Fanfic: Um professor para chamar de meu | Tema: Vondy

Acordei me sentindo melhor do que ontem, ainda mais depois de ser acordada pela ligação de Chris às cinco horas da manhã. Sério, não sei como ele aguenta acordar todos os dias as quatro horas da manhã para correr. Mas todo esse sacríficio vale a pena quando olho para o seu corpo. O que o Eddy falou para mim ontem foi pesado, mas não posso culpa-lo tanto assim, eu também tive culpa de tudo aquilo.

Não aguntei ficar no colégio e vim para casa na qual não sai do meu quarto até o jantar.

Coloquei meu colar e sai do quarto. Entrei na sala de jantar e apenas Marian estava na mesa.

Sentei no meu lugar de sempre e me servi do café preto.

Marian comia uma torrada com geléia feliz, ela estava assim desde de ontem quando voltou do trabalho. A cara dela me deixava enjoada. Muito enjoada.

Dulce: Está feliz, por quê? - tomei um gole do meu café.

Marian: Porque estou trabalhando com o melhor químico do mundo e também porque eu fiz aquele garoto filho de mecânico te odiar. - seus olhos brilharam ao terminar de falar.

Dulce: Sabia que foi você - bati na mesa com força - Como você fez isso?

Marian: Mandei Danna enviar a mensagem já que eu estava viajando, funcionou, ele sabe da verdade e agora te odeia. - sorriu.

Dulce: Sente tanta inveja assim de mim? Já que não me deixa em paz um minuto.

Ela riu.

Marian: Inveja de você? Acorda Dulce, sou mais linda, inteligente, rica e a filha preferida do meu pai, enquanto você não passa de uma orfã que está aqui de favor.

Dulce: Eu não dirinha que você é a filha preferida, já que quem ganhou o bracelete da vovó foi eu do nosso pai - sorri debochada.

Marian ficou séria na hora.

Marian: Mentira!

Cruzei os braços sorridente.

Dulce: Pergunte ao nosso pai irmãzinha.

Marian: Ele sabe que eu amo aquele bracelete, não pode ter dado pra você.

Dulce: Ele deu sim, inclusive, estamos muito mais próximos do que antes.

Marian: Isso não vai ficar assim - levantou com raiva.

Dulce: Não adianta me prejudicar Marian, eu sempre consigo o que você mais quer - incluindo o Chris - Você e a vaca da sua mãe não podem comigo. Conseguiu com que o Eddy me odiasse, tudo bem, mas eu posso fazer o nosso pai me amar mais e a sua fama de filha preferida acaba, seus luxos e toda sua pose, não queira me ver com raiva de verdade Marian. E lembre-se sempre de uma coisa importante, eu sou a filha mais velha, a filha que o nosso pai sempre quis.

Ela apenas me olhou com mais ódio e saiu pisadando duro.

Respirei fundo.

Marian tinha que saber que ela não era a única que sabia jogar sujo.

Eu podia muito bem me transformar na preferida do Carlos Daniel.

............................

Altair: O que você falou na consulta passada não sai da minha cabeça. - falou firme - Como matou a sua mãe, Dulce? - estava nervosa.

Olhei o bonito jardim, o dia passou tão rápido, as aulas foram tão sem graça hoje e agora estou terminando a manhã na minha terapia. Altair era uma mulher bonita e inteligente e pelo que demonstrava estava com medo...de mim.

Dulce: Minha mãe estava muito doente, vivia na cama, não tinha forças para fazer mas nada além de tentar respirar sem ajuda de aparelhos, estava fazendo uma coisa na qual ninguém sabia enquanto olhava ela dormir, precisei ir ao banheiro e deixei essa coisa próximo dela...- ri sem humor - Ela estava dormindo, muito cansada e sem forças, como eu podia imaginar? - neguei - Quando voltei para o quarto, ela estava em pé vendo essa coisa, ela começou a gritar comigo me chamando de louca, era a primeira vez que a via daquele jeito comigo, ao invés de sair do quarto, eu comecei a gritar com ela e discutimos feio...- minha voz embargou - Eu estava furiosa e ela também, ela foi pra cima de mim e por impulso eu a empurrei para a cama e gritei alto o quanto estava odiando ela naquela hora, não liguei para o choro dela e sai do quarto, uma hora depois, quando voltei p..ar..a o q.u..arto...- já estava chorando - O médico estava desligando os aparelhos e e..l..a e..stav..a mort..a.

