Quinta-Feira eu acordei mais tarde que o normal, estava com tanto sono que não consegui ouvir Chris me ligar como todos os dias. Fiquei sabendo que antes de Dylan ir para o colégio passou aqui para pegar a May e me ver, mas eu estava dormindo. Eram quase dez horas quando decidi levantar e tomar uma ducha, estava terminando de me arrumar quando bateram na porta.

Dulce: Entra! - pedi.

Madalena,  a funcionária da mansão, entrou sorrindo.

Madalena: Bom dia! Quer que eu traga o seu café aqui? ou prefere tomar na mesa?

Dulce: Bom dia! Nenhum e nem outro. Vou tomar na cozinha. - peguei meu celular - E só quero um café. - dei um meio sorriso.

Madalena: O seu pai pediu para alimenta-la bem.

Dulce: Não estou com muita fome. 

Madalena: Certo. A Senhorita está bem?

Dulce: Estou sim. 

A mansão estava em silêncio desde ontem, creio que meu pai tenha feito alguma coisa para que os gêmeos ficassem quietos. Agora eles estavam no colégio. Sentei na banqueta da cozinha, enquanto Madalena preparava meu café. Tudo estava calmo até ouvirmos um grito.

Madalena: Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nov..- se calou.

Camila: Foi você que fez isso com o meu vestido? - entrou na cozinha furiosa segurando um vestido longo de grife manchado de tinta azul- Tem noção do quanto custa isso?

Camila estava muito bem arrumada, usava até salto alto.

Madalena se virou bem calma para ela.

Madalena: Não senhora. Mais uma vez foram os gêmeos. - respondeu simples.

Camila: Quer culpar meus filhos por sua incapacidade de cuidar do meu closet? - quase rosnou - Mais uma dessa e eu te demito sua empregadinha de quinta. - levantou a cabeça esnobe e por fim me encarou - Decidiu sair do quarto? Que graça! - revirou os olhos.

Dulce: Eu estou muito bem Camila. De verdade, muito bem.

Camila: E o que tenho haver com isso? 

Dulce: Não sei. Me diz você. - a desafiei.

Camila me olhava mais esnobe ainda.

Camila: Não sei como vou aguentar olhar para você o resto do ano - balançou a cabeça.

Dulce: Que pena, né? - ri sem humor - Podem tentar me matar, podem fazer o que quiser mas no final eu sempre vou ficar bem. - garanti. 

Camila: Talvez não deva contar com tanta sorte assim. - olhou para Madalena - Está avisada, se aparecer mais uma dessa...está no olho da rua. - saiu da cozinha em passos firmes.

Dulce: Trabalha aqui a muito tempo, por que continua aqui para ouvir essas coisas? Por que não trabalha em outro lugar? - me encolhi quando deixou meu café na bancada.

Madalena: Porque tenho dois filhos na faculdade, uma neta para criar e uma mãe doente. Seu pai é o único da cidade que paga o dubro do salário normal de uma doméstica. - respondeu. - Seu pai é um homem bom...- murmurou - Mas tem péssimo gosto quando assunto é mulher. - negou - Camila não só me pertuba, mas todos os funcionários da mansão também, ela e Marian.

Carlos Daniel, meu pai, não podia ser perfeito mesmo.

Dulce: Ela é mesquinha, arrogante, metida e má, mas seria ela tão má a ponto de ferir alguém?

Madalena me encarou longamente.

Madalena: Não posso dizer com certeza que ela seria capaz de machucar alguém. Mas, se tem uma coisa que aprendi com meus cinquenta e dois anos de vida, é que ninguém realmente conhece alguém. Todos escondem surpresas e nem todas elas são boas. - respondeu.

Encarei meu café.

Madalena: É melhor tomar, se não vai esfriar. - tocou no meu ombro e abriu a geladeira.

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Maite: Não perdeu quase nada. Depois eu dou meu caderno para você copiar. - falou limpando a boca com o guardanpo - Pablo me perguntou de você e eu acabei falando - fez careta.

Dylan: Ele parecia interessado demais em você. - raspava a panela com a colher.

Dulce: O que ele disse?

Maite: Ficou surpreso, mas desejou melhoras. - respondeu. - Christopher me encheu de perguntas sobre você. Se realmente estava bem, se está tomando o remédio. - sorriu - Foi bem fofo.

Dylan: Ainda não acredito que estão namorando nossos professores - lambeu a colher.

Dulce: Shheeeee - pedi olhando em volta da cozinha.

Dylan: Não tem ninguém aqui Dul. 

Dulce: Mesmo assim. Ele me ligou antes de vocês chegarem. - avisei - Ele queria adiar nossa ida para a capital, mas eu não deixei e até já sei como vou pra lá sem ninguém desconfiar de nada. - sorri.

Dylan: O que vai fazer na Capital?

Dulce: Eu não sei. Christopher disse que queria fazer uma coisa comigo lá.

