Fanfics Brasil - Alvoroço Ceticismo e Euforia

Fanfic: Ceticismo e Euforia | Tema: Loki


Capítulo: Alvoroço

435 visualizações Denunciar


Predestinada criatura, fora tu gerada por intermédio de meu pecado original e moldada adentro de um propósito mortífero, tu tens o poder do universo em sua alma, que abrasada por realidades sempre cruéis contra ti, nunca tivera a oportunidade de escolher de qual lado se poria a lutar.


Sempre tentaram controlar as diversas realidades, em que posta no papel de marionete, você obedecera a inúmeros líderes humanos e também a deuses que juraram protegê-la, todos esses sempre interessados em se aproveitarem do poder de sua áurea pujante em força.


A essa nova realidade desejo que encontre o seu caminho, o caminho de esplendor que sempre fora saqueado de você ao longo dos milênios.


Filha minha, martirize os malfeitores de maneira animalesca e enfim trague-se ao infinito, que sejas responsável por trazer paz a todos que a desejarem, ou guerra eterna contra aqueles que se colocarem contra ti.


Resplandeça-se por mim, resplandeça-se por ti.


 


(...)


 


Aquele deveria ter sido o meu primeiro dia de férias, minhas malas e documentos estavam preparados, eu estava pronta para viajar.


Fazia um bom tempo em que não visitava o Brasil, e eu precisava relembrar os ótimos momentos que passei por lá com minha família, a situação emocional que passava na época pedia a ascensão de nostalgia boa como válvula de escape, além de que aquele meu descanso seria, sem sombra de dúvidas, merecido.


Dois anos trabalhando na S.H.I.E.L.D. poderia ser desgastante demais, mesmo tendo paixão absoluta por minhas responsabilidades desempenhadas naquele lugar.


Lembro-me como se fosse ontem, do dia em que Nick Fury “me visitou” na universidade e propôs o emprego de psicóloga perita em análise comportamental dentro de sua corporação, eu demorei cerca de horas para assimilar aquela oferta de emprego, mesmo já tendo dito sim a ele, no mesmo momento em que me ofereceu o cargo. Na verdade, demoraram cerca de meses para que a ficha caísse literalmente, pertencer àquela corporação condizia de uma responsabilidade imensa, o equilíbrio físico e mental para que eu finalmente desempenhasse minha função, exigiram alguns meses de preparo e alguns ossos quebrados, sendo o último um requisito básico de quem permanece trabalhando naquele lugar.


Analisar o comportamental dos criminosos mais procurados e temidos do mundo, apesar do perigo diário, se tornou um passatempo bem divertido e satisfatório. Presenciar a frustração daqueles homens quando eu, instintivamente “adivinhava” o que planejavam ou escondiam, se tornara a melhor parte do dia, com toda a certeza.


Desde muito cedo eu soube que esse seria o meu caminho, e claro, ter o dom de ler mentes me fazia ter convicção do que queria ser quando crescer. Pode até parecer um tanto, quanto trapaceiro da minha parte usar esse “poder” para liderar a minha função de análise, mas em minha defesa afirmo, que na maioria das vezes não precisei usar desse meu artifício para conseguir o que queria.


A psicologia por si só, desvenda os segredos da mente, o desempenhar das ações, e o motivo pelo qual as pessoas agem de maneiras tão distintas e ao mesmo tempo tão análogas. Então, no final das contas, a minha vocação e a minha graduação se encaixavam num sistema de chave e fechadura, tendo como catalisador o meu dom de ler mentes.


Mais tarde quando Os Vingadores foram reunidos, eu fui destinada a desempenhar mais um papel: controle emocional de Bruce Banner, o Hulk. Fui eu quem o ajudei a ter discernimento de suas ações, quando se transforma naquela criatura verde, ele sempre me reconhecia e se estabilizava emocionalmente, afinal de contas, 22 anos o “aguentando” como irmão mais velho teria de ter suas vantagens uma hora ou outra.


 


(...)


 


Antes que eu pudesse sair de casa e ir ao aeroporto, o meu bendito celular tocou. Nunca odiei tanto ouvir a voz de Bono ecoando pelos cantos do meu apartamento.


