Fanfic: Um professor para chamar de meu | Tema: Vondy

Segunda-Feira

Pablo Lyle

Assim que estacionei meu carro na vaga dos professores, vi Christian chegar e colocar o carro dele na vaga ao lado do  carro de Alfonso. Em seguida, o barulho de um motor alto preencheu todo o estacionamento. Uma Ducati vermelha apareceu em alta velocidade e foi em direção à Christian.

Revirei os olhos.

Aquele imbecil adorava se aparecer.

Peguei minhas coisas e sai do carro.

Não virei para ver a dupla de patetas.

Entrei no colégio e passei na secretaria para cumprimentar Alice. Ela estava ligando o computador e organizando sua própria mesa que estava bagunçada.

Pablo: Bom dia! 

Alice: Ah! Bom dia professor. Chegou cedo hoje. - olhou no relógio. 

Pablo: Alfonso não quer falar com os professores antes das aulas? - franzi o cenho - Recebi o imail avisando.

Alice: Ah é! Que cabeça a minha - negou.

Pablo: Deve ter aproveitado muito bem o seu final de semana - brinquei.

Alice: Quem dera professor. - riu - Fiquei lendo meu livro e passeando com os meus gatos. - negou - Sou uma velha mesmo. - riu dela mesma.

O telefone da secretaria tocou.

Na mesma hora ela atendeu.

Alice: Colégio de Monterrey, quem fala? - esperou - Ah, eu já caminhei a aluna para nossa psicologa sim, como o senhor pediu, mas sabe que precisamos avisar ao responsável, certo? - esperou - Senhor Jimmy, não é correto, preciso comunicar ao responsável dela. - esperou - Vou ver o que posso fazer. 

Alice me encarou.

Balncei a cabeça e sai da secretaria.

Caminhei até uma sala onde fica os pertences dos professores e abri meu armário, deixei minha mochila e algumas pastas nela. Peguei outras pastas e tranquei o armário. Voltei a caminhar pelos corredores até entrar na sala dos professores, Angelique e Sebastian já estavam sentados na enorme mesa de reunião da sala.

Pablo: Bom dia! - deixei minhas coisas próximo deles e fui até a mesa do café.

Sebastian: Bom dia Pablo! - sorriu.

Angelique: Como foi seu final de semana? - prendeu o cabelo loiro.

Pablo: Como sempre: Chato! E o de vocês? - peguei um café e sentei ao lado deles - Foram até a capital visitar sua sogra Angelique? - ri. 

Ela assentiu.

Angelique: Infelizmente..- sussurrou.

Sebastian: O que você disse? - a encarou.

Angelique: Que foi muito bom amor. - deu um sorriso amarelado para o marido.

Sebastian: Sei. - ironizou - Foi um tédio a ida pra lá isso sim. - negou - Ela não parava de falar das próximas provas que irá passar para as turmas.

Alguns professores entraram com um assunto que chamou nossa atenção, em pouco tempo, quase todos professores chegaram, Christian entrou e assobiou quando olhou para o enorme quadro.

Christian: Alfonso realmente quer essa reunião - apontou para o quadro que estava escrito na letra do diretor e de forma grande "Reunião as 06:30". - Bom dia senhoras e senhores - sentou do outro lado da mesa.

Christopher deu bom dia e sentou ao lado do amigo, próximo da porta. Alfonso entrou e em seguida Anahi que fechou a porta, todos os professores já estavam presentes.

Anahi e Christopher se encararam por alguns segundos, antes dela apressar os passos para ficar o mais longe possível dele, todos na mesa sentiram certa tensão de ambos. 

Infelizmente eles eram obrigados a ficarem na mesma sala quando era dia de reunião com o diretor. Mas assim que acabar, ambos se afastarão como se estivessem em chamas.

Melhor assim.

Anahi não o suporta.

Sorri contente com isso.

Alfonso sentou na ponta da mesa.

Alfonso: Bom dia! - desejou - Além de ser Segunda-Feira, ainda tem essa reunião quase de última hora. Mas eu preciso deixar vocês avisados das pequenas mudanças que as regras do colégio irá ter a partir de hoje.

Manuela: Por que isso agora? - a professora de biologia perguntou.

Alfonso: O dono do colégio decidiu isso e também ouvi muita reclamação na minha sala - olhou o irmão.

Maldito Christopher!!!

Érica: Que mudanças são essas? - a professora de física perguntou.

Ana Brenda: Espero que também haja mudança sobre a prática da minha matéria na quadra. - falou séria. 

Ana Brenda a professora de Ed.Fisica estava muito séria ao lado de Alfonso. Ela odiava segunda feira e odiava ainda mais reuniões na segunda feira. Seu cabelo preto estava solto e ela usava nenhuma maquiagem. 

