Carlos Daniel usava um pijama de seda, calça longa e blusa de mangas até o pulso da cor azul. Era a primeira vez que eu o vi vestido daquela forma, parecia um cara normal, e não um executivo de grande porte como ele era.

Carlos: Está tudo bem? Está vermelha...- me analisou.

Fechei mais a porta atrás de mim.

Dulce: Sim. Eu estava tentando me alongar - inventei.

Carlos: Certo. É...eu estava pensando, ainda está cedo, podíamos assistir um filme junto com os gêmeos. Você quer? - ele tinha um sorriso bonito.

Dulce: Agora? 

Carlos: É só dez horas ainda. Vamos?

Dulce: É que..- suspirei.

Carlos Daniel queria se aproximar mais de mim, enquanto Christopher estava quase semi nu na minha cama. Deus, por quê fez isso justo hoje?

Olhei pela brecha da porta e Christopher olhava pra mim. 

Meu pai ou Chris?

Que decisão difícil.

Dulce: Ok. Vamos! - peguei a chave e sai do quarto trancando a porta. 

Carlos: Por quê está trancando?

Dulce: Para...Por causa dos gêmeos, soube que eles fizeram uma brincadeira com os seguranças hoje. - inventei.

Começamos a andar pelo corredor.

Carlos: Fiquei sabendo também. Pedi desculpas pra eles. Mas os gêmeos sempre aprontam. - riu.

Dulce: Vamos para a sala de cinema?

Carlos: Sim. Seus irmãos já estão lá.

Guardei a chave no bolso da minha saia.

A sala de cinema era grande e com muitas poltronas. Os gêmeos comiam uma enorme pipoca com refrigerante e quando me viram deram um enorme sorriso. Sentamos ao lado deles e Carlos Daniel colocou primeiro em um desenho a pedido dos gêmeos.

Fabiana entrou na sala empurrando um carrinho com pipoca e refrigerante. Eu peguei apenas um refrigerante e logo ela saiu da sala apagando a luz.

O desenho começou.

Mal olhei a tela, estava com o pensamento no meu quarto, ou melhor, na minha cama. Mais de uma hora depois, os gêmeos estavam dormindo na poltrona um encostado no outro.

Era lindo de ver.

Carlos Daniel acendeu a luz.

Carlos: Eles nem viram o final. - seus olhos estavam nos filhos - Vou levar os dois para a cama e depois eu volto. Pode escolher qualquer filme

Dulce: Tá bom. 

Carlos Daniel pegou os dois ao mesmo tempo, sim, os dois que acordaram mas logo voltaram a dormir. Vi a maneira delicada que ele segurava os filhos o que me fez sorrir. Não demorou muito e ele estava de volta e sozinho.

Dulce: Escolhi um de suspense. - avisei enquanto dava o play no filme.

Carlos: Não tem medo?

Dulce: Não. De suspense e terror são meus favoritos. - sorri.

Carlos: As meninas morrem de medos desse tipo de filmes.

Olhei a tela.

Dulce: Costuma fazer isso? Digo, assistir filme com a família toda?

Carlos: Sou muito ocupado e viajo muito também, queria participar mais da vida deles mas não posso, então, quando posso o que eu mais quero é passar o meu tempo com a família.

Dulce: Sempre quis ter uma família?

Carlos: Não. Só quando casei.

Dulce: Como conheceu Camila?

O filme estava passando na tela, mas a conversa estava bem melhor.

Carlos: Entre amigos em comum. Ela estava estourando na televisão.

Dulce: Você disse que Camila tinha dificuldades em engravidar. Como veio Marian, Olivia e os gêmeos? - estava curiosa.

Carlos: Marian veio naturalmente, mas Olivia e os gêmeos foi por meio de inseminação artificial. Por isso, eles são gêmeos, é mais fácil vir mais quando é por esse método. 

Dulce: Ah. Entendi.

Carlos: A gravidez da Olivia foi igual de Marian, calma e feliz, mas dos gêmeos foi difícil. Ela vomitava toda hora, reclamava toda hora e quando eles nasceram houve um problema e agora Camila não pode mas engravidar.

Dulce: Bom, você já tem quatro.

Carlos: Cinco. - corrigiu - Você é minha filha também.

Não pude deixar de sorrir.

Dulce: Olivia disse que os olhos dela são por causa da avó.

Carlos: São sim. E ainda bem que ela não puxou a mãe da Camila. Ela nunca aceitou que a filha se casou comigo e elas nunca se deram bem também. Mas olhos dela eram lindos, iguais de Olivia.

Dulce: É possível que uma pessoa tenha os mesmo olhos de outra pessoa sem ser seu parente?

Carlos: Está falando do seu diretor? - riu - São os mesmos olhos sim, mas é apenas coincidência. Eles não tem nenhuma ligação em comum.

Assenti.

Carlos: Me fez essas perguntas por quê? Está pensando quando tiver com sua própria família? Filhos? - sorriu.

Dulce: Quer ser avô?

Carlos: Adoro crianças. 

Dulce: Sinto informar, mas só será avô dos filhos da Olivia e Marian, porque eu não vou ter filhos. - avisei.

Carlos: Por quê?

Dulce: Porque não. Não quero ter filhos. Não nasci para ser mãe.

Carlos: É muito jovem, talvez esse pensamento mude.

Neguei.

Dulce: Não vou mudar de pensamento. Eu não vou ter filhos. - falei decidida.

Ele ficou em silêncio.

Prestamos atenção no filme, que por sinal, eram quase três horas de filme. Eram quase três da manhã, quando saímos da sala de cinema comentando sobre o filme. Em frente do meu quarto, Carlos Daniel me deu um abraço e um beijo na testa e foi para o quarto dele.

Entrei no meu quarto vendo Chris dormir, apenas tranquei a porta e fiquei embaixo da coberta agarrada a ele, ainda dormindo, ele me abraçou.

Sorrindo fechei os olhos.

Estou naquela correria de novo. Mas não vou sumir por muito tempo.

Quase acontecia um hot aí.

São mais de quarenta favoritos *-* obrigada. Muito obrigada!!!

Como vocês acham que irá acontecer a primeira vez Vondy? Será que irão acertar? Será que vai esse final de semana? Será que vai ser romântico? Aiii tantas suposições...

COMENTEM!!!