Fanfic: My Litlle Mudblood [D.M.] | Tema: Harry Potter

Acordo com a claridade batendo em meus olhos. Pisco algumas vezes e me sento na cama, observando a chuva caindo pela janela de meu quarto. Me espreguiço e arrumo a cama, notando uma pequena caixinha no meu criado mudo. Vou até ela e desmancho o delicado laço de cetim branco. Abro com muito cuidado, revelando um cordão com um pingente pequeno de Lua. O coloco em meu pescoço e desço as escadas cantarolando uma música qualquer. Me deparo com meus pais sentados na sala de estar, com uma outra pessoa junto deles. Observo o rosto deles e franzo a testa. Ouço partes da conversa enquanto me aproximava deles.

"Mas como? Deve ter outro jeito, ela não pode" vejo minha mãe falando com que, agora, parecia uma mulher de certa idade com roupas um tanto peculiares.

"Sinto muito, mas é algo que não pode ser mudado, é uma coisa maravilhosa! E ainda mais na condição dela, na maioria dos casos parecidos com o da Srta. Eduarda, as crianças não passam dos onze anos reprimidos". 

Nesse momento eu entro na sala, ainda com meu pijama, que se resumia em um moletom antigo do meu pai. Meus pais se levantam e me abraçam.

"Feliz aniversário minha princesa!" meu pai me dá um beijo na testa.

"Vejo que já está com o seu presente, meu amor" minha mãe me abraça mais ainda.

Um segundo se passa e eles me encaram preocupados. A bolha é destruída quando um pigarreiro é ouvido atrás de mim. Me viro e encaro a senhora com certa curiosidade.

"Prazer, meu nome é Minerva MacGonagall" a mulher diz calmamente me olhando.

"Sou Eduarda" digo ainda encarando ela.

"Eu estava explicando para seus pais sobre a sua condição um tanto especial" ela dá um pausa e eu olho para meus pais. "Vim até aqui para fazer um convite e iniciar seus estudos o mais rápido possível na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts".

Eu demoro uns segundos para absorver as palavras e outros para soltar uma risada.

"Olha mãe, é super legal da sua parte chamar uma atriz para vir até aqui no meu aniversário e tentar me animar, mas a senhora não acha que eu estou um pouco velha para brincar de Abracadabra?" digo sorrindo de lado para eles.

A senhora que se apresentou como Minerva tira um bonito pedaço de madeira e diz uma coisa que não entendi. No mesmo momento uma cadeira surge atrás de mim.

"Sente querida, eu acho que você ainda não entendeu. Você é uma bruxa e o seu ensino no mundo mágico está terrivelmente atrasado, levando em conta que sua carta deveria ter chegado três anos atrás." ela guarda a madeira novamente em suas vestes.

Eu fico paralisada e não tenho nenhuma reação, apenas olhando para a mulher.

"Obrigada, mas eu acho que a senhora está na casa errada, eu com certeza não sou uma bruxa, eu sou a Eduarda e sou uma garota totalmente normal, com problemas normais" falo depois de um silêncio totalmente desconfortável.

"Não resta nenhuma dúvida que você realmente é um bruxa, e infelizmente está na nossa hora" ela diz se levantando e esticando sua mão para mim.

"Como assim 'nossa' hora? Mãe! Pai!" digo olhando desesperada para eles.

"A senhora Macgonagall estava nos explicando sobre isso querida, alguma coisa dentro de você irá crescer, uma coisa realmente ruim, que poderia te matar e eu não quero que o que aconteceu com Josh aconteça com você meu amor, eu não poderia te perder" minha mãe diz chorando e me abraçando.

Fico atônita e coloco a minha mão  em seu rosto, tentando acalmar minha mãe. Sou liberada para trocar de roupa e pegar algumas coisas que poderia levar comigo.

Desço com uma mala nas minhas coisas e choro nos braços de meus pais por um tempo. Seguro a mão da mulher e sinto um puxão no meu umbigo e perco o chão.

Alguns segundos depois nos encontramos em uma ruazinha lotada de pessoas que pareciam ter saído da Idade Média, com as minhas jeans e moletom se destacando no meio do mar de pessoas.

A mulher, que me explicou ser uma das professoras da escola, me guiou no meio das pessoas. Andamos por pouco tempo e entramos em uma das lojas. Ela era forrada de estandes que iam até o teto e estava quase deserta.

"Professora Minerva, varinha de abeto, 36 cm, fibra de coração de dragão, meio flexível, como poderia ajudar?" um homem aparece de atrás de uma das enormes estandes.

"Estou com uma menina muito especial e preciso da sua ajuda para encontrar uma varinha perfeita" ela diz dando espaço para que o homem me veja.

"Ah, prazer, sou Olivaras, mestre de varinhas e você que é?"

