Christopher Uckermann

O relógio da sala marcou 18:00 PM, tirei a proteção dos olhos, enquanto Miguel colocava o pote com a substância para ser armazenada na sala ao lado. Tirei a máscara e depois as luvas.

Peguei o tablet de cima da mesa e fiz minhas últimas anotações do dia.

Ouvi um riso.

Miguel: Espero que o outro estagiário não troque os potes, como eu troquei no meu primeiro dia. - tirou o jaleco.

Christopher: Se ele for tão atrapalhado quanto você, ele irá sim. - desliguei o tablet e comecei a guardar o material.

Miguel: Obrigado por não machucar os meus sentimentos - irozinou.

Christopher: Você mesmo machuca seus sentimentos. - o encarei.

Ele riu.

Miguel: Minha namorada está de plantão hoje. Vamos jantar? - convidou.

Christopher: Olha cara...- tirei meu jaleco - Eu não tenho nada contra, acho até que sou a favor, afinal, cada um sabe o que é melhor pra si, mas eu não gosto de você desse jeito, sabe como é, não é? Meu lance é outra coisa...

Demorou alguns segundos para ele entender.

Miguel: Vai se fuder Uckermann! 

Guardei o jaleco no pequeno armário do laboratório.

Christopher: De todo caso, hoje eu já tenho compro...

Meu celular tocou.

O nome de Alfonso brilhou na tela.

Christopher: Algum problema? - perguntei assim que atendi. Alfonso só me ligava quando estava em puros.

Alfonso: Sim. Preciso que fique no meu lugar até o colégio fechar. Não estou em condições para isso. - pediu.

Christopher: Você está bem, Alfonso?

Alfonso: Estou...- falou de um jeito distante. - Você pôde vir ou não?

Olhei as horas no meu relógio de pulso.

18:06.

Christopher: Onde está Alice?

Alfonso: Pediu para ser liberada mais cedo - respondeu - Preciso que fique de olho nos alunos na sala sete.

Christopher: Estou indo pra ir. - desliguei.

Miguel: Você e o Alfonso são uns irmãos muito estranho.

Christopher: Não é a primeira pessoa que fala isso. - peguei minha mochila - Precisa de carona? Tenho que ir para o colégio. - falei já abrindo a porta.

Miguel: Não. Estou de carro. Valeu! Vou jantar sozinho, no meu solitário apartamento. - revirou os olhos entendiado.

Christopher: Sinto lhe dizer, mas por hoje, não terá o prazer da minha companhia - sai da sala rindo.

Miguel xingou.

Chamei o elevador e entrei apertando o botão direto para o estacionamento. Me olhei no espelho e tentei arrumar meu cabelo, mas só fiz bagunça-lo ainda mais.

Eu precisava corta-lo e fazer a barba.

Eu parecia ser bem mais velho do que realmente sou. Vinte e quatro anos, não é ser velho. Alfonso tem vinte e seis e as vezes tem atitude de quinze.

Saio dos meus pensamentos com meu celular vibrando. Christian.

Topa assistir o jogo e tomar umas cervejas em casa? 

Lembro do final do jogo de futebol americano, que passaria daqui há duas horas no canal fechado e que infelizmente, eu iria perder.

Respondo ele.

Deixo para a próxima. Tenho compromisso.

Não demora e ele responde.

Deixa de ser preguiçoso cara. Você mora na FRENTE do meu apartamento. É só atravessar o corredor querido vizinho.

 Mais uma vez respondo.

É sério cara. Vou ficar no lugar do Alfonso. Vou sair depois  das oito.

Nessa hora o elevador se abre e ao invés de aparecer o estacionamento, aparece o hall do escritório e Carlos Daniel entra no elevador segurando sua habitual pasta preta.

Carlos: Christopher! - balança a cabeça.

Christopher: Senhor Espinosa. 

Carlos: Pensei que já tivesse ido a muito tempo. Está caindo um dilúvio lá fora - apertou o botão do estacionamento.

Christopher: Por sorte vim de carro hoje. - com certeza aquilo era sorte, sempre venho na minha moto, mas hoje antes mesmo de chover, tinha decidido que ia vir de carro.

Carlos: Ah. - afrouxou a gravata - Pedi para ampliar mais o laboratório. Espero que com isso, tenha ajudado você com os estagiários.

Christopher: Sim. Ajudou.

Christian voltou a mandar mensagem.

