Fanfic: A Traição-adaptada-Vondy- Terminada | Tema: Hot

Christopher estava em seu escritório, olhando além da janela que dava vista para a praia.
Dulce se encontrava próxima à água. Os pés descalços e o vestido de gestante que usava ondulando ao vento. Ele a mantinha sob cuidadosa vigilância e instruíra seus seguranças a fazerem o mesmo. Não queria correr nenhum risco após o desmaio de Dulce no dia anterior.
Minutos atrás, desligara o telefone depois de falar com o investigador do caso de Dulce.
Ainda não havia sido efetuada nenhuma prisão. Não dispunham de nenhuma pista. O homem que a sequestrara ainda estava solto e, portanto, ainda significava uma ameaça a Dulce e ao filho deles. Aquilo era inaceitável. O detetive prometera manter contato e informá-lo assim que houvesse alguma novidade no caso, mas Christopher ainda estava insatisfeito. Queria resultados. Fazer com que o homem que ousara tocá-la pagasse por isso.
Focou a atenção mais uma vez em Dulce, que ainda observava o mar. De vez em quando, ela erguia uma das mãos para afastar os cachos do rosto, apenas para voltarem soprados pelo vento. Erguendo o queixo, Dulce soltou uma risada, e ele sentiu o impacto atingi-lo no lugar em que se encontrava.

Estava linda e descontraída. Descuidada no momento. Christopher vasculhou em sua memória procurando pelos momentos em que estiveram juntos. Felizes. Na época, não dera importância ao fato, mas o relacionamento que agora admitia ter tido com ela fora aberto e complacente.
O que a teria levado a lhe trair a confiança? Quase preferia que Dulce o tivesse traído com outro homem. Mas não, ela atacara sua família, seus irmãos. E isso não poderia perdoar… ou poderia?
A indecisão lhe atormentava o cérebro. Uma grande parte de Christopher ainda se encontrava conflituosa e revoltada. Mas outra, uma pequena fatia de seu ser, se encontrava pronta para seguir em frente. Esquecer o que Dulce fizera e abraçar um recomeço ao lado dela. Talvez ela nunca recuperasse a memória e, para ser sincero, aquilo tornaria tudo mais fácil.
Christopher continuou a observá-la e moveu o olhar até onde um de seus seguranças se encontrava, a alguma distância. Dulce continuava a desafiá-lo, e ele se fingia aborrecido,
mas tudo que fazia era se certificar de que seus homens a seguissem para todas as partes. A determinação de Dulce em lhe contrariar as vontades o divertia porque não sentia nenhuma
irritação sincera nela. Apenas gostava de provocá-lo. Christopher sabia que estava sendo superprotetor, mas o fato de os sequestradores de Dulce estarem soltos e ainda oferecerem
perigo a ela e ao filho deles, fazia com que o medo lhe corresse como uma lava negra pelas veias. Ela lhe pertencia. Falhara com ela uma vez. Não importava que Dulce o tivesse traído.
Ele a havia atirado, grávida de um filho seu e desprotegida, nas mãos dos sequestradores porque deixara as emoções lhe embotarem o bom senso.
Christopher girou, irritado, quando ouviu o toque do telefone. Desviando o olhar de Dulce, encostou o fone ao ouvido.
– Sr. Uckermann. – A voz de Belinda soou clara do outro lado da linha.
– Conversou com Christian sobre a situação dos negócios no Rio de Janeiro?
– Sim, senhor. Ele pediu para que lhe dissesse que, se o senhor atendesse seu telefone, o teria colocado a par das negociações.
Christopher soltou uma risada abafada.
– Depois me entenderei com meu irmão.
– Se for possível, o senhor terá de participar de uma conferência telefônica no fim da tarde de amanhã, sete horas daqui. Eu lhe enviarei um e-mail com os detalhes. Alfonso e Christian estarão disponíveis, mas o sr. Diego gostaria de falar diretamente com o senhor.
– Participarei – respondeu ele.
– E como vão as coisas com o senhor? – perguntou Belinda hesitante. Christopher franziu a
testa e relanceou o olhar de volta à praia, onde Dulce permanecia, observando as ondas se chocarem com a areia. – Ela já recuperou a memória? – continuou.