Fanfic: Um professor para chamar de meu | Tema: Vondy

Angelique continuou a aula falando sobre os prêmios da minha avó, em seguida, mandou trazemos na próxima aula alguma obra dela, mas com o nosso toque pessoal, quando a campa bateu, esperei metade da turma sair para que eu pudesse me aproximar dela.

Angelique sorriu.

Angelique: Alguma dúvida sobre o trabalho? - perguntou em francês.

Dulce: Não. Na verdade, eu queria saber como sabe tanto sobre Charlotte e sua família? Porque tem coisas que falou que não tem no livro - respondi em francês.

Angelique fechou os olhos.

Angelique: Essa pronúncia maravilhosa, ou melhor perfeita, tem certeza que não é francesa igual eu? - falou se deliciando com o meu francês.

Acabei rindo.

Dulce: Tenho. Sou americana mesmo.

Angelique: Ok. - abriu os olhos - Eu não só estudei sobre a vida dela na minha faculdade, como sou fã daquela mulher, meu sonho é...- olhou para o nada - Ganhar pelo menos a tinta que usou para pintar seus quadros.

Dulce: É mesmo?

Angelique: Sim. Ou ao menos conhecer algum parente dela. Mas é impossível, sua única filha morreu e a neta nunca foi para a midia. Nem sei quem é a garota. - negou desolada. Triste. - Mas como sabe que não tem tudo no livro?

Me encarou franzindo o cenho.

Dulce: Minha mãe também era fã dela - não falei nenhuma mentira - Também sei tudo sobre Charlotte - óbvio que sei de tudo mesmo. - Também gosto dela, gosto de Leonardo da Vinci, Pablo Picasso, Claude Monet, Salvador Dalí e muitos outros pintores e artistas.

Os olhos de Angelique brilharam.

Angelique: Você é perfeita. - sussurrou.

Ri.

Dulce: Acho que é minha genética.

Angelique: E que genética.

Dulce: Fico contente que tenha gostado de mim professora. - sorri de lado - Já que alguns me odeiam. - fechei a cara.

Angelique: Christopher? - riu - Ele é um cara legal, mas não sei o que anda acontecendo com ele nós últimos dias.

Dulce: Eu sei. Ele me odeia.

Angelique: Ele é muito sério em relação à você...- ficou pensativa.

O que ela quis dizer com isso?

Quando ia abrir minha boca, meu celular tocou. Henrique queria saber se eu iria com Maite ou com ele, hoje decidi ir com ele, não queria olhar Eddy por hoje.

Respondi dizendo que já estava indo.

Dulce: Tenho que ir. Tchau.

Angelique: Me chame de Angel. - pediu. - Posso te chamar de Dul?

Assenti.

Dulce: A vontade. - me afastei dela.

Angelique: Até a próxima aula Dul.  

Dulce: Até Angel! - sai da sala.

...........

Jimmy: Você sabe quê têm que falar tudo para a psicóloga, né?

Dulce: Sei..- murmurei.

Jimmy: Então vou mandar a sua ficha completa pra ela - avisou e eu na mesma hora sentei na minha cama.

Dulce: Não! De jeito nenhum.

Jimmy: Dul...

Dulce: Não! - falei sério. - E acabou.

Jimmy: Mas você precisa falar tudo pra ela para que possa te ajudar.

Dulce: Eu já disse que não. 

Jimmy: Voltou a ter os pesadelos?

Dulce: Não. Foi apenas aquela vez.

Jimmy: Precisa falar tudo com a psicóloga, ela não irá falar nada para absolutamente ninguém, se falar sua carreira estará acabada. - falou sério.

Neguei.

Dulce: Não e não.

Jimmy suspirou.

Jimmy: Você sabe muito bem o que eu realmente queria que estivesse fazendo agora...- murmurou.

Dulce: Se for começar com isso vou desligar - avisei séria.

Jimmy: Ok. Seu pai já voltou?

Dulce: Tem uma hora. 

Jimmy: Tem se dado bem com seus irmãos? - estava curioso.

Dulce: Só com uma.

Jimmy: Já é um começo.

Dulce: Se é o que você diz. - murmurei.

Jimmy: Então, não irá mesmo falar tudo para a psicóloga?

Dulce: Não!

Jimmy: Então o que vai falar com ela?

Dulce: O que ela precisa saber apenas.

Jimmy: O que faço com você?

Dulce: Nada.  Vou desligar. - avisei.

Jimmy: Se cuida! 

Desliguei o celular.

Bateram na porta.

Dulce: Entra. - mandei.

Maite entrou com uniforme.

Maite: Eddy me contou que foram para a diretoria por causa do beijo.. 

Suspirei.

Dulce: É. Christopher viu e nos mandou direto para Alfonso. Só que para o azar dele, Alfonso desde que cheguei no colégio gosta de mim e tem me ajudado, por isso, nos deu apenas uma advertência por escrito. - falei baixo.

Maite sentou na minha frente.

Maite: Foi por causa do beijo que você não quis voltar com a gente?

Assenti.

Maite: Não gostou? No colégio só fala da festa de sábado e de como vocês estavam se agarrando. - avisou.

Dulce: É...para ser sincera sábado só ficamos juntos por causa do álcool e hoje por que ele me beijou. Eddy é um garoto legal, beija muito bem mas..não estou procurando um relacionamento.

Maite: De novo isso? É tão jovem e bonita, por que não quer namorar?

Dulce: Porque eu não nasci pra isso..- sorri sem humor - Mas talvez, não sei, eu mude. Camila saiu? - mudei de assunto.

Maite: Chegaram um pouco antes do almoço e seu pai e ela já saíram para a empresa dele aqui. - respondeu - Mais uma vez não foi almoçar..- se lembrou.

Dulce: Eu não como muito.

Maite: Percebi. - murmurou.

Dulce: Mas falando em colégio, o que você e o Xavier tiveram? Me surpreendi com você respondendo Marian ontem, você é sempre tão doce.

Maite: Estava me perguntando quando ia perguntar isso. É uma longa história e que não vale a pena falar - falou baixo.

Seu tom de voz era triste.

Tinha dedo de Marian nisso.

Estava na cara.

Assenti.

Dulce: Se o Carlos Daniel recusar pagar a sua bolsa por causa da Marian, sabe que não precisa se preocupar com nada - a lembrei e ela assentiu suspirando.

Maite: O senhor Carlos Daniel ainda não disse nada sobre isso. Não sei como ou quando ela irá cumprir o que disse, só sei que ela vai, enfrentamos ela na frente das amiguinhas e ela sendo tão poderosa se sentiu humilhada.

Revirei os olhos.

Dulce: Marian não passa de uma criança mimada. Tem coisas na vida tão sérias para se preocupar e ela se preocupa com isso? - neguei - Tenho pena dela.

Maite: Você é tão madura para sua idade

Dulce: Minha criação - dei um meio sorriso e ela assentiu.

Maite: Não vai querer almoçar mesmo?

Neguei.

Dulce: Eu vou dormir um pouco. 

Maite levantou.

Maite: Tudo bem. Qualquer coisa me chama - pediu.

Quando ela saiu do quarto, deitei e fechei os olhos. Estava cansada de tudo, tudo o que eu não tinha e de tudo o que eu nunca teria. Ninguém.

Eu não tinha ninguém que eu amava ao meu lado naquele momento.

Absolutamente ninguém.