Fanfics Brasil - Capítulo 11 Alfonso 8 Segundos (Adaptada Ponny, AyA)

Fanfic: 8 Segundos (Adaptada Ponny, AyA) | Tema: AyA, Ponny


Capítulo: Capítulo 11 Alfonso

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Ouvir de um médico que eu corria o risco de nunca mais andar foi um dos momentos mais difíceis da minha vida. Acho que, tirando o dia em que soube da morte dos meus pais, eu nunca tinha sentido tanto medo. Eu era o Alfonso, o veterinário que vivia em cima dos cavalos, o Perigoso que dançava e curtia a vida com toda a alegria de um jovem da minha idade, o Ranger que sentia a adrenalina pulsar nas veias ao permanecer oito segundos em cima de um touro. E naquele momento, o que eu era? Um monte de massa em cima de uma cama, um cara que dependeria de alguém para limpar a bunda e lhe dar banho.


Minha primeira reação: revolta. Assim que o médico saiu, eu esbravejei, xinguei e questionei Deus por ter feito aquilo comigo. Não entendia o motivo do castigo. Eu era um cara correto, vivia a vida com a base moral que havia recebido dos meus pais e posteriormente do Santiago, não fazia mal a ninguém. Não merecia sofrer aquilo.


Minha segunda reação: desespero. Tentei de todas as formas mexer as pernas. Então, eu me lembrei de quando era criança e meu pai chegava de alguma viagem. Ele sempre trazia presentes, nunca voltava sem algo para mim e para minha mãe.


Alfonso, adivinha o que eu trouxe?


Um chapéu novo?


Feche os olhos e peça bem forte. Se você pedir com fé o seu desejo se realiza. Ao me lembrar das palavras do meu pai, fiz exatamente o que ele dizia: fechei os olhos e pedi com todas as forças, implorei desesperadamente para que minhas pernas se movessem.


–Vamos lá. –Abri os olhos e, quando percebi que não tinham se mexido um milímetro sequer, lágrimas desceram pelo meu rosto. –Vamos lá, se mexam! –gritei, e nada: era como se eu não tivesse mais controle sobre o meu corpo. Meu cérebro mandava, mas minhas pernas não obedeciam. Não sentia nada, somente um formigamento constante, como se elas estivessem dormentes. Da cintura para cima, eu estava normal. Conseguia mexer o tronco, os braços e a cabeça, mas da cintura para baixo eu estava morto. Passei quase meia hora naquele martírio, tentando, desejando, suplicando que elas se movessem.    


Então, veio minha terceira reação: tristeza. Tudo que havia feito na vida, todos os meus sonhos e planos me passaram pela cabeça. Olhei para o teto e fiquei por um bom tempo tentando assimilar o que havia perdido. Perdido para o touro, perdido para o mundo, perdido para mim mesmo. Recordei os dias anteriores e Anahí tomou conta dos meus pensamentos, era como se eu a conhecesse a décadas. Ela estava em minha pele, e eu, se fechasse os olhos, poderia ver seu rosto, seu cabelo caindo sobre os olhos, sua boca vermelha, suas bochechas coradas e sua cara de menina sapeca. Fui inundado por lembranças do nosso sexo na chuva. Estavamos loucos um pelo outro. Por mais que eu já tivesse feito aquilo um milhão de vezes, e que o ato de entrar e sair de dentro de uma mulher fosse tão corriqueiro e natural, com Anahí era diferente. Seus gemidos não invadiam somente meus ouvidos, eles penetravam mais, iam até onde nunca antes alguém havia entrado. Pensava em seu sorriso, em seus olhos semicerrados pelo desejo, em sua expressão saciada após fazer amor.


A última reação foi a mais difícil e dolorosa: vergonha. Como eu ia encará-la novamente? Como eu poderia dizer que estava apaixonado? Anahí nunca mais iria me tratar da mesma forma. Eu seria um invalido, alguém que não serviria mais aos seus propósitos.eu era só metade de um homem. Eu lutaria com todas as minhas forças para me reerguer, para voltar a ficar de pé, mas até lá queria Anahí longe de mim. Piedade não era um sentimento que eu queria que ela sentisse por mim e, provavelmente, seria o que ela teria para me oferecer.


Descansei um pouco e, após alguns exames, autorizei a entrada do Santiago e da Mariana. Não sabia quem mais estaria aguardando, provavelmente Henrique ainda estaria no hospital. Eu tinha ficado surpreso com a sua solicitude ao me socorrer. Não era a reação de alguem que queria a mulher do outro.


