Fiquei o resto do intervalo na mesa  conversando com eles. Assim que bateu, formos todos juntos para a aula de Química, sorte minha não? Sentei no fundo junto com eles.

Christopher entrou na sala e já foi passando uma atividade. Fez a chamada e ficou corrigindo algo na mesa dele, nem uma vez olhou para o fundo, nenhuma VEZ  me olhou. E isso, não sei por que, mas me encomodou.

Passei a aula inteira olhando pra ele, que impressionamente, não olhou para o fundo da sala. Seu rosto estava mais sério do que normal, era a primeira vez que não discutia comigo.

De repente me veio nas cabeça o beijo que ele flagrou. Neguei.

O que isso tem haver?

Estou ficando louca.

Quando bateu Christopher foi o primeiro a sair, fui para minha última aula do dia que seria com Sebastian, fiz uma atividade na qual ele corrigiu assim que entreguei. Assim que acabou as aulas, avisei para Maite que iria ficar tendo aula extra. Zoraida também ia ter, então, só iriam ela e Eddy.

Guardei minhas coisas no meu armário e caminhei para o outro lado colégio. Mas no meio do caminho, em um corredor vazio, Christopher apareceu ao lado de uma aluna, ambos conversavam.

Ele segurava um papel na mão.

Assim que me viu me fitou sem expressão. Ergui a cabeça.

Christopher: Para onde a senhorita está indo? - interrompeu a menina que falava e se aproximou de mim.

A garota fechou a cara quando me viu.

Dulce: Não que seja da sua conta senhor Uckermann, mas tem um professor me esperando. - falei com desdém.

Espera...

Eu disse Professor?

Professor?

O que deu em mim?

Christopher: Professor? A Senhorita sabe que as salas de reforços são do outro lado do colégio, aqui não tem nada além de certos especialistas.

Dulce: Se é o que senhor diz - dei de ombros e comecei a andar.

Christopher: Diga para o Lyle que ele está passando dos limites - quase gritou.

Me virei devagar.

Dulce: Não vejo nada de passar dos limites com Pablo - murmurei.

Christopher: Pablo? 

Dulce: Ele é um ótimo professor, ao contrário do senhor - dei as costas.

Voltei a caminhar e não olhei para trás.

...........

Entrei em uma sala enorme, com bancos, ar condicionado, televisão, dvd, um bebedouro e um homem atrás de um pequeno balcão. Não tinha mais ninguém ali, além dele. Próximo dele tinha duas portas brancas.

Me aproximei.

Dulce: Bom dia. Tenho uma hora com Altaír Jarabo - avisei.

Xxx: Bom dia. Seu nome?

Dulce: Dulce Maria Green Espinosa 

Ele digitou no computador.

Xxx: Ela já irá lhe atender. Por favor, senta-se e fique a vontade - pediu.

Sentei no banco próximo dele.

Peguei meu celular e fiquei mexendo no mesmo, até uma garota entrar na sala.

Zoraida: Dulce? - falou surpresa.

Dulce: Zoraida? 

Zoraida: O que está fazendo aqui? - se aproximou - Maite que falou?

O quê?

Dulce: Tenho hora aqui.

Ela suspirou.

Xxx: Depois dela é você Zoraida.

Ela assentiu.

Zoraida: Eu vim mais cedo mesmo.

Sentou ao meu lado.

Dulce: Não sabia que..

Zoraida: É. Eu faço. Também não sabia que v..

Dulce: Vou começar hoje. 

Zoraida cruzou os braços.

Zoraida: Estou sabendo do namoro do Eddy com você. Parabéns! - falou de uma forma estranha. Forçada.

Dulce: Não é um namoro. Só vamos nos conhecer melhor - deixei claro.

Ela riu irônica.

Zoraida: Não é o que ele diz.

Ele anda falando o quê?

Fitei a televisão.

Dulce: Bom, você não parece nada contente com isso.

Ela me encarou de cara feia.

Zoraida: O quê quer dizer?

Uma das portas se abriram

Uma mulher jovem, bonita e alta estava  com os olhos no tablet em suas mãos, quando falou meu nome.

Yyy: Dulce Maria Green Espinosa? - me encarou sorridente.

Levantei

Dulce: Sou eu. - olhei Zoraida - Até mais.

Yyy: Me acompanhe por favor - pediu.

