Fanfic: Um professor para chamar de meu | Tema: Vondy

Eu tinha cinco minutos para chegar até a sala de física, foi fácil achar a sala que ficava próxima do refeitório, estava distraída ignorando os olhares de alguns alunos no corredor, quando ouvi aquela voz grossa e insuportável atrás de mim.

Xxx: Senhorita Espinosa? - o infeliz falou o sobrenome de forma estranha.

Virei encarando aquele babaca.

Dulce: O quê? 

Xxx: Amanhã poderá fazer a prova que passei hoje. Creio que já saiba como são os meus métodos de ensino. - se aproximou mais de mim.

Ficamos nos encarando.

Dulce: Fiquei sabendo sim professor Uckermann. Mais alguma coisa?

Christopher: Sim. Odeio atrasos e não aceito que nenhum aluno entre na sala depois de mim, não poderia abrir nenhuma exceção, mesmo para uma novata, que isso não se repita.

Dulce: Não irá. - garanti - Licença. 

Virei e voltei a caminhar.

Podia sentir o olhar dele pra mim.

Entrei na sala de física e sentei no fundo.

A professora Érica de física, era bem séria e enjoada, mas explicava muito bem a matéria, apesar de eu precisar de tempo para entender o que falava.

Ninguém falou comigo ou se aproximou de mim, apenas ficavam olhando. Cinquenta minutos depois, a campa tocou e eu fui para a minha última aula daquela manhã. Alice estava em frente da sala quando me aproximei.

Maitê, Zoraida e Eddy já estavam em seus lugares no fundo. Entrei junto com o professor e Alice me apresentou toda a turma, ainda bem que Marian não fazia parte dessa turma.

O professor foi simpático, ele é o conselheiro da turma. Quando Alice foi embora, Eddy apontou para o lugar ao lado dele no fundo. Sentei onde ele indicou e percebi Zoraida revirar os olhos bastante irritada.

Hum...

Sebastian era bonito. 

E a enorme aliança no seu dedo, gritava que era casado. Sortuda a mulher.

A aula passou rápido demais e quando vi, já era a hora da saída. Maitê iria com Zoraida e Eddy para a mansão e eu passei na secretaria para pegar o meu uniforme e assinar um termo de inscrição e comprovante das fardas.

Alice: Gostou do seu primeiro dia de aula? - sorriu colocando um par de botas na sacola junto com os uniformes.

Dulce: Tirando Química, foi legal sim.

Alice: Aiii vocês dois...- riu.

Assinei o comprovante e peguei as sacolas. A sala do diretor estava aberta.

Dulce: Até amanhã Alice.

Alice: Até Dulce.

No estacionamento Henrique já estava com a porta aberta me esperando. Marian bufou assim que entrei no carro, mas ficou calada. Henrique deu a partida e o caminho até a mansão foi em silêncio

Assim que ele nos deixou, voltou para pegar Olivia e os gêmeos que saiam um pouco mais tarde. Marian subiu as escadas e sumiu da minha vista. Fiz o mesmo e entrei no meu quarto.

Precisei de um longo banho e me arrumei para o almoço. Coloquei de novo o colar da minha mãe, eu não iria mas sair sem ele. Guardei meus uniformes no closet, era a farda igual de Marian e uma bota de salto preto, e um de educação física.

Um short saia curto preto, uma blusa branca e um tênis branco. Antes de sair do closet, fiquei encarando por alguns segundos o meu pequeno cofre.

Neguei com cabeça.

Era impossível saber a senha, mas mesmo assim não queria ninguém arrumando meu closet. Teria que deixar bem claro isso para as arrumadeiras.

Quando voltei para o quarto, meu celular tocou. Atendi.

Dulce: Olá Jimmy. 

Jimmy: Como foi seu primeiro dia de aula querida? Gostou? Odiou?

Sorri.

Dulce: Foi bom tio. Consegui me virar no espanhol. 

Jimmu: Logo vai ser poliglota. - riu - Está precisando de alguma coisa a mais? 

Essa "coisa a mais" era dinheiro.

Dulce: Não. A quantia é o suficiente pra mim, não precisa aumentar. 

Jimmy: Ok. Mas se precisar de mais, não hesite em me ligar, afinal, o dinheiro é seu querida. - deixou claro.

Dulce: Eu sei. - mordi os lábios. 

Jimmy: Estar tudo bem mesmo? - perguntou preocupado.

Suspirei.

Dulce: Você sabe que estou. - murmurei.

Jimmy ficou em silêncio.

Jimmy: Eu pesquisei sobre o colégio que você se matriculou e eles têm psicólogo, deveria continuar com sua terapia.

Dulce: Pra quê? - ri sem humor. - Não tenho mas esperança. E não quero que ninguém saiba do que aconteceu.

Jimmy: Dulce, foi muito difícil pra você perder sua mãe. Eram muito grudadas e depois de tudo...- parou e suspirou - Deveria voltar a sua terapia.

Dulce: Não quero. - olhei para o jardim bonito pela minha janela - E não quero continuar falando sobre isso.

Jimmy: Ok. Tem tentado se alimentar?

Dulce: Sim. - menti.

Jimmy: Tente destrair sua mente, faça amizades, conheça seus irmãos vai fazer bem há você querida.

Dulce: Vou fazer. 

Jimmy: Qualquer coisa me liga. - pediu.

Nós despedimos e desliguei.

Joguei meu celular na cama e encarando o jardim, toquei no colar de rubi.

A vida é injusta.

Muito injusta.