Conversei muito com o meu tio e com a minha prima, os dois estavam muito abalados e preocupados. Fiz meu papel de irmão mais velho e tentei convencer a Mari de que tudo ficaria bem. Depois de um tempo com eles, percebi seus olhares de compaixão. Senti vontade de ficar sozinho e, sem dar explicações, pedi que fossem embora. Mari ainda tentou argumentar que Anahí queria me ver, mas não cedi. Não queria vê-la. Não queria ver ninguém. Para minha surpresa, na visita do dia seguinte, enquanto eu abraçava a Mariana, ouvi um suspiro. Anahí chorava por mim. Mas por que? Seria pena? Culpa por estar com o Henrique no momento em que eu era derrubado pelo animal?


Não quis ouvir suas explicações. Gritei, xinguei e a expulsei do quarto. Deixei claro para toda a minha família –que inclui Pedro –que não queria receber visitas da Anahí. Fui tão duro e insensível que nem Mari me questionou.


Passei pela primeira fase do tratamento, que consistia em tomar muitos remédios para que minha medula desinchasse. Só depois seria possivel avaliar a gravidade do dano. Além da minha família, varios amigos me visitaram. Rodrigo e Henrique entraram juntos, e quando Henrique tocou no nome da Anahí, perguntando por que eu tinha exigido que ela fosse embora, eu cortei o assunto. Era muita cara de pau da parte dele.


–Acho que você vai se arrepender –ele me avisou antes de sair, mas eu não respondi.


Raquel levou vários CDs de que eu gostava, como de Blake Shelton, Chris Young e Brad Paisley. Só música country de qualidade. Ela era carinhosa, demonstrava preocupação com meu estado, mas estava na cara que a nossa relação tinha mudado. Eu não sentia a mesma faísca em seus olhos, aquele olhar que me colocava cheio de desejo. E não era somente pela situação, pelo momento. Era por nós. Eu tinha mudado, meus sentimentos já não eram mais os mesmos, e infelizmente, aquela minha nova fase não incluía Raquel.


–Quando vai dizer à ela? –perguntou na primeira visita que me fez, dois dias após o acidente.


Disfarcei o incomodo com aquela pergunta olhando para os CDs em minhas mãos. Raquel pegou um deles, e, quando a encarei, ela me olhava como uma mãe pronta para dar uma bronca no filho.


–Não sei do que você está falando, Raquel –respondi, ignorando seu olhar de repreensão. Cruzei os braços e desviei o rosto. Eu estava agindo como uma criança.


–Quando vai deixar de ser cabeça-dura, Perigoso? –A primeira parte da sua frase soou dura e e implacável, realmente chamando minha atenção, mas aquela frieza toda foi quebrada quando Raquel usou meu apelido. –Você é melhor do que isso, Alfonso. É mais do que essa pose de pegador sem sentimentos, eu tenho certeza. Eu não me engano, sei quem você é desde que te conheci.


E tenho certeza de que a novata também sabe. Não jogue uma chance como essa fora, pode será única.


Apesar de falar sério, Raquel piscou de um jeito divertido, ne fazendo sorrir. Após sua visita, pensei em suas palavras, e pela primeira vez eu dormi bem. Era uma loucura, mas podia sentir o cheiro da Anahí. Sonhei com ela dizendo que estava ali, mas quando acordei vi o quarto vazio. Aquele sonho estranho se repetiu na noite seguinte. Era como se, ao sonhar om ela, o calor do seu corpo e o seu aroma entrassem em mim. Então, eu dormia calmo e sereno. Certa manhã, eu a vi saindo do meu quarto. No primeiro momento fiquei bravo por ela ter me desobedecido, por todos terem ido contra a minha vontade, mas, quando ela disse que me queria e que estava ali por mim levei um baque. Eu me senti desarmado e sem palavras para rebatê-la. Vi a mágoa em seus olhos e me amaldiçoei por tê-la tratado tão mal.


Naquela noite, adormeci aguardando as lembranças ou os sonhos chegarem. Não sabia bem do que se tratava, só que precisava daquilo para dormir, para superar mais um dia. Foi então que o cheiro da Anahí tomou conta de mim. Um aroma doce e delicado. Fechei os olhos, e talvez, quem sabe pelo menos daquela vez, meu pai tivesse razão. Desejei que Anahí estivesse ao meu lado, aquela patricinha mimada que chegou atolando os sapatos na lama e torcendo o nariz para o meu cheiro. Revivi a cena e as nossas brigas em minha cabeça, eu pelado no galpão, Anahí no chiqueiro, todas as vezes que nos provocamos para esconder os nossos verdadeiros sentimentos.