Era muito bonita.

Pena que jogava no mesmo time que eu.

Era lésbica assumida.

Alfonso: Já vamos chegar nessa parte. Por favor, vamos por partes. - abriu uma pasta que estava em sua frente e tirou vários papéis - Aqui estão as novas regras, vou explicar cada uma - entregou

Gustavo: Os alunos irão ter que andar com crachá nos corredores? - o professor de história perguntou.

Alfonso: Apenas se quiser ir ao banheiro

Peguei um papel.

Li a parte que eu mais odiei de saber.

Pablo: Por que as portas das salas terão que ficar abertas? Todos aqui gostam de privacidade com seus alunos na aulas extras ou de reforço.

Alfonso: Eu sei mas..

Christopher: Por que está tão preocupado com isso Lyle? 

Pablo: Não estou preocupado Uckermann, apenas acho desnecessário já que sempre fazemos isso.

Angelique: Na boa? Eu acho bom. Tem muitas alunas que ficam de gracinhas com os professores - encarou o marido.

Sebastian: Eu não fiz nada.

Angelique: É bom mesmo não fazer.

Christian: Eu concordo. Tem muitas alunas que passam dos limites. 

Pablo: Discordo. A privacidade faz os alunos se sentirem com mais confiança para aprender a matéria.

Christopher: E é por isso que fica  completamente sozinho com uma aluna para que ela aprenda mais? - deixou o papel de lado e me encarou - Se fosse um grupo de alunos, tudo bem, agora a sós com uma aluna..?

Pablo: Está ensinuando o quê? - falei mais sério o encarando.

Anahi: Eu concordo com o Pablo. Acho que a privacidade é tudo. - me apoiou.

Obrigado Deus!

Christopher: Não aconselhei acabar com as aulas exclusivas, apenas falei que não tinha necessidade da porta fechada. Estou errado? - olhou os outros professores - Afinal, estamos lidando com menores de idade - lembrou.

Sebastian: Gostei dessa regra.

Alfonso: Que bom. Porque ela não irá mudar - me encarou - Por quê está recusando tanto essa regra?

Neguei.

Pablo: Só não acho necessário. Ainda mais com a aluna nova. Ela tem dificuldades em aprender o idioma e tenho certeza que não gostará de ouvir alguns professores rirem dela por causa disso. - fui sincero. 

Christian: Qual professor aqui faria uma coisa dessa? - perguntou sério.

Gustavo: Acho que ninguém. Afinal, somos pagos para educar. 

Pablo: Só usei um exemplo Chávez. Dulce precisa de atenção e exclusividade e...

Christopher: Também poderia colocar mais uma nova regra. - falou para o diretor, mas me olhou com raiva - Chamar os alunos pelos nomes, não acha que é muito íntimo? Não acha que está passando dos limites?

Pablo: Christopher qual é o seu problema? Você tem os seus métodos de ensino e eu tenho os meus.

Christopher: Nenhum dos meus métodos envolve chamar os alunos pelos seus nomes - rebateu.

Pablo: Como se não bastasse influenciar nessa regra estúpida de porta aberta, ainda tem que se meter em como eu ensino os meus alunos? Como me refiro à eles também? 

Christopher: É anti-etico.

Alfonso: Errado Christopher. Desde que o aluno deixe e se sinta confortável com isso, estar tudo bem. Pablo não está passando dos limites de nada. E nem sendo anti-etico. - falou sério.

Christopher: Pra mim estar.

Pablo: Ninguém liga para o que você acha - falei debochado. - Vou continuar me referindo aos meus alunos como eu bem entender. - deixei claro.

Alfonso: Já chega! Pablo esta certo. Agora vamos para a próxima regra.

Ana Brenda: Não irá mudar mesmo esse negócio de não fazer aula pratica apenas se apresentar um laudo médico?

Alfonso: Não. É obrigatório todos os alunos fazerem. Eu tentei mudar, mas o programa de ensino exige isso.

Ana Brenda bufou.

Continuaram falando sobre as novas regras, uma por uma, até que Alfonso decidiu entrar em um novo assunto.

Alfonso: Não é bem regra. São para os senhores na verdade, ou melhor, alguns dos senhores. - começou - Eu resolvi mexer no quadro que leva os últimos anos para o clube de boas vindas daqui algumas semanas, retirei alguns e decidi colocar outros que são: Ana Brenda, Pablo, Angelique, Sebastian, Christian, Christopher, Anahi e eu.

Angelique: Como assim você vai Alfonso? - ficou surpresa.

