Fanfic: Without You | Tema: X Japan
Conseguimos gravar o álbum e precisávamos comemorar. Mas como faríamos isso? Decidimos fazer uma festa a fantasia. A ideia da fantasia partiu do Taiji, com certeza ele precisava de um disfarce para correr de todas as pretendentes que ele tinha por aí. Todo dia estava com uma diferente e dou a minha cara a tapa que ele não termina com elas antes de sair com outra. Só quero ver até onde isso vai dar...uma hora a casa cai.
A ideia era simples, chamaríamos os amigos mais próximos e conseguimos um contato da imprensa, então para a divulgação isso seria ótimo. Estávamos conversando sobre os últimos detalhes da festa, quando seu olhar parou em mim. Eu amava cada dia mais aquele olhar divertido, a risada perfeita...o sorriso mais lindo que já vi em toda a minha vida.
Perto do hide eu perdia o chão, a razão. Eu não sabia nem respirar quem dirá tocar. Acontece que não conseguia fingir nem para mim mesmo que algo mudou aqui dentro, não queria amar mais ninguém, mas cada dia que passava era impossível não me apaixonar por ele. Eu me apaixonei desde o primeiro instante em que meus olhos viram o seu olhar.
A festa estava marcada para o dia 23 e eu não fazia ideia do que vestir. No fundo tinha medo do que as pessoas iriam pensar. Calma Yoshiki, é só uma fantasia. Não vai dar nada! O que será que ele iria usar? Se bem que de qualquer jeito ele seria o mais lindo da festa e isso já era mais que suficiente para fazer meu coração ansioso começar a bater mais e mais forte. Pensei em me vestir de gueixa, ninguém poderia dizer que não era ousado, se era pra chamar atenção, então esse era o momento.
O dia da festa chegou. Escolhi um kimono com detalhes em preto e azul claro, maquiagem em tons de vermelho e laranja. Ao me olhar no espelho, sentia que estava faltando algo mas não conseguia saber o que era. Segui para a festa com o coração na mão pensando se fiz a escolha certa.
O que será que os outros vão vestir? Eu sabia que o Taiji adorava coisas sobre piratas e barcos, com certeza seria um pirata e pouco tempo depois de chegar na festa, constatei que o conheço bem, pois ele estava de pirata...com todo aquele brilho dourado espalhafatoso e chamativo dos anos 70/80.
– Taiji, você não é nada original – disse rindo ao ver a sua fantasia.
– E você chamando atenção como sempre. Onde a princesa vai vestida assim? - disse ele dando risada. Nesse momento poderia jurar que deu em cima de mim mas preferi não me concentrar nesse detalhe.
– Você sabe muito bem que isso é uma festa à fantasia, seu bobão! – acenei um tchau, dei meia volta e sai de perto dele antes que eu perdesse a paciência e desse um tapão naquela cara deslavada que ele tem.
Toshi estava vestido de Rei e sua amada estrangeira de Rainha. Um clássico vestido real de 1530 com detalhes bordados em dourado e pedras que pareciam rubi. Seu colar contendo um pingente, com a inicial B e contas de pérolas em forma de gotas saindo do pingente remetia a Anne Boleyn. Entendi naquele momento porque o Toshi estava com uma barba ruiva, eles estavam vestidos de Henry VIII, rei da Inglaterra com sua segunda esposa, Anne Boleyn, pais da rainha Elizabeth I. E eu achando que seria os centro das atenções. Como essa mulher tem bom gosto, meu Deus!
– Boa noite, casal! – disse sorrindo para os dois.
– Oi Yo-chan! Achei a fantasia a sua cara. Você sempre gostou de quimonos. – disse Toshi - Deixa eu te apresentar, essa é a Melissa, minha namorada.
– Namorada? Ela já é oficialmente sua namorada e você não me diz nada? - disse para ele balançando a cabeça em sinal de desaprovação.
– Seja bem vinda Melissa, posso te chamar de Mel? Você é muito linda, querida. De onde você é? - disse tentando ser amável.
– Sou do Brasil mas vim para o Japão a passeio e acabei conhecendo o Toshi. Ele pediu meu telefone depois que eu sem querer derrubei suco de maça em sua roupa quando estava saindo de uma loja. Ele disse que ficou preocupado comigo sozinha na cidade pois é nítido que meu japonês é péssimo.
– Você está indo muito bem, Mel. Então foi assim? Você molhou ele de suco, ele pegou seu telefone e te chamou para sair? – disse olhando para o Toshi soltando risinhos. Ele com certeza entendeu a indireta porque me olhou feio. Desde criança que ele não tinha muito jeito com as garotas. Então achou mais fácil achar uma estrangeira. Esperto ele.
