Fanfic: Um professor para chamar de meu | Tema: Vondy

Minha cabeça doía demais. Antes de abrir os olhos senti uma mão apertar a minha mão direita e um leve beijo na minha cabeça. A mão continuava segurando a minha. Abri os olhos vendo Dylan me olhar com atenção e preocupado.

Dylan: Está sentindo alguma dor?

Dulce: Minha cabeça. - murmurei - Onde estou? - olhei em volta.

Estava em uma sala, deitada numa cama e continuava com o uniforme.

Dylan: No hospital. Lembra do que aconteceu? 

Pisquei pensativa.

Dulce: Um carro. Um carro preto ele veio pra cima de mim.

Dylan: Sim. Ele estava estacionado e quando te viu foi pra cima de você. Maite e eu vimos tudo. Sorte que você meio que pulou e bateu seu quadril no carro te fazendo cair para a calçada onde bateu com a cabeça e pegou quatro pontos na testa. - avisou. - Desmaiou na hora. Deixei tudo para trás, te peguei no colo, coloquei no carro e vim pra cá.

Levei minha mão para minha testa.

Tinha um curativo.

De novo. 

De novo mais um carro vai pra cima de mim.

Dylan: Está doendo muito a cabeça?

Dulce: Está sim. Cadê a Maite?

Vozes vinda de fora do quarto chamou nossa atenção e a porta se abriu.

Christopher entrou e praticamente voo para cima de mim, fazendo Dylan se afastar.

Maite entrou fechando a porta.

Dylan: O que ele está fazendo aqui?

Christopher: Você está bem? Se machucou? O que aconteceu? - me analisou dos pés a cabeça e pegou nos meus braços - Está ralada e isso na sua cabeça? Consegue falar? - sua preocupação era evidente.

Dulce: Estou bem. Minha cabeça doi, mas estou bem.

Christopher: Como aconteceu isso? 

Dulce: Estava atravessando uma rua, quando um carro veio pra cima de mim. Foi tudo muito rápido e depois apaguei. - respondi sentindo ele tocar no meu rosto.

Christopher: Um carro? De novo? - franziu o cenho.

Dulce: Eu sei. Foi igual naquela noite no colégio.

Christopher: Era o mesmo carro?

Dulce: Não sei. Naquela noite estava escuro e com chuva. Mas a pessoa de hoje queria me ver esmagada no chão. Tenho certeza disso.

Christopher me abraçou apertado.

Dylan: O que está acontecendo aqui? - me olhava espatando - Que noite é essa? 

Christopher: Quando Christian falou que estava desacordada, que não sabia se você estava bem, eu larguei tudo e vim o mais rápido que pude. - me olhou nos olhos - Não consigo explicar o que senti e...- suspirou - Só ia ficar calmo se lhe visse com meus próprios olhos. Amo você! - me beijou.

Dylan: Que porra é essa? - quase gritou.

Me afastei de Christopher sem entender, mas ele me abraçou de lado.

Dulce: Christian?

Maite: Christian me ligou e eu falei pra ele. - falou pela primeira vez desde que entrou - Já que viu que Dulce está bem, é melhor você ir Christopher. O senhor Espinosa está chegando a qualquer momento. Não se arrisque mais, é muito perigoso. - falou nervosa.

Dylan: Christian? - franziu o cenho - Christian Chavéz? Nosso professor de matemática?

Christopher continuava agarrado à mim.

Christopher: Não quero te deixar. - tocava no meu cabelo - Precisamos saber porquê querem te ver...- não conseguiu completar - Isso é loucura. - negou.

Maite: Mas é verdade. Dylan e eu vimos tudo. 

Dulce: É melhor você ir Chris. Estou bem, de verdade. - garanti.

Christopher: Tem certeza? - ainda estava preocupado.

Dulce: Sim. Depois falamos sobre isso.

Christopher beijou minha testa.

Christopher: Fica perto do celular. - pediu.

Maite: Vou te levar até a saída. - avisou abrindo a porta.

Mesmo sem querer ir, ele acabou indo. Quando os dois sairam, Dylan se aproximou novamente de mim com os braços agora cruzados.

Dylan: Estou louco ou o seu namorado é o nosso professor de Química? - falou com uma cara fechada.

Assenti devagar.

Dulce: Bingo. - murmurei.

Dylan ficou me olhando ainda com cara fechada. Mordi os lábios.

Dulce: Por favor, não me julga.

Dylan: Ele é casado?

Dulce: Não. Claro que não. Preferia me jogar do precipício a ter que destruir um casamento ou uma família. - Odiava mentira e odiava traição e pior ainda, era ser a outra da história. Pode ter certeza que se Christopher fosse casado, apesar de ama-lo, jamais teria qualquer envolvimento com ele. Ia sufocar o amor que tenho por ele. 

Nunca ia me perdoar por ter destruído uma família.

Toquei no meu colar.

Aos poucos Dylan foi abrindo um sorriso

Dylan: Quem diria, a santinha namorando um cara mais velho. - riu - E professor dela ainda.

Dulce: Ele nem é tão velho assim, só tem vinte e quatro anos. - respirei fundo por causa da dor de cabeça.

Dylan: E você dezessete. Se alguém descobrir isso voc..

Dulce: Não me fala. Eu sei muito bem o que pode acontecer com ele. Eu o amo Dylan e não vejo a hora de completar dezoito anos e deixar de ser aluna dele.

Dylan: Isso ainda vai demorar muito. Ele parece gostar de você. - falou baixo.

Dulce: Ele me ama.

Dylan: Claro que ama. É isso que eu quis dizer, mas...- hesitou - Dar pra ver isso, mas tem certeza que esse cara não esta brincando com você? É mulherengo?

