Fanfic: Um professor para chamar de meu | Tema: Vondy

O jantar foi como o almoço, Marian e Camila falando pelos cotovelos, Carlos Daniel tinha chegado naquele horário da empresa dele e parecia cansado. Os gêmeos dessa vez comiam mais controlados, mas em compensação a mãe que dava na boca deles a comida.

Olivia como sempre quieta, eu soube por meio de Maite que ela passou o dia inteiro fazendo aulas, segundo ela, Camila é muito exigente com Olivia, faz a menina ter várias aulas enquanto com Marian ela deixa solta.

Os gêmeos ela também pega no pé, mas com eles é apenas aulas de música e inglês, enquanto Olivia é aulas de reforço, idiomas, natação, tênis, música, artes marciais. Por isso, Olivia vivia calada, estava cansada demais até para falar um "bom dia".

Fitando Olivia no jantar, principalmente seus lindos olhos verdes, me lembrei de outros olhos verdes, que foi muito gentil e simpático comigo e era meu diretor, os olhos dos dois eram do mesmo tom de verde intenso. Quanta consciêndencia ambos terem esses olhos.

Suspirei.

Minha avó tinha olhos azuis, assim como minha mãe, mas eu infelizmente herdei os olhos do meu avô, cor de mel, não que não seja bonito, mas azul todos amam, assim como os verdes.

Recusei a sobremesa e subi para o meu quarto. Marian não falou nada enquanto me via sair, mas eu podia sentir seu olhar de raiva pra cima de mim, igual a louca da mãe dela. Duas cobras mimadas.

Eu estava cansada, minha cabeça doía e a única coisa que eu queria não estava mas comigo, minha mãe. Tirei o colar do pescoço e guardei de volta na caixinha, eu tinha tanto cuidado com ele que me recusava dormir com o colar.

Além das fotos, foi a única coisa que minha mãe deixou pra mim. Ela usava ele sempre, e usando ele era como se ela tivesse comigo. Senti minha garganta arder, respirei fundo, não queria chorar de novo, estava cansada demais.

Tomei uma ducha e coloquei o meu pijama, arrumei a cama e quando estava prestes a deitar, bateram na porta.

Dulce: Entra. - mandei.

Marian entrou me assustando.

O que ela faz aqui?

Marian: Eu vi aquela cena do refeitório hoje, na verdade, quem não viu? - encostou a porta - Você é o assunto do colégio e da cidade, estar popular e se sentando com aqueles excluídos irá fazer eles também serem notados.

Dulce: Aonde quer chegar?

Marian: Acontece Dulce, que eu que mando naquele colégio e quando eu digo que eles são os excluídos, também quer dizer que são ninguém. Aquela garota de cabelo curto não passa da filha de uma empregada e aquele garoto, apesar de bonitinho, é filho de um mecânico e que ambos estão ali por uma bolsa, dois seres inferiores iguais a Maite que só estar ali por causa da caridade do MEU pai que paga o colégio pra ela.

Dulce: E daí?

Marian: Vou ser boazinha e te dar só mais um aviso: Deixe aqueles mortos de fome serem invisíveis, não chame mais atenção daquele jeito, já basta ter que aturar você, ainda vou ter que aturar a turminha de gentalha? Naquele colégio EU que dou as ordens e quando me desorbedecem sofrem consequências.

Dulce: Isso é uma ameaça?

Marian: É um aviso. Passe esse ano quieta e na sua, não se aproxime dos meus amigos e nem pense em tentar ser popular igual a mim, ou irá se arrepender. - dito isso, saiu batendo a porta com certa força.

Era só que me faltava.

Uma mimada metida a besta dizer o que eu devo ou não fazer. 

Revirei os olhos entendiada com tudo aquilo que saiu de sua boca.

......

Tomei apenas um leite e Marian se apressou em chegar no colégio, segundo ela, o primeiro tempo seria Química, só de ouvir essa palavra eu quis vomitar.

As pessoas ainda me olhavam muito, pareciam mais curiosas hoje do que ontem, meu primeiro dia. Peguei minhas coisas no armário e segundo os meus horários, minha primeira aula seria de matemática,  revirei os olhos.

Odeio matemática, física, química e tudo que envolva cálculo. Odeio! 

Depois de matemática, era francês e em seguida química. Sorte que a sala de sociologia era perto de química. Fui para a sala de matemática desanimada e sentei no fundão, não demorou muito e o professor entrou.

Caramba.

Com que idade esses professores se formam? Entrou na sala um homem jovem, loiro, um pouco musculoso e muito bonito. Aquele com certeza era o crush de Maite, agora entendo ela.

Que gato.

Essa cidade têm formal e fonte da beleza escondida em algum porão? Só pode, porque cada aula só vejo juventude e beleza, põem beleza nisso. O professor foi logo me notando e sorrindo.

Xxx: Temos uma novata. Como vai famosa Dulce Maria? - deixou suas coisas na mesa.

Todo mundo me olhou(qual novidade?)

Dulce: Como sabe meu nome?

Xxx: Ouvi falar muito de você...- fez uma pausa - Pelos corredores claro. - sorriu.

Óbvio.

Que pergunta idiota a minha.

Dulce: Vou bem. Professor..?

Xxx: Christian Chávez. - deu uma piscadinha divertida - É um prazer Dulce Maria. Espero que goste da minha aula.

Dulce: Vamos ver...- murmurei.

Christian: Bom turma - olhou ao redor - Hoje e só hoje porque é o primeiro dia de Dulce comigo, não vou passar nada, apenas vamos conversar, acho importante termos esse contato, uma conexão especial. - disse simpático - Mas lembrando que é apenas hoje.

Todos comemoraram.

Xxx: Vamos falar hoje sobre o que professor? - um menino perguntou.

Christian: Os planos de vocês para depois do colégio, muitos irão fazer faculdade e outras não, vamos trocar uma ideia o que cada um quer fazer, as opções de cursos e..

Christian mandou fazermos uma roda, e eu, por destino, acabei sentada ao seu lado na roda. A conversa em grupo durou muito tempo, todos ali falavam e falam quais serão os cursos que irão fazer, o que esperavam dele, se ia render muito dinheiro. De um, por um foram falando, e quando chegou a minha vez, todo mundo ficou em silêncio.

Dulce: Prefiro não dizer. - falei em inglês

Alguns fizeram careta.

Suspirei.

Repeti em espanhol.

Christian ficou me encarando.

Christian: Ok. - olhou para o outro lado dele - Você agora - avisou.

O menino começou a falar e uma batida na porta soou, todos nós olhamos para a porta e o infeliz de química fez um sinal para Christian que assentiu. 

Christian: Continuem conversando. - pediu enquanto se afastava.

Enquanto Christian ia até a porta, Christopher me olhava sério pela janela da porta, retribui o olhar. Christian saiu da sala e se afastou um pouco com ele quebrando o contato visual.

Olhando os dois conversando pela janela, lembrei que Maitê falou que eles eram amigos. "Ouvi falar muito de você" Christian falou de um jeito diferente.

Hum...

Será?

Será que o imbecil de Química andava falando muito de mim por aí?

Christopher bateu nos ombros de Christian e se afastou. Christian entrou na sala sorrindo. O que vocês falavam aí no corredor? Heim..?

A conversa em sala continuou.