Christopher Uckermann

Quase nove horas da noite, estava no notebook fazendo o planejamento de algumas aulas, mas estava com a cabeça em volta de uma ruiva.

Desde que chegou naquele colégio nunca tinha visto ela daquele jeito, era sempre tão decidida, com uma reposta na ponta na língua e parecia nunca se abalar tão fácil, mas me enganei. Hoje ela ficou de um jeito tão...sensível, se sentindo tão sozinha.

Nunca mais quero ve-la daquele jeito. Eu preferia ser atropelado ou que um raio caísse em minha cabeça à ve-la daquele jeito novamente. E tudo por culpa de um moleque imbecil. Ainda não consigo entender como ela se envolveu com ele.

Mas tudo bem.

As vezes fazemos escolhas erradas.

Olhei para o quadro que ela pintou, falei que ia colocar no meu quarto, mas preferi deixar na sala. Além de linda, era uma artista. A minha ruivinha era uma grande artista.

Desde que entrei no Colégio a última coisa que eu queria era me envolver ou me apaixonar por alguém, mas desde que nos esbarramos no corredor, desde que olhei em seus olhos, desde que olhei para aquele anjo, tudo o que eu menos queria aconteceu naquela hora.

Me apaixonei por Dulce.

Tentei evitar, tentei afastar ela dos meus pensamentos, dos meus sonhos, mas foi impossível, Dulce além de linda, era inteligente, atraente, chamava atenção e nem mesmo percebia, a ruivinha tirava meu sono e minha paciência.

Como não se apaixonar por ela?

Nunca fui obsessivo com nada e muito menos com ninguém, mas sentia que ela pertencia a mim, tinha uma necessidade absurda de que todos soubessem disso, as vezes isso me assustava. O meu maior medo, não poderia acontecer.

Eu não podia ser como meu pai.

Eu preferia morrer até que ser como ele ou fazer Dulce passar por tudo o que a minha mãe passou nas mãos dele. Não gostava nem de lembrar do passado.

Peguei meu celular e mais uma vez naquele dia liguei para minha ruivinha.

Ela atendeu no segundo toque.

Dulce: Oi - murmurou.

Christopher: Você está bem?

Ela riu.

Dulce: Nos falamos tem meia hora.

Christopher: Eu sei. Só quero garantir que esteja bem.

Dulce: Passou o dia me ligando, a cada meia hora. Tem como eu está mal com tanta atenção assim? 

Christopher: Não quero que fique daquele jeito nunca mais. Pediu para sair cedo e ficou trancada no quarto. E eu nem pude ficar com você.

Dulce: Estou bem Chris. - garantiu - Obrigada por tanta atenção.

Christopher: Jantou?

Dulce: Sim. Inclusive Marian voltou do  primeiro dia de trabalho bem feliz.

Christopher: Ela não está comigo. Mandei ela para os estagiários.

Dulce: Espero que vocês não fiquem sozinhos. Ela é obcecada por você.

Christopher: Ela é uma criança.

Dulce: Sou apenas alguns meses mais velha do que ela. - rebateu.

Christopher: Você está longe de ser uma criança. - deixei claro. - Marian é minha aluna. E eu só quero você.

Dulce: Também sou sua aluna. E também só quero você. - suspirou - Me promete uma coisa? - pediu.

Christopher: O quê?

Dulce: Se Marian tentar qualquer coisa com você, digo, qualquer coisa mesmo vai me contar? Promete?

Christopher: Prometo!

Dulce: Queria está com você agora.

Christopher: Eu queria a mesma coisa. Amanhã no mesmo horário?

Dulce: Sim.

Christopher: Boa noite ruivinha. Precisa descansar. - desejei.

Dulce: Vai sonhar comigo?

Christopher: Todas as noites eu sonho com você ruivinha. 

Dulce: Bom saber. Boa noite Chris! - desligou.

Joguei meu celular de qualquer jeito no sofá ao mesmo tempo que a campanhia do apartamento tocou. Não precisei levantar, já que logo a porta se abriu e Christian entrou com uma sacola.

Christian: E aí? O quê está fazendo? - trancou a porta e deixou a sacola na mesa de centro.

Isso que acontece quando damos a chave do seu apartamento para o seu melhor amigo, ele acaba achando que também é o apartamento dele.

Christopher: Planejamento de aula. - respondi olhando o notebook.

Christian foi até a cozinha e trouxe meu abridor de cerveja. Pegou a sacola e ficou ao meu lado, tirou de dentro duas cervejas e abriu uma me entregando.

