Fanfic: A Traição-adaptada-Vondy- Terminada | Tema: Hot

Christopher de um lado para o outro no confinamento do seu escritório em Nova York enquanto esperava Belinda chegar. Não queria estar ali. Desejava estar ao lado de Dulce. Alfonso ficara com ela, e ele fervilhava impaciente. O estado de Dulce não se alterara. Mesmo quando acordara, se mostrara distante, desfocada, não parecendo estar ali.
Era como se ela tivesse se retirado para um lugar onde ele não pudesse mais feri-la.
Christopher fechou os olhos e tentou se focar na tarefa que tinha pela frente. Quando ouviu Belinda entrar, enrijeceu a coluna. Era tudo que podia fazer para não gritar com ela ou lhe
quebrar o pescoço fino. Recorreu a todo seu estoque de forças para injetar um sorriso nos lábios e agir como se nada estivesse errado, como se não odiasse até mesmo o chão que aquela mulher pisava.
– Queria falar comigo? – Belinda perguntou ofegante.
– Sim – murmurou Christopher, deixando o olhar lhe percorrer o corpo de modo sugestivo, mesmo enquanto tinha calafrios de repugnância.
Os olhos da assistente se iluminaram e ela logo adotou uma postura sensual.
– Só agora percebi até onde foi para atrair minha atenção – disse ele com uma risada abafada. – As mulheres costumam dizer que os homens são obtusos, mas acho que me excedi
nessa categoria.
A confusão se estampou no rosto de Belinda, mas ela se esforçou para manter um semblante inocente. Não poderia saber a que ele estava se referindo, mas em breve tudo ficaria muito claro. Christopher observou a linguagem corporal da assistente. Os olhos eram as janelas da cretina desalmada que era.
– Por que simplesmente não disse que me queria? – perguntou ele com voz sensual. – Isso teria nos poupado muitos problemas. Em vez disso, fiquei preso a um relacionamento que não queria, embora aprecie seus esforços para me livrar dele. – Belinda relaxou e um sorriso frio lhe curvou os lábios. Era estranho, mas Christopher nunca se dera conta de como aquela
mulher era repulsiva. – Como planejou isso tudo? – perguntou com voz sedosa.
Christopher escutou, horrorizado, enquanto a assistente relatava tudo que fizera para fazer parecer que Dulce roubara os projetos. O sequestro havia sido um bônus, mas, quando o pedido de resgate chegou ao escritório, vira a oportunidade de se livrar de Dulce de uma vez
por todas.
Estava tão ansiosa em provar sua devoção a Christopher que não percebeu que admitira ter vendido os projetos para o concorrente. – Então, você roubou os projetos e os entregou a Marcelli. – A voz de Christopher tinha a temperatura de um iceberg e ela se encolheu diante daquele tom. O rosto empalideceu quando percebeu o que acabara de confessar. – E então incriminou Dulce, pensando que não apenas lucraria vendendo meus projetos para o concorrente, como se livraria de Dulce para que pudesse ocupar seu lugar. – A boca de Belinda se abriu e fechou e Christopher percebeu que a assistente se dera conta de que ele a induzira a confessar e que estava furioso. – Depois, quando os pedidos de resgate chegaram ao meu escritório, você os destruiu esperando o quê, Belinda, que eles a matassem? Que a removessem permanentemente do cenário?
A raiva o fazia tremer. Belinda não passava de uma névoa vermelha diante de seu olhar irado. Tudo que Christopher conseguia ver era Dulce, sozinha e assustada. Esperando um
filho seu e vulnerável. Pensando não só que ele a odiava, mas que também a abandonara.
Tinha vontade de chorar.
Belinda pareceu se recompor e o encarava com olhar sarcástico.
– Você nunca conseguirá provar isso.
– Não preciso – retrucou em tom de voz suave, pressionando o pequeno botão do interfone em sua mesa. – Pode entrar, detetive.
Belinda oscilou quando três policiais entraram na sala, com expressões austeras.
– Não pode fazer isso! – grasniu ela. – Eu o amo, Christopher. Seria capaz de qualquer coisa por você.
Com um movimento negativo de cabeça, Christopher lhe virou as costas enquanto ela era escoltada para fora do escritório, com as mãos algemadas. Não queria ouvir o que aquela mulher dizia. Tudo que desejava era voltar para junto de Dulce.
– Desculpe-me, agape mou – sussurrou ele.