–Anahí –murmurei seu nome, como se aquilo pudesse trazê-la de volta. Como se eu pudesse, com um simples chamado, fazê-la sentir por mim o que eu sentia por ela. Adormeci como sempre, sentindo minha Cristal junto a mim.


 


*~~*~~*~~*~~*~~*


 


Durante a madrugada, senti uma leve fisgada no pé esquerdo. Fiquei assustado, além da dormência eu não sentia mais nada. Talvez fosse só impressão, mas eu tinha que conferir. Abri os olhos e tive uma grata surpresa quando vi minha Anahí ao meu lado. Ela dormia na minha cama. De lado, deitada sobre um dos braços e com uma das mãos em cima do meu peito. Fiquei paralisado. Por alguns segundos, eu observei sua mão subir e descer com os movimentos da minha respiração. Olhei seu rosto e percebi quão serena ela estava. Passei um braço por suas costas e a trouxe para mais perto. Dei um beijo em sua cabeça e fiquei assim por um tempo.


Um barulho fez minha atenção se voltar para a porta do quarto. Uma enfermeira, que eu já conhecia bem, fechou a cara para a cena que viu. Eu entendi, aquilo não era comum, e me questionei como Anahí havia conseguido entrar fora do horário de visita.


Pedi silêncio para a enfermeira levando o indicador à boca. Ela ficou ainda mais séria, mas, ao olhar para a mulher que estava ao meu lado, sua expressão se suavizou.


–Pelo menos ela não está no banheiro –disse ela, de uma forma mais gentil.


–Como? –Fiquei confuso, sem entender bulhufas do que ela havia falado.


–A garota. –Apontou para Anahí e ficou em silêncio, enquanto aferia minha pressão. Após contar quantas vezes meu coração batia por segundo, continuou: –Ela faz isso há dias. Passa a noite com você e se esconde no banheiro quando chega a hora das rondas médicas. –Abri a boca e fechei, tentando processar o que a enfermeira dizia. Era ela. Anahí estava o tempo todo comigo. Um sorriso despontou em meu rosto, e a enfermeira, vendo minha reação, deu um leve aceno com a cabeça, assentindo. Fez algumas anotações em minha ficha, mas, antes de sair, disse algo que ficou impresso em mim.


–Você tem sorte. Nunca vi amor tão grande.


Olhei para Anahí em meus braços. Será que Cristal estava apaixonada?


Vários sentimentos diferentes tomaram conta de mim. Sentia ciúme, uma paixão louca, além da vontade de mantê-la nos meus braços para sempre.      


Fitei novamente seu belo rosto e, apesar de ela parecer tranquila, eu podia ver as olheiras, o jeito como dormia, a respiração pesada. Anahí estava visivelmente cansada.


–Dorme, minha Potranca. –Acariciei seu cabelo e ela se aconchegou no meu peito. –Eu não vou a lugar algum.


Peguei no sono abraçado à única mulher que eu queria comigo. Acordei imaginando se tudo aquilo tinha sido um sonho, um sonho bom, mas ainda assim um sonho. Foi então que eu percebi que era não era sonho. Anahí estava ao meu lado, junto a mim. Respirei fundo e seu aroma invadiu meu corpo, trazendo paz para a minha alma. Eu queria abrir os olhos, mas não podia, não saberia o que dizer. A vontade de tê-la ao meu lado era maior que tudo. Desejava que Anahí ficasse. Mas por que? Eu não tinha mais nada a oferecer, a não ser a descoberta de que pela primeira vez eu estava apaixonado.


Assim que o dia amanheceu, eu tive que tomar uma decisão. Anahí acordou assustada, olhando de um lado para o outro, com um carinha de quem tinha sido pega em flagrante. Eu a segurei em meus braços para que não fugisse.


–Desculpa, Cristal. –Um pedido que saiu estrangulado, mas que não bastava, eu queria mais. –Fica aqui comigo? –Eu a encarei, aguardando uma resposta. Desejando que ela dissesse sim.


–Por favor, não me manda mais embora –ela disse com lágrimas nos olhos. Anahí chorando, eu nunca me acostumaria. Seu pedido me pegou desprevenido. Toda a sua máscara de garota da cidade caiu. Deitou-se em meu peito e levou a mão à boca, tentando sufocar o choro. Eu quero ficar aqui com você.