Christopher: Eu vou? - também ficou surpreso. Christian ficou sério.

Christian: Eu não vou. - negou.

Anahi: Muito menos eu. - afirmou.

Ana Brenda: Não tenho nada para fazer mesmo - deu de ombros.

Sebastian: Como assim você vai? - encarou Alfonso assustado - Desde de quando isso? Nunca foi! Nunca quis!

Alfonso: Todos que eu citei aqui irão sim. Percebi que todo ano são os mesmos professores, decidi mudar um pouco esse ano e acabou o assunto. Anahi e Christopher são adultos suficientes para agir lá, como estão agindo aqui agora, caso ao contrário, vou despedir os dois

Anahi bufou.

Christopher encarou o irmão irritado.

Pablo: Vamos naquela mesma data?

Alfonso: Sim. Essa semana vou liberar as autorizações para os pais. Então, quem eu citei aqui se tiver algum plano para os dias dessa viagem, é melhor adiar.

Christian: Isso não se faz.

Alfonso: Eu disse que acabou esse assunto. - fez uma pausa - Agora vamos falar sobre aquilo. - falou bem sério.

Christian: Faz quase dois meses que não pegamos ninguém usando. Acho que pararam de consumir.

Ana Brenda: É bom ficarmos ainda mais de olho. Não queremos mais um aluno perdendo a vida. - falou séria.

Érica: Até agora houve apenas uma vítima. Devemos voltar com as companhias contra aquilo. 

Gustavo: Eu concordo.

Anahi: Os alunos estão com medo. Acho que depois da morte do Matias, eles viram que realmente isso é sério.

Angelique: Mesmo assim. Devemos dobrar ainda mais os cuidados. Não queremos mais um aluno nosso, tão jovem destruindo a vida.

Alfonso assentiu.

Alfonso: A polícia está investigando em sigilo sobre o assunto. Não queremos alarde para assustar a pessoa. Fiquem de olho nos alunos. Por isso, que eu vou também para o clube, preciso ver de perto se irá ter aquela porcaria lá, se é alguém do último ano.

Todos assentiram.

Christopher não disse nada.

Estava calado.

Pensativo.

Alfonso: Por hoje é só. - olhou o relógio no pulso - Bom dia e boa aula para os senhores - levantou.

Quase todos saíram da sala junto com Alfonso, decidi ficar na sala. Christopher junto com Christian também, Angelique e Sebastian nem saíram de seus lugares.

Christopher abriu a pasta e começou a preparar sua aula. Acabei fazendo o mesmo, mas de forma bem lenta. Christian pegou um café e voltou para a mesa, Angelique pegou o celular e Sebastian continuava olhando o papel das novas regras.

Sebastian: Por que desse sorrisinho? - comentou ainda olhando o papel.

Angelique: Nada. Só estou vendo o novo assunto de inglês e francês. Dulce irá passar de olhos fechados - elogiou mais uma vez Dulce desde que a conheceu.

Sebastian riu.

Sebastian: Gostou mesmo dela, heim?

Angelique: Quem não gosta? - deixou o celular de lado - Eu estava vendo o histórico escolar dela e ele é incrível, não tem nenhuma advertência, suspensão ou muitas faltas. Na verdade tem muitos elogios dos professores, as notas são super altas. É uma ótima aluna. - sorriu animada.

Christian: E muito bonita também.

Todos o encaramos.

Christian: O que foi gente? Eu só acho ela bonita - deu de ombros.

Christopher: Vocês não tem outro assunto pra falar além da aluna nova? - perguntou sério.

Sebastian:  Fiquei sabendo que você anda perseguindo a garota. - disse para Christopher que negou.

Christopher: Eu não ando fazendo nada. Ela mesma que se prejudica.

Sebastian: Não foi o que eu escutei. - provou Christopher.

Angelique: O cabelo dela me lembra quando você chegou no colégio Christian - riu - Era um vermelho igual.

Christian também riu.

Christian: Percebi. Ainda bem que ela é comportada, quieta, na minha época de colégio eu era o capeta - gargalhou.

Christopher: Está prestando muito atenção nela, não acha? - estava de cara fechada olhando o amigo.

Ambos se encararam.

Christian: O quê está querendo dizer Christopher? - ficou sério.

Christopher não respondeu.

A campa bateu.

Peguei minhas coisas e levantei.

Pablo: Falando em Dulce, meu primeiro tempo é com ela. - sorri.

Angelique: Hoje tenho Artes com ela.

Sebastian: Aí não - fez careta.

Christian: O que foi cara?

Sebastian: Acho que vou perder minha mulher para a Dulce de vez.

Rindo sai da sala.