Fanfic: Um professor para chamar de meu | Tema: Vondy

Fechei meu armário e dou de cara com Dylan sorrindo. Tinha me encontrado com ele no intervalo bem rapidinho, despistei ele para me encontrar com Chris. Já era a hora da saída e apesar de ser quarta-feira hoje iria sair no horário normal, já que Pablo não apareceu no colégio.

Dulce: Que sorriso é esse?

Dylan: Marquei um encontro com uma gata. E peguei os números de mais três meninas.

Dulce: Você não vale nada, sabia? - sorri.

Dylan: Eu gosto de viver muito bem. Vou levar ela para jantar. 

Dulce: Não vai falar demais. - o lembrei.

Dylan: Nunca falo demais. Eu sou demais.

Dulce: Dylan sério, Jimmy está preocupado. E com razão. Por favor seja razoável. 

Dylan: Tá bom. Vou ser. - revirou os olhos entediado.

Neguei.

Dylan: E o seu namorado? - perguntou enquanto iamos para o hall do colégio.

Dulce: O que têm?

Dylan: Sabe que quero conhecê-lo. Me diz qual a turma dele pelo menos.

Dulce: Não! 

Dylan: Dulce! - me repreendeu.

Dulce: Não!

Dylan: Chata! - me empurrou.

Dulce: Idiota! - o empurrei.

Dylan: Insuportável! - me empurrou de novo.

Dulce: Nojento! - o empurrei de volta.

Dylan: Pirralha! - me empurrou.

Dulce: Criança! - bati na cabeça dele.

Maite: Vocês normalmente são assim? - perguntou assim que saímos do colégio.

Dylan: Ela é sim. - destravou o carro - Na verdade, é até pior. 

Dulce: Cala a boca. - mandei.

Entramos no carro e Dylan deu a partida.

Dylan: Hoje um garoto me entregou o assunto novo de Física, já que a professora está adiantada. Ele parece ser um cara legal. O nome dele é Eddy e me encheu de perguntas. - riu.

Maite: Eddy? Ele é nosso amigo. - sorriu - Ele e uma outra garota a Zoraida.

Dylan: Então por que vocês não andam juntos? - olhou pra ela pelo retrovisor.

Dulce: Porque eu estraguei tudo. - murmurei.

Dylan: Como assim?

Contei para ele tudo o que aconteceu entre Eddy e eu, incluindo o dia em que ele me odiou.

Dylan: Esse garoto te humilhou? - estava com uma cara séria.

Dulce: Foi só porque estava com raiva e eu também não fui uma santa com ele.

Maite: Sabe o que eu acho? Que ele já está mais calmo.

Dylan: Não interessa. Ele te fez chorar e ninguém além de mim faz. 

Bati no ombro dele.

Dulce: Não faz nada com ele. Talvez até o final do ano ele me perdoe e possamos voltar a ser o grupo que éramos antes de eu estragar tudo.

Dylan ficou calado.

Puxei a orelha dele com força.

Dylan: Não faz nada com ele. Entendeu? 

Dylan: Aiiiiii aiiiiiiii aiiiiiii - reclamou - Tá bom!

Soltei a orelha dele e ajeitei meu cabelo.

Dylan: Doeu...- bufou - Vou contar para o papai.

Dulce: Conta e eu falo que você fumou maconha - rebati.

Dylan: E você me acompanhou - riu debochado.

Dulce: Porque você me obrigou! - me defendi.

Maite: Vocês são uma graça! - riu - Típico dois irmãos. 

Dylan: Tem irmãos, morena? 

Maite: Não. Filha única. Minha mãe morreu quando nasci. - murmurou.

Dylan: Sinto muito! 

Maite: Tudo bem. - o carro passou em frente da mansão - Eiiii por quê passou?

Dulce: Vamos almoçar juntos hoje.

Maite: Mas tenho trabalho e Camila vai arrancar meu fígado se e..

Dulce: Não se preocupa. - a interrompi - Eu cuido disso.

Maite: Tá bom! - relaxou os ombros.

Dulce: Sabe por quê Pablo faltou hoje?

Maite: Ele deixou avisado que ia chegar mais tarde, mas acabou não vindo. Pablo falta as vezes mesmo

Dylan: Pablo é de espanhol, certo?

Maite: Sim.

Dylan: Não fui muito com a cara dele. Quando me viu, ficou me olhando de uma forma estranha.

Dulce: Ele é estranho. Acho que vou parar as minhas aulas com ele. Já estou falando bem.

Maite: No começo você gostava dele. - lembrou.

Dulce: No começo ele era diferente. Agora, não quero ficar muito perto dele e sozinha.

Dylan: O que ele fez?

Dulce: Nada. Mas é melhor me afastar.