Estava tão curiosa.

Maite: Hum....- riu maliciosa.

Dylan: Eca! - fez careta.

Bati na cabeça dele.

Dulce: Cala a boca.

Maite: Mas como vai fazer? 

Dulce: Dylan e eu vamos passear pela capital no sabádo e só vamos voltar a noite. - sorri.

Dylan: Eu sabia que ia me envolver nisso. Vou ficar fazendo o que lá?

Dulce: Passeando, comprando, conhecendo mais garotas...- dei a ideia.

Dylan: Me converceu. - sorriu - Assim ninguém desconfia com quem realmente estava.

Dulce: Você vem aqui me pega normalmente e na estrada Christopher vai está me esperando, aí a gente faz a mesma coisa na volta. - terminei de falar o plano.

Dylan: Bom plano! - sorriu.

Maite: Então é isso. - levantou para pegar os pratos - Ahh Zora e Eddy perguntaram de você. 

Dylan e eu ajudamos ela a arrumar a mesa da cozinha.

Dulce: Eddy? - fiquei surpresa.

Maite: Sim. Também falei para eles que desejaram melhoras. Estou falando que a raiva do Eddy está passando e que logo vamos voltar a sermos um grupo.

Dylan: Um tal de Isaac também desejou melhoras. - fez careta.

Dulce: Dou aula de inglês pra ele, a May e a Zoraida também.

Maite: Eu ainda estou aprendendo. É muito difícil. - reclamou.

Dylan: Não é não. É só estudar e praticar. - sorriu.

Maite riu.

Maite: Continua difícil.

Ouvimos gritos de crianças na sala.

Dulce: Meus irmãos chegaram. - sorri - Vêm! - puxei o Dylan.

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Gael: Você tem um licopetero - riu animado.

Dylan: Sim. Meu helicóptero é grande e muito seguro.

Rael: Tem elefante também? - perguntou animado.

Dylan: Não. Mas tenho uma fazenda cheia de animais.

Rael: O papai tem uma fazenda enormeeeeee - pulou no sofá.

Gael: Tem carro? - foi para o lado do irmão para pular.

Dylan: Se tenho carro? - riu - Eu tenho vári..

Dulce: Dylan! - fingi uma torce.

Dylan: Tenho alguns carros. - se corrigiu.

Rael: Gosta de sorvete?

Dylan: Amo sorvete!

Gael: Mamãe não deixa a gente tomar - falou enquanto pulava.

Rael: Cadê a sua mamãe? 

Dylan: Ela está no céu. - falou baixo.

Gael: Sabia que as nuvéns são feitas de algodão doce?

Dulce: Acho que já está bom por hoje. Está na hora do Dylan ir para casa e de vocês tomarem banho para o jantar - avisei interropendo a conversa deles - Passaram o dia bricando e conversando.

Os dois pararam de pular no sofá.

Rael: Tchau Di - abraçou ele e saiu correndo.

Gael imitou o irmão e saiu atrás dele.

Dylan: Eles me lembram nos dois. Sempre juntos. - sorriu.

Dulce: Você era o capeta.

Dylan olhou para o porta retrato da sala, onde tinha Camila com os gêmeos.

Dylan: Eu nem tinha a idade deles ainda quando minha mãe se foi. Não consigo me lembrar de nada dela, só as fotos posso ver o rosto dela. - me olhou - O mais próximo de amor maternal que tive foi a tia Rachel, era pra ela que eu corria quando me machucava e que fazia homenagem no dia das mães no colégio. - sorriu - Ela podia está na China, mas sempre ia ver minha apresentação.

Toquei no meu colar.

Dulce: Eu morria de ciúmes de vocês dois. - sorri.

Dylan: Com razão. Ela podia me amar mais. 

Dulce: Tudo o que o Jimmy foi para mim, minha mãe foi para você.

Dylan: As vezes eu..- começou a falar baixinho - Penso se fossemos normais. Com vida simples, se a minha mãe ainda estaria aqui. - a voz dele ficou embargada e eu o abracei apertado - Ou se com todo o dinheiro que tenho eu poderia de alguma forma voltar no tempo e impedir que aquilo tudo acontecesse com ela.

Dulce: Infelizmente não podemos mudar o passado. - falei baixo - O castigo de alguma forma sempre vêm para cobrar o que fizemos de ruim - o meu de qualquer forma ia chegar - E aquele monstro irá pagar pelo que fez com a sua mãe. - o apertei ainda mais.

Dylan me abraçou da mesma forma apertado.

Dylan: Só você me entende. - sussurrou - Por favor, nunca me deixe. - pediu.

Dulce: Nunca! - prometi - É meu irmão. E eu te amo.

Dylan: Também te amo irmã. Muito!

Ficamos abraçados no meio da sala sentindo examente o que sofremos por anos.

Revolta e dor.

Espero que gostem da Maratona!

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Estava com saudades!!!!!!