho.

Eu nunca tinha conhecido o filho do Poncho pessoalmente, nem mesmo tinha visto ele por fotos, já que as fotos que ele postava do filho, sempre cobria o rosto dele.

Mas agora, vendo ele pessoalmente, vejo o quanto ele é parecido com o Poncho. Esse garoto ia arrasar corações quando crescesse.

Any: Seu filho é tão lindo, se parece tanto com você. Quero guardar ele em um potinho.

Poncho: Todos dizem que a genética é muito boa, mas acho que não foi para ver meu filho que veio aqui. O Christopher e a Dulce me disse que você queria falar comigo.

Any: Eles disseram? O que eles te falaram?

Poncho: Nada, só disseram que você queria falar comigo.

Coloquei o filho do Poncho no chão, e ele voltou a brincar com seus brinquedos, alheio a nossa conversa.

Me sentei no sofá e deixei minha bolsa de lado, e Poncho se sentou ao meu lado, mas não muito perto de mim.

Encarei minhas mãos, tomando coragem para contar para Poncho que eu tinha me divorciado e que a minha felicidade era ele.

Eu não sabia como Poncho ia reagir, afinal de contas, ele tinha uma esposa e não ia largar tudo para ficar comigo.

Bom, eu não esperava que ele fizesse isso por mim, já se passaram muito tempo desde a última vez que tivemos algo, e não sabia o que ele ia pensar de mim.

Poncho: Então, o que você quer me dizer? Confesso que estou bem curioso.

Any: Eu acabei de assinar o divórcio com o Velasco, mas por favor, não fala nada. Não precisa falar nada.

Me levantei rapidamente pegando a minha bolsa, e fui até aquela gostosura que era o filho do Poncho, me despedindo dele e sai do apartamento dele rapidamente.

Poncho não veio atrás de mim, e eu agradeci muito por isso. Não queria me humilhar ainda mais, do que eu já tinha me humilhado.

Graças a Deus o motorista ainda estava me esperando, e pedi ele para me levar de volta para a casa dos meus pais.

Quando cheguei em frente a casa dos meus pais, dentro do carro, fiquei pensando na burrada que eu tinha acabado de fazer.

Deus, eu nunca ia me perdoar por ter ido procurar o Poncho, ele devia estar rindo de mim agora, e me achando uma ridícula.

Depois disso, eu nunca mais ia olhar na cara do Poncho, tamanho a minha vergonha que eu estava sentindo.

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No dia seguinte, acordei animada e resolvi fazer alguns exercícios na academia da casa dos meus pais, e depois ir para a piscina.

Por enquanto o dia estava até tranquilo, não tinha acontecido nada demais, mas a minha intuição me dizia que não ia ser bem assim.

Depois de ter feito meus exercícios, eu resolvi aproveitar o sol lindo na piscina, juntamente com meu filho.

Manuel estava animado para brincar na água, e quando a minha mãe entrou na piscina com ele, foi aí que ele fez uma verdadeira festa.

Eu estava deitada em uma espreguiçadeira com um óculos de sol, e tinha meu celular em mãos, tentando falar com a Dulce.

Eu precisava tirar a limpo aquela história dela e do Christopher terem falado com o Poncho, e quando ela voltasse da lua de mel, podia ter certeza que eu ia matar ela.

Quando eu estava quase desistindo de falar com ela, Christopher atendeu e começou a rir, talvez imaginando o que eu queria falar.

Ucker: Bom dia Barbie, como foi a sua noite?

Any: Não venha com gracinhas para cima de mim, eu já sei o que vocês dois fizeram. Como assim você e sua mulher falaram com o Poncho, sobre eu querer falar com ele?

Ucker: A gente só queria te ajudar. Então, deu certo? Vocês vão se casar? Vão ter mais filhos?

Any: Não bebê, não vamos nos casar. Agora passa o celular para a traidora da sua mulher.

Ouvi Christopher gargalhar, e ouvi conversas baixinhas, provavelmente ele estava falando com a Dulce, que a essa hora devia estar dormindo.

Olhei para minhas unhas enquanto esperava, e fiz uma careta, vendo o quanto as minhas unhas estavam horrorosas e precisavam de serem feitas.

Depois de um tempo de espera, finalmente Christopher passou o celular para Dulce, que me atendeu com uma voz rouca pelo sono.

Dul: Tinker, que bom falar com você. Me conte todas as novidades.

Any: Você é uma traidora, não devia ter falado com o Poncho antes de mim.

Dul: Não me culpe por querer ajudar meu casal favorito. Como foi a conversa de vocês?

Any: Não conversamos, eu apenas falei que tinha assinado o divórcio e depois fui embora.

Dul: O que? E ele não falou nada não?

Any: Não, ele não veio atrás de mim quando eu saí do seu apartamento. Talvez esteja me achando uma ridícula agora.

Dul: Não se preocupe Any, tem homens bem lindos por aí, que dariam tudo para ficar com você.

Any: Não quero outros homens, quero apenas o meu caipira.

Dul: Quanto mel, espero que vocês se resolvam logo. Christopher não!!

Any: Eca, acho que vou ficar com o meu bebê e deixar vocês dois aproveitar a lua de mel de vocês.

Ucker: Tchau Barbie.

Dul: Tchau Tinker.

Desliguei o celular, e deixei ele em cima da mesa ao meu lado, e tomei um gole de suco, antes de me levantar e me preparar para entrar na piscina.

Antes que eu pudesse entrar na piscina, uma das empregadas veio até mim, e me entregou um buquê de rosas vermelhas. As minhas favoritas.

