Sala sete era famosa por ser a sala da detenção do professor mais "cruel" e na qual tinha alunos que eram considerados "barra pesada". Assim que entrei na sala, o professor mal me olhou e mandou eu sentar.

Tinha 10 pessoas na sala.

Comigo 11.

Sentei atrás de um garoto todo tatuado.

Tinha uma garota de cabelo azul que mastigava um chiclete e me encarava de uma forma estranha.

Tinha outra garota que serrava as unhas. Um garoto que olhava com tédio para a parede, três garotos que sentaram bem grudados um no outro. E mais três garotas que se sentaram bem grudadas.

Xxx: Novata, me chamo Leandro e vou ficar infelizmente aqui com vocês, ao invés de estar na minha casa. É proibido conversar, falar, brigar, comer, beijar, estudar, levantar, gritar e xingar.

Fez uma pausa.

Leandro: Eu já falei pra você de cabelo azul, jogar esse chiclete - revirou os olhos entediado.

Xxx: E eu já disse que não vou - fez uma bolinha e me encarou - Adorei o cabelo irmãzinha da vaca da Marian.

Dulce: Ahh...obrigada! - toquei no meu cabelo.

Leandro: Silêncio! - mandou enquanto mexia no celular.

Revirei os olhos.

Por quanto tempo eu ficaria aqui? 

Me encostei mais na cadeira e fiquei olhando o teto.

Podíamos ouvir a chuva.

Cara, hoje foi o dia.

O que mais pode me acontecer?

Respirei fundo.

............

20:20 da noite.

Eu estava com muito tédio vendo o professor Leandro babar na mesa. Ele dormia como se estivesse na cama, mas eu entendia ele, eu estava a ponto de fazer isso. O garoto tatuado estava de olhos fechados, não dormia, apenas estava de olhos fechados.

A garota de cabelo azul estava mexendo no celular e ainda estava com o chiclete, a garota que serrava a unha agora estava pintando. E os outros conversavam baixinho.

Só o garoto que continuava olhando a  parede meio hipnotizado. Estava começando a me preocupar com ele.

A chuva caia com mais força agora.

Toquei no meu colar.

Coloquei minhas pernas em cima da mesa e comecei a olhar o meu celular, quando a porta da sala é aberta e Christopher entra.

Ele nem abriu a boca e os garotos começaram a sair praticamente correndo, professor Leandro acordou com o barulho.

Christopher e eu nós encaramos.

Franzi o cenho.

Leandro: Nossa...- olhou as horas - Enfim, vou poder ir pra casa. - levantou - Boa Noite professor Christopher e senhorita por favor - indicou a porta.

Levantei.

Christopher: Boa noite! - respondeu.

Passei por ele sem dizer nada e fui em direção do meu armário. O colégio vazio parecia cenário de filme de terror, por isso, me apressei para sair logo dele.

Com a sacola da minha farda em mãos, fui para frente do colégio e tentei ligar para Henrique, só que com esse tempo horroso o sinal estava péssimo.

Que droga!

Minha bateria estava acabando.

Comecei a andar tentando achar algum sinal e fazer pegar. Mas nada.

Encarei o estacionamento que ficava ao lado e um pouco mais a frente tinha uma cobertura, ali poderia ter sinal, não?

Ou eu podia fazer o óbvio que era voltar para dentro do colégio e pedir para usar o telefone, mas nisso teria que andar mais e falar com Christopher e eu não queria falar com ele.

A chuva estava forte.

Se eu corresse, não ia me molhar tanto assim. E também, o que é uma chuvinha perto de tudo o que aconteceu hoje?

Um estrondo soou no céu.

Ou melhor, uma chuvona. Mas era melhor do que voltar para o colégio.

Com esse pensamento, decidi atravessar correndo a pequena parte sem cobertura do estacionamento, mas ao fazer isso, ocorreu uma queda de ernegia e não percebi que um carro saia da vaga e que vinha mais acelerado do que o normal, só percebi quando o farol que antes não tinha, estava em cima de mim junto com uma buzina.

Ouvi um grito e meu quadril ser arrastado para o lado com tudo, cai no chão de mal jeito rolando três vezes seguidas e só ouvi meu grito quando meu pé bateu com força em algo duro.

A luz voltou.