Abriu a dele e tomou um gole.

Ficamos em silêncio.

Ele estava com uma cara de quem ia aprontar alguma coisa.

Christopher: O que foi?

Christian: Cara...eu tomei uma decisão. - sua voz estava séria.

O encarei.

Christopher: Que decisão, Chávez?

Christian respirou fundo.

Christian: Vou contar para Maite a verdade cara. Não quero começar uma coisa com ela mentindo.

Fechei o notebook com força.

Christopher: Não. Não. Não pode contar e sabe disso. - deixei o notebook na mesa de centro e o encarei.

Christian: Christopher...

Christopher: Não!

Christian: Porra Christopher! Eu gosto da Maitê, sou apaixonado por ela desde que cheguei nessa cidade e ficar mentindo pra ela..

Christopher: Vai querer mesmo que ela saiba da verdade? Falando a verdade irá coloca-la em perigo. - o lembrei.

Christian bufou.

Christian: Que merda! - deu um soco no sofá - Não quero começar mentindo. Ela é incrível e..- não conseguiu terminar.

Christopher: Está protegendo ela e é isso o que importa. - avisei.

Christian olhou o quadro.

Christian: Você também está apaixonado pela Dulce. Como consegue esconder toda essa merda dela? 

Christian tinha me contando que o que ele mais queria aconteceu desde que colocou os olhos na Perroni, há mais ou menos um ano e meio, assim que chegou na cidade. Enfim, depois de um ano e meio eles estavam juntos em segredo.

Christian foi guardando os sentimentos dele até chegar uma hora que não conseguiu mas segurar e aconteceu.

Os dois estavam juntos.

Como eu e a minha ruivinha.

Na verdade eu já desconfiava, mas quando me confidenciou isso, também falei sobre mim e Dulce. Se outra pessoa souber disso, nos dois estamos muito mais muito encrencados.

O que essas garotas estão fazendo com a gente? 

Christopher: Por acaso Maite fez você prometer nunca mentir pra ela?

Christian: Não. Por quê?

Christopher: Dulce me fez prometer, o que torna o meu caso bem pior. - suspirei - Quando estamos juntos eu quero contar, mas não posso, prometi uma coisa que não vou conseguir cumprir. Tem noção disso?

Christian: Estamos fodidos Uckermann.

Christopher: Ainda vai falar?

Christian: Isso está me destruindo, mas não vou. - olhou a cerveja - Só espero que quando ela descobrir não me odei por muito tempo.

Tomei um gole da minha cerveja e encarei o chão.

Christopher: Ela vai te perdoar, mas já o meu caso...vai ser bem diferente. - murmurei.

Que droga!

Não podia nem imaginar Dulce me odiando. Só espero que possa conseguir entender o porquê de tudo.

Christian: Se você ao menos fosse um pouco honesto com ela e falasse sobre aquilo, talvez, ela não te odei tanto assim quando souber de tudo.

Ele bebeu perfume?

Christopher: Não! - neguei - Não sei qual é o pior. Não quero ver ela do jeito em que ficou hoje. 

Pude sentir um aperto no peito.

Doía em mim só de pensar que eu seria a causa do choro, mágoa e sofrimento dela se eu falasse disso tudo.

Christian: Prefere mentir pra ela?

Christopher: Não que eu prefire, mas é necessário. - o encarei - Não posso evitar que ela descubra no futuro o que escondemos juntos, mas posso evitar que ela descubra sobre o meu presente.

Christian: O que pensa em fazer?

Christopher: Vou acabar com aquilo de vez, ela não vai saber sobre nada disso.

Christian: Você veio parar aqui em parte por isso, quer mesma voltar ao passado? É um risco muito grande Christopher. - dessa vez ele que me lembrou.

Christopher: Ninguém vai me achar Christian. Preciso encarar meu passado para que Dulce não saiba de nada. 

Christian tocou no meu ombro.

Christian: Boa sorte cara!

Sorte!

Era uma coisa que precisava muito para que nada do que construí até agora fosse por água abaixo.

Oiiiii gente! Desculpe o sumiço.

Precisei tirar esse tempo pra mim, colocar a cabeça no lugar. O problema que estava acontecendo na minha vida se resolveu, agora posso voltar ao normal.

Obrigada por estarem sempre aqui!

Postei só esse para que saibam que estou de volta e que estou fazendo uma maratona para vocês, talvez demore um pouquinho, mas no próximo capítulo já vai ser a maratona.

Enquanto isso.....

COMENTEM!!!!!