Cheirei as rosas e procurei algum cartão no mesmo das rosas, mas não encontrei nada, então deduzi que tivesse sido o Velasco que tinha me mandado.

Deixei as rosas em algum lugar, e entrei na piscina, pegando o meu bebê no colo, ajudando ele a brincar com algum brinquedo que minha mãe tinha deixado ali para ele.

Ficamos aproveitando a piscina até a hora do almoço, e quando meu pai veio nos chamar, entramos e fomos almoçar.

Depois do almoço, eu tinha planejado ir no shopping passear com meu filho, mas meus planos foram por água a baixo, quando minha mãe me disse que o Poncho estava querendo me ver.

Eu sentia minhas pernas ficarem bambas, mas não deixei ninguém perceber que eu estava nervosa, só por saber que o Poncho estava ali me esperando.

Encontrei ele na sala, e ele estava com seu filho, que brincava com o Manuel em um tapete da sala.

Minha mãe estava ali por perto, e eu agradeci por isso. Ia pedir para ela levar os meninos para outro lugar, para ficarmos sozinhos.

Any: Mamãe, leva os meninos para a sala de brinquedos, e fica com eles lá.

Minha mãe atendeu meu pedido, e levou os meninos para a sala de brinquedos. E então me vi sozinha com Poncho.

Indiquei o sofá para ele sentar, e ele o fez, e eu preferi ficar em pé. Estava nervosa demais e não queria que ele percebesse meu nervosismo.

Eu não sabia o motivo do Poncho ter me procurado, mas devia ser pelo menos motivo de ontem e de eu ter ido embora do seu apartamento sem falar mais nada.

Any: Então, por que veio aqui?

Poncho: Acho que não falamos tudo ontem. Na verdade, você saiu sem falar mais nada, e eu fiquei confuso.

Any: Creio que não temos mais nada para falar.

Fiquei de frente para um espelho na sala, e ajeitei o meu cabelo, e vi Poncho se aproximando de mim.

Fingi que não estava afetada com a sua aproximação, e continuei a ajeitar o meu cabelo, que estava uma bagunça.

Me virei e dei de cara com Poncho, então tentei me afastar dele, mas eu esqueci que eu estava atrás de um espelho.

Poncho: Está com medo Any?

Any: Não, só queria pedir que você fosse embora. Eu tenho um compromisso com meu filho agora.

Poncho: Qual é Any, vai me dizer que ainda não sente nada por mim? Vai me dizer que foi no meu apartamento ontem, só para contar essa sua novidade?

Any: Não, eu não sinto nada por você, e eu ter ido falar com você ontem, foi mais do que errado.

Eu estava prestes a chorar, mas não ia dar esse gostinho para o Poncho, me ver fraca e vulnerável naquele momento.

Afastei Poncho, e tentei sair de perto dele, mas foi impossível. Parecia que éramos igual imã, que sempre queriam ficar grudados.

Encarei Poncho com os olhos marejados e ele sorriu limpando minhas lágrimas, o que me fez sorrir por um momento.

Tentei falar algo, mas Poncho segurou meu rosto com as duas mãos, e me puxou para um beijo, beijo esse que eu não esperava.

Suspirei e acabei me entregando ao beijo, já que eu não conseguia mais negar que ainda amava do Poncho.

Quando nos separamos, empurrei Poncho para longe de mim, querendo correr e me esconder, até o o Poncho desistisse de mim.

Any: Por favor, vai embora.

Poncho: Any, eu te beijei e não me arrependo em nenhum momento. Ontem você ter ido em minha casa e me falado que estava solteira, me fez ter esperanças de ter você de volta.

Any: Você é casado, não pode ter esperanças de me ter de volta.

Poncho: Não, eu me separei a muito tempo. Só não contei para ninguém, todos acham que ainda estamos juntos. Depois que assinamos o divórcio, Diana continuou morando comigo até encontrar um apartamento para ela.

Any: Eu....

Poncho: Eu te quero de volta e não vou desistir até ter você para mim de novo.

Eu não sabia se chorava, se ria, ou se abraçava o Poncho e não soltava ele nunca mais. Saber que ele ainda me queria, me deixou extasiada.

Não pensei em mais nada e pulei em seu colo, e comecei a beijar seu rosto repetidas vezes, o que ele rir e me abraçar ainda mais forte.

Any: Sim, eu ainda te quero, te quero como nunca quis. Eu te amo meu caipira.

Poncho: Eu te amo minha Barbie.

Olhamos um nos olhos do outro sorrindo e foi inevitável não nos beijar novamente, só que dessa vez, havia algo a mais no beijo.

Talvez fosse amor, felicidade, carinho, cumplicidade e algo a mais que eu não conseguia identificar, talvez por eu estar mais do que envolvida no beijo.

Quando o ar nos faltou, terminamos o beijo com vários selinhos, e nos encaramos sorrindo, com um brilho no olhar, e o coração batendo acelerado.

Poncho: Casa comigo? Seja minha para sempre?

Any: Está falando sério?

Poncho: Nunca falei tão sério na minha vida.

Any: Sim, sim, mil vezes sim.

Voltamos a nos beijar, e não pude deixar de me sentir eufórica e animada, acho que era pelo fato do pedido de casamento do Poncho.

Eu mal podia acreditar que ia me casar com meu caipira, finalmente eu ia ter ele todinho para mim, e dessa vez eu não ia deixer ele escapar.

Se a felicidade existia, eu não sabia. Mas de uma coisa eu tinha certeza, não devemos deixar nossa felicidade escapar das nossas mãos. Mesmo que talvez demore um pouco para a nossa felicidade chegar, não devemos nunca desistir.