O Colégio de Monterrey é o melhor da pequena cidade, metade dos jovens da cidade estudavam nela, enquanto, a outra metade, era os que não tinham condições de pagar o absurdo valor da mensalidade exigida e estudavam em uma outra escola.

Na cidade tinha apenas dois colégios, esse que era considerado o colégio da "elite" e um público. Obviamente eu iria estudar no da "elite". Coloquei uma calça preta, uma bota preta e uma blusa azul e para completar uma jaqueta de couro preta.

Coloquei algumas pulseiras no pulso, passei um rímel, um lápis de olho e uma batom vermelho. Meu cabelo agora vermelho estava liso e caia até a metade das minhas costas. Me encarei no espelho.

Meu look lembrava uma rokeira.

Ri.

Gostei.

Olhei as horas no meu celular e coloquei no bolso da jaqueta.  Voltei ao closet e em um dos armários, peguei uma caixinha preta, abri a mesma e o lindo cordão com um pequeno rubi, conseguiu colocar um sorriso nos meus lábios avermelhados.

Era o cordão da minha mãe. Ela usava ele sempre, em todas ocasiões, ganhou da mãe dela e ela deu pra mim um dia antes de...partir. Soltei um suspiro.

Coloquei o mesmo no pescoço e o mesmo se perdeu entre os meus seios. Peguei minha bolsa e sai do quarto, desci as escadas e entrei na sala de jantar. Todos já estavam na mesa.

Marian usava um uniforme preto, uma saia, uma camisa branca e um blazer com o símbolo do colégio. A mesma coisa Olivia e os gêmeos. Olivia foi a primeira há me dar bom dia, em seguida do Carlos Daniel.

Carlos: Assim que chegar no colégio, você vai direto para a secretária pegar seus horários, a chave dos armários, os livros e o uniforme. - avisou - Depois a Alice, secretária, irá lhe apresentar para sua turma fixa. - completou.

Olivia: O ensino daqui é igual dos Estados Unidos - falou em inglês.

Sorri pra ela.

Ela estava sendo uma fofa.

Marian levantou brutalmente.

Marian: Cadê o Henrique? Não posso me atrasar para a aula de Química, hoje vou fazer a prova dessa matéria - falou sorrindo abertamente.

Franzi o cenho.

Quem fica feliz em fazer prova? Ainda mais sendo Química? Encarei a mesa repleta de comida deliciosas tentando entender esse enigma.

Carlos: Mas Dulce nem tocou no café..- foi interormpido.

Marian: Não posso esperar papai. - beijou a mãe, em seguida o pai.

Dulce: Não tem problema. - levantei - Estou sem fome. - falei a verdade.

Camila: Boa aula filha. - sorriu para a filha.

Marian retribuiu. 

Olivia: Tchau Dulce. - falou em espanhol.

Dulce: Tchau! - sorri.

Os gêmeos nem perderam tempo falando, estavam atacando a mesa. O senhor que me trouxe do aeroporto pra cá saiu da cozinha e Marian sem nem ao menos dar bom dia a ele, mandou tirar o carro naquele mesmo minuto.

Carlos apenas balançou a cabeça e eu fiz o mesmo enquanto saia. Em minutos, Henrique apareceu com o carro e abriu a porta para Marian e para mim. Minha irmãzinha entrou sem olhar para a cara dele. Ela e a mãe eram duas mal educadas, o agradeci e entrei ficando ao lado de Marian no banco de trás.

Logo ele deu a partida.

Marian me ignorando completamente, pegou um espelho e um batom de dentro da bolsa e começou a passar em seus lábios sorridente.

Revirei os olhos.

Marian: Finja que não me conhece no colégio - mandou enquanto ainda se olhava no espelho.

Fiquei surpresa.

Não sobre o que falou e sim, o idioma na qual falou, inglês, ela falava inglês. 

Marian: Não me procure e nem tente falar comigo. E outra coisa...- me encarou séria - Não se meta no meu caminho, não ache que só porque é filha do meu pai vamos ser irmãs. Você não passa de um favor, que o meu pai e minha mãe estão fazendo deixando-a ficar em casa.

Ri.

Dulce: A última coisa que quero é me meter na sua vida. Tenho problemas muito mais sérios para resolver, do quê perder meu tempo com você.

Marian piscou surpresa.

Marian: Vejo que não é uma mosca morta, apesar de aparentar. - negou com a cabeça - Só tenha em mente que aquele colégio é meu, a cidade é minha e a família também é minha. Não tem espaço para você aqui. E nunca vai ter.

Dulce: Não precisa se preocupar. Não sou uma ameaça para você. - debochei.

Marian riu com gosto.

Marian: Claro que não. - guardou o espelho e pegou o celular.

Henriquei apenas nós fitava pelo retrovisor sem entender nada. Em vinte minutos, o carro parou em frente há um enorme colégio e abriu a porta. Marian foi a primeira a entrar no colégio desfilando e dando tchauzinho para alguns alunos pelo jardim.

Quando sai do carro, os poucos que estavam no jardim me fitaram curiosos, na mesma hora, toquei no colar em meu pescoço tentando pelo menos, um milésimo de segundo, sentir que minha mãe estava comigo.

Dulce: Obrigada! - sussurrei para Henrique que deu um meio sorriso.

Henrique: Boa sorte senhorita.

Segurei com mais força a alça da minha bolsa e comecei a andar para dentro do colégio enorme. Conforme eu andava, percebia os olhares de todos para cima de mim, me senti num zoológico.

Não foi difícil achar a secretária, mas quando virei no corredor quase em frente á ela, algo forte me atingiu me fazendo cair no chão e ouvi o barulho de vários papéis caindo ao meu lado.

Dulce: Aiii...- levei minha mão para a cabeça que doia. No quê eu bati? Tentei levantar a cabeça mas fazer isso doeu.

Xxx: Olha o que você fez garota. - falou  uma voz grossa e brava se curvando para juntar os papéis no chão.

Dulce: O quê eu fiz? - fui irônica olhando os papéis no chão. - Foi você que veio igual um doido seu otário.

Xxx: Otário? Quem pensa que é para falar assim comigo garota? - sua voz ficou mais brava ainda.

Levantei os olhos para o homem a minha frente, ele fez a mesma coisa, parando de pegar os papéis. Pisquei atordoada tentando entender se o homem a minha frente realmente existia.

Que GATO.

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