- Alice, precisamos de você urgente! - disse o agente Phil Coulson com a entonação de voz alterada.


- O que aconteceu? - perguntei um pouco preocupada com aquela ligação surpresa.


-Tony precisa de você na torre Stark, agora! - ordenou ele antes do sinal tornar impossível o resto da conversa.


Em consequência ao pedido de Coulson, fui ao encontro de Tony o mais rápido que pude, mesmo não tendo ouvido o que, de fato, havia acontecido. Não saber o real motivo de todo aquele alvoroço, fez com que um incômodo angustiante em conjunto ao pressentimento de alarme, atingisse o meu sistema nervoso, que rapidamente organizou sinapses que alertariam todo o meu corpo a respeito de um possível perigo, por intermédio da ansiedade.


Assim que saí com o meu carro da garagem, eu pude avistar a rua e concluir que a cidade submergia em caos, carros capotados, pessoas correndo para se abrigarem e seres mecânicos tenebrosos voavam pelo céu, estávamos em plena invasão alienígena e ninguém havia me avisado. Toda aquela situação só poderia significar uma coisa: eu tinha o sono mais pesado do que o martelo de Thor.


Como não percebi que a 3º guerra mundial tinha tido o seu estopim bem debaixo de meu nariz?


Imediatamente iniciei a trajetória até Tony.


A velocidade absurda que atingi me fez sentir em um racha de carros ilegais, as colisões com outros veículos chegavam a ser evitadas por milímetros de distância, por milésimos de segundos.


Minha adrenalina ao limite havia bloqueado qualquer percepção de que agir daquela maneira, se igualava a qualquer loucura suicida, mas quando se trabalha como agente da S.H.I.E.L.D., essas percepções permanecem em ostracismo pelo bem mútuo, a famosa frase: “Um por todos e todos por um” sempre seria a filosofia chave daquela corporação.


Quando finalmente pisei no andar superior da Stark, tudo o que pude ver foram destroços e o Homem de Ferro atirado no chão, com a respiração sobrecarregada, olhando para alguém que estava fora de meu campo visual.


Nisso, entrei em sua mente de maneira ligeira.


Um deus de Asgard, metido a besta, havia decidido se apoderar de nosso planeta, a fim de compensar o fracasso por não ter conseguido o trono de seu próprio reino, e precisavam de mim para manipulá-lo e ganhar tempo, até que Hulk chegasse ao local e acabasse com aquela palhaçada.


O pior de toda aquela situação não era estar diante daquela tentativa de dominação universal, não! As minhas férias estavam oficialmente arruinadas, nenhum aeroporto funcionaria com dezenas de aliens mecânicos sobrevoando os céus da cidade e se não do mundo. Então, no final das contas, estragar os planos daquele deus chamado Loki, seria uma de minhas maiores satisfações profissionais, e se não pessoais.


Entrei na mente do vilão, mas não consegui colher nada que pudesse usar contra ele, sua mente assemelhava-se a um emaranhado de ideias controversas e de visões subliminares, ao mesmo tempo em que focava o presente, atacar o Homem de Ferro, idealizava o futuro, o cobiçado triunfo diante de nossa espécie. Além disso, o deus tinha o dom de reservar as memórias e ideias restantes em um departamento obscuro, que somente ele tinha acesso, e para tentar desatar todos àqueles nós eu precisaria de um bom tempo, e naquele momento, tempo era tudo o que eu não tinha.


Então, já que eu não podia usar da minha tática de leitura de mente, força bélica e muito menos a força física contra ele, decidi que usaria de uma arma muito mais poderosa do que os três itens anteriores: jogaria com a carta da vaidade.


Corri ao encontro do Homem de Ferro e me agachei virada totalmente para o antagonista, fingi que não sabia que Loki também estava no local.


- Você está bem Tony? - perguntei preocupada, fitando o olhar apenas a ele.


Antes de qualquer resposta, senti uma pontada em minhas costas, e apesar do desconforto não me machucou.


Era Loki apontando aquele cetro mágico para chamar a minha atenção.


-Humana ridícula, saia da minha frente. – ouvi a sua voz áspera e rancorosa.