–Então fica –respondi, seguro do que falava. Nunca tinha sentido tanta certeza. –Fica aqui comigo. –Sabia que estava sendo egoísta ao prender Anahí a mim, mas o medi de vê-la com outro fez com que eu engolisse o orgulho.


Cristal se levantou e me olhou emocionada.


–Eu vou ficar, mas eu quero mais. –Desviou os olhos por alguns segundos, mas logo voltou a me encarar com uma expressão segura, algo que predominava nela. –Eu quero você. Não só como amante. –Fiquei sem entender o que ela propunha. –Quer namorar comigo, Alfonso?


Engasguei e, se não fosse pelas minhas pernas mortas, eu teria pulado da cama pelo tamanho do susto. –Eu quero tentar –ela continuou. –Sei que vai ser difícil, seu mundo é muito diferente do meu. Eu... –Gaguejou antes de completar. –Eu não sou como as mulheres daqui, mas quero o benefício da dúvida. Eu posso te fazer feliz. Me dá uma chance?


O tempo parou por alguns minutos, e nenhum de nós ousou falar. Anahí se sentou na cama e se mexeu desconfortável. Quando mordeu o lábio inferior, fez as minhas dúvidas desaparecerem.


–Acho que vou fazer esse sacrifício. Vem aqui –falei, brincando. Eu a puxei para perto e nos beijamos, lenta e carinhosamente. Seus lábios se abriram recebendo a minha língua e a acariciando. Senti a excitação tomar conta de mim, e logo a afastei. Não sabia o que poderia fazer. Ainda não havia tido aquela conversa com o médico, e não suportaria descobrir que não funcionava mais. Tive medo de ter perdido a virilidade.


–O que foi? –ela questionou e eu observei as expressões do seu rosto. Uma linha surgiu em sua testa e, quando vi, eu já estava acariciando sua pele, desfazendo-a.


–Nada. Só vamos com calma, tá? –pedi, tentando fazê-la entender que não era nada com ela.


Minha família escolheu justamente aquele momento para invadir o quarto. Anahí deu um salto, se levantou da cama e escondeu o rosto, um pouco envergonhada. Não pude deixar de sorrir. Era um lado dela que eu ainda não conhecia.


–Até que enfim vocês se acertaram! –Mari gritou, animada. Pedro estava ao seu lado e meu tio um pouco atrás, com um jeito retraído, como se não quisesse se aproximar.


Peguei na mão da Anahí e a puxei para mais perto da cama. Era ali que eu a queria, ao meu lado.


–Gentil como um coice de mula e tão discreta quanto um carro alegórico –brinquei com a Mari. Desde o acidente eu não sentia tanta alegria por simplesmente estar vivo e fazer parte de uma família tão perfeita quanto aquela. E agradecia por Cristal estar ao meu lado.


*~~*~~*~~*~~*~~*


 


Passei mais uma semana no hospital. Comecei a fisioterapia lá. Com a confusão toda da Anahí dormindo comigo, eu me esqueci de contar ao médico sobre a fisgada. Quando contei, ele disse que era normal e que, se tudo corresse bem, eu recuperaria os movimentos aos poucos. Eu queria me recuperar logo para dar a Anahí tudo o que ela merecia. Sobre a parte sexual, ele disse que a minha condição não seria um obstáculo, mas que o meu estado emocional e o psicológico poderiam afetar essas funções. Fisicamente tudo estava funcionando perfeitamente, ou seja, dependia mais de mim do que de qualquer outra coisa.


Mas fiquei com medo e não quis arriscar. Eu e minha Potranca nos limitávamos a caricias, ainda que um simples toque em sua pele já me deixasse louco.


–Oi, meu lindo... –A voz da Anahí ficou fraca e ela me olhou de um jeito que dizia que se tivesse uma arma eu estaria morto.


–Oi, Cristal.


Raquel estava sentada ao meu lado e, assim que viu Anahí entrar, se levantou.


–Acho que não fomos apresentadas formalmente. Eu sou a Raquel, dona do Taurus.


–Eu sei quem você é. Como vai, Raquel? –Ops! Acho que Anahí já sabia ou desconfiava da minha antiga relação.    


Eu acabava de passar pela primeira crise no namoro. E sorria pela situação. Anahí estava louca de ciúme desde que entrou no quarto e viu Raquel próxima à minha cama. Mas, enquanto Raquel estava lá, as duas mantiveram a compostura.


