Fanfic: Um professor para chamar de meu | Tema: Vondy

Christopher: Eu não podia me aproximar de você do jeito que  eu queria...- parou o beijo já falando - E também, tinha receio de você me rejeitar caso eu tentasse alguma coisa com você. Sou seu professor e infernizei sua vida.

Respirei fundo.

Dulce: Infernizou mesmo. Eu te odiava tanto tanto, você conseguiu me tirar do sério várias vezes.

Christopher: Por isso, resolvi fazer o que tanto queria fantasiado. Assim você não me rejeitava e nem ia ser pego por ninguém. - negou - Mas assim que te vi de Ariel perdi toda a coragem. - me olhou mais sério - Tem noção do quanto ficou linda naquela fantasia? O quanto chamava atenção? 

Dulce: Não achou infantil?

Christopher: Você estava tudo, menos infantil. Precisei beber três copos de whisky para me aproximar de você. E quando me puxou para aquela sala, não consegui pensar em mas nada. Estava tão solta, decidida e bêbada. Por isso, não fui adiante. 

Dulce: E no outro dia fingiu que nada tinha acontecido. Muito cara de pau mesmo, né? - ri.

Christopher: Tinha que manter o disfarce, né? - também riu.

Dulce: Disfarçou muito bem. Nunca ia imaginar que era você.

Christopher: Essa era a intenção. - olhou para o corredor - Está com fome?

Dulce: Pra falar a verdade estou sim, não como nada o dia todo. Hoje foram tantas emoções que nem percebi que não comi nada. - fiz uma careta.

Christopher: Dulce você não pode ficar o dia todo sem comer - me repreendeu - Já são dez horas. - levantou - Por que não me falou antes? Por que não pediu para comer? 

Dulce: Eu não como muito desde de...- balancei a cabeça - Só esqueci.

Christopher: Como esquece de comer? Impossível. Seu corpo avisa.

Dulce: Christopher sério, eu estou bem. Depois de um tempo, o corpo acostuma e eu não passo fome. Eu como sim, mas pouco e não toda hora.

Christopher negou.

Christopher: Vou ver o que tenho aqui e você vai comer tudo. - avisou.

Ele foi para a cozinha.

Tirei a toalha do comeu cabelo a deixando na cadeira e com um pé só, o segui até a cozinha.

Christopher tirava de dentro do congelador dois hambúrgueres e colocava os dois no microondas. Quando me viu, como se eu fosse uma boneca me levantou e me colocou na cadeira da bancada, sua cara ainda estava séria.

Dulce: Eu vou comer agora.

Christopher: Só agora? Têm que comer certo. - me repreendeu.

Suspirei.

Dulce: Eu vou tentar comer. Está bom?

Christopher: Melhorou. - sentou na cadeira da bancada na minha frente - Eu só tenho esses hambúrgueres, amanhã tenho que passar no supermercado. Christian vive aqui e além de acabar com a comida dele, acaba com a minha.

Dulce: Ele é bem legal.

Christopher: Você já falou que gosta dele - revirou os olhos.

Ri.

Christopher: E esses braços? - puxou meus braços e os analisou.

Dulce: Depois de amanhã vai começar assumir. Não é nada demais.

Christopher: Antes de você dormir, vou te dar um remédio para dor. Talvez o tornozelo volte a doer.

Fiquei olhando pra ele.

Christopher: Apreciando a vista?

Dulce: Meu Deus, por que tão metido?

Christopher: Não sou metido. Sou realista. - piscou.

Dulce: Você só faltou me matar com olhar quando saltei daquele.. 

Christopher: Nunca mais vou duvidar de você. Achei realmente que não pularia, mas para calar minha boca você pulou - negou - Podia ter batido com a cabeça, a corda ter arrebentado, se afogado ou coisa pior...não queria que pulasse, fiquei bem preocupado quando saltou, mas depois me deu raiva.

Dulce: Não gosto que duvidem de mim. E também, quando alguém fala pra mim não fazer alguma coisa, mas eu tenho vontade de fazer - sorri.

Ele tocou no meu cabelo.

Christopher: Ruivinha...- murmurou.

Dulce: Vai ficar me chamando de ruivinha?

Christopher: Vou!

O microondas apitou.

Christopher retirou os hambúrgueres e pegou da geladeira duas latas de coca cola os colocando na bancada.