Me encolhi ao plantos.

A imagem de todo aquele horror veio na minha mente.

Eu matei minha mãe.

Me via em cima dela desesperada aos gritos, mas ela não me respondia, estava imóvel, fria, estava morta, Rachel estava morta por culpa minha. 

Minha mãe estava morta.

Senti Altair me abraçar com força.

Altair: Chora meu amor, chora..- sussurrou no meu ouvido.

Dulce: N..ã..o con..se..gui pe..dir perd..ão, el..a s.e foi pra sem..pre e...- não conseguir terminar.

Altair: Chora querida. Chora! - murmurava.

Precisei de muito tempo para me recuperar, ficamos abraçadas até eu poder falar novamente.

Odiava falar sobre isso.

Altair: Dulc..

Dulce: Não. - neguei - A culpa foi toda minha, o médico falou que ela tinha sofrido muita emoção e o corpo dela não aguentou, estava fraco e frágil e eu sabia disso, mas não liguei, eu matei ela, eu matei minha mãe e agora ela quer me buscar.

Altair: Foi uma fatalidade Dulce. Como você mesma falou ela estava muito cansada, doente, quem garante que ela não ia morrer naquele dia mesmo? Mesmo sem vocês brigarem?

Dulce: Mas ela morreu depois da nossa discussão, ela não aguentou o que falei pra ela, nossa discusão, ela morreu e antes disso só ouviu da minha boca que a odiava...- murmurei - Não pude pedir perdão, dizer o quanto a amo, o quanto era grata por ela ser minha mãe, mesmo depois que descobri o que ela fez pra mim e para o meu pai, ela continua sendo minha mãe.

Altair: Mas ela sabia, sua mãe sabia que você amava ela, assim como ela te amava, foi uma fatalidade Dulce, ninguém teve culpa. - tocou no meu rosto.

Dulce: Quanto mais falam que não tive culpa, mas me sinto culpada. Ainda posso ver os olhos dela quando falei tudo aquilo - neguei - Eu matei minha mãe. 

Altair: Não matou Dulce. Não matou! - falou séria.

Toquei no meu colar.

Dulce: O meu castigo divino vai chegar e quando chegar vai ser merecido, porque eu matei a mulher que me deu a luz, eu matei minha mãe. - sussurrei.

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Altair me levou até a recepção, o namorado dela continuava como recepcionista e a única que estava esperando para ser atendida era Zoraida. Ela tinha sumido na hora do intervalo assim como Eddy.

Assim que me viu se aproximou de mim.

Zoraida: Oii, é...não foi eu que mandou a mensag...

Dulce: Eu sei. - a interrompi - Foi Marian. Como Eddy está?

Zoraida: Com raiva. - se encolheu.

Dulce: Entendo.

Altair: Bom, vamos Zoraida? - indicou a porta.

Zoraida: Claro...é - me olhou hesitante - Sobre as aulas de inglês, voc..

Dulce: Continuo querendo te dar. Amanhã depois do almoço em casa.

Zoraida: Obrigada Dulce. - sorriu. 

Dulce: Até amanhã! - sai do consultório.

Estava entrando no carro quando meu celular tocou, era uma mensagem de Chris.

Quando vêm aqui? Estou com saudades ruivinha!

Olhei para Henrique que dava a partida no carro.

Dulce: Não vou para casa, me deixa na empresa do meu pai por favor. - pedi.

Não respondi a mensagem.

Queria ver como estava ele e Marian no mesmo lugar.

O pegaria de surpresa.

Só não quero eu ter uma surpresa.