Maite: Se quer assim. - tocou no meu ombro.

Sorri.

Maite indicou um restaurante bem no centro. Ele estava vazio. Escolhemos nossa mesa e fizemos os pedidos, enquanto esperávamos conversavamos sobre a cidade. Depois daqui, Dylan queria fazer umas compras, segundo ele, estava quase sem roupa.

Dylan: Para ser sincero..só estou aqui á três dias e já estou morrendo de tédio. - fez careta

Maite riu.

Maite: Imagino. Interior é muito calmo e você é tão agitado.

Dylan: Tirando as garotas, não tem nada para fazer aqui. Cadê as boates? as praias? os parques de diversão? o cinema? - perguntou indignado.

Maite: As praias ficam nas cidades vizinhas, a mais longe é Cancún que são quatro horas de viagem para chegar. Tem um parquinho aqui sim, mas não é lá grande coisa e das outras cidades é quase a mesma coisa. O cinema fica no centro comercial que é quase um shopping, tem várias lojas, restaurantes e sorveteria, só que menor. - deu um meio sorriso.

Dylan: Tá. E as boates?

Maite: Bom, tem a boate próximo do centro comercial e uma outra mais..restrita. - ficou sem jeito para falar a palavra´´ restrita´´ e baixou os olhos.

Dylan: Como assim restrita, May?

Maite: Ahh..na Nitgh Club Monterrey os homens ficam muito mais a vontade do que na outra boate e todas as vezes que um homem casado vai lá, no outro dia todos comentam.

Dulce: É uma boate de stripper? - levantei uma sobrancelha.

Maite olhou para a janela do restaurante ainda sem jeito.

Maite: Digamos que é bem mais do que isso...

Dylan e eu nos encaramos.

Dulce/Dylan: É um bordel? - falamos juntos.

Maite: É sim. O famoso inferninho. - nos encarou.

Dylan: Bordel? - riu - Essa cidade parou no século dezoito?

Dulce: Nem inventa de entrar nessa boate. - bati na cabeça dele. - Nem idade para entrar em boate você tem, imagina no bordel. Se arrumar confusão lá, eu te mato.

Dylan: As meninas são bonitas?

Maite: Não sei. - riu - Mas alguns homens contam que elas são maravilhosas. Sabe como é cidade pequena, né? Aqui todo mundo sabe de tudo.

O garçom trouxe a comida e se retirou.

Dylan: Para finalizar, para se ter diversão mesmo é melhor ir para Capital.

Maite: Para você é melhor.

Mudamos de assunto e almoçamos em meio a risada, Dylan ainda quis sobremesa mas eu neguei e ele forçou a May dividir um milk-sheik enorme com ele. Dylan pagou a conta e começamos a andar mesmo pela rua procurando lojas masculinas. Dylan era pior do que garota em relação as compras, ele não tinha limites e comprava tudo o que via pela frente.

Fomos a pé mesmo até o centro comercial que era perto.

Ele comprou muitas roupas, perdemos duas horas nisso.

Dulce: Já chega, né? - olhei para as cinco sacolas em minhas mãos.

Dylan: Só mais uma blusa para o encontro de hoje. - estávamos na parte da entrada do centro comercial prestes a sair - Vou levar aquela aquela blusa mesmo. - apontou para a vitrine do outro lado da rua - Compra pra mim para apressar as coisas? - pediu - Vou comprar refrigente pra gente.

Dulce: Dylan a gente entrou naquela loja duas vezes e você disse que não ia levar ela. - quase rosnei.

Dylan: Para de reclamar e compra! - mandou enquanto se afastava.

Fiquei parada olhando a rua.

Maite: Não vai? - riu.

Dulce: Ele não manda em mim.

Maite: Meu braço já tá doendo - olhou para as mãos - Aqui tem sete sacolas. Ele ama gastar.

Dulce: Ele ama me irritar. Sabe que odeio fazer compras. 

Fiquei olhando a vitrine da loja do outro lado da rua.

Dulce: É melhor eu ir comprar aquela blusa ou ele vai ficar mais uma hora na loja - revirei os olhos - Ainda bem que desmarquei com o Isaac nossa aula. - suspirei - Vou lá! - avisei.

Maite: Vou esperar ele aqui. Não é por nada mas estou cansada de andar.

Assenti.

Sai da calçada e fui para a facha, não tinha nenhum carro. A rua era larga e quando eu estava na metade dela um carro preto apareceu do nada e como se eu fosse um imã acelerou ainda mais para cima de mim, só consegui dá um grito e ouvir meu nome antes de tentar correr, mas tudo foi rápido demais, senti meu quadril bater no capô do carro e algo bater com força na minha cabeça.

E tudo ficou preto.