Christopher: Depois ainda disse pra mim: Nunca mais duvide de mim - tentou imitar minha voz. - Fui te pertubar só por causa dessa afronta.

Neguei.

Dulce: Sério, vivia me perturbando. Eu queria te matar. - dei uma mordida no meu hambúrguer.

Christopher: Eu percebia seu olhar pra mim. - riu. - Mais eu queria pertubar.

Dulce: Outra coisa que me irritou um pouco foi você mandando eu tirar meu traje indecente - revirei os olhos.

Christopher: Vai me dizer que aquele biquíni é descente? - abriu a lata da coca cola - Mostrava mais do que tampava e quando vi que iria daquele jeito na praia, eu quis muito te jogar nos meus ombros e obriga-la a trocar de biquíni.

Dulce: Mas claro, eu te enfrentei e fui assim mesmo - ri também abrindo a lata da coca cola. - Você ficou todo extressadinho depois.

Christopher: Na verdade, fiquei mais emburrado. Não pude tirar a camisa na praia, seus arranhões ainda estava em mim, na verdade ainda estar, só que bem leve. - mordeu o hambúrguer.

Dulce: Eu estranhei mesmo você com a camisa, mas nunca imaginei. 

Christopher: Você se divertiu tanto na praia, apesar daquele biquíni - torceu a boca - Acompanhei cada passo que dava, Ana Brenda achou que eu estava tarando uma turista, de certa forma ela acertou - sorriu - Mas você deu um susto em todo mundo naquela hora.

Dulce: Eu não sei bem o que deu em mim, mas quando vi você passando protetor solar naquela garota..eu só queria ficar no meio de vocês dois.

Christopher: Tenho que confessar outra coisa, eu queria saber se..se eu podia causar alguma coisa em você, por isso, quando ela pediu para passar o protetor solar aceitei. E com isso, quase causa uma tragédia.

Dulce: Vocês dois estavam rindo...

Christopher: Reparou até nisso?

Dulce: Se queria saber se era correspondido, não poderia ter acertado na escolha. Mas voltei em mim a tempo de causar nada. 

Christopher: Realmente pensei que fosse causar uma tragédia. 

Dulce: Vi sua cara. - ri.

Nossos hambúrgueres já estavam no final. 

Christopher: Acho que tenho que te pedir desculpas...- me encarou mais sério.

Dulce: Por..? - tomei minha coca.

Christopher: Ter te chamado de infantil.

Dulce: Se você acha...

Christopher: Desculpa. Não acho você infantil, só me comovi com o choro da Marian na enfermaria. Mas também sabe que..

Dulce: Não foi certo afoga-la. É eu sei, agi por impulso. - segurei meu colar - Ela pegou a coisa mais importante pra mim do mundo e nem é pelo valor dessa pedra e sim o valor sentimental. Pertenceu a minha avó, que passou para minha mãe e ela passou pra mim. Isso é a única coisa que me faz sentir próximo delas. - ele segurou minha mão vazia.

Christopher: Só depois me dei conta o quanto realmente era importante pra você. Desculpa, fui insesível e não vi o seu lado na história. Não vai mas acontecer. Prometo! 

Dulce: Tudo bem. Hoje fiz uma coisa bem infantil mesmo. Mas prometi que não iria mas fazer. Ainda estava na defensiva depois que Marian roubou meu colar, mas seu irmão me ajudou a voltar para a realidade.

Christopher: Desde que chegou Alfonso só faz te proteger. Acho que ele também gostou de você - avisou.

Dulce: Ele não me protegeu hoje.  Na verdade, ele estava bem estranho.

Christopher: Também reparei, mas ele não fala nada. Alfonso e eu somos os meios irmãos mais estranhos que existem. - deu de ombros.

Dulce: Meio irmãos? - não pude deixar de ficar um pouco surpresa.

Christopher: Igual você e a Marian. Filhos do mesmo pai. Nós conhecemos depois da morte do nosso pai, depois de adultos e...é uma história complicada para essa hora - levantou - Muito bem, comeu tudo! - sorriu.

Dulce: Eu disse que estava com fome.

Christopher jogou as latas e deixou os pratos na pia.

Dulce: Vou dormir com o quê?

Christopher: Uma camisa minha ruivinha, relaxa..- se aproximou de mim segurando minha cintura - Cadê aquela Ariel decidida?