– Basicamente sim. Ele me chamou para dar uma volta no parque e conhecer alguns lugares da cidade que são lindos. No outro dia ele me convidou pra jantar e desde então a gente tem se visto sempre e se falado todos os dias. Ele é uma graça. – disse a Mel com os olhos brilhando olhando para seu amado. Estou sentindo a paixão no ar.
Cumprimentei alguns amigos e tinha o pessoal da imprensa tanto na porta quanto dentro da festa. Isso era coisa do hide, nós nem somos tão famosos assim ainda. Eu disse, ainda...
– Oi Pata! Cadê sua fantasia, cara? - eu disse olhando incrédulo. Ele usava uma camiseta de banda, jaqueta de couro, calça preta e com os cabelos soltos.
– Eu entendi que só os convidados viriam fantasiados. – ele disse rindo sem graça.
– A gente ainda especulou o que cada um iria usar e você não prestou atenção? - perguntei incrédulo.
– Eu não ouvi o que vocês disseram, acho nem estava prestando atenção. – disse sincero.
– Depois sou eu que vivo no mundo da lua. – sorri pra ele e passei a mão pelos seus cabelos bagunçando tudo. Uma maneira de demonstrar que não estava chateado por isso.
Eu estava falando com o Sr. Kojima, um dos investidores de uma grande empresa de moda quando ele chegou, o salão silenciou para recebe-lo. A energia que ele emanava era algo que nunca tinha sentindo, acredito que tenha sido por esse motivo que chamou a minha atenção desde a primeira vez que o vi.
Todos se aglomeraram próximos a ele para observar e fotografar. Devido a isso, resolvi me isolar próximo a mesa de bebidas pois era o local exato para observar ele e todos os outros. Parecia que ele conseguia abrir todas as portas com a sua presença, foram gastas muitas horas para que falasse com todos e nunca conseguíamos nos encontrar, nos falar na verdade. Mas seu olhar sempre me procurava pelo salão e quando os via, era visível o alívio.
hide chegou com a plenitude que só ele tem. Sua fantasia era um vestidão preto que arrastava no chão, com mangas compridas e bordadas de branco dando ainda mais destaque para as mangas que cobriam suas mãos. Os cabelos vermelhos e compridos presos no alto da cabeça por um rabo de cavalo e uma máscara Kabuki. Ele estava exuberantemente atraente para mim. A maneira como ele se comportava, andando no salão e mesmo com a máscara, seus olhos chegaram até mim e o senti me observar durante toda a noite.
Toshi e sua amada, Mel andavam de um lado para o outro como se fossem da realeza, e cá para nós, eles eram. Toshi é muito importante e quero de todo coração que ele seja muito feliz e tenho certeza que já é. Era perceptível isso.
Taiji estava sentado todo largado num sofá de couro preto em um dos ambientes da festa, bebendo e fumando ao lado de duas mulheres bonitas, porém sem nenhum tipo de brilho que chamasse atenção. Pata sentava próximo à eles, bebendo e de olho no salão. Acho que a ideia era uma garota para cada um mas o Pata é um daqueles homens tímidos que não sabem chegar nas garotas e quase sempre estava sozinho. Ele precisa se abrir mais para o mundo. Ser mais aberto às oportunidades.
Com o barulho e o cansaço da festa, fui até o jardim para tomar um ar. Havia um banco grande de madeira, jardinagem personalizada, várias poltronas ao redor do que seria uma fogueira para dias de convivência externa. Não muito longe, pude ouvir o barulho de água, acho que deve ter uma fonte também mas que não conseguia enxergar devido à falta de claridade no ambiente. Me sentei no banco de madeira e fechei os olhos descansando, pensando como a festa estava cheia e como isso iria repercutir na mídia. De repente senti alguém sentar do meu lado. Hide estava aqui comigo, não estou acreditando. O que eu faço?
– Olá, não tivemos oportunidade de conversar hoje – disse tropeçando nas palavras.
– Você também se cansou da multidão? – perguntou ele sem se importar com o que falei. Será que me ouviu?
– É, é acho que sim. Eu gosto de ar puro - suspirei.
Pude ouvir sua risada abafada pela máscara. Ele sempre ria de mim e eu nem sabia o motivo de tudo ser engraçado para ele.
– Gostei da sua fantasia, não esperava menos de ti – disse.
– Obrigado! – disse sorrindo, mas sem olhar para ele. As estrela estavam lindas como naquele noite.
Percebendo que eu contemplava o céu, ele se aproximou sentando próximo á mim. Perto o suficiente para que eu pudesse ouvir até o barulho do tecido da roupa dele ao fazer qualquer movimento. Ele tirou a máscara e a colocou em seu colo.