Boa sorte! E se for comprar alguma coisa para sua geladeira, não esquece de comprar pra minha também. Não tem quase nada e está chovendo muito.

Virei o assistente dele?

Guardei meu celular.

Carlos: Christopher? Nessa viagem que as minhas filhas fizeram, você ficou responsável por uma delas?

Ele estava sério.

Christopher: Sim. Por que?

Carlos: Elas se aproximaram nessa viagem? Marian, ela é um tanto difícil de lidar e...Dulce, bom, ainda estamos em fase de nos conhecer melhor.

Se aproximar é afogar a irmã, então sim.

Christopher: Acho que elas precisam de mais tempo juntas. - fui sincero.

Ele assentiu.

Carlos: É. - olhou as portas do elevador que se abriram - Obrigado!

Saímos juntos e eu pude ouvir, por fim, o dilúvio que todo mundo anda falando.

O motorista dele já estava o esperando, Carlos Daniel me deu boa noite e entrou no carro dele. Segui em direção ao meu e em poucos minutos já estava nas ruas da pequena cidade.

Em minutos, cheguei no colégio. Sai do carro ganhando um banho e entrei no colégio indo direto para a sala do Alfonso. Tinha apenas os funcionários espalhados pelo colégio.

Percebi que a porta da diretoria estava entre aberta e olhei para dentro. Alfonso estava olhando a parede, completamente distraído, parecia mais triste e desanimado do que nunca.

Christopher: O que aconteceu?

Alfonso: Até que fim chegou - levantou - Fique aqui até os únicos alunos da sala sete e o professor irem embora. O vigilante irá trancar o colégio. - pegou a chave do carro em uma gaveta - Até amanhã Christopher - passou por mim apressado.

Alfonso é tão estranho.

As vezes me pergunto como ainda somos irmãos, apesar de não nós tratarmos desse jeito.

Sentei na cadeira dele e liguei o computador. Acho que iria aproveitar o tempo para fazer meu plano de aula e planejar minha próxima avaliação.

Enquanto o computador era ligado, olhei para a única foto da mesa dele. Alfonso e sua mãe, dona Ruth. Ambos estavam sorrindo abraçados.

Alfonso era mais parecido com ela do que com nosso pai. Ela era bonita, morena de olhos verdes. Enquanto eu, infelizmente puxei para o nosso pai.

Balancei a cabeça para afastar as péssimas lembranças do meu próprio pai e me concentrei no computador. Em mais ou menos uma hora e meia, tinha terminado e enviado para o meu imail, desliguei o computador e levantei.

Eram 20:22, já estava na hora dos alunos da sala sete irem embora. Caminhei até lá ouvindo a forte chuva. Desde de manhã estar desse jeito.

Isso nunca ia parar?

Passei pelo refeitório que nessa altura já estava limpo de novo. Eu tinha perdido a guerra que aconteceu ali, estava na sala dos professores e quando fiquei sabendo, já tinha acabado.

E mais uma vez, tinha dedo de duas irmãs naquela bagunça toda.

Continuei andando até parar em frente da sala sete e entrei sem bater. Mas assim que entrei, meus olhos foram como imã, direto para uma ruiva com os pés em cima da mesa, praticamente deitada na cadeira mexendo no celular.

Assim que os olhos dela encontram os meus, esqueci de tudo.

Até do que eu faria ali.

Não era para esse capítulo ser narrado pelo Christopher, mas como recebi mensagens pedindo muitooooo, acabei colocando ele. Mas não coloquei muitas informações e nem o capítulo que todo mundo espera(dele narrando algo sobre a Dulce, esse vai demorar mais um pouco) Coloquei só o essencial, para conhecer um pouco sobre ele como:

1. Christopher e Christian são vizinhos.


2. Christopher acha que Dulce e Marian podem ser aquelas irmãs de cenas de novela kkk


3. Christopher tem um carro e uma moto(para não se confundirem quando lerem que uma hora ele estar de carro e outra hora de moto).


4. Christopher e Alfonso são meios irmãos, igual Dulce e Marian.


5. Christopher não tem uma relação de irmão com Alfonso. Eles são afastados um do outro. Só se falam por falar mesmo.


6. Christopher tem aparência do pai.


7. Christopher tem péssimas lembranças do pai(o que vocês acham que aconteceu?)

É isso. Em breve irão conhecer muito mais sobre Christopher!!!

COMENTEM!!!!