Dulce: Ela é assim quando estar bêbada. Faço coisa que nunca faria sóbria.

Christopher: Gosto dessas duas partes dela..- me deu um selinho e ficamos nos encarando.

Dulce: O quê vai acontecer agora?

Ele entendeu a pergunta.

Christopher: Agora vamos dormir.

Dulce: E depois?

Christopher: Amanhã é outro dia ruivinha. 

Dulce: É tão arriscado. Não quero destruir sua vida.

Christopher: Eu tentei me afastar de você, tentei te tirar da minha cabeça, mas é impossível. Não irá destruir nada, temos que ter muito cuidado.

Dulce: Então, vamos ter um caso?

Christopher: Caso? Caso lembra amantes. - falou pensativo.

Dulce: Vamos ser amantes?

Percebi que ele se incomodou com essa de amantes.

Christopher: Não é minha amante. - deixou claro. - Mas é sério, precisamos ter muito cuidado.

Dulce: Eu vou ter. Não quero destruir sua vida.

Christopher: Não irá destruir nada. Ninguém pode saber disso.

Assenti.

Christopher: Agora...

Dulce: Agora eu vou colocar minha roupa na secadora e você irá procurar uma blusa pra mim.

Christopher: Mandona! - saiu da cozinha rindo. Voltei para a área de serviço e coloquei minha roupa na secadora. 

Voltei a sentar na mesma cadeira na cozinha, quando Christopher retornou com uma camisa larga preta.

Dulce: Me deixa no banheiro por favor.

Christopher: Tá madame - me carregou mais uma vez - Vou colocar seu celular para carregar - avisou.

Dulce: Obrigada!

Enquanto Christopher colocava meu celular para carregar, escovei os dentes e coloquei a blusa que ficou enorme em mim, achei um pente na gaveta da pia e arrumei meu cabelo.

Me encarei no espelho.

Caramba.

Era a primeira vez que eu ia passar a noite toda com um garoto. Ou melhor dizendo, com um homem. Christopher era um homem. Um homem muito lindo e incrivelmente atraente.

Suspirei.

Sai do banheiro pulando com um pé só e antes de continuando andando, ele apareceu vestindo apenas uma calça de moletom com o abdômen amostra e voltou a me carregar.

Pude ver alguns leves arranhões.

Dulce: Vou ficar mal acostumada. - sorri.

Christopher: Pode ficar. Não ligo.

Christopher entrou no quarto dele e me colocou na cama. Pegou o copo com água em cima da cômoda e um frasco de analgésicos e me entregou.

Christopher: Caso volte a doer ruivinha..- avisou.

Tomei o remédio sorrindo.

Ele estava tão preocupado, tão fofo.

Tão diferente daquele Christopher que eu conheci e odiava. 

Dulce: Obrigada! 

Deixei o copo na cômoda e olhei o quarto. A cama era enorme e bem arrumada e confortável. Ao lado esquerdo uma cômoda pequena e um grande guarda roupa branco. A TV ficava na parede de frente para a cama, ao lado direito outra cômoda, tinha um belo espaço antes da parede com a janela e cortinas.

A chuva continuava caindo.

Christopher olhou meu tornozelo.

Christopher: Se tiver muito enchado amanhã, é melhor ir pra casa. Em alguns dias, vai ficar normal de novo.

Fiquei apenas calada o fitando.

Christopher: Apreciando a vista de novo? - sorriu.

Revirei os olhos.

Christopher apagou a luz e deitou ao meu lado me puxando para seus braços, ouvi seu coração batendo.

Sorri.

Christopher: Está mesmo bem?

Dulce: Estou ótima.

Ele começou a fazer um cafuné gostoso no meu cabelo.

Christopher: Eu imaginei você aqui várias vezes...- sussurrou.

Dulce: Eu só tinha pensamentos de te matar..- ri.

Christopher: Eu mereci ruivinha. 

Bocejei.

Dulce: Vai mesmo me chamar de ruivinha? - o abracei mais apertado. 

Christopher: Você é a minha ruivinha. Agora descansa. Amanhã vai se sentir melhor do que hoje. - beijou minha testa.

Dulce: Tá bom...- murmurei fechando os olhos - Boa noite Chris.

Christopher: Boa noite ruivinha.

Ele continuou tocando no meu cabelo e com isso apaguei de vez nós braços dele.