Dulce: Não. Ele não está. Christopher não é mulherengo igual a você, não se preocupa. Na verdade ele é bem reservado, fechado, bem diferente de você.

Dylan: Hum..e já falou sobre sua verdadeira vida pra ele?

Dulce: Não. E ele não precisa saber disso agora. Meu pai é rico, então, ele sabe que tenho dinheiro.

Dylan: Mas não é pouco dinheiro que você tem. Não vai falar pra ele?

Dulce: É claro que vou. Mas não agora. 

Dylan ficou me olhando.

Dulce: O quê?

Dylan: Já que se amam, deveriam conversar sobre isso. Esconder não me parece uma boa idéia. Mas o que eu sei sobre relacionamento, não é? Nunca tive e nem quero.

Dulce: Mas não estou escondendo. Só não vou falar com ele agora. 

Dylan continuou me olhando.

Dulce: O que foi?

Dylan: Você tem medo! 

Dulce: Medo? - repeti.

Dylan: Ninguém te conhece melhor do que eu. - deu um sorriso metido - Você tem medo dele saber do quanto rica você é e se assustar com isso. Apesar de tentar viver o mais simples possível, isso não te deixa menos rica, pelo contrário, a cada dois minutos está ganhando um fortuna. E...para ser sincero Dulce, você é como eu e ele é..um cara comum.

Dulce: Está querendo dizer que estou com medo por ele não ser rico? - perguntei abismada - Que absurdo é esse Dylan? Está louco? Não sou a vadia da Marian!

Dylan: Não é isso que quero dizer pirralha.- revirou os olhos - Você está com m-e-d-o - soletrou - Dele se assustar com o nosso mundo. Está com medo dele se envergonhar por ser diferente da gente. Está com medo dele terminar com você porque não é rico.

Apenas o observei.

Talvez ele tenha razão.

O motivo por não contar ao Christopher a minha verdadeira vida é por medo.

E não quero que por um assunto tão idiota feito esse acabe com o que temos.

Fora que, ainda tinha aquela história dele ser interesseiro. Coisa que eu não acreditava nem por um momento, mas eu queria saber o que houve de fato para ele ter essa fama. Se Anahi com raiva dele inventou ou se realmente tem um motivo para ter falado aquilo para o colégio inteiro.

Dulce: Talvez tenha razão.

Dylan: Eu sempre tenho. Agora, a Maite também está pegando o professor de matemática?

Dulce: Eles se amam também.

Dylan riu.

Dylan: E eu achando aquele colégio um tédio.

Vozes e a porta se abrindo bruscamente chamou nossa atenção.

Meu pai entrou igual um furacão e atrás dele Marian e Maite.

Maite me olhou e eu entendi que Christopher conseguiu sair sem ser visto.

Carlos: Filha...- se aproximou de mim - O que aconteceu? Quem fez isso? - olhou pra mim preocupado - Está com dor? Já te deram remédio? Esses machucados...- olhou meus braços.

Dulce: Estou bem. Só com dor de cabeça.

Marian: Eu disse que ela estava bem pai. - cruzou os braços e ficou no canto do quarto de cara feia - Ela parece muito bem para quem foi atropelada. - falou com tédio. - Não precisava ter saído da empresa daquele jeito louco e desesperado.

Dylan: Ela podia ter morrido. - quase rosnou.

Carlos: Quando me ligaram daqui do hospital sem muitas explicações queria que eu pensasse o quê sobre a minha filha, Marian? - falou sem olhar pra ela - Tem certeza que está bem querida? Cadê o médico que te atendeu? - olhou para a porta e notou Dylan - Quem é você?

Dylan: Dylan O´Brien - balançou a cabeça - Melhor amigo da Dulce.

Carlos: Ahh você é o Dylan - o olhou da cabeça aos pés e depois para Marian.

Marian levantou a cabeça encarando nosso pai.

Dylan: Até onde sei sou sim.

Maite: O médico foi atender outros pacientes senhor Espinosa, mas logo estará aqui.

Carlos: Só quero saber quem foi o desgraçado que fez isso. - falou com raiva - Saindo daqui eu vou atrás de quem fez isso com você. - me olhou sério.

Dulce: Não foi a primeira vez. - murmurei - Quando torci meu pé foi do mesmo jeito.

Carlos: Por que não falou antes, Dulce? Isso é sério demais.

Dulce: Porque eu achei que fosse apenas um acidente, mas depois de hoje tenho certeza que alguém quer me ver...morta. - respirei fundo.

Meu Deus!

Aguém quer me matar.

Marian: Parece que a Dulce não é tão santinha assim pai. O que você fez para despertar isso nessa pessoa? - me olhou debochada - Deve ser uma coisa muita séria, já que querem te matar.

Carlos: Cala a boca Marian. - falou nervoso - Daqui vamos na delegarcia. - me avisou.

Marian olhou nosso pai surpresa.

Ele nunca deve ter falado com ela desse jeito.

Maite: É..Dylan e eu vimos tudo, podemos ser testemunhas mas...o carro não tinha placa. - avisou - E era completamente escuro. Tudo aconteceu muito rápido.

Carlos: A cidade é pequena, não deve ser difícil achar quem fez isso e ainda mais pra mim. - tocou no meu cabelo - Vou descobrir quem fez isso e vou fazer a pessoa pagar caro. - falou sério.

Meu pai me abraçou apertado.

Retribui o abraço olhando para os outros três no quarto.

Maite deu um meio sorriso, Dylan olhava meu pai e Marian me olhava com raiva.

Dulce: Obrigada...- sussurrei.