–Já fodeu com ela, né, seu filho da mãe? –Anahí questionou assim que Raquel saiu.


–Isso não tem mais importância. –Tentei desviar o assunto. –Vem aqui me dar meu beijo de bom-dia.


Usei de todo o meu charme, mas não obtive resultado. Depois que Anahí descobriu sobre a minha história com a Raquel, o hospital quase foi abaixo. Minha Potranca brava era a coisa mais linda do universo.


No dia seguinte à visita da Raquel, foi a minha vez de entrar em combustão por possessividade. Henrique e o pai me visitaram, e, apesar de ter sido uma visita cordial, ao sair Henrique encontrou Anahí na porta do quarto. Eles trocaram algumas palavras e ela sorriu se despedindo. Fiquei puto e perdi a paciência tentando fazer com que ela me contasse o que tanto cochichava com o babaca. Anahí gargalhou da cena que eu fiz em enfim, me contou tudo inclusive o que tinha acontecido no dia do acidente. Eu me desconcentrei ao ver o Henrique conversando com ela. Eu sabia que a culpa não era dela, havia tempos eu não montava um animal tão perigoso, e tinha escolhido justamente o touro encrencado do dia. Queria aparecer, mostrar a ela que era melhor do que qualquer boyzinho da cidade. E por isso vacilei.


Anahí explicou que Henrique estava falando de mim. Que sabia que eu estava caidinho por ela, assim com ela estava por mim. Conclusão: até que o babaca não era tão babaca assim.


–E aí? Preparado para voltar para casa? –Fui pego de surpresa, pois não sabia que teria alta.


–Graças a Deus –Mari murmurou.


–Jura, doutor? –perguntei.


–Basta seguir com o tratamento. Respeitar o horário dos remédios e continuar a fisioterapia. No mais, o que poderia ser feito no hospital já foi feito.


Suspirei aliviado. Claro que faria tudo o que era recomendado. Não via a hora de voltar a ser o Alfonso de antes. Depois da festa com a notícia da alta, começou a discussão de onde eu ficaria.


Eu batia o pé querendo ir para a minha casa, Santiago gostaria que eu fosse para a dele, e Anahí e Mariana defendiam que o melhor seria eu ficar na fazenda.


Após analisar os vários argumentos que as meninas defendiam, como o espaço, os animais que eu tanto amava, a família por perto, os empregados a minha disposição e a piscina. –que seria de grande ajuda para minha recuperação –aceitei voltar para a Girassol. Mas é claro que o fato de saber que a Anahí estaria comigo o tempo inteiro também pesou na decisão.


Mari e Anahí prepararam tudo para minha saída do hospital, mas a decepção que me atingiu quando eu vi a cadeira de rodas foi inexplicável.


–Vai ser por pouco tempo, Alfonso. Eu prometo. –Anahí estava agachada ao meu lado, segurando minhas mãos.


–Cara, você vai tirar isso de letra –Pedro emendou.


Olhei para baixo e vi minhas pernas imóveis, meus pés em uma espécie de apoiador. Ouvi um clique e logo estava andando para a caminhonete do Pedro.


Andando não, sendo levado em uma maldita cadeira de rodas. –Contratei o melhor fisioterapeuta da região –Anahí informou, tentando aliviar a agonia que era sentar e ser transportado naquela coisa. Eu me sentia impotente, humilhado. Como se não existisse mais lugar no mundo para mim. Entrar no carro foi ainda mais humilhante. Meu tio e Pedro me colocaram na caminhonete, um me segurando pelo tronco, o outro sustentando as minhas pernas. Uma sensação de terror tomou conta de mim. Eu não poderia nem queria passar uma vida inteira daquela forma. Não merecia.


Assim que entrou na caminhonete, Anahí percebeu que havia algo errado, segurou minha mão de forma carinhosa e puxou o meu queixo para que eu a olhasse.


–Eu estarei com você, amor. –Era a primeira vez que ela me chamava assim. Anahí estava mudada, de uma forma quase irreconhecível.


–Obrigado –agradeci sem fazer comentários, e ela descansou a cabeça no meu peito. Eu estava sentado em uma espécie de almofada, que me dava mas equilíbrio e fazia com que meu corpo não sofresse tanto com a viagem. Santiago foi com o seu carro, enquanto Anahí, Pedro e Mari manteve a velocidade baixa. Quando chegamos, meu tio já estava nos aguardando.


–Anahí... –Santiago a chamou, mas ela saiu correndo da caminhonete para abrir a porta da sede. Ela sorria, estava feliz por eu estar ali. E eu me agarrava a essa vontade de tê-la para voltar a ser como era.


