Fanfic: Um professor para chamar de meu | Tema: Vondy

Sábado

Christopher e eu ficamos a noite anterior toda no celular, na verdade, eu dormi no meio da nossa conversa, ouvir sua voz me deixava nas nuvéns. Tinha preparado uma bolsa com algumas roupas e kit de higiene pessoal, nada demais. A casa estava silenciosa. Os gêmeos tinham saído com a mãe logo cedo, Olivia já estava na mesa, Marian estava no quarto e meu pai tinha viajado ontem a noite.

Mandei uma mensagem para Christopher avisando que logo estava saindo de casa.

Sai do quarto e desci as escadas adorando aquele silêncio.

Estava usando um vestido branco com um pequeno decote nos seios e uma bota preta. Meu cabelo estava solto e mais liso que nunca e grande também.

Dulce: Bom dia! - sorri para minha irmã quando entrei na sala de jantar.

Olivia: Bom dia! - olhou para minha bolsa - Vai sair?

Dulce: Vou dormir na casa de uma amiga. - me servi apenas de um suco. 

Olivia: Vai fazer alguma coisa domingo?

Dulce: Ainda estou venndo. Por quê?

Olivia: Não quer dá uma volta no shopping? - sugeriu - Podiamos fazer algumas compras, assistir um filme e comer porcaria, uma tarde de irmãs...- sorriu.

Dulce: Gosto de te ver assim fazendo planos para lazer, ficar todo tempo estudando não é bom.

Olivia: O chato é que a mamãe vai ficar enchendo o saco - revirou os olhos - Mas vou fazer assim mesmo. - fez uma pausa - Marian detesta sair comigo.

Dulce: Marian é uma vaca que não merece a irmã que têm.

Olivia: Eu sempre quis te conhecer, mas tinha medo que fosse como Marian. - revelou.

Dulce: Deus me livre! 

Marian: Sim, quero algumas horas no salão - entrou na sala falando ao celular - Mas quero que o salão feche para mim e minha mãe. - mandou - Sim, quero o pacote completo. 

Ignorou nos duas e se serviu de um café.

Marian: Mamãe também vai querer pacote completo, também quero um fotografo depois, vocês irão querer tirar muitas fotos. - esperou - Ok. Até lá! - desligou.

Olivia: Vai para o salão hoje ou amanhã?

Marian: Não que seja da sua conta pirralha, mas amanhã. - me olhou - Vai sair irmãzinha?

Dulce: É o que parece, não é? - debochei - Passou a raiva de mim?

Marian: Consegui uma coisa muito melhor que esse bracelete - sorriu.

Olivia: O quê?

Marian: Minha viaja para Paris. - jogou o cabelo metida.

Dulce: Já sabe francês?

Marian: Não preciso mas tirar boas notas, papai vai pagar um tradutor.

Neguei rindo.

Dulce: Conseguiu o que queria, que bom.

Marian: Vai para onde?

Dulce: Não que seja da sua conta, mas para Zoraida.

Marian: Igual naquela noite? - debochou - Será mesmo que vai?

Dulce: Não estou mentindo. - dei de ombros - Como sei que vai investigar, vou logo avisando que vai dar em nada, só a perda do seu tempo. - avisei.

Marian forçou um sorriso.

Marian: Como vai aquele filho do mecânico? Ahh esqueci..- riu - Ele te odeia.

Respirei fundo para não voar em cima dela.

Dulce: Por enquanto, mas ele vai me perdoar e vamos ser amigos de novo. E você? Por acaso tem alguém que goste de você de verdade?

Marian: Tenho meus amigos..

Dulce: Amigos? Você claramente os comprou, eles são iguais a você falsos, fazem o que você quer e fingem ser seus amigos, mas quando aparecer outra pessoa mais rica, popular e bonita eles vão te deixar de lado, no fundo, tenho pena de você.

Marian me olhou com raiva.

Marian: Melhor do que ser amigo de empregada, filha de empregada e filho de um mecânico - fez cara de nojo - Eles são pobres nojentos e inferiores a mim, a minha classe.

Dulce: Ninguém é melhor do que ninguém e espero que um dia você aprenda isso. Não vou ficar aqui falando umas verdades para você porque sei que vai entrar num ouvido e sair pelo outro - levantei - Quando estiver na pior, vai saber quem são seus amigos de verdade e vai perceber que estará sozinha.

Peguei minha bolsa e me despedi de Olivia.

Fui para cozinhar chamar Henrique.

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Henrique me deixou em frente da casa da Zoraida e assim que entrei partiu, Zoraida me abraçou rapidamente e meio sem graça mostrou a casa dela. Ela estava bem diferente de quando está no colégio, o cabelo está solto e bagunçado, usava um short verde e uma camiseta branca, estava mais ´´largarda´´ e na minha opinião assim ela ficava mais bonita.

Zoraida: Bom, minha casa é do tamanho do seu closet - fez careta - É casa de pobre, mas é bem limpa e...

Dulce: É você? - falei já pegando um retrato da pequena cômoda.

Zoraida: Sim. Eu e meu irmão gêmeo. 

A fotografia tinha duas crianças, uma menina e um menino na praia.

Dulce: Você têm irmão? - falei surpresa.

Zoraida: Tinha. Ele morreu a três anos. - falou baixo.

Dulce: Sinto muito - deixei a foto no lugar e olhei ao redor.

Era uma casa simples de fato, mas muito confortável e bem decorada.

Era de um único andar, uma sala grande que é divida com a sala de jantar, um corredor grande e ao fundo uma enorme porta que dava para os fundos da casa.