Eu lentamente me levantei e o encarei.


Em minha mente um filme rodou por curiosidade, era eu voando no pescoço dele, o fazendo se arrepender da ideia idiota de ter arruinado as minhas férias, e de usar aquela roupa ridícula que o fazia parecer um cavaleiro do zodíaco.


- São Giovanni Street, você não é um dos deuses de Asgard? - perguntei simulando deslumbre e admiração.


Loki demonstrou plena satisfação diante do fascínio manifestado ao encará-lo.


O seu individualismo soberbo, o impediu de interceptar que toda aquela cena não passava de uma farsa, e como eu conseguia controlar os meus pensamentos, ao ler minha mente se enganaria ao achar que eu realmente estava surpresa com a sua presença, deuses e seus egos inflados. Tão típico.


Ele abaixou o cetro na mesma hora, como se o meu deslumbre o fizesse repensar no que havia previsto contra mim. Nessa hora eu cheguei a uma conclusão bem óbvia: se eu permanecesse naquele jogo, ganharia.


- Eu sou sua fã e... – fiz uma breve pausa – não acredito que estou tendo a honra de te admirar de tão perto – eu frisei o olhar no rosto dele e dei minha cartada final – você é muito mais bonito do que eu imaginava que seria. - tentei ser o mais sedutora que pude, mas a vontade incontrolável de rir da cara dele, me impediu de tornar a cena ainda mais completa.


- A minha beleza não deveria te impressionar tanto, eu sou um deus como você mesma deve saber. - afirmou ele com um sorriso largo e pretensioso.


Stark morria de rir por dentro, não sei como Loki não percebeu que tudo não passava de um drama, e que ele era o palhaço da história.


- Eu posso te tocar? - perguntei dissimuladamente estendendo a minha mão no sentido dele.


Foi nessa hora que eu me dei conta da profissional exemplar e da atriz excelente que era, eu deveria ter ganhado o papel principal de algum filme de Martin Scorsese, por aquela minha atuação. Sabia que se a minha carreira de psicóloga não desse certo, poderia virar atriz.


- Jure lealdade a mim, e eu darei o que você precisa. - afirmou ele, com um sorriso malicioso no rosto.


- Claro, meu senhor. - afirmei já me agachando.


Tony se levantou lentamente e fingindo estar me impedindo de fazer uma loucura, me repreendeu:


- Você está louca! Ele é o inimigo, você não pode se juntar a ele. - afirmou dramaticamente.


- Me deixe em paz Carlos Daniel, eu não posso perder a oportunidade de demonstrar o meu respeito e meus tributos a ele. - eu disse, fingindo estar nervosa com Tony.


- Você vai nos trair por causa dele? - perguntou parecendo não acreditar em minhas palavras.


- Sabe quando eu vou ter a chance de ver o Thor de novo? - perguntei o mais séria que pude.


- Esse não é o Thor, é o Loki. - afirmou ele com uma sobrancelha levantada.


- Quem? - perguntei com desdém.


-Loki, irmão de Thor. - disse ele como se fosse a coisa mais óbvia do mundo


- Thor tem um irmão? - perguntei fingindo surpresa.


Tony cobriu a boca, se virou para mim e disse:


- É que ele é adotado.


Fiz o mesmo gesto e afirmei sem pudor algum:


-Deve ser por isso que ninguém sabe quem ele é.


- Sua meretriz imunda – Loki apontou o cetro em meu sentido - eu vou tornar o seu pior pesadelo realidade, vou obrigar a te torturem lentamente e intimamente, até que você esteja aos meus pés clamando por sobrevivência e misericórdia. - gritou ele com ódio.


Naquele instante percebi que Hulk estava quase ao nosso alcance, faltava segundos para ele estar na torre Stark. Então, como estratégia, fingi que havia me ofendido com aquelas palavras e comecei a chorar falsamente no ombro de Tony, que olhou para o deus e disse:


-Você não deveria ter dito isso, o irmão dela vai querer tirar satisfações com você.


-Já chega! Vocês são todos inferiores a mim, eu sou um deus criaturas ridículas, nenhum de vocês pode me deter. - gritou Loki nervoso.


