Fanfic: A Traição-adaptada-Vondy- Terminada | Tema: Hot

– Onde estamos? E como cheguei aqui? Pensei que você estava em Atenas com o dr. Karounis.
– O sr. Uckermann pediu para que eu voltasse para tomar conta de você – revelou a enfermeira em tom tranquilizador. – Parecia desesperado. A ideia de retornar àquele apartamento a aborrecia tanto que ele resolveu trazê-la para cá.
– E que lugar é este? – Dulce quis saber.
– A casa dele – informou Patrice paciente. – Estamos a mais ou menos uma hora da cidade. Aqui é mais calmo e silencioso. Ele achou que você gostaria.
Lágrimas enevoaram a visão de Dulce. E ela pensara não ter mais lágrimas para derramar!
Não sabia que Christopher possuía uma casa fora da cidade. Assim como a ilha, aquele era mais um lugar em que nunca estivera durante todo o tempo em que se relacionara com ele. Mais uma prova de que nunca ocupara um lugar importante na vida de Christopher.
– Ele está muito preocupado com você – disse Patrice com o semblante se suavizando pela compaixão. – Todos estamos.
Dulce negou com a cabeça. Christopher a detestava. Nunca a amara, e ela fora tola demais para não perceber isso.
– O que farei? – sussurrou ela para ninguém em particular. Fora uma idiota em ter aberto mão de seu apartamento, emprego e todos os meios de que disponha para cuidar de si mesma quando fora morar com Christopher. Estivera cega demais pelo amor e pela certeza de que
teria um futuro com ele.
– Está na hora de sair da banheira – disse Patrice em tom de voz gentil. – Precisa se secar para descer e comer.
Dulce permitiu que a enfermeira a paparicasse. Patrice a secou e a vestiu com uma calça comprida confortável e uma blusa de gestante. Dulce acariciou o ventre abaulado e sussurrou um pedido de desculpas ao filho ainda não nascido. Não podia se dar ao luxo de colapsar. Seu bebê dependia dela.
Christopher estava esperando quando ela saiu do quarto. Sem nada dizer, ele lhe segurou o cotovelo e a ajudou a descer a escada. Dulce permitiu, muito entorpecida para protestar. Ela
também optou pelo silêncio. As emoções se encontravam muito conturbadas para tentar ter uma conversa sensata.
Os dois se acomodaram em uma pequena mesa que dava vista para um jardim meticulosamente cuidado. A luz clara da manhã incidia através das portas de vidro e ela se sentiu aquecida pelos raios de sol.
Christopher pousou um pato abarrotado de comida em frente a ela e se acomodou na cadeira oposta. Dulce buliu no garfo e começou a afastar a comida de um lado para o outro do prato, evitando-lhe o olhar.
Quando ele suspirou, Dulce ergueu o olhar para encontrá-lo a observando. A expressão do belo rosto sombria como se tivesse passado por um verdadeiro calvário. Ela quase soltou uma risada diante do absurdo daquele pensamento. Mas para seu horror, sentiu ardência nos olhos e o rosto de Christopher começou a embaçar.