"Meu nome é Eduarda" digo dando um sorriso

Ele me entrega várias varinhas e eu não sabia o que era para acontecer, até que em uma das varinhas, uma sensação de formigamento atravessa meu braço. 

"Oh, salgueiro, um tanto temperamental, núcleo de pena de Agoureiro, 26 cm. Será interessante ver como ela se comporta" ele diz sorrindo.

Nos despedimos e seguimos para uma tal de Madame Malkins, onde ganhei uma roupa bem engraçada, que seria meu uniforme. Comprei alguns livros que precisaria ao longo do ano e outros que eu escolhi para me familiarizar com esse novo mundo. Por fim, entramos em uma última loja onde havia vários animais, como um pet shop. Fui olhando pelas vitrines onde uma cobra me olhava. Me aproximo e ouço uma coisa que me fez quase cair dura. 

"O que houve Srta.?" a professora se vira para mim.

"Eu ouvi o que a cobra disse" eu falei bem baixinho. Repito um pouco mais alto. "Eu entendi o que essa cobra disse!" eu exclamei ainda olhando para a cobra.

"Oh, parece que a sua menina é uma ofidioglota Minerva". Uma mulher rechonchuda diz colocando a mão em meu ombro. "Se você quiser, pode levar. Faz anos que ela está aí e não sei mais o que fazer com ela." ela se aproxima do vidro e pega a cobra na mão, esticando para mim.

Eu hesito mas pego ela com as mãos. Ela era uma cobra tão preta que os reflexos davam a impressão de ser azul.

"Olá amiguinha, com é o seu nome?" digo olhando para ela.

 "Meu nome é Ssshadow humana" ela fala se enroscando em meu pulso.

"Você quer ir para a escola comigo Shadow? Se você quiser ficar eu entendo, menina" eu falo acariciando a cabeça negra como a noite.

"Eu gostei de você humana, eu irei com você para esssa tal de essscola, faz tantosss anoss que não conversso com alguém". Ela se enrola mais ainda em meu braço.

Enquanto ela subia em mim, observei o quão grande ela era. Nos despedimos da simpática mulher e seguimos até parar no que parecia ser um pub um pouco lotado.

"Bom, agora eu tenho que ir para Hogwarts, mas não se preocupe, irei deixar você junto com os Weasley, são uma família de bruxos que irão te ajudar daqui para frente. Marquei com eles aqui no Três Vassouras, vamos entrar, sim?" ela diz abrindo a porta. Encontro seis pessoas ruivas em uma das mesas, com um menino de cabelos negros e uma menina de cabelos quase do mesmo jeito que o meu, totalmente armado.

"Molly, essa é Eduarda, Eduarda essa é Molly" a mulher baixinha me dá um sorriso e eu ergo a mão para cumprimenta-la.

"Ah querida, venha aqui me dar um abraço!" ela diz e me puxa para um abraço confortante. "Esse é meu marido, Arthur, os gêmeos Fred e Jorge, Rony, que está no seu ano e minha filha mais nova Ginerva. Esses dois são Hermione Granger e Harry Potter" ela diz apontando respectivamente para cada um ali presente.

"Ah, oi, meu nome é Eduarda" digo totalmente envergonhada.

"Elesss têm um cheiro essstranho, humana" Shadow diz rapidamente, enquanto sua cabeça saí de dentro de meu casaco e se aconchegando em meu pescoço.

"Não seja mau agradecida Shadow, isso é muito rude de sua parte! Eles vão ficar conosco até  irmos para a escola" digo normalmente, falando normalmente. eles me encaram por um segundo e minhas bochechas  ganham um tom mais rosado.

"Bom, pelo que a Professora MacGonagall nos disse, você não entende nada de magia, não é?" a menina que se chamava Hermione quebra o silêncio.

"Até ontem, mágica se resumia em truques de festas de crianças" falo olhando para ela com um meio sorriso.

Ela pega na minha mão e vai me puxando para o andar de cima exclamando alto. "Temos que começar rápido então a sua introdução ao Mundo Mágico, Vem Harry, Rony". em questão de segundos nos encontramos em um quarto com duas camas e alguns livros abertos.

Ela me senta e começa a me explicar sobre a história de tudo o que é mágico.

"Bom além da história, têm várias outras coisas importantes, como Poções, Feitiços, Transfiguração..." Ela é cortada pelo menino ruivo que se pronunciava pela primeira vez.

"E o mais importante: o Quadribol!" ele fala animado.

"Quadri o que?" falo encarando ele.

"Quadribol! O melhor esporte de todos! Ele consiste em dois times de bruxos montados em uma vassoura que.." agora é minha vez de interromper.

"Vocês realmente voam em vassouras?!" digo dando risadas.

"Sim, como você acha que jogamos Quadribol?" ele fala me encarando seriamente, erguendo um  pouco a voz.

Em consequência, Shadow sai de meu pescoço e vai rapidamente em direção ao ruivo.