Dulce: Sua casa é linda. Mais o pequeno jardim da frente é o mais bonito da casa. - sorri.

Zoraida: Minha mãe adora aquele jardim. 

Dulce: Está sozinha?

Zoraida: Sim. Meus pais estão trabalhando.

Dulce: Obrigada por me cobrir. - agradesci novamente - Está sendo uma grande amiga.

Zoraida: Só quero saber quem é esse garoto misterioso. - sorriu.

Dulce: Não posso falar, é complicado.

Zoraida: Tudo bem. Vamos para o meu quarto e lá você chama um táxi. - me puxou.

A casa tinha três quartos, dois banheiros, a cozinha era grande também.

As vezes me pego imaginando como seria se a minha vida fosse simples assim, tivesse uma casa aconchegante e simples como essa, tivesse com meus avós, minha mãe vivos, meu pai sempre presente, sem luxo e sem dinheiro.

Será que eu seria feliz?

Porque eu não sou feliz.

Tenho tanta coisa material, tanto luxo e dinheiro, mas não tenho nada.

Minha família não está mas nesse mundo.

O quarto da Zoraida era em tons escuros e logo na entrada já dava para perceber um enorme mural de fotos, muitas fotos, com Maite, Eddy, no club do colégo, dela fazendo esportes, com troféu na mão, com os pais e dela com um garoto bonito.

Eram bem parecidos.

Zoraida: É meu irmão Leo. - falou ficando ao meu lado - Ele era lindo.

Dulce: Quantos anos vocês tinham aqui? - apontei para uma das milhares de fotos dos dois.

Zoraida demorou para responder.

Zoraida: Foi nossa última foto juntos, tinhamos quinze anos. - falou baixo - Ele amava fotografia, queria ser fotográfo profissional, no quarto dele têm várias caixas repletas de fotos. E ele tinha talento, viu? Sempre andava com a câmera dele - sorriu se lembrando. - Vivia tirando foto.

Dulce: Leo...- pronunciei - Gostei. - sorri - Diferente pra mim, já que não sou mexicana. - olhei uma foto dos dois no colégio - Ele também estudava no nosso colégio?

Zoraida: Francisco Leornado, odiava Francisco, assim como odeio Virginia - revirou os olhos - Entramos juntos no colégio, agora sou só eu. - murmurou.

Dulce: Tem a May, o Eddy e..eu também. - toquei no ombro dela. - Sei muito bem como se sente, minha mãe se foi têm poucos meses. - ficamos olhando o mural de fotos.

Zoraida: As horas estão passando. É melhor chamar um táxi. - avisou.

Nossa.

Verdade.

Peguei meu celular e ela me deu um número para discar, ela deu o endereço e pedi um táxi e ainda pedi para me buscar pelos fundos da casa. Não poderia correr o risco de alguém perceber para ondeu eu estava indo, quando desliguei Zoraida estava digitando algo no notebook na escrivania dela.

Dulce: Pronto! Em vinte minutos estará aqui - guardei o celular e me aroximei dela - O que é isso?

Zoraida: Estou preparando minha aula de inglês. - sorriu - Tenho uma boa professora.

Dulce: Muito bem, com prática vem sucesso. - toquei no ombro dela.

Zoraida: Daqui á um mês tenho que entregar a primeira parte da seleção da bolsa para a universidade Greenever de Boston, é uma redação e não tenho a mínima idéia do que escrever, para ser sincera nem acho que vou ganhar - negou - É meu sonho estudar lá, mas..sou realista, certas coisas são impossiveis. Estou fazendo isso porque minha mãe implorou pra mim tentar.

Dulce: Já comentou que era seu sonho estudar lá mesmo.

Zoraida: É a melhor universidade do mundo, até havard perde para Greenever, sem falar os hospitais que também são os primeiros do mudo. - negou - Eddy é facinado quanto eu pela rede Greenever.

Dulce: Só seja sincera na sua redação, são muitas pessoas para poucas bolsas, se passar na redação vai para a segunda parte que é uma prova e depois...

Zoraida: A prova oral e escrita em inglês. - suspirou - Esse é meu pesadelo, preciso já saber inglês caso eu consiga ir para a última fase, depois eles vão olhar meu histórico e aí vou está dentro.

Dulce: Olha...as coisas acontecem, é só acreditar.

Zoraida: Meu irmão teria orgulho de mim se eu entrasse.

Dulce: É só acreditar que você entra. - falei séria.

Ainda mais quando era eu a dona de tudo aquilo.

Ficamos conversando sobre a seleção dela até ouvirmos uma buzina.

Sai pelos fundos da casa e me despedi da Zoraida com um abraço.

Foi bom poder conhecer mais dela, agora consigo entender um pouco porque ela têm uma personalidade tão forte, tão Zoraida. Entrei no táxi e dei o endereço de Christopher.

Enfim, estava indo para o lugar onde eu mais queria estar.

Para os braços do meu Chris.

Sorri.

Gente esse irmão gêmeo da Zora, ainda vão ver ele por aqui(ele realmente está morto), vocês nem imaginam o quanto ele é importante para a história. É eu sei que na vida real o nome do irmão da Zora é Eleazar Gómez, mas achei melhor deixar o nome dele como no personagem dele na novela Rebelde junto com a irmã, lembram dele? 

Francisco Leonardo, fica melhor.

O Leo....ah Leo, também têm mistério na morte dele.

Aqui é tudo misterioso(vão se acostumando) kkkk