– Senti muito a sua falta... – ele disse olhando para mim. Hide sem maquiagem era tão lindo quanto maquiado. Me olhava daquele jeito que me desarmava, que me deixava ainda mais nervoso. Como pode ter alguém capaz de ter esse efeito em mim?
– O que você quer dizer com isso? – perguntei pausadamente.
hide pegou a minha mão e entrelaçou seus dedos nos meus. Aceitei apertando seus dedos como se meu corpo agradecesse por esse toque. Sorri olhando para nossas mãos e encostei minha cabeça no seu ombro. O lugar mais bonito que eu gostaria de estar, ao seu lado. Não sei quanto tempo ficamos ali sem dizer nada um ao outro, mas acredito que aquele toque dizia mais do que qualquer outra palavra pudesse dizer.
Um dos fotógrafos apareceu pedindo para que nos dirigíssemos ao salão para uma sessão de fotos com todos da banda. Hide se pôs de pé, piscou para mim e recolocou a máscara.
– Vamos lá? – perguntou andando na minha frente. Tentei me manter o mais calmo possível mas não consegui esconder meu sorriso de satisfação. Será que todos vão perceber? Vão saber de cara que algo aconteceu aqui, mas agora já foi, a felicidade estava estampada na minha cara e não podia fazer nada.
Após a tiragem das fotos, que ficaram lindas por sinal, quando as vi estampadas numa revista, teve muita dança uma vez que quase toda a imprensa e convidados já haviam ido embora, aproveitamos para dançar e rir muito um do outro já que ninguém sabia dançar de fato. Fazia muito tempo que não me divertia tanto e esse dia é um daqueles impossíveis de se esquecer.
Resolvi tomar alguma coisa. As pessoas já estavam se despedindo quando um dos garçons me chamou dizendo que alguém estava me chamando no jardim. Agradeci e segui para lá com o coração palpitando, por um momento pensei que desmaiaria no caminho. Lá estava ele, sem a máscara e me observando apreensivo. Ele não estava sorrindo, porque? Será que aconteceu alguma coisa? Ele tinha uma caixa na mão.
– Oi... – disse ao me aproximando. Ele estava tão nervoso quanto eu, porque?
– Sobre o que eu disse antes aqui...eu... – ele parou de falar por um momento.
Me aproximei ainda mais dele, seu corpo era como um imã, era involuntário a nossa conexão. Devagar acariciei seu rosto, com os olhos fechados ele soltou um suspiro. Abriu os olhos e me encara com um olhar ansioso e ardente, o qual eu queria olhar para sempre. Me vi atraído por sua boca e naquele momento senti que não podia mais dizer não para o que sentia> Queria sentir sua boca na minha.
Com as duas mãos segurei o seu rosto e o beijei. Ele me segurou pela cintura, me apertando contra ele. Soltei um gemido em sua boca, procurando o ar que faltava pois me esquecia de respirar sempre que estava com ele. Seu beijo era doce e lento mas depois se transformou em algo quente e erótico. Ele mordeu meu lábio inferior, meu sangue ferveu nesse momento, nunca fui beijado assim. Passei a mão pelo seu cabelo, é tão macio. Meus dedos correram para a sua nuca. Com um selar ele termina o beijo, se afastando para me olhar.
– Como eu queria isso desde o primeiro momento que te vi. Desde aquele dia no Toshi – disse ele me olhando nos olhos – não sei fazer outra coisa que não pensar em você.
Hide me entrega o embrulho que estava em suas mãos e me pediu para que o abrisse somente quando estivesse em casa. Concordei com o pedido e o abracei como forma de agradecimento pelo presente. Ficamos ali abraçados por muito tempo até que alguém da organização nos encontrou dizendo que todos os convidados já haviam ido embora. Na hora pensei, ou alguém viu o que aconteceu entre nós e foi embora ou acharam que tínhamos ido e se foram também.
Lá fora, nos despedimos com um beijo no rosto, precisamente com um beijo no canto da boca. Ele segurou a minha mão por uns instantes, se afastou devagar e foi embora, andando na avenida como quem não quer nada. Fiquei observando ele se afastar por uns instantes antes de seguir o meu caminho. Se eu soubesse do que sei hoje, não teria deixado ele ir. Teria pulado em cima dele e dito que não podia viver em um mundo que ele não estivesse.
Autor(a): zoraidapierre
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Chegando em casa não pude conter a ansiedade de poder abrir o presente e ver o que hide havia me dado. Ainda estava extasiado com essa noite. Eu o beijei! Nem acredito que tomei inciativa...mas por mais que eu dissesse não...meu coração já dizia sim desde aquele dia no corredor da gravadora. O seu olhar, a sua voz, o seu sorriso, ...
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