"Para menina, ele não é perigoso eu estou bem" digo rapidamente antes que ela o ataque, arrancando um sibilo raivoso enquanto ela voltava para mim.

"Irei ficar de olho nele, humana. Ninguém irá te machucar" ela diz enquanto se aninha em meu colo.

"Eu agradeço Shadow, mas você não pode ficar atacando as pessoas" falo enquanto acaricio ela.

me lembro que nós não estavam sozinhas e encaro novamente os meninos. O menino ruivo, Rony, estava agora atrás do menino de cabelos pretos e que usava óculos.

"Você é ofidioglota!" o Menino de óculos fala pela primeira vez.

"Uma mulher da loja disse isso também, mas não sei o que realmente significa" falo olhando.

Passamos a tarde inteira conversando e os três me ensinam tudo o que podem sobre o mundo mágico. Por fim, a mãe de Rony vem nos chamar para a janta.

Chegamos á uma grande mesa, quase totalmente lotada, a não ser por 4 lugares no meio. Me sento em uma das pontas, seguida por Hermione, Harry e por fim Rony. Todos comem rindo e conversando e  eu me sinto um pouco deslocada. Aperto o cordão do meu pescoço e suspiro, eu realmente estava com muita saudades deles.

Terminamos a refeição e cada um foi para seus respectivos quartos. Deito na cama enquanto Hermione ainda conversava com os meninos.

Shadow se acomoda em meu lado e adormeço rapidamente. Sou acordada no outro dia com com risadas  em minha volta. Me sento na cama e vejo seis olhos me encarando risonhos. 

"Bom dia" digo bocejando e me levantando da cama.   

"Bom dia! É melhor você se arrumar logo, já estamos partindo para pegar o trem." Hermione fala me ajudando a arrumar minha cama e me puxando para o andar de baixo. Minhas coisas se encontram em um monte de caixas.

"Você poderia pegar a sua cobra? Ela quase me atacou quando tentei guardar ela" Molly aparece  feliz na porta do pub. "Vamos andando que já está na hora de pegar o trem". 

Todos dão a mão a Molly e Harry segura fortemente a minha. O familiar puxão no umbigo e a falta de chão chega e estamos em uma estação de trem.

"Tomara que você fique na Grifinória, Eduarda. É a melhor casa de Hogwarts" Rony fala enquanto pega o seu carrinho e vai se dirigindo para uma das plataformas. Sigo o exemplo e sigo ele, até ele atravessar uma das paredes.

Fico olhando com cara de assustada até Hermione fazer o mesmo, seguida de Harry.

"É só atravessar. Se quiser pode ir correndo, para dar mais confiança" Molly diz colocando a mão em em meu ombro.

Fecho meus olhos e vou em direção a parede, esperando um pancada. Atravesso e me encontro em um outro lugar, desta vez lotado de estudantes e seus pais. Uma tristeza aparece no meu coração, mas é logo apagada por Harry e Hermione que me acompanham até subirmos no trem.

Sentamos em uma das cabines e começamos a conversar novamente. A viagem segue tranquila até a hora de nos trocarmos. Vou em uma das cabines e coloco o uniforme preto. Dou uma voltinha e suspiro feliz.

Entro novamente em nossa cabine me sento e outras pessoas entram conosco. Um tal de Neville entra desesperado procurando seu sapo. Depois de todos calmos um menino de cabelos quase brancos entra no nosso compartimento, seguido por dois gigantes atrás dele. Ele me encara por um momento e eu ergo a sobrancelha.

"Ora, se não é O Menino Que Sobreviveu, Oh, todos salvem o Santo Potter" ele diz rindo com seus amigos, deixando todos em um silêncio constrangedor.

"Por que você volta pro inferno de onde você surgiu e vai atormentar outra pessoa" digo falando distraidamente.

"Como você ousa falar comigo deste jeito sangue ruim? E quem é você, alguém que o Potter contratou para ser seu amigo?" ele diz como se Harry fosse um idiota.

"Como VOCÊ ousa falar comigo ou com meus amigos assim, não te conheço, mas posso ver que quem tem "amigos" pelo dinheiro aqui é você, e não te interessa que eu sou, seus pais não te deram amor ou só você é um cuzão mesmo?" falo irritada e sinto minha cobra saindo de meu pescoço e indo em direção ao menino, que agora estava com os olhos arregalados enquanto Shadow se aproximava predatoriamente dele.

"Você  vai se arrepender, sangue ruim, e você também Potter" ele diz e se vira, saindo quase correndo.

Dou risada e olho para as pessoas, todas me encaravam e fiquei desconfortável, olhando para Shadow que voltava ao meu encontro novamente.

"Você é louca! Eu acho que nunca vi o Malfoy com tanto medo" Neville diz ainda surpreso.

"E daí que ele é um tal de Malfoy, isso não dá direito de tratar as pessoas como merda" Falo em minha defesa, dando de ombros.