Quando entrei na sala, logo vi um enorme sofá e em frente á ele uma poltrona, no meio dos dois um tapete de veludo e uma pequena mesa redonda de madeira, por toda sala tinha quadrinhos e prateleiras de livros.

E claro, uma enorme janela com vista para o jardim do colégio. O cheiro de rosas pela sala me fez sentir em casa, minha mãe adorava esse cheiro.

Toquei no meu colar.

Yyy: Fique a vontade. - fechou a porta - Sou Altaír Jarabo, mas pode me chamar do que quiser. - sorriu.

Sentei no sofá.

Ela na poltrona com o tablet.

Altaír: Pela sua ficha, já fez por quase dois anos terapia e...

Dulce: Minha ficha? - a interrompi. 

Altaír: Uma parte dela. Não consigo acessar a outra parte. - levantou uma sobrancelha questionadora.

Jimmy compriu o que pedi.

Se ela soubesse a outra parte..

Dulce: A outra é confidencial.

Ela assentiu.

Altaír: Quando se sentir a vontade para que eu tenha acesso, fique a vontade para dizer. - deixou o tablet na mesa - É nossa primeira consulta. Por que não me fala sobre você?

Dulce: Na minha ficha fala.

Altaír: Não sobre seus gostos. Ela só fala de onde é, a escola que estudou, a clínica na qual fez sua última terapia, que por sinal, é muito conceituada. O último especialista e por quanto tempo fez.

Dulce: Gosta da rede Greenever? - cruzei as pernas e relaxei.

Altaír: Não só gosto. Como fiz meu estágio em uma delas em Chicago. - respondeu dessa vez em inglês. - Mas não estamos aqui para falar de mim. E antes de começar, queria pedir autorização para gravar nossa consulta. - pediu pegando o tablet - Sabe que é um hábito normal - lembrou.

Olhei o jardim.

Realmente era normal.

Apenas assenti.

Ela deixou de volta o tablet.

Altaír: O quê você gosta?

Dulce: Eu..gosto de sorvete.

Altaír: Eu também. Tem muitos amigos?

Dulce: Não. Nunca tive muitos amigos. E só agora estou começando até.

Altaír: Filha única?

Assenti.

Altaír: Eu também. Está no último ano, já sabe qual faculdade fazer?

Dulce: Por que todo mundo pergunta isso? - neguei olhando para o jardim.

Altaír: Porque estar acabando o colégio e normalmente os formandos querem fazer uma faculdade. A Senhorita não quer? Não gosta? Não pretende?

Dulce: Não vou fazer. - deixei claro.

A encarei.

Altaír: Então o que irá fazer? 

Dulce: Talvez eu viaje - sussurrei.

Altaír: É muito bom. Já sabe o destino?

Dulce: Não.

Altaír: Por que me procurou?

Dulce: Porque eu preciso.

Altaír: Por que precisa?

Fiquei calada.

Altaír: É nosso primeiro dia. Entendo que não queira se abrir. - falou carinhosa - Então, enquanto não estiver a vontade, vamos falar sobre a vida.

Dulce: A vida?

Altaír: Sim. Ou sobre você. Qualquer assunto podemos falar. Gosta de animais?

Dulce: Gosto de cachorro. 

Altaír: Já teve um?

Neguei.

Toquei no meu colar.

Dulce: Minha mãe era alérgica.

Altaír assentiu.

Altaír: Tem namorado? 

Dulce: Você tem namorado?

Altaír: Tenho. E ele é o cara que está atrás daquele balcão. - sorriu.

Ele era bonito.

Dulce: Ele é bonito.

Altaír: Obrigada. Tenho bom gosto. - brincou - Nome dele é David e está apenas me ajudando aqui, já que a recepcionista entrou de licença e ele está de férias. - explicou.

Dulce: Ele faz o quê?

Altaír: É médico. Na verdade, é o melhor médico da cidade - falou com orgulho.

Dulce: É uma linda profissão - lembrei do meu avô Benjamin. Ele amava a Medicina mais que tudo, ou melhor, depois da minha avó, ele amava medicina mais que tudo.

Altaír: Mas e você? Tem namorado?

Dulce: Estou conhecendo uma pessoa.

Falei a verdade.

Ela sorriu animada.

E iniciamos um longo assunto.

O beijo vondy está chegando e acho que vocês irão adorar *-* a demora do beijo faz parte do enredo mesmo. 

Alguém aqui acha que Eddy pode dar problema?  E Dulce fez bem em tentar "conhecer"ele?

COMENTEM!!