Dulce: Aiiii - tentei sentar, mas ao mexer meu pé doeu - Droga!

O carro acelerou ainda mais e saiu do estacionamento.

A chuva caia impiedosamente.

Christopher: Dulce! - gritou correndo até mim - Você está bem? Bateu a cabeça? Consegue falar? Consegue se mexer? - falou tudo rápido enquanto me olhava dos pés a cabeça.

Dulce: Meu pé está doendo...- tentei sentar de novo - Aiiiiiiiiiii - quase chorei.

Christopher: Não se mexe. - pediu - Você está machucada! - alisou meus braços - Também pôde ter batido a cabeça.

Dulce: Só meu pé está doendo. - tinha batido na porcaria da pequena lixeira de ferro.

Christopher: Vêm! - como se eu fosse uma boneca me carregou. 

Dulce: Aiiii - encostei minha cabeça em seu peito me contorcendo de dor.

A chuva continuava.

Não sei bem ao certo, estava tão perdida na dor que não consegui ver direito, mas uma hora estava nos braços de Christopher na chuva e na outra, eu estava dentro de um carro.

Christopher: Está machucada...- não tirava os olhos de mim e colocou o banco mais para trás - Qual pé está doendo?

Dulce: O direito - murmurei fechando os olhos de tanta dor.

Christopher com delicadeza extrema, alcançou meu pé direito e tirou a minha bota e suspendeu um pouco a calça, então, tocou no meu tornozelo.

Gritei.

Christopher: Tem uma boa notícia e uma má. Qual quer ouvir primeiro?

Respirei fundo.

Dulce: A boa...

Christopher: Não quebrou.

Dulce: A má...

Christopher: Está inchado e doi, ou seja, é uma torção. - falou - Precisa colocar gelo...- tocou no meu braço - Está sagrando...- falou preocupado.

Olhei meus braços.

Tinha ralado eles quando cai no asfalto.

Dulce: Está só ralado - murmurei.

Christopher: Está sagrando. Seu tornozelo precisa de cuidado e ainda acho que pôde ter batido a cabeça com aquela queda. Vou te levar no hospital.

Se afastou para ligar o carro.

Segurei em seu braço o impedindo.

Dulce: Hospital não. - pedi.

Christopher: Mas você precisa.

Dulce: Não. Está até melhorando a dor. - forcei um sorriso - Me leva para qualquer lugar menos hospital. E eu não bati a cabeça, só me ralei e esse tornozelo que doi, um remédio e gelo resolve isso.

Christopher: Ainda acho melhor vo...

Dulce: Por favor, hospital não. - pedi.

Christopher: Pra sua casa então...- ia ligar o carro de novo, mas eu mais uma vez o impedi.

Carlos Daniel ia fazer muitas perguntas, Camila ficaria com aquela falsidade em volta de mim.

Dulce: Também não.

Christopher: É a sua casa. Por quê não?

Dulce: Qualquer lugar menos minha casa ou hospital. - segurei em seu ombro. A dor tinha de fato diminuído um pouco e só doia mesmo quando eu mexia. - Por Favor Christopher - pedi.

Ele ficou olhando minha mão nele.

Christopher: Está machucada...- sussurrou do nada.

Dulce: Não. Estou bem. - sorri.

Nós encaramos.

Fitei sua boca.

Christopher se aproximou mais olhando para minha boca.

Levantei um pouco minha cabeça e então meu coração acelerou. Antes dele encostar a boca dele na minha, eu o puxei pela nuca e o beijei.

Christopher já foi colocando a língua dele na minha boca e quando dei a passagem não acreditei, não era possível, não podia ser ele. Nós beijamos devagar, calmo, sem nenhuma pressa, aproveitando a boca um do outro, com o meu coração a mil.

No meio do beijo, não aguentei e tive que falar enquanto me afastava para olhar em seus olhos.

Dulce: É você...- murmurei - Você é o meu Zorro. - não era uma pergunta.

Christopher passou a língua nos lábios antes de responder.

Christopher: É. Sou eu. Seu Zorro ruivinha...- beijou o canto da minha boca e me deu outro beijo arrebatador.

Agora que a fanfic está começando de verdade *-* 

Acho que para não me matarem porque parei aí, mais tarde vou postar mais um.

COMENTEM!!!!!