Toda a minha frustração, de presenciar a ruina de minhas férias, se tornou nula diante da cena que estava prestes a presenciar. Hulk, que já estava no local, agarrou Loki e o jogou de um lado para o outro, como se o deus fosse uma marionete sem vida e não pudesse, ao menos, se defender.


Admirei a cena com um sorriso largo no rosto, retirei um pacote de jujubas que estavam no bolso de minha jaqueta, e ofereci a Tony.


-Eu deveria ter feito pipoca. - disse o Homem de Ferro pegando o doce sem desgrudar os olhos do massacre.


- Por que não fez? Esse final era inevitável. – eu disse o repreendendo.


-Por um momento, eu achei que ele fosse nos derrotar. - afirmou ele sério.


- Sério mesmo? - perguntei desconfiada.


Stark gargalhou e respondeu:


- Não.


Voltamos a admirar o desfecho da luta entre Hulk e Loki.


-Deus fraco. - disse Hulk após ter massacrado o deus e o ter deixado estirado no chão.


-Alguém trouxe pipoca? - perguntou Tony ao ver que todos os vingadores tinham acabado de chegar.


Thor se aproximou com pressa e disse levantando Loki do chão:


-É hora de levar meu irmão à Asgard, para ser julgado.


Não era preciso ter o dom de ler mentes, para perceber o quanto Thor desejava que toda aquela confusão tivesse um ultimato rapidamente. Era uma vergonha para ele ter de repreender o próprio irmão e admitir uma falha de moral, vinda de um integrante do próprio povo, ou pior, de sua própria família.


- E volta o cão arrependido, com suas orelhas tão fartas, o osso ruído e o rabo entre as patas. -cantarolei fazendo a coreografia da peça sem perceber que olhavam para mim.


- Você não cansa de ser estranha? - debochou Tony.


- Nossa, como você é sem coração – fiz uma pausa dramática depois do trocadilho – eu nem deveria estar aqui, não sei se vocês sabem, mas eu estou de férias. - afirmei como se fosse um absurdo eu estar lá.


Pensando bem, era um absurdo sim toda aquela situação, eu estava de férias e trabalhando, onde estava o sindicato da minha classe para me defender quando eu precisava... claro, o tal sindicato não existia, mas era somente um pequeno detalhe.


- Não mais. Suas férias estão revogadas até segunda ordem. - disse Nick Fury que acabara de chegar.


- Isso tudo porque eu te dei um papagaio e uma perna de madeira no Natal? - perguntei ofendida.


- Não, porque o seu trabalho é estar à disposição à S.H.I.E.L.D. sempre, você ganha para isso. - afirmou ele sério.


- Nossa, que grosseria - disse fingindo estar ofendida.


- Eu vou levá-lo agora, a justiça de meu povo não irá deixá-lo impune de seus atos inconsequentes, podem ter certeza. - afirmou Thor segurando o instrumento cósmico, que os fariam ser transportados para o planeta natal.


E antes que pudessem sumir de vista, Loki me encarou com desprezo.


Aquele olhar antipático provocou uma comoção de alerta em todos os meus sentidos, como um aviso de perigo. A afronta visual significava que a nossa desavença não tinha terminado por ali. Haveria volta. Haveria vingança!


Por mais bizarro que parecesse, eu queria não estar enganada diante daquele meu pressentimento, pois dentre tantos criminosos, ele havia sido o primeiro a me causar aquele sentimento ruim de temor e eu precisava, de qualquer maneira, superar aquela minha fraqueza. Eu encarei a ameaça como um desafio e não como uma preocupação.


Eu sabia que, o orgulho polido daquele deus nórdico, o faria querer voltar e tirar satisfações comigo, e seria a minha chance de superar aquela falha emocional.


-Você está bem? - perguntou o Capitão América preocupado.


-Por que eu não estaria, Steve? - perguntei sorrindo.


- Não sei, parece que você está em outro mundo. - respondeu ele sorrindo de volta.


- Talvez eu esteja. - pensei.



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): beatriceprado

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

- Links Patrocinados -



Loading...

Autor(a) ainda não publicou o próximo capítulo



Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 0



Para comentar, você deve estar logado no site.


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais