Fanfic: Um professor para chamar de meu | Tema: Vondy

Assim que cheguei na mansão, me tranquei no quarto e não desci para almoçar, a conversa com Altaír foi muito cansativa pra mim. Tomei uma ducha e deitei um pouco.

Tentei dormir, mas não consegui.

Maite estava ocupada agora.

Nem falei pra ela que não consegui falar com Eddy hoje. Por que tudo tem que cair sobre mim? Sorri lembrando de Christopher furioso. Nunca tinha visto ele daquele jeito. 

Estava muito muito furioso e possessivo.

Mordi os lábios.

Acabei me lembrando de algo.

Peguei meu celular e liguei para a única pessoa que pode estar na China, mas que largaria tudo por mim. Chamou e chamou, quando estava desistindo, ele atendeu.

Jimmy: Oi querida. - falou cansado.

Dulce: Está tudo bem? Quando eu ligo atende logo de primeira. E que voz é essa? - sentei na cama.

Jimmy: Estou no avião agora. Horas e horas de vôo. - explicou.

Dulce: Ah. Preciso que me faça um favor.

Jimmy: O que?

Dulce: Preciso que consiga pra mim uma licença para que eu possa não praticar as aulas de educação física. O colégio exige um laudo médico pra isso.

Jimmy: Estava esperando sua ligação sobre isso. - confessou - Vou fazer umas ligações e mando direto para o colégio sua licença. - garantiu.

Dulce: Obrigada tio. - sorri - Para qual parte do mundo estar indo? - mudei de assunto.

Jimmy: Suíça. Falta duas horas de vôo, fui chamado com urgência para o internato do Dylan. - suspirou - Não faz ideia do que ele aprontou.

Dulce: Estamos falando do Dylan, eu espero tudo dele sim - ri um pouco mas logo fiquei séria. - Desde do...enterro que não falo com ele.

Jimmy: Você sabe como são esses internatos querida. Assim que ele chegou foi confiscado o celular. 

Dulce: Se ele realmente quisesse falar comigo, teria dado um jeito, ele sempre dar - falei um pouquinho ressentida.

Jimmy: Talvez ele quisesse dar um tempo pra você. Assim como eu, Dylan te conhece e sabe que precisava de um tempo sozinha. - defendeu.

Dulce: Não defenda seu filho. Meu número de celular continua o mesmo. - suspirei - Mas o que ele aprontou? 

Jimmy: Foi pego transando com a professora dele na sala de aula. - falou com uma voz séria - Tem noção do quanto isso é grave? 

Abri a boca surpresa.

Logo pensei no Christopher e fechei a boca já entendendo.

Dulce: Nossa..

Jimmy: Dylan tem dezessete anos, ela tem vinte e oito anos. Vou tentar abafar o caso, já que sei que Dylan não é nenhum santo, mas ela pode dar adeus a carreira de professora e se preparar para ficar um bom tempo presa.

Dulce: Tio e não dar para fazer alguma coisa para impedir isso? Dela ser pressa? - eu precisava saber.

Jimmy: Depende de cada país, mas normalmente não quando o aluno em questão é menor de idade. Dylan está no melhor internato do mundo, se isso explodir vai ser uma loucura - falou cansado - Estou trabalhando nisso. Mas não vai adiantar, as leis da Suíça são muito ridigida e ela é uma professora,  ela pode ser acusada de estupro.

Meu coração acelerou imaginando uma coisa dessa. Christopher sendo acusado de estupro? Não. Por Deus não!

Dulce: Não...- murmurei.

Jimmy: O que me consola é saber que você jamais faria algo assim. Jamais me daria essa dor de cabeça, se isso acontece com você acho que mataria o maldito professor. Você é inocente, muito nova e o homem mais velho e seu professor é lógico que seria estupro, ele ia te enganar e...- suspirou - Não consigo nem imaginar isso. 

Dulce: Mas tio...

Jimmy: Prometi a sua mãe que cuidaria de você e é isso que vou fazer. Até se um dia arrumar alguém mais velho que você eu impediria isso. É completamente ridículo um casal ter diferença de idade, mas como sei que você jamais faria algo assim, fico despreocupado.

Fechei os olhos.

Dulce: Tenho que desligar.

Jimmy: Eu também. Dylan dessa vez passou de todos os limites. Se cuida e qualquer coisa me liga. 

Desligamos.

Voltei a deitar na cama e encarei o teto.

E agora?

Jimmy jamais ia aceitar Christopher.

Todo mundo tem preconceito nessa vida, se alguém disser que não, está mentindo, porque todo mundo têm. Uns tem preconceito com gay, outros com negro, outros com pobres, outros com magro, outros com gordos, outros com deficientes e tinha meu tio.

Ele não tinha preconceito de nada do que citei acima, mas sim, com diferença de idade entre um casal. Ele não aceitava que o homem ou a mulher fosse mais velhos que o outro. Jimmy nem ao menos disfarçava.

Achava ridículo.

E quando se tratava de mim, ele era como um cão de guarda. Sempre foi, desde de muito pequena, eu sou a filha que ele nunca teve. 

Como eu iria resolver isso?

.................

Quando deu a hora do jantar, desci e encontrei todos na mesa. Os gêmeos me abraçaram e voltaram a comer, eles estavam mais acostumados e gostavam de mim mais do que antes.

Dei boa noite e sentei ao lado de Carlos Daniel que olhou meus braços.

Carlos: O que foi isso?

Dulce: Ah..eu cai. - forcei um sorriso.

Olivia: Está andando estranho também - se preocupou.

Dulce: Bati meu pé, mas estou bem.

Marian: Mamãe falou que eu vou com ela para a capital final de semana pai? 

Chamou atenção dele.

Carlos: Vai você e Olivia. Ela tem o passeio do Museu. - lembrou.

Marian: Pode liberar meu limite do cartão? Queria fazer umas comprinhas. - falou com cara de choro.

Carlos: Claro querida.

Camila jantava calada.

Podia sentir uma certa tensão na mesa.

Olhei Olivia que deu de ombros.

Marian me olhou raivosa.

Comi pouco.

O celular de Camila tocou e ela se retirou na mesa para atender. Carlos Daniel acompanhou com olhar até ela desaparecer. 

Eu hein, o que aconteceu?

Marian continuava me olhando raivosa.

Se os pais dela brigaram, a culpa não é minha. 

Quando terminamos de jantar, Olivia pediu a sobremesa e Marian decidiu fazer igual a mãe e subir mais cedo e desaparecer. Comi toda a sobremesa junto com os gêmeos, Carlos Daniel ficou no café. Olivia quando terminou, falou que iria colocar os gêmeos na cama, quando subiram Carlos Daniel me encarou mais sério que de costume.

Dulce: O quê foi?

Carlos: Já chega de fugir. Hoje vamos conversar - decidiu.

Assenti.

Se era para ele parar de ficar insistindo, tudo bem, vamos conversar.

Dulce: O quê tanto quer falar comigo?

Daniel: Aqui não. Quero falar em um lugar mais reservado e quero te mostrar uma coisa - levantou - Vamos?

Dulce: Para onde?

Daniel: Não vamos sair daqui, só me acompanha por favor. - pediu.

Dulce: Ok. - murmurei.