Enquanto olhava a minha garota saltar os degraus da escada em minha direção, eu vi um homem, um garoto, na verdade, atrás dela. Ele correu e a alcançou. Eles estavam perto o suficiente para que eu ouvisse a conversa.


–O que está fazendo aqui, Rafa? –ela perguntou trincando os dentes, como se aquilo a fizesse manter a calma.


–Gata, estou aqui por você. Não está feliz? –o mauricinho respondeu e a abraçou. Anahí tentou se desvencilhar, mas, quando ela se soltou, ele levou seus lábios até a boca dela.


–Larga ela, seu idiota. –Quando percebi já estava esbravejando e me debatendo, com o Pedro tentando me acalmar. Fiquei com ódio. Queria ter as pernas para chutar a bunda do desgraçado.


–Quem é o aleijado? –o cara perguntou, sarcástico, olhando de mim para Anahí. –Virou Madre Tereza, gatinha?


O jeito como ele a tratava, a forma como a olhava e a maneira como Anahí reagiu à sua presença indicavam claramente que os dois haviam tido um relacionamento. E o piro é que ele tinha ido atrás dela.


–Anahí? –perguntei, mas, antes de ela responder, o cara se adiantou, estendendo sua mão para mim.


–Prazer, sou o Rafa. Namorado da Anahí.


Vi Anahí empalidecer e desviar os olhos dos meus. Era verdade, ela sabia mentir muito bem, mas naquela semana, enquanto eu permanecia em uma cama de hospital, Anahí tinha se despido das máscaras que usava e eu tinha aprendido a ler suas expressões.


–Namorado?!


 



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Autor(a): fertraumadaponny

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 31



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  • barbie Postado em 19/10/2019 - 07:47:10

    Cadê vc? Continuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa Plissssssssssssssssssssssssssssss

    • fertraumadaponny Postado em 03/11/2019 - 23:09:45

      Oiiiii amore, voltei ^^ Postando

  • barbie Postado em 20/09/2019 - 10:09:29

    Queroooooooooooooooooooooooooooooo Maissssssssssssssssssssssssssssssssss Plisssssssssssssssssssssssssssssssssss

    • fertraumadaponny Postado em 21/09/2019 - 19:11:52

      Oiiiiieee postando amore ^^

  • barbie Postado em 07/09/2019 - 21:03:15

    Estava sumida, pois estava sem internet, mas agora consegui resolver o problema e agora estou de volta e espero não sumir mais... Continuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa aaa Plisssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssss sssssssssssssss

    • fertraumadaponny Postado em 21/09/2019 - 19:11:21

      Tudo bem eu entendo ^^ Fico muito feliz que tenha voltado Postando amore

  • tinkerany Postado em 12/08/2019 - 23:32:00

    Continua

    • fertraumadaponny Postado em 14/08/2019 - 01:10:42

      Postando amore *-* Vc provavelmente também irá sentir ranço pela Letícia "amiga da May", ela é praticamente um lobo em pele de cordeiro

  • barbie Postado em 12/08/2019 - 22:57:30

    Continuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa plissssssssssssssssssssssssss

    • fertraumadaponny Postado em 14/08/2019 - 01:09:34

      Postando amore *-*

  • barbie Postado em 09/08/2019 - 19:07:20

    Continuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa plissssssssssssssssssssssssss

    • fertraumadaponny Postado em 14/08/2019 - 01:09:07

      Postando amore ^^

  • tinkerany Postado em 07/08/2019 - 01:56:02

    Eu vou surtar com esse Rafa aaaaaa

    • fertraumadaponny Postado em 11/08/2019 - 23:49:01

      kkkkkkkkk sim vc vai surtar com esse cara, vai pegar ranço dele assim como eu tenho um ranço eterno dele kkkk Postando amore ^^

  • barbie Postado em 04/08/2019 - 14:45:12

    Continuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa plissssssssssssssssssss

    • fertraumadaponny Postado em 07/08/2019 - 00:26:25

      Postando amore ^^

  • tinkerany Postado em 04/08/2019 - 05:09:49

    Continus

    • fertraumadaponny Postado em 07/08/2019 - 00:25:53

      Postando amore ^^

  • luananevess Postado em 03/08/2019 - 23:47:45

    😱😱😱😱😱😱

    • fertraumadaponny Postado em 07/08/2019 - 00:25:33

      